O Processo da Salvação em Jesus Cristo

O processo da Salvação

O Processo da Salvação em Jesus Cristo

 

Neste artigo estudaremos a respeito do processo da Salvação em três aspectos da salvação: justificação, regeneração e santificação. Veremos que a no Filho de Deus e no seu sacrifício nos proporciona a justificação diante de Deus.

Depois de justificados, somos regenerados e santificados mediante a ação do Espírito Santo. Sem a atuação dEle não há salvação, justificação nem o processo de santificação.

Texto Bíblico João 3.1-7

A Obra do Espírito Santo na Salvação

Desde a queda de Adão, o homem tem permanecido num estado contínuo de depravação. Sem a influência graciosa do Espírito de Deus nunca houve um tempo em que o homem natural pudesse amar, confiar ou vir a Deus.

Em todas as épocas o Espírito deve convencer (Gênesis 6:3), vivificar (Salmos 119:25), iluminar (Salmos 119:27) e conduzir a alma a Deus (Salmos 65:3-4). O Espírito Santo tem sido, sempre, o guia e o instrutor do povo de Deus (Neemias 9:20).

A crença que alguns dos crentes do Velho Testamento não tinham o Espírito Santo deve ser rejeitada. Ninguém pode negar que o dia de Pentecostes trouxe uma nova época do Espírito (João 7:37-39; 14:16-17; Atos 1:8), mesmo assim deve ser assegurado que nunca existiu um filho de Deus que fosse destituído do Espírito.

A carne nunca pode produzir um Cristão (João 3:3-6; Romanos 8:7,8). Em Provérbios 1:23,2 A sabedoria promete derramar Seu Espírito sobre aqueles que atentam a sua repreensão.

Enquanto Cristo estava dando ênfase a futura descida do Espírito Ele foi cauteloso dizendo que o Espírito Santo já estava com os discípulos (João 14:16-17).

Observação: 

A sabedoria como é personificada em Provérbios, na sua maneira mais sublime, não parece ser nenhum outro senão Jesus Cristo. Compare Provérbios 1:23 com João 7:37-39. Estude especialmente a última metade de Provérbios 8. Compare também cuidadosamente Lucas 11:49 com Mateus 23:34.

Outro erro ouvido às vezes é o ensinamento que os crentes do Velho Testamento podiam perder o Espírito. Alguns usaram o caso de Saul (I Samuel 16:14) para provar esse ensinamento, mas estes estão confundindo a obra do Espírito Santo na salvação com a Sua obra ao equipar os homens para o serviço de Deus.

O Espírito Santo vem aos homens e sai dos homens de várias maneiras, mas nunca em relação à salvação. Sugerir isso é o mesmo que negar a segurança tida pelo povo de Deus (Salmos 37:24).

Justificação

Assim como a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de Deus.

O termo ‘justificação’ refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz.

Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas consequências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos.

O Deus que detesta ‘o que justifica o ímpio’ (Pv 15.17) mantém sua própria justiça ao justificá-lo, porque Cristo já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3,21-26). Constamos, portanto, diante de Deus como plenamente absolvidos.

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Para descrever a ação de Deus a justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo Testamento (heb. tsaddiq: Êx 23.7; Dt 25.1; 1Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaioõ: Mt 12.37; Rm 3.20; 8.33,34) sugerem um contexto judicial e forense.

Não devemos, no entanto, considerá-la uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem no entanto sê-lo. Por estarmos nEle (Ef 1.4,7,11), Jesus Cristo tornou-se a nossa justiça (l Co 1.30).

Deus credita ou contabiliza (gr. logizomaí) sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 372).

Conversão:

[Do hb. sub, voltar atrás; do gr. metanoeo, voltar; e, do lat. conversionem, transformação] Mudança que Deus opera na vida do que aceita Cristo como o seu Salvador pessoal, modificando-lhe radicalmente a maneira de ser, pensar e agir.

A conversão é o lado objetivo e externo do novo nascimento. Por intermédio dela, o pecador arrependido mostra ao mundo a obra que Cristo operou em seu interior: a regeneração.

