As Consequências das Escolhas Precipitadas

As consequências das escolhas precipitadas

As consequências das escolhas precipitadas

As consequências das escolhas precipitadas são desastrosas. Na separação de Ló e Abrão, podemos ver o grande contraste entre suas decisões. Ló preferiu agir com base no que lhe era útil; Abrão com base na união.

Em prol da união, Abrão estava disposto a ser passado pra trás (cf. 1 Coríntios 6:1-11, especialmente. o versículo 7). Ele agiu com base na fé no Deus que lhe prometera suprir todas as coisas. Ló preferiu dirigir sua vida sobre a base incerta da segurança financeira. Abrão foi ricamente abençoado, Ló perdeu tudo o que tinha.

Um relato da vida de Abraão e Ló em Síntese

Ló (também conhecido por Lot), personagem bíblico do Antigo Testamento, era, conforme o livro sagrado dos israelitas e cristãos, da linhagem de Sem, neto de Terá, filho de Harã e sobrinho de Abraão.

Origem dos povos Moabitas e Amonitas

A Bíblia é a fonte da história dos patriarcas – entre estes, Abraão. Segundo a Bíblia , Ló é o ancestral dos moabitas e amonitas, povos vizinhos da antiga Israel. Ele morava, conforme os relatos bíblicos, em Ur, junto com seu pai, Harã. Harã morreu em Ur e quando Abraão foi chamado pelo Deus hebreu para ir até Canaã (nome alternativo para Israel), Ló foi junto com ele. Eles foram até Harã, onde ficaram por um tempo (em Harã Terá faleceu com 205 anos de idade). Depois eles foram até Canaã.

Devido à grande quantidade de bens que Abraão e Ló possuíam, os dois se separaram como está em Gênesis 13. Abraão ficou em Canaã e Ló foi se dirigindo para Sodoma. Houve uma guerra pouco tempo depois e Sodoma foi saqueada e Ló foi levado cativo. Ouvindo isso, Abraão junto com 318 homens foram e derrotaram os inimigos, libertando a Ló. Depois disso, Yahweh avisou a Abraão que destruiria as cidades Sodoma e Gomorra, por causa dos seus grandes pecados.

Abraão intercede

Abraão intercedeu por seu sobrinho Ló filho. Dois anjos foram enviados para Sodoma para tirar Ló e sua família de lá. Quando eles saíssem eles não poderiam olhar para a cidade, devendo ir para as montanhas, ou então morreriam. De madrugada, Ló, sua mulher e suas duas filhas deixaram a cidade. “Então o Senhor fez chover fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra”.

Ele destruiu as cidades, o vale, os seus moradores e toda a vegetação da região. Enquanto eles fugiam, a mulher de Ló olhou para trás e foi transformada em uma estátua de sal, que, segundo os antigos israelitas, deu origem a salinidade do Mar Morto.

Segundo israelense, ele foi para uma caverna com suas duas filhas. Pensando ser os únicos sobreviventes no mundo e para continuar a linhagem de Ló, estas o embebedaram, cada uma em uma noite, e se deitaram com o pai. O resultado disso foi o nascimento de Moabe e Ben-Ami, de quem viriam, os moabitas e os amonitas, respectivamente. Amon e Moabe correspondem à atual Jordânia. Wikipédia, a enciclopédia livre.

O fim do relacionamento entre Abraão e seu sobrinho Ló

(Gn 13:5 -7).

Ao saírem de Ur com Terá, Abrão e Ló pareciam inseparáveis, mesmo quando Deus ordenou a Abrão que deixasse seus parentes para trás. Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, e vai para a terra que te mostrarei. (Gênesis 12:1). Contudo, finalmente, os laços entre eles acabam se enfraquecendo.

Basicamente, sua separação foi causada por três fatores, os quais estão registrados nos versículos 5 a 7: Ló, que ia com Abrão, também tinha rebanhos, gado e tendas. E a terra não podia sustentá-los, para que habitassem juntos, porque eram muitos os seus bens; de sorte que não podiam habitar um na companhia do outro.

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Houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló. Nesse tempo os cananeus e os ferezeus habitavam essa terra. (Gênesis 13:5-7).

O primeiro problema foi o sucesso de ambos como pecuaristas.

Os dois, Abrão (13:2) e Ló (13:5), tinham prosperado. Suas manadas e rebanhos se tornaram tão grandes que eles não podiam mais viver juntos (13:6). Esta era uma realidade entre as tribos nômades que precisavam estar sempre se deslocando à procura de pasto para as ovelhas e para o gado.

O segundo problema foi a disputa crescente entre seus pastores (13:7).

Tanto os pastores de um quanto os do outro procuravam água e o melhor pasto para os animais de seu senhor. Essa competição inevitavelmente levou a um conflito entre eles. Não seria ir longe demais sugerir que alguma irritação já se tornara evidente até mesmo entre Abrão e Ló.

Talvez isto esteja implícito nas palavras de Abrão no versículo 8. O que também seria verdade. Sempre que há desentendimento entre os seguidores, com muito mais frequência há também entre os líderes.

