As Obras da Carne e o Fruto do Espírito

As obras da carne e o fruto do Espírito

As Obras da Carne e o Fruto do Espírito

As obras da carne e o fruto de Espírito é um tema de grande relevância para a vida cristã, e trataremos nesse artigo, da oposição entre as obras da carne e a vontade de Deus, e também do Fruto do Espírito, o qual refere-se à habitação e obra do Espírito no interior do crente, visando formar o caráter de Cristo em sua vida.

É inegável a influência do pecado no mundo longe de Deus. Portanto, é necessário discorrermos a respeito do assunto nesses tempos tão difíceis para o povo de Deus, afim de alertar a cada crente a viver em santificação, cheio do Espírito Santo e produzindo o fruto do Espírito.

Texto Bíblico (Gálatas 5.16-26). 

As Obras da Carne

O conceito de carne na Carta de Paulo aos Romanos

(Rm 8.3). O conceito Paulino de “carne” em Romanos pode aplicar-se à humanidade (Rm 3.20), à natureza humana (1.3), ao corpo (2.28), à descendência de um homem (4.1), à fragilidade humana (6.19), à velha natureza do crente (6.6; 7.18,25) e ao homem não regenerado (8.8).

No v.3 diz respeito à natureza humana de Cristo (8.3). Ver 1Jo 3.5; 1Pe 2.22; 2Co 5.21.

O Conflito da Carne

“Não cumprireis a concupiscência da carne

Quando nos tornamos crentes, a nossa natureza pecadora continua existindo. Isso exige do salvo um cuidado redobrado em toda sua vida.

Mas Deus nos pede que coloquemos a nossa natureza pecadora sob o controle do Espírito Santo de modo que Ele possa transformá-la. Este é um processo sobrenatural.

Nunca devemos subestimar o poder da nossa natureza pecadora, e nunca devemos tentar combatê-la com as nossas próprias forças.

Satanás, o inimigo de nossas almas, é um tentador ardiloso, e temos uma capacidade ilimitada de inventar desculpas e fugir de nossas responsabilidades enquanto cristão.

Ao invés de tentar superar o pecado com a nossa própria força de vontade (o que é impossível), devemos usufruir do grande poder de Cristo. Deus permite a vitória sobre a nossa natureza pecadora — Ele envia o Espírito Santo para residir em nós e nos capacitar.

Mas a nossa capacidade de resistir aos desejos da natureza pecadora irá depender do quanto estamos dispostos a ‘viver de acordo’ com o Espírito Santo. Para cada crente, este processo diário requer decisões constantes” (Comentário do Novo Testamento: Aplicação pessoal. Volume 2. RJ: CPAD, 2010, p.294).

A Lei da Carne

“Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne (Gl 5.16)

O texto original apresenta ‘andai (peripateite) em Espírito’. Esta frase reflete uma expressão idiomática comum em hebraico, na qual ‘andar’ significa ‘conduzir a própria vida’.

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Os judaizantes disseram aos gálatas que conduzissem as suas vidas observando a Lei. Mas Paulo argumentou que a lei não tem papel algum na vida do cristão.

A pessoa que procura ser ‘justificada pela lei’ (5.4) cai da graça, e se separa de Cristo como a fonte da vida justa. Em Romanos 7.4-6, Paulo vai ainda mais adiante, e diz que a natureza pecadora (sarx, a carne) na verdade é energizada (ou estimulada) pela Lei.

Então, o que o cristão deve fazer? O cristão deve conduzir sua vida observando não a Lei, mas o Espírito de Deus.

Pois, Paulo promete, a pessoa que olhar para o Espírito (confiar nEle) ‘não cumprirá a concupiscência da carne [sarx]’” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. RJ: CPAD, 2012, p.412).

A Palavra de Deus é absoluta ao declarar que “os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21b). Estas obras da carne são características dos que vivem em pecado (Rm 7.20). Ou seja, se vivermos segundo as obras da carne, automaticamente estamos separados da presença de Deus.