Em suma: o novo nascimento tem dois lados: um subjetivo e outro objetivo. Para conhecer mais, leia Dicionário Teológico, CPAD, p.115.

Regeneração

Neste tópico, entraremos a ver por que a regeneração é tão importante à união do ser humano com Deus. Vejamos, pois, o que é a regeneração?

1 –  Definição etimológica.

A palavra regeneração significa gerar de novo, nascer outra vez.

2 –  Definição teológica.

A regeneração é a obra fundamental e instantânea de Deus que concede gratuitamente ao pecador uma nova vida espiritual através dos méritos de Cristo. É a natureza divina operando no crente por intermédio da ação do Espírito Santo (2 Pe 1.1-5).

3 –  A necessidade da regeneração.

É necessária para se entrar no céu (Jo 3.3); para se resistir ao pecado (1 Jo 3.9); para se ter uma vida de retidão (1 Jo 2.29).

4 – As versões esclarecem a regeneração como um ato soberano de Deus

“Seu querer” (Tg. 1.18 – ARA); “Por sua decisão” (Tg. 1.18 – NVI). É da Sua perfeita vontade efetuar a obra de regeneração do homem, contanto que o homem receba a Cristo como Salvador.

Os meios pelos quais a regeneração é produzida em nós são:

1) A palavra de Deus (1Pe. 1.23);

2) O Espírito Santo: nascer da água e do Espírito Santo (Jo. 3.5);

3) A vontade de Deus: “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas” (Tg. 1.14).

5 –  O Milagre da Regeneração.

Em Jo 3.1-8, Jesus trata de uma das doutrinas fundamentais da fé cristã: a regeneração (Tt 3.5), ou o nascimento espiritual. Sem o novo nascimento, ninguém poderá ver o reino de Deus, ou seja, receber a vida eterna e a salvação mediante Jesus Cristo. Apresentamos a seguir, importantes fatos a respeito do novo nascimento.  

6 – A regeneração é a nova criação e transformação da pessoas

(Rm 12.2; Ef 4.23,24), efetuadas por Deus e o Espírito Santo (Jo 3.6; Tt 3.5). Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio Deus é outorgada ao crente (3.16; 2Pe 1.4; 1 Jo 5.11), e este se torna um filho de Deus (Jo 1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2Co 5.17; Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo Deus “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).  

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7 – A regeneração é necessária porque, à parte de Cristo

Todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a Deus e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12; 1Co 2.14).  

8 – A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados

Volta-se para Deus (Mt 3.2) e coloca a sua fé pessoal em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador.  

9 – A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a Jesus Cristo

(2Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado (Rm 6.14-23), e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a Deus e de seguir a direção do Espírito (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1Jo 2.29), ama aos demais crentes (1 Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo ( 1 Jo 2.15,16). 

10 – Quem é nascido de Deus não pode fazer do pecado uma prática habitual na sua vida

Não é possível permanecer nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a Deus e de evitar o mal (1Jo 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24; 4.7,8, 20; 5.1), mediante uma comunhão profunda com Cristo e a dependência do Espírito Santo (Rm 8.2-14), obediência e amor sinceros (Hb 5.9; 2Tm 2.12).

A regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por ‘regeneração’ aparece apenas duas vezes no Novo Testamento. Mateus 19.28 emprega-o com referência aos tempos do fim.

Somente em Tito 3,5 refere-se a renovação espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece. O Senhor ‘tirará da sua carne o coração de pedra e lhes dará um coração de carne’ (Ez 11.19).

Deus diz: ‘Espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados… E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo… E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos’ (Ez 36.25-27). Deus colocará a sua lei ‘no seu interior e a escreverá no seu coração’ (Jr 31.33).

Ele ‘circundará o teu coração… para amares ao Senhor’ (Dt 30.6)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 369,370).

Santificação

A doutrina da santificação é uma das mais negligenciadas de nosso púlpito. Apesar disso, sua validade e reivindicações continuam tão eloquentes hoje como nos tempos bíblicos. O que é, todavia, a santificação?

1 –  Definição etimológica.

A palavra santificação, nos seus dois principais termos das Sagradas Escrituras (qōdesh, no A.T., e hagiazō, no N.T.), significam: separação do mundo e consagração a Deus.

2 –  Definição teológica.

Tendo por base a graça divina, a santificação leva o crente a separar-se do mundo, de sua filosofia de vida e de suas vis concupiscências, a fim de consagrar-se totalmente a Deus e ao serviço de seu Reino.

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3 –  A santificação é um processo.

Se a regeneração é um ato instantâneo, a santificação é um processo, através do qual o homem, continuamente, torna-se, pela ação do Espírito Santo, mais parecido com Deus (Pv 4.18; Fp 3.12-14; 2 Co 3.18).

4 –  Os propósitos da santificação.

Levar o homem a identificar-se com o seu Criador (Lv 19.2; Gl 2.19) e constranger o homem a dedicar-se ao serviço de Deus (Êx 19.6).

5 –  Os meios da santificação.

Estes são os meios através dos quais Deus opera, em nós, a santificação: a Palavra (Jo 17.17); o sangue de Jesus (Hb 13.12); o Espírito Santo (2 Ts 2.13); a fé em Deus (At 26.18).

6 – A Doutrina da Santificação

“As palavras hebraicas e gregas para ‘santificação’, ‘santo’, ‘dedicação’, ‘consagração’ e ‘santidade’ estão todas relacionadas à ideia de separação.

De fato, o conceito central do termo ‘santificação’ é separação. Assim, santificar-se é separar-se do pecado a fim de separar-se para Deus e para a adoração e serviço reverentes e jubilosos. Rica tipologia, temos no sacerdócio levítico do Antigo Testamento, bem como nas cerimônias associadas ao Tabernáculo e, mais tarde, ao Templo.

Tudo o que era oferecido a Deus deveria ser separado de modo especial, enfatizando a santidade daquEle que recebia a adoração. Essa dedicação positiva a Deus é sempre a ênfase principal.

Para exemplificar, os vasos santos usados no Tabernáculo e no Templo eram separados do liso comum, ordinário. Não podiam ser usados noutro lugar. Porém, não era isso que os tornava santos.

Só se tornavam santos ao serem levados ao Tabernáculo, ou ao Templo, e usados na adoração ao Senhor”. (Doutrinas Bíblicas: Uma perspectiva Pentecostal. CPAD).

A santificação precisa ser distinguida da justificação. Na justificação, Deus atribui ao crente, no momento em que recebe a Cristo, a própria justiça de Cristo, e a partir de então vê esta pessoa como se ela tivesse morrido, sido sepultada e ressuscitada em novidade de vida em Cristo (Rm 6.6-10).

É uma mudança que ocorre “de uma vez por todas’ na condição legal ou judicial da pessoa de Deus. A santificação, em contraste, é um processo progressivo que ocorre na vida do pecador regenerado, momento a momento.

Na santificação ocorre uma cura substancial da separação que havia ocorrido entre Deus e o homem, entre o homem e os seus companheiros, entre o homem e si mesmo, entre o homem e a natureza” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1762).

Conclusão

Dentre os três aspectos da salvação que vimos (Justificação, Regeneração e Santificação, o homem experimenta no exercício da fé a obra mais espetacular que Deus concebeu a humanidade.

A obra do Espírito não cessa quando a pessoa reconhece sua culpa diante de Deus, mas vai crescendo a cada etapa subsequente. […] No momento da conversão, nascemos de novo, desta vez o nascimento no Espírito.

Ao mesmo tempo, o Espírito nos batiza no corpo de Jesus Cristo, que é a Igreja. Instantaneamente, somos lavados, santificados e justificados, e tudo isto mediante o poder do Espírito.” Leia mais em Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, editado por Stanley Horton, CPAD, pp. 424,25.

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