Se o primeiro problema foi o sucesso de ambos, e o segundo, consequência dele, o terceiro foi o fato de a terra onde eles habitavam ser dividida com outros povos, ou seja, com cananeus e ferezeus (13:7).

É muito fácil nos esquecermos de que Canaã ainda não pertencia a nenhum dos dois, Abrão ou Ló. Quando eles se separam neste capítulo, cada um segue seu caminho; eles não dividem uma propriedade. Eles estavam vivendo numa terra ocupada por cananeus e ferezeus.

Esse comentário aparentemente casual da pena de Moisés não só nos faz lembrar que Abrão era um peregrino, habitando numa terra que algum dia seria da sua descendência, como também pode sugerir que o desentendimento existente entre ele e Ló foi um triste testemunho para quem os observava.

Tempos antes, Deus tinha dito a Abrão para deixar sua pátria e sua parentela. Naquela época, deixar Ló era principalmente uma questão de princípio.

Abrão precisava deixá-lo porque Deus disse para deixar. Agora, anos mais tarde, com relutância, ele reconhece que a separação é necessária, não por uma questão de princípio, mas por uma questão prática. Leia mais sobre a Fidelidade de Deus.

Argumento Bibliológico

De acordo com os costumes da época, a solução do problema teria sido bastante simples. O líder do clã implementaria a solução que protegesse os próprios interesses com pouca consideração aos interesses do concorrente.

Mas Abraão preferiu dar a vez ao sobrinho. Insistiu que Ló se apartasse do círculo da família de Abraão, mas deu ao homem mais jovem a opção de escolher a região da Palestina para apascentar seus rebanhos.

Disse Abrão a Ló: Não haja contenda entre mim e ti e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos parentes chegados. Acaso não está diante de ti toda a terra? Peço-te que te apartes de mim; se fores para a esquerda, irei para a direita; se fores para a direita, irei para a esquerda. (Gênesis 13:8-9).

Do lugar onde estavam acampados perto de Betel, o vale do Jordão lhes seria visível a leste. Ló escolheu ir nessa direção. Em torno de Jericó, como hoje, os campos eram pontilhados de muitas fontes, e no lado sudeste do mar Morto ribeiros de águas descendo dos altiplanos irrigavam os campos férteis.

A região era tão verdejante que dois símbolos de fertilidade, o jardim do Senhor e a terra do Egito, foram as únicas expressões adequadas para descrevê-la. Isto estava em nítido contraste com a terra seca da região montanhosa da Palestina.

Sodoma

Sodoma, região escolhida por Ló – A tradição localiza Sodoma na extremidade sul do Mar Morto. A desolação e a esterilidade dessa região fornecem um testemunho do julgamento pelo ‘fogo e enxofre’ sofrido por este local.

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Evidências geológicas nessa região de formações de sal, asfalto, enxofre e petróleo confirmam o registro bíblico. A parte oeste da região está dentro das fronteiras da moderna Israel.

A cidade de Sidom funciona como um resort de saúde e um campo de repouso. Uma montanha peculiar quase exclusivamente de puro sal identifica Sodoma, e os guias locais referem-se a ela como ‘a mulher de Ló’.” Para conhecer mais leia, Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.1846.

Neste ponto, Ló não sabia do destino que se abateria sobre a terra que ele acabara de adotar. Mas a história recebe um clima de suspense com a observação de que Sodoma e Gomorra seriam destruídas. Sodoma é mencionada como cidade prejudicial à moral, pois eram maus os varões de Sodoma e grandes pecadores contra o Senhor” (Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol 1.Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 59,70).

Argumento Bíblico Teológico

Levantou Ló os olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra), como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, como quem vai para Zoar. Então, Ló escolheu para si toda a campina do Jordão e partiu para o Oriente. Separaram-se um do outro”. (Gênesis 13:10-11).

As Escrituras declaram que ‘o SENHOR não vê como vê o homem’ (1 Sm 16.7). Ló viu somente a campina bem regada de Sodoma. Deus viu os habitantes daquela cidade como ‘grandes pecadores’ que eram. Ló, ao deixar de discernir e aborrecer o mal, trouxe morte e tragédia a sua própria família.

O grande erro de Ló foi amar as vantagens pessoais, mais do que abominar a iniquidade de Sodoma. Se ele tivesse amado profundamente a retidão, isso o manteria separado dos maus caminhos e daquela geração ímpia.

Ele, porém, tolerou o mal e optou por morar na cidade decaída de Sodoma. Talvez tenha raciocinado que as vantagens materiais, a cultura e os prazeres de Sodoma compensariam os perigos, e que ele tinha forças espirituais suficientes para permanecer fiel a Deus.

A escolha de Ló conduziu sua família para o meio do pecado

Com isso em mente, ele juntamente com sua família, ficaram expostos à imoralidade e à impiedade de Sodoma. Só, então, ele aprendeu a amarga lição de que sua família não era forte o suficiente para resistir às influências malignas de Sodoma.

