A Urgência do Discipulado

Introdução à Teologia e Teontologia

A urgência do Discipulado

A Grande Comissão dada por ocasião da ascensão do Senhor Jesus é uma ordenança múltipla. Sabendo disso, se a Igreja se dedicar a apenas uma faceta desta importante tarefa, com certeza não cumprirá integralmente o intento original de Cristo. Ao edificar a “sua Igreja” (Mt 16.18) e confirmá-la (Atos 1.8 / Atos 2.1ss), Jesus tinha em mente não só o anunciar o evangelho (gr. kerigma: proclamação), mas também a formação de discípulos (gr. Mateteuo: fazer discípulos) e a educação cristã (Ef 4.11-16).

Conforme leitura de Atos 5.42, a Igreja do Novo Testamento cumpria estes propósitos: E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo. A disciplina de Evangelismo e Discipulado servirá para capacitar o aluno quanto os conteúdos essenciais do ministério da evangelização e discipulado, despertando o aluno para a urgência de uma atitude e mentalidades evangelísticas e discipuladoras permanentes entre as igrejas locais e os seus membros.

Texto Bíblico (Mateus 28.16-20; Atos 2.42-47).

A relevância do Discipulado na Bíblia

Mt, 28:19,20 ‘ …fazei discípulos…batizando-os, ENSINANDO-OS A OBEDECER  a tudo o que eu lhes ordenei…’ (NVI) –

Porque o discipulado é relevante?

1 –  Porque é um mandamento de Jesus. Ele nos ordenou a fazer discípulos.

E, neste processo de fazer discípulos é necessário ensinar os crentes, e principalmente os novos convertidos. O batismo não é o ponto final com o novo na . Após a pessoa ser batizada, temos que continuar ensinando-lhe o B-A-BÁ da vida cristã.  Não basta  passar conhecimento, é preciso levar este novo discípulo a praticar os princípios e mandamentos de Jesus, contidos na Bíblia.

2 –  Porque os profetas e os apóstolos, e principalmente Jesus, todos praticaram o discipulado.

Moisés discipulou Josué que se tornou um notável líder do povo de Israel; Eliseu foi discipulado por Elias, e teve um ministério muito produtivo. Paulo foi discipulado por Barnabé, tornando-se um vaso grandemente usado por Deus. Paulo discipulou o jovem Timóteo. Jesus por sua vez, investiu em um grupo de homens: Pedro, Tiago, André, e outros, os quais, depois, tocaram a vida de milhares de pessoas.

3 –  Porque o discipulado leva o  novo convertido a um aprofundamento da sua vida espiritual.

Tira-o da superficialidade. Em Lucas 8:13 Jesus explicando a parábola do semeador, disse:’ A que caiu sobre a pedra sãos  os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam’. O número de pessoas desviadas, hoje, é assustador. Uma das causas, certamente é a falta de cuidado espiritual que não tiveram ao nascerem de novo. Acontece como ouvimos e vemos pela televisão, sobre bebês que logo ao nascerem são abandonados pelas ‘mães’. O conhecido líder Metodista, João Wesley, afirmou: “evangelizar pessoas sem integrá-las à uma comunidade onde possam crescer na fé é como gerar crianças e entregá-las a assassinos”.

Todo crente com certo nível de maturidade cristã deveria adotar um novo convertido, e nele investir tempo para o ensino bíblico. Desenvolver com o novo na fé um relacionamento mais estreito para ajudá-lo nas suas dificuldades. Orar por ele e com ele regularmente. Isto é discipulado; e levará o neófito a crescer espiritualmente  e aprofundar o seu relacionamento com Deus.

Waylon B. Moore, pastor americano, em seu livro Integração Segundo o Novo testamento (Livro editado pela editora Juerp – que recomendo sua leitura) afirma que 99% dos crentes nunca acompanham o desenvolvimento das pessoas que elas conseguem levar a uma decisão por Cristo.

Epístolas Gerais I e II

Indagações importantes acerca da nossa missão de fazer Discipulo

(Mateus 28:16 -20)

Este texto responde três importantes perguntas, acerca da nossa missão de ‘fazer discípulos’ para Cristo.

Artigo Relacionado  José - Fé em meio às Injustiças

1 – Por que fazer discípulos?

No verso 19, Jesus diz: ide, portanto, fazei discípulos…

O verbo fazer está no imperativo. Isto significa, não uma sugestão, nem um conselho,  mas uma ordem!  Cabe a nós, simplesmente obedecermos ao comando de Jesus, Aquele que disse: toda autoridade me foi dada, nos céus e na terra. Em outra ocasião Jesus disse: Aquele que tem os meus mandamentos e os obedece, esse é o que me ama, Jo,14:21. Se você ama a Jesus, irá expressar seu amor por Ele, obedecendo a sua ordem; indo ao mundo perdido, e fazendo novos seguidores do Senhor.

A motivação para irmos fazer discípulos dever ser o nosso amor por Jesus! Se de fato o amamos, então o obedeceremos. Iremos à busca dos perdidos!

2 – Onde fazer discípulos?

Ainda no verso 19, Jesus diz: fazei discípulos de todas as nações…

Nossa tarefa de fazer discípulos não se limita à nossa cidade e País. Jesus ordenou que fizéssemos  discípulos de todas as nações. Por outro lado, nenhuma pessoa levará o evangelho a outros povos com sucesso, se nunca antes, evangelizou um vizinho, um colega na escola, alguém com quem se relaciona no seu cotidiano. Alguém já afirmou: onde há um coração sem Cristo, aí está um campo missionário. Você sabