A Formação do Caráter Cristão

Formação do Caráter Cristão

A Formação do Caráter Cristão

Deus planejou de forma maravilhosa a vida do homem e o criou com um caráter íntegro.

Porém o pecado corrompeu o caráter humano, e isso afetou diretamente a formação do caráter cristão, o afastando da presença de Deus.

Eu me alimento das mãos de Deus

Assim, só o poder do Evangelho de Cristo é capaz de transformar e aperfeiçoar o caráter humano para um novo relacionamento com Deus e com o próximo, de forma íntegra e respeitosa.

Texto Bíblico (Efésios 4.17-24).

Definição de Caráter

Segundo o Dicionário Aurélio, caráter é “o conjunto das qualidades (boas ou más) de um indivíduo, e que lhe determinam a conduta e a concepção moral”. O caráter é a característica responsável pela ação, reação e expressão máxima da personalidade.

É a maneira de cada pessoa agir e expressar-se. Tem a ver com os princípios, valores e ética de cada um. Muitos fatores podem influenciar a formação do caráter cristão.

O Caráter pode também representar o conjunto das qualidades de uma pessoa que determina sua conduta em relação a Deus, a si mesma e ao próximo. Então, caráter de uma pessoa, portanto, não apenas define quem ela é, mas também descreve seu estado moral e a distingue das demais de seu grupo (Pv 11.17; 12.2; 14.14; 20.27).

Caráter moral

Do lat. Charactere do gr. kharacktér, marca, sinal de distinção. Natureza básica do ser humano que o torna responsável por seus atos tanto diante de Deus como diante de seus semelhantes.

O caráter moral tem como ressonância elementar a consciência que, como a voz secreta que temos na alma, aprova ou reprova nossas ações. Para conhecer mais leia, Dicionário Teológico, Claudionor de Andrade, CPAD, p. 75.

A Bíblia é farta de ensinamentos referentes à virtude, à moral e ao caráter cristão. Os preceitos da Lei, especialmente os do Decálogo (Êx 20), as mensagens éticas dos profetas (Is 10.1,2; Hc 2), os ensinos de Jesus (Mt 5-7), e as doutrinas exaradas nas epístolas (Rm 12.9-21; 1 Pe 3.8-16), revelam a vontade Deus para a vida moral do homem (2 Tm 3.16).

Personalidade e caráter.

A personalidade pode ser definida como sendo a qualidade do que é pessoal. Ela é a nossa maneira de ser, ou seja, aquilo que nos distingue de outra pessoa. O caráter não é herdado.

Ele é construído mediante a formação que recebemos. Por isso, a Palavra de Deus adverte: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se esquecerá dele” (Pv 22.6).

O temperamento refere-se ao estado de humor e às reações emocionais de uma pessoa – o modo de ser. A personalidade envolve a emoção, vontade e inteligência de uma pessoa – aquilo que o indivíduo é.

Eu me alimento das mãos de Deus

O caráter, influenciado pelo temperamento e personalidade, é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina-lhe a conduta – como a pessoa age.

A formação do caráter cristão quando está sob o cuidado do Espírito Santo de Deus, transforma verdadeiramente o cristão e lhe garante uma vida integra na sociedade terrena, e vida eterna na mansões celestiais.

A Corrupção da Queda

A Queda

O primeiro pecado da humanidade abrangeu todos os demais pecados: a afronta e desobediência a Deus, o orgulho, a incredulidade, desejos errados, o desviar outras pessoas, assassinato em massa da posteridade e a submissão voluntária ao Diabo. As consequências imediatas foram numerosas e extensivas.

O relacionamento entre Deus e os homens, de franca comunhão, amor, confiança e segurança, foi trocado por isolamento, autodefesa, culpa e banimento.

Adão e Eva bem como o relacionamento entre eles, entram em degeneração. A intimidade e a inocência cederam lugar à acusação. Seu desejo rebelde pela independência resultou em dores de parto, labuta e morte.

Seus olhos realmente foram abertos, e eles conheceram o bem e o mal, mas era pesado esse conhecimento sem o equilíbrio de outros atributos divinos, como o amor, a sabedoria e o conhecimento.

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A criação, confiada aos cuidados de Adão, foi amaldiçoada, gemendo pela libertação dos resultados da infidelidade dele. Por estar a natureza humana tão deteriorada pela Queda, pessoa alguma tem a capacidade de fazer o que é espiritualmente bom sem a ajuda graciosa de Deus.

A esta condição chamamos corrupção total— ou depravação — da natureza” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 268).

A despeito de ter sido criado à imagem e semelhança de Deus: santo, justo e perfeito (Gn 1.26,27; Ec 7.29; Ef 4.24), o homem não permaneceu nessa condição. Atingido pelo pecado, teve sua natureza moral corrompida (Rm 1.18-32), necessitando assim da nova vida em Cristo (2 Co 5.17).

Eu me alimento das mãos de Deus

O Valor da Redenção

1 – A Redenção

A Bíblia também emprega a metáfora do resgate ou da redenção para descrever a obra salvífica de Cristo. O tema aparece muito mais frequentemente no Antigo Testamento que no Novo.

O tema aparece muitas vezes no Antigo Testamento, referindo-se aos ritos da ‘redenção’ no tocante às pessoas ou aos bens. O próprio Deus é o Redentor do seu povo, e eles são os redimidos.

O Senhor tomou medidas para redimir os primogênitos. Ele redimiu Israel do Egito e também os remirá do exílio.

Às vezes Deus redime um indivíduo; ou um indivíduo ora, pedindo a redenção divina. Mas a obra divina na redenção é primeiramente moral no seu escopo. Em alguns textos bíblicos, a redenção claramente diz respeito aos assuntos morais.

Salmos 130.8 diz: ‘Ele remirá a Israel de todas as suas iniquidades’. Isaías diz que somente os ‘remidos’, os ‘resgatados’, andarão pelo chamado ‘O Caminho Santo’ (Is 35.8-10). Diz ainda que a ‘filha de Sião’ será chamada ‘povo santo, os redimidos do senhor’.

O Resgatador

No Novo Testamento, Jesus é tanto o “Resgatador” quanto o ‘resgate’; os pecadores são ‘resgatados’. Ele declara que veio ‘para dar a sua vida em resgate [gr. lutron] de muitos (Mt 20.28; Mc 10.45).

Era um ‘livramento [gr. apolutõsis] efetivado mediante a morte de Cristo, que libertou da ira retributiva de Deus e da penalidade merecida pelo pecado. Todos pecaram, havendo portanto, a necessidade universal de Salvação em Jesus Cristo.

Paulo liga nossa justificação e o perdão dos pecados à redenção que há em Cristo. Diz que Cristo ‘para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção’ (1Co 1.30).

Diz também que Cristo ‘se deu a si mesmo em preço de redenção por todos (1Tm 2.6)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 356,357).

Ao aceitar a Cristo como Salvador, o homem recebe da parte de Deus um novo caráter (2 Co 5.17). O Espírito Santo, por meio de suas ministrações (Rm 8.1-17; Gl 5.22-26), aperfeiçoa-o gradualmente (2 Co 3.18; 1 Pe 1.2).

Na continuação, o Espírito da Verdade passa a controlá-lo por completo, de modo que suas ações passam a ser moldadas por Ele (Rm 8.5-11). Uma vez que a imagem perdida no Éden fora restaurada, o homem passa a experimentar e demonstrar uma vida de integridade (Gn 3.11-13; Rm 5.12; 1 Co 15.22,45; Ef 4.23,24).

Devemos olhar para Jesus Cristo, o modelo supremo de caráter e autor e consumador da nossa .

Características do Mau Caráter

1 – Insensibilidade moral.

O pecado tem subtraído do ser humano toda a sua sensibilidade concernente aos princípios e valores morais. Sem que se perceba, sua natureza moral é corrompida (Rm 1.18-32), seu coração é endurecido (Hb 3.7-19) e sua consciência é cauterizada (1 Tm 4.2; Ef 4.18).

É nesse ponto que o homem se torna insensível à voz do Espírito, passando a praticar todo tipo de pecado, entristecendo ao Todo-Poderoso (Ef 4.31).

Portanto, é dever de todos os crentes observarem os limites estabelecidos pela Palavra de Deus, para que vivam “como astros no mundo” (Fp 2.15).

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2 –  Permissividade.

É o que acontece quando o homem não resiste às forças do mal (Rm 12.2; Tg 4.7; 1 Pe 5.8,9). Há crentes aceitando e outros até buscando no comércio e na sociedade, o que Jesus terminantemente rejeitou no deserto (Mt 4.3-11).

3 –  Mentira.

Há muitas formas de mentira. Uma informação falsa passada como se fosse verdadeira constitui uma mentira. Alguém já disse que a mentira é qual cabo de ferramenta que dá em qualquer uma delas.

É um tipo de pecado que permeia toda a raça humana em todas as épocas, culturas e civilizações (Sl 116.11). A mentira é do Diabo (Jo 8.44). Mas, Cristo é a Verdade que liberta (Jo 3.16; 8.32,36) e conduz o homem a uma vida pautada na realidade.

4 –  Malícia.

As palavras são o instrumento pelo qual o ser humano manifesta seus pensamentos, sentimentos, ideias e desejos, conforme as circunstâncias em que vive e com que se defronta (Mt 15.11,18-20).

O que o homem pensa e fala reflete seu caráter (Sl 5.9; 7.9). A malícia é um pecado que macula e subverte o caráter cristão (Rm 1.29). Os maliciosos geralmente pensam e falam o pior acerca dos outros e veem maldade em tudo (Sl 10.7; Lc 11.39). Para os tais, nada é puro (Tt 1.15).

A fim de estarmos comprometidos com os valores celestiais (Fp 4.8; Cl 3.2,3), a Palavra de Deus nos admoesta a abandonarmos definitivamente toda malícia (1 Co 14.20; Ef 4.31; Cl 3.8; Tt 3.3-5; 1 Pe 2.1-3).

5 –  Concupiscência.

Trata-se dos desejos desenfreados, malignos, impuros, corruptores e pecaminosos que afetam o caráter do homem (Rm 1.24; Cl 3.5; 1 Pe 2.11; 1 Jo 2.15-17).

A concupiscência se manifesta mediante o desejo descontrolado pelas coisas naturais desta vida a ponto de conduzir o indivíduo à satisfação desses impulsos por meios imorais e ilícitos (Tg 1.14,15).

A Bíblia afirma que a única maneira eficaz de se vencer a concupiscência é andar no Espírito (Gl 5.16).

6 –  Cobiça.

A cobiça é um desejo impetuoso e desequilibrado de adquirir bens materiais, inclusive alheios. A prática da cobiça leva o homem à dívida, ao roubo, à desonra, ao egoísmo, à fraude e, até, ao homicídio (1 Tm 6.10).

7 – Ambição.

O lado negativo da ambição é o desejo incontrolável de obter bens materiais ou posições, mesmo que a pessoa já possua essas e outras coisas.

Esta atitude é o primeiro passo para que entre no coração do homem o orgulho. Deus, porém, aborrece tais coisas (Pv 16.5; Tg 4.6,16).

A ambição torna o homem egoísta, rebaixa seus valores e transforma a sua maneira de agir com os seus semelhantes. Adaptação: 3º Trimestre de 2007 CPAD – Título: A busca do caráter cristão – Comentarista: Eliézer de Lira e Silva – Lição 1: A natureza do caráter cristã – Data: 08 de Julho de 2007.

Antídoto para preservação do verdadeiro Caráter Cristão

1. Manter-se em comunhão com o Espírito.

O ser humano traz em sua natureza uma forte inclinação para o pecado (Rm 7.18-23; Pv 4.14-17). Trata-se de uma tremenda força maligna impossível de ser superada sem a ajuda divina.

É justamente por isso que Deus nos enviou seu Espírito para habitar em nós, dando-nos a condição de andarmos em novidade de vida (Rm 6.4; 2 Co 5.17).

Somente pelo Espírito Eterno, o crente pode caminhar seguro, resistindo aos desejos da carne (Rm 8.1,9,13; Cl 5.16).

Em Gálatas 5, o apóstolo Paulo enumera várias obras da carne que contaminam o caráter do homem sem Cristo (Gl 5.19-21). Todavia, nesse mesmo capítulo, encontramos um conjunto de valores espirituais que garante a saúde moral do crente (v.22).

2. Conhecer a Palavra de Deus.

A Bíblia Sagrada é a única regra de fé e prática do cristão. Ela nos apresenta o padrão de comportamento necessário ao homem que deseja viver uma vida justa, sóbria e piedosa neste mundo (Tt 2.12). Ao longo da narrativa bíblica deparamo-nos com uma série de valores e virtudes morais e espirituais estabelecidas por Deus para o homem. Todavia, estas qualidades indispensáveis ao ser humano, só foram plenamente identificadas e vividas em Jesus.

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Hoje sabemos que essas santas virtudes estão ao alcance de todos, por meio da extraordinária obra do Espírito. É imprescindível ao homem conhecer muito bem as Escrituras e o poder de Deus para que não erre na busca de uma vida virtuosa diante de Deus e do próximo (Mt 22.29).

3. Disciplina da Integridade.

A oração e o jejum, apesar de serem armas espirituais poderosas, são também instrumentos que auxiliam na disciplina do caráter cristão. O jejum, por exemplo, é um sacrifício que agrada a Deus e promove disciplina ao crente (Jz 20.26; 1 Sm 7.6).

Portanto, o homem pode e deve pedir a Deus que o auxilie durante o tempo em que busca as virtudes espirituais, éticas e morais expostas na Palavra de Deus.

Para o cristão, o fato mais deprimente é este: existe pouca diferença, na estatística, entre as práticas éticas dos religiosos e a dos não-religiosos.

Nas estatísticas do Instituto Gallup, 43 por cento de não-frequentadores de igrejas admitem que furtam material de escritório, contra 37 por cento dos frequentadores. Mas, será isto verdade com relação aos verdadeiros cristãos? A resposta é sim.

A conduta ética geral dos cristãos varia muito pouco em comparação com os não-cristãos, com grandes exceções, é óbvio. Tristemente, os cristãos são quase idênticos aos não-cristãos:

 a) Falsificam sua declaração de imposto de renda;

  b) Cometem plágio/colam;

  c) Copiam programas de computador ilegalmente;

  d) Roubam tempo;

  e) Dizem aos outros o que estes gostariam de ouvir;

  f) Obedecem apenas as leis que lhes interessam, seletivamente.

Razões

Muitas razões podem ser citadas para reforçar este argumento. A culpa popular recai no subjetivismo e no relativismo moral de nossos dias. Mas a razão principal para a crise de integridade é que nós, humanos, somos fundamentalmente desonestos, mentirosos congênitos (Rm 3.13).

Ninguém teve de nos instruir na desonestidade. Mesmo depois de regenerados, se não nos disciplinarmos sob o domínio de Cristo, voltaremos a enganar, da mesma maneira como o pato volta para a água”. (HUGHES, R. K. Disciplinas do homem cristão. 3.ed., RJ: CPAD, 2004, p.115-6.)

Para que você se torne o homem ou a mulher que o Senhor deseja, é necessário que seu temperamento, personalidade e caráter se tornem subservientes aos projetos de Deus para a sua vida.

Até que Deus prevaleça sobre nossas vidas, alguns precisam ser jogados numa cisterna, como José (Gn 37.20); outros, ser alimentados por corvos, como Elias (1 Rs 17.6); e, alguns, apresentar sua língua aos serafins, como fez Isaías (Is 6.6,7).

O caminho que Deus escolhe para forjar o caráter de seus cooperadores algumas vezes é íngreme e inóspito. Mas, quando eles saem da fornalha, é perceptível até mesmo para os pagãos que eles andaram com o quarto Homem na fornalha (Dn 3.25-27).

Deus jamais chama alguém para uma grande missão sem que esse escolhido passe por uma profunda transformação moral.

Se você deseja que Deus faça em sua vida o mesmo que fez com José, Elias e Isaías, coloque-se no altar do Espírito; apresente a sua personalidade àquEle que a todos transforma segundo a imagem de Cristo. Só assim você será a pessoa que Deus deseja que você seja.

Conclusão

Portanto, vimos neste conteúdo que o caráter cristão está fundamentado no Decálogo, na mensagem ética dos profetas, nos ensinos de Jesus e nas doutrinas epistolares. Essas normas revelam a vontade de Deus para a vida moral do homem.

O caráter cristão é preservado mediante a comunhão do crente com o Espírito Santo, pelo conhecimento da Palavra e através de uma vida cristã disciplinada.

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