Os pais de família devem tomar cuidado para não se envolverem de igual modo, nem a seus filhos, com nenhuma ‘Sodoma’, para  não se arruinarem espiritualmente, como aconteceu à família de Ló” (Bíblia de Estudo Pentecostal.  Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.52).

“Deus disse a Abraão que deixasse a sua parentela e fosse para Canaã (Gn 12.1), mas o patriarca levou consigo seu sobrinho Ló. Entretanto, a separação de Ló foi necessária para assegurar as bênçãos materiais e espirituais prometidas por Deus a Abraão. Seus rebanhos cresceram bastante. Com isso, compartilhar pasto e água passou a gerar conflitos familiares.

Logo fez-se necessária a separação entre tio e  sobrinho. Deus convida Abraão a peregrinar por toda a terra e declara: ‘toda esta terra que vês te hei de  dar a ti e à tua semente, para sempre’ (Gn 13.14-18)” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 34).

O resultado da escolha de Abraão

É interessante que Deus só fala com Abrão (pelo menos, no que se refere à Escritura) após ele tomar a decisão de se separar. Isso não foi casual, mas fundamental, pois lemos: “Disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se separou dele…” (Gênesis 13:14). Até onde podemos ver, o chamado de Deus a Abrão (12:1-3) foi só para ele. Assim como a confirmação no capítulo 13.

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Deus lhe disse para deixar sua parentela (12:1). A bênção não poderia vir sem a obediência à Sua vontade revelada; nem a restauração. Em termos humanos, a única coisa que ficou no caminho da bênção divina foi a desobediência humana. Providencialmente, Deus remove essa barreira ao separar Ló de Abrão, e então, Ele reafirma Sua promessa.

Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre. Farei a tua descendência como o pó da terra, então se contará também a tua descendência. Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na sua largura, porque eu ta darei. (Gênesis 13:14b-17).

A escolha de Ló

Ló tinha “erguido seus olhos” (versículo 10) e contemplado a terra antes de Abrão, com os olhos de alguém que avalia uma promessa financeira; Abrão recebe ordem de olhar para a promessa de Deus com os olhos da . Talvez Abrão estivesse em um lugar elevado, examinando a terra que era sua, e também, quem sabe, a terra escolhida por Ló.

Se eu estivesse no lugar dele, muitos pensamentos teriam passado pela minha cabeça. Será que eu tinha desistido da minha oportunidade de ouro? Sarai não achava que eu tinha feito papel de tolo? Teria eu falhado com ela? Teria falhado com Deus quando tomei minha decisão? Uma olhada no verde exuberante da campina do Jordão, em contraste com o marrom estéril das colinas áridas, poderia ter inspirado esse tipo de pensamento.

Contudo, Deus garantiu a Abrão que toda a terra que ele estava contemplando lhe seria dada. Ló podia ter escolhido viver em Sodoma, mas Deus não lhe dera a posse da terra, e nem a daria. Ló seria um peregrino em Sodoma (cf. 19:9), e por muito pouco tempo. Dar a vantagem a Ló não foi desistir das esperanças para o futuro, pois, em última análise, é Deus quem dá bênçãos aos homens por Sua escolha soberana.

A bênção de Abraão

Enquanto Abrão olhava a terra, talvez ele tenha visto a rica lama negra do vale do Jordão para onde Ló se dirigiu. Talvez ele tenha visto também a poeira que se levantava ao seu redor, tipificando a terra onde viveria.

No entanto, Deus usou esse pó como testemunho das bênçãos por vir. Sua descendência seria tão abundante quanto o pó que dominava aquela terra. Abrão não devia mais olhar para ele com dúvida, mas com esperança, pois ele ia ser o símbolo das bênçãos futuras.

A palavra final de Deus a Abrão nesta visitação foi que ele devia avaliar a terra que um dia seria sua. Por enquanto ele não devia possuí-la, só examiná-la com os olhos da fé.

A promessa “porque eu ta darei” (versículo 17) é futura. Ela só foi cumprida quando os Israelitas, sob a liderança de Josué, ocuparam a terra. Leva tempo tomar posse das promessas de Deus, pois é assim que Ele tem planejado.

Como Deus é gracioso ao falar palavras de conforto e segurança quando todas as bênçãos parecem fora de alcance! Como é bom ser relembrado de que a Sua Palavra é fiel e suas promessas são tão certas quanto Ele é soberano! Vale a pena esperar no Senhor e não dar lugar a precipitação, pois sendo assim, tudo contribui para o decreto com que Deus o tem chamado.

Conclusão

Portanto, devemos entender que as decisões tomadas por Abrão e por Ló são as mesmas que todos os cristãos precisam tomar. Precisamos decidir se confiamos na soberania de Deus ou na nossa própria astúcia e engenhosidade.

Precisamos resolver se confiamos na “instabilidade da riqueza” ou no Deus que “tudo nos proporciona ricamente” (1 Timóteo 6:17). Precisamos escolher se investimos nos “prazeres passageiros do pecado” ou no futuro “galardão” prometido por Deus (Hebreus 11:25-26).

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