Carnais e espirituais (Rm 8.5, 6).

O apóstolo fala de dois grupos de pessoas, os carnais e os espirituais. Cabe a cada crente fazer uma análise introspectiva para verificar se suas inclinações são carnais ou espirituais.

O homem é aquilo que imagina a sua alma (Pv 23.7). Jesus afirmou que o homem fala daquilo que o seu coração estiver cheio (Lc 6.45).

O pensamento do homem norteia o seu comportamento. Se a mente é carnal, seu comportamento é carnal, resultando em morte; se a mente é espiritual, seu comportamento é espiritual, resultando em vida e paz.

O Fruto do Espírito

O termo fruto no Novo Testamento é a tradução do original karpos, que tanto pode significar “o fruto”, quanto “dar fruto”, “frutificar” ou ser “frutífero” (Mt 12.33; 13.23; At 14.17).

Na Bíblia, também é empregado em sentido figurado para indicar o resultado de algo, por exemplo: o produto do ventre e dos animais (Dt 28.11); o caráter do justo (Sl 1.30; Pv 11.30); a índole do ímpio e as atitudes dos homens (Pv 1.29-32; Jr 32.19); a mentira (Os 10.13); a santificação (Rm 6.22); a justiça (Fp 1.11), o arrependimento (Lc 3.8) etc.

No texto de João 15, Jesus se apresenta como a Videira Verdadeira e utiliza-se de uma simbologia já existente no Antigo Testamento, onde a árvore representa o homem (Jz 9.7-15; Sl 1.3), e a vinha, Israel (Is 5.1-7; Jr 2.21; Os 10.1).

A árvore produz fruto segundo a sua espécie (Gn 1.11). Espécie, no original, mim, designa “especificação” ou “ordem”, portanto, a qualidade do fruto aponta para o caráter de sua árvore (Gn 1.12; Mt 7.17,18). Logo, o crente regenerado pelo Espírito Santo deve originar fruto que dignifique e reflita o caráter moral de Cristo.

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O princípio do Fruto do Espírito

O princípio da frutificação encontra-se em Gênesis 1.11. Note que cada planta e árvore devia produzir fruto segundo a sua espécie.

A frutificação espiritual segue a mesma regra. João Batista exigiu de seus discípulos: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8). Em João 15.1-16, Jesus enfatizou este princípio esclarecendo aos seus seguidores que, a fim de se desenvolverem espiritualmente, precisavam apresentar abundante fruto para Deus.

De que tipo de fruto Jesus estava falando? A resposta encontra-se em Gálatas 5.22. Por conseguinte, o fruto do Espírito desenvolve no crente um caráter semelhante ao de Cristo, que reflete a imagem de sua pessoa e a natureza santa de Deus. Leia mais sobre o Propósito do Fruto do Espírito.

A Vida Controlada pelo Espírito

 1. Vida frutífera.

Quando o crente não se submete ao Espírito, cede aos desejos da natureza pecaminosa. Mas, ao permitir que Ele controle sua vida, torna-se um solo fértil, onde o fruto é produzido. Mediante o Espírito, conseguimos vencer os desejos da carne e viver uma vida frutífera.

a) Segredo da batalha espiritual. Para ser vencedor nesta batalha, o segredo é andar no Espírito (Gl 5.24,25). Como fazemos isto? Ouvindo a sua voz, seguindo a sua liderança, obedecendo às suas ordens, confiando nEle e dependendo dEle.

b) Fruto e obras. Para mostrar o quanto é acentuado o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito, o escritor aos Gálatas alistou-os no mesmo capítulo (Gl 5).

Desde que o Espírito Santo dirija e influencie o crente, o fruto se manifestará naturalmente nele (Rm 8.5-10). Da mesma maneira acontece ao ímpio, cuja natureza pecaminosa é quem o governa.

c) Fruto conforme a espécie. Cada um produz fruto segundo a sua espécie. Em João 14.16, lemos as palavras de Jesus aos discípulos: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”.

