Cultuando a Deus com liberdade e Reverência

Cultuando a Deus com liberdade e Reverência

Cultuando a Deus com Liberdade e Reverência

Segundo o saudoso Pastor Antônio Gilberto, O culto cristão celebra o glorioso nome do Senhor Jesus, anuncia o evangelho e preserva nos adoradores a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. (Ec 5.1).

 Texto Bíblico (1 Coríntios 14.26-32).

Definição do Termo e sua Liturgia

1 – O termo “culto” tanto no Antigo (’ābad) quanto em o Novo Testamento (latreuō), significa “servir”, “serviço”, referindo-se ao “serviço sagrado oferecido a uma divindade” (Êx 20.5; Mt 3.10). O culto de adoração a Deus é a mais sacra reunião da igreja, em gratidão ao Senhor por todas as bênçãos salvíficas (Sl 116.12,13).

A pessoa principal do culto não é o pregador, o cantor, os conjuntos, os obreiros, mas o Senhor Jesus Cristo. A Ele toda glória! (Ap 15.3,4). Portanto, devemos prestar nosso culto a Deus com ordem e decência (1 Co 14.40). Evitando o formalismo do ritual, da liturgia seca e mecânica que impede a ação do Espírito, mas também, fugir da irracionalidade e do descomedimento, que escandaliza e impede a edificação coletiva (1 Co 14.26-40).

2 – Liturgia – É o conjunto dos elementos que compõem o culto cristão (At 2.42-47; 1Co 14.26-40; Cl 3.16). Embora seja possível liturgia sem culto, não há culto sem liturgia (Is 1.11-17; 29.13; Mt 15.7-9; 1Co 11.17-22). A liturgia, portanto, compreende diversas partes do culto: oração (At 12.12; 16.16); cânticos (1Co 14.26; Cl 3.16); leitura e exposição da Palavra de Deus (Rm 10.17; Hb 13.7); ofertas (1Co 16.1,2); manifestações e operações do Espírito Santo (1Co 14.26-32); e bênção apostólica (2Co 13.13; Nm 6.23-27).

Características do Culto Pentecostal em o Novo Testamento

Na Igreja em Atos e nas Epístolas (At 2.1-4; Ef 5.19; Cl 3.16). A promessa da efusão do Espírito (Jl 2.28) cumpriu-se no dia de Pentecostes (At 2.16-18) quando, os que estavam reunidos, foram “cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.1-4). Essa experiência pentecostal repetiu-se em outras ocasiões: em Samaria (At 8.14-20); na vida de Paulo (At 9.17); na casa de Cornélio (At 10.44-48); e em Éfeso (At 19.1-7).

Manifestações espirituais como essas foram acompanhadas do: falar em outras línguas (At 2.4; 19.6); poder (At 8.18,19); exultação a Deus (At 10.46); ousadia, poder e graça na pregação (At 4.31,33) e mensagens proféticas (At 19.6). O culto dos crentes primitivos que, nos primeiros dias da igreja em Jerusalém não se distinguia muito da liturgia judaica (At 3.1), passou a ser dinâmico, espontâneo e com manifestações periódicas dos dons concedidos pelo Espírito Santo (Rm 12.6-8; 1Co 12.4-11,28-31).

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– Portanto, a recomendação da Bíblia aos crentes pentecostais é: “Não vos embriagueis com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).

a) “Enchei-vos do Espírito”.

O verbo traduzido por “enchei-vos” traz no original quatro lições importantes: é um imperativo — pois se trata de uma ordem; está no plural — por isso, aplica-se a todos os crentes; está na voz passiva — o que significa que a ação de estarmos cheios do Espírito é atribuição dEle; está no tempo presente contínuo — isto é, designa uma ação constante, contínua, perene. Portanto, pode ser traduzido como “Deixai-vos encher continuamente do Espírito”.

b) Enchendo-nos continuamente do Espírito para cultuar a Deus.

Os crentes de Éfeso só poderiam continuar enchendo-se do Espírito, se já estivessem cheios dEle anteriormente. Na verdade, eles já haviam sido batizados com o Espírito, conforme At 19.1-7. Quando o crente é cheio e se mantém renovado pelo Espírito Santo, o culto cristão é caracterizado por: “salmos, e hinos, e cânticos espirituais”.

Na igreja em Corinto. Os cultos da igreja de Corinto eram notadamente pentecostais (1Co 12; 13; 14). Segundo o apóstolo Paulo, nenhum dom faltava a essa igreja (1Co 1.7). Todas as manifestações espirituais do Espírito Santo tinham lugar ali (1Co 12.4); as diversidades de ministérios do Senhor Jesus (1Co 12.5); e, as diversas operações do próprio Deus (1Co 12.6). No entanto, a igreja estava envolvida em diversas dissensões e litígios (1Co 1.10; 6.1-11; 11.18), pecados morais graves (1Co 5), e desordem no culto de adoração a Deus (1Co 11.17-19). Outrossim, os crentes eram imaturos e carnais (1Co 3.1-4). A desordem era tal que o próprio culto tornou-se um entrave para o progresso espiritual dos crentes.

OBS: SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO: “A adoração individual. Nós adoramos a Deus como crentes individualmente e em todo o tempo: ‘a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem’ (Jo 4.23). Ensinamos que a verdadeira adoração é aquela que nasce no coração e é expressa com obediência à vontade de Deus, sendo percebida pelo testemunho individual que glorifica ao Senhor da Igreja.

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Negamos que a adoração e a espiritualidade de alguém possam ser medidas, percebidas ou avaliadas exclusivamente pelo exercício dos dons espirituais. Ensinamos que a adoração é uma atividade espiritual e precisa ser efetuada pelo poder e fruto do Espírito Santo na formação do caráter cristão na vida do adorador. Rejeitamos a hipocrisia e toda a aparência de piedade na vida do adorador. Na adoração individual, buscamos a santificação pessoal, servindo a Deus de modo agradável com reverência e santo temor” (Declaração de das Assembleias de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.144-45).

A desordem no Culto em Corinto e suas causas

Dissensão ou partidarismo (1Co 11.18; 1.10-13; 3.4-6).

“Ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões”. O termo “dissensões” empregado em 1Co 11.17 e 1.10 descreve a destruição da unidade cristã por meio da carnalidade. Em vez de gratidão a Deus, para promover a comunhão uns para com os outros e “guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3), os crentes reuniam-se para o culto com “espírito faccioso”.

Carnalidade (1Co 3.1-3).

“Não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais” (v.1). Havia membros da igreja de Corinto guiados e cheios do Espírito Santo (1Co 1.4-9; Rm 8.14), mas muitos eram carnais (v.1). Carnal é o crente, ele ou ela, cuja vida não é regida pelo Espírito (Rm 8.5-8); que tem muita dificuldade de entender os assuntos espirituais (1Co 2.14) e, vive em contendas, difamações. A mente e a língua do carnal é malfazeja até durante o sono. Ver Rm 8.5; Gl 5.19-21; Pv 4.16. Esse tipo de crente é uma perturbação no culto de adoração a Deus.

Intemperança (1Co 11.21).

Na liturgia da igreja primitiva era comum a Ceia do Senhor ser precedida por uma festividade chamada de agápe ou festa do amor (2Pe 2.13; Jd v.12). No entanto, alguns crentes coríntios em vez de fortalecerem o amor e a unidade cristã antes da Ceia do Senhor, embriagavam-se. Os ricos comiam de tudo, enquanto os pobres padeciam de fome (v.21). Isso alguns faziam “para sua própria condenação” ou castigo (v.29). Esses cristãos cometiam o erro de transformar uma festa espiritual, o culto, em uma festa profana. Veja as conseqüências disso nos vv.30,31.

Ignorância concernente os dons espirituais (1Co 12.1; 14.26-33).

A manifestação dos dons espirituais é “dada a cada um para o que for útil” (1Co 12.7). O propósito de Deus neles é a edificação, consolação, exortação, crescimento espiritual e aperfeiçoamento do Corpo de Cristo (1Co 14.3, 26; Ef 4.11-14; Rm 12.4-8). Mas, para que assim seja, é necessário que haja sabedoria, ordem e decência quanto ao uso dos mesmos (1Co 12.1; 14.40).

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O crente não é proibido de falar em línguas, nem o profeta de profetizar no culto (1Co 14.39), contanto que seja conforme a doutrina bíblica (1Co 14.12,19,26,39). A expressão-chave do ensino contido em 1Co 14.26-40 é: “Faça-se tudo para edificação”(v.26). “Edificação” quer dizer “construir como um processo”, ou seja, crescimento sólido, gradual, uniforme e constante na vida do crente. Os cristãos de Corinto ignoravam o propósito evangelístico e edificador do culto na vida espiritual do crente (1Co 14.23-25), pois exibiam vaidosamente seus dotes espirituais, provocando balburdia e dissensões (1Co 14.27-30).

OBS: ARGUMENTO DOUTRINÁRIO: “Reunimo-nos como corpo de Cristo para a adoração pública ao Deus Trino. Jesus prometeu: ‘onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles’ (Mt 18.20). A adoração pública é a atividade de glorificar a Deus em coletividade e serve também para comunhão, despertamento, exortação e edificação da Igreja.

Essa adoração pública é realizada com ordem e decência para que os descrentes reconheçam a presença de Deus no culto e para que somente Deus seja adorado no culto da Igreja. Nenhuma prerrogativa é dada a anjos e a seres humanos, pois Deus não divide sua glória com ninguém: ‘E a minha glória não a darei a outrem’ (Is 48.11). Portanto, confessamos que, na adoração pública, a oração, os cânticos, o ofertório, a pregação e o exercício dos dons espirituais na igreja servem ‘para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence à glória e poder para todo o sempre. Amém!’ (1 Pe 4.11).

Entendemos que a adoração pública é um encontro com Deus para um diálogo: nós conversamos com Ele por meio de nossas orações, cânticos e ofertas, e Deus fala conosco por meio de sua Palavra (pregação e ensino) e das manifestações espirituais” (Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.144).

Conclusão

Sabemos que a Bíblia recomenda que todos, pelo Espírito Santo, falem em línguas e profetizem (1Co 14.5), mas que também exerçam os dons espirituais com sabedoria, ordem e decência (1Co 14.26-33,37-40), afim de que o nome do Senhor seja glorificado (1Co 14.25), o incrédulo seja convertido (1Co 14.22-25) e a igreja edificada (1Co 14.26).

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