Paciência evitando as dissensões
É dever de todo crente agir com paciência evitando as dissensões, pois as tais são obras impuras e que não tem a aprovação de Deus.
Nos embates da vida tomemos como exemplo a paciência do Patriarca Jó que mesmo em meio as calamidades, provou a sua designação para com Deus.
Texto Bíblico Tiago 5.7- 11
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Definindo o Termo
Dissensões (gr. dichostasia), i.e., introduzir ensinos cismáticos na congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus (Rm 16.17).
Dis.sen.são, Substantivo feminino – falta de concordância a respeito de (algo); divergência, discrepância, estado de litígio; desavença, conflito, disputa. As dissensões entre os nobres na Idade Média prejudicavam o povo – característica daquilo que discrepa; oposição.
Relato de Dissensões na Igreja de Corinto
Como os crentes de Corinto, constantemente nos achamos em luta contra dois inimigos: o mundanismo e a carnalidade. O primeiro é exterior, e o segundo, interior.
Os coríntios raramente os venciam; frequentemente sucumbiam a ambos. Em consequência, cometiam sérios pecados, um após outro. Quase toda a primeira epístola visa identificá-los e corrigi-los.
O pecado das divisões na igreja coríntia foi acompanhado de outros pecados, pois estão sempre inter-relacionados. Não existe pecado isolado – um leva a outro, e o segundo reforça o primeiro.
Cada pecado é uma combinação de pecados. A primeira epístola aos coríntios confirma essa realidade e nos exorta a cortar o mal pela raiz.
1 – A manifestação da carnalidade (1Co 3.1-9)
Antes, o apóstolo mostrou que a causa de existirem divisões na igreja de Corinto era o mundanismo – eles continuavam a prezar a sabedoria humana. Agora, ele aponta a carnalidade como a razão de criarem partidos.
2 – A causa da existência dos partidos (1Co 3.1-3)
O motivo do partidarismo não era somente externo – a influência do mundanismo; mas também interno – a carnalidade. Os coríntios não só haviam sucumbido às pressões do mundo, mas também haviam sido seduzidos pela própria carne.
Antes de começar a repreender os coríntios, Paulo os chama de “irmãos”. Isso é a indicação de que eram salvos por Cristo, e que o apóstolo assim os considerava.
Entretanto, não podia diminuir a gravidade do pecado que haviam cometido. Não convinha dirigir-se a eles como crentes“ espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo” (1Co 3.1).
O crente espiritual é aquele que se deixa controlar pelo Espírito, enquanto o crente carnal se entrega ao controle da sua natureza carnal (Rm 8.9,14).
Quando ainda eram “crianças”, os coríntios haviam recebido o alimento adequado ao nível espiritual em que se encontravam. Agora, porém, passado algum tempo, já deviam estar preparados para receber doutrina mais difícil de digerir. Entretanto, não podiam, porque ainda agiam como crianças espirituais (1Co 3.2).
O cristão cresce quando caminha dirigido pelo Espírito, mas estaciona no crescimento espiritual quando se deixa dirigir pela carne, pois são duas forças opostas entre si (Gl 5.16-17).
A carnalidade do cristão não é um estado absoluto, no qual permanece, mas um comportamento ocasional, quando prevalece o comando da carne (Rm 8.5-14).
3 – As manifestações da carne (1Co 3.3-4)
A carnalidade não é inevitável. É uma questão de escolha. Os cristãos de Corinto não cresciam porque alimentavam os apetites carnais.
Era por essa causa que a congregação de Corinto colocava em evidência os ciúmes e as contendas. O ciúme é a atitude ou a condição emocional interna; e a contenda é a ação que resulta dela ou a sua expressão exterior.
O primeiro se revela como forma de egoísmo, que é uma característica comum às crianças, e não aos adultos! Crentes maduros são altruístas.
Essas duas manifestações são sintomas carnais mais destrutivos do que se possa pensar. Entre outras coisas, causaram as divisões na igreja de Corinto.
Quando a congregação desenvolveu lealdade em torno de indivíduos, foi manifesto o ciúme entre os grupos, e surgiram as contendas (1 Co 3.4). https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/carnalidade-imaturidade-e-divisoes/. Pr. Vanderli Lima Carreiro.
Paciência ou Longanimidade
Paciência
Esta virtude trata da longanimidade, calma e autodomínio. Paciência é a perseverança ou a capacidade de suportar as circunstâncias adversas.
É manifestada nos atributos de DEUS conforme descritos em Êxodo 34.6 — misericordioso, piedoso, tardio em iras, beneficente, verdadeiro, perdoador.
A pessoa que manifesta a benignidade possui uma disposição graciosa, a qual abrange ternura, compaixão e brandura, e flui da pureza interior.
Ela nos predispõe a fazer o que é bom. A benignidade está estreitamente associada à bondade, isto é, à prática de ações benignas.
Esta característica é a prática ou expressão da benignidade — fazer o que é bom. Inclui servir aos outros e ser generoso. Pode ser afável e forte, mas também implica repreensão e disciplina com a finalidade de conduzir ao arrependimento e ao perdão.
Esta é a qualidade de quem possui fé. Fidelidade está relacionada à probidade, integridade, fidedignidade, lealdade, honestidade e sinceridade.
A fidelidade baseia-se em nossa confiança de que JESUS nos salva e em nossa absoluta rendição a Ele como nosso Senhor e Salvador. O indivíduo fiel é digno de crédito — age corretamente e cumpre suas promessas.
É fiel na mordomia — realiza a obra de DEUS de maneira diligente, porquanto reconhece que seu tempo, talentos e posses pertencem ao Senhor. Paciência evitando as dissensões. Leia mais sobre a formação do caráter cristão.
Argumento Teológico
Tiago começa a carta encorajando os leitores a que aceitem com alegria as provações que são permitidas por Deus para dar-lhes maturidade.
A partir daí, passa a mencionar as fontes que nos permitem suportaras perseguições duras e continuadas. Tiago adverte os ricos que oprimem os pobres. Os ricos, que hoje vivem na opulência, enfrentarão com certeza o juízo por maltratarem os inocentes (5.1-6).
Nesse clima, os crentes devem ser pacientes, mantendo-se firmes até a Volta do Senhor. A certeza de que o Juiz está às portas, nos conforta e encoraja (vv.7-9).
Entrementes, os crentes podem encontrar conforto no exemplo de outros. Como em Jó, que viveu no sofrimento e emergiu da experiência da misericórdia de Deus (vv.10 – 11).
Na medida em que perseveramos devemos permanecer inabalavelmente comprometidos em falar e viver a verdade (v.12). Os crentes também dispõem do recurso da oração.
Quando oferecida por uma pessoa justa, produz efeito grande e poderoso sobre a nossa experiência aqui e agora (vv. 13-18). Finalmente, cada um de nós é um manancial para os outros.
Quando uma pessoa se extravia devemos buscá-la e trazê-la de volta para uma vida em consonância com a verdade de Deus (vv, 19-20)” (RlCHARDS, Lawrence O. Guia do leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.875).
1 – Longanimidade
A palavra grega makrothümia refere-se à paciência que temos com nosso próximo. Ser longânimo é tolerar a má conduta dos outros contra nós, sem nunca buscar vingança.
Em pouco tempo, os cristãos em Roma passariam por perseguições. Sob tensão e sofrimento, os cristãos podem vir a ter menos paciência uns com os outros, de modo que Paulo conclama: ‘Sede pacientes na tribulação’ (Rm 12.12).
Ao ensinar sobre os dons, Paulo inicia tratando da paciência com pessoas e termina com a paciência nas circunstâncias (1Co 13.4,7). Para conhecer mais, leia Teologia Sistemática:Um perspectiva Pentecostal, CPAD,p.489).
2 – Ainda sois carnais (Tg 3.3).
A palavra aqui é sarkitos, que significa ‘carnal’ ou ‘da carne’. Embora possuam o Espírito, os coríntios não viviam pelo Espírito; sua perspectiva e comportamento expressam a natureza pecaminosa da humanidade.
Embora a tradução da NVI como ‘mundanos’ seja inadequada, ela nos lembra uma verdade importante. As coisas mundanas não são apenas aquelas que os cristãos ‘não devem fazer’, tais como fumar, beber, etc.
As coisas mundanas estão relacionadas com ‘agir como meros homens’ (3.3), movidos pelos impulsos egoístas que guiam a humanidade perdida (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro; CPAD, 2007, p.328).
A paciência
“A ‘paciência’ (makrothumia) é seguramente o fruto que torna o homem semelhante a Deus. Como ocorre em outros termos, esta é característica de Deus; e do homem, segundo Deus quer que ele seja.
Como Deus é paciente com os homens, então eles são pacientes nEle, tanto quanto em relação a seus semelhantes; pois as circunstâncias e os acontecimentos estão nas mãos de Deus.
Esta virtude bíblica vital não deve ser confundida com mera disposição tranquila, que permanece impassível diante de toda e qualquer perturbação. Tal modo de vida é mais uma característica nativa da personalidade do que uma qualidade do espírito.
Longanimidade é exatamente o que a palavra sugere: ânimo longo, firmeza de ânimo, constância de ânimo, alguém que permanece animado por muito tempo sem se deixar abater.
Sua essência primária é a perseverança (Desistir? Nunca!), suportando as pessoas e as circunstâncias. Como Deus é longânimo para conosco (1Tm 1.12-16), assim devemos ser longânimos para com nossos semelhantes (Ef 4.2), nunca admitindo a derrota por mais que os homens sejam irracionais e difíceis (cf. 1Ts 5.4).
É este tipo de paciência que reflete verdadeiramente o amor cristão (ágape; cf. 1Co 13.4). Tal amor paciente não é nossa realização. É o trabalho de Deus no coração dos homens, pois é o fruto do Espírito” (Comentário Bíblico Beacon — Calotas a Filemom. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.75). Leia mais sobre O Propósito do Fruto do Espírito.
Conclusão
A impaciência de Saul e a sua desobediência o levaram a perder o trono e a alma. A dissensão é uma situação que pode se instalar rapidamente entre as pessoas quando prevalece uma atitude desagradável.
Mantenhamos a paciência como fruto do Espírito, pois a mesma nos ajuda em nossa espiritualidade enquanto aguardamos a volta de Cristo. Viver com paciência evitando as dissensões.