A palavra outro, no original, denota “outro da mesma espécie”. O Espírito Santo é da mesma espécie que Jesus. Logo, é de sua natureza produzir um caráter semelhante ao de Cristo no crente. É da natureza da carne pecaminosa produzir maldade.

A Palavra de Deus é absoluta ao declarar que “os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21b). Estas obras da carne são características dos que vivem em pecado (Rm 7.20).

2. Maturidade e equilíbrio cristãos.

A Palavra de Deus afirma que o crente é recompensado ao dar toda a liberdade ao Espírito Santo para produzir, em seu interior, as qualidades de Cristo.

O capítulo 1 de 2 Pedro trata da necessidade de o crente desenvolver as dimensões espirituais da vida cristã. Com este crescimento, vem a maturidade e a estabilidade fundamentais para uma vida vitoriosa sobre a natureza velha e pecaminosa do homem (2Pe 1.10b.11).

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A singularidade do Caráter Cristão

1. A pessoa é identificada pelo seu fruto.

Em Mateus 7.15-23, deparamo-nos com declarações notáveis, proferidas pelo Mestre, acerca da importância do caráter. Assim como nós, os falsos profetas são reconhecidos pelo tipo de fruto que produzem (Mt 7.16-19).

2. Os sinais contestados pelo fruto.

Jesus acrescentou que algumas pessoas fariam muitas maravilhas, expulsariam demônios em seu nome, porém, Ele jamais as conheceria (Mt 7.22,23). Como é possível? A resposta é encontrada em 2 Tessalonicenses 2.9.

Este trecho bíblico comprova ser possível Satanás imitar milagres e dons do Espírito. Contudo, o fruto do Espírito é a marca daqueles que possuem comunhão com o Senhor (Mt 7.17,18; 1Jo 4.8), e jamais poderá ser imitado.

Os propósitos da Frutificação Espiritual

Ao considerarmos os propósitos da frutificação espiritual, constataremos quatro palavras relacionadas ao fruto do Espírito: expressão, discipulado, bênção e glória.

1. Expressar o caráter de Cristo.

Todo fruto revela sua árvore de origem. Da mesma maneira, como membros do corpo de Cristo, devemos refletir naturalmente o seu caráter para que o mundo o veja em nós.

Quando as pessoas tomam conhecimento de nossa confissão cristã, podemos vir a ser a única bíblia que muitas delas “lerão”.

2. Evidenciar o discipulado.

Jesus ensinou que devemos dar “muito fruto” a fim de confirmarmos que somos seus discípulos (Jo 15.8). Ele ressaltou que todo discípulo bem instruído será como o seu mestre (Lc 6.40).

Isto significa que não é o bastante aceitar Jesus para afirmar: “Veja, sou crente! ” Ele deseja que produzamos muito fruto. Se assim fizermos, estaremos demonstrando que verdadeiramente somos seus discípulos.

3 – Abençoar outras pessoas.

A manifestação do fruto abençoa os ímpios que nos cercam e também os crentes que veem a evidência do fruto espiritual em nós.

4. Glorificar a Deus (Jo 15.8).

O fruto do Espírito é o resultado de uma vida abundante em Cristo. Quando permitimos que a imagem dEle seja refletida em nós, as pessoas glorificam a Deus (Mt 5.16).

Conclusão

As obras da carne e o fruto do Espírito são oposto e não estarão juntos na vida do cristão. È uma relação conflitante e cabe a cada crente lutar diariamente contra as obras da carne e estar cheios do Espírito Santo.

Ao descrever este conjunto de opostos, Paulo nos lembra de verdades vitais e maravilhosas. O que não conseguimos fazer, Deus consegue e fará, tanto em nós quanto para nós.

Nunca nos tornaremos as pessoas verdadeiramente boas que desejamos ser, tentando obedecer à Lei de Deus. Mas, nos tornaremos gradativamente mais justos à medida que confiarmos no Espírito de Deus para nos orientar e capacitar” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.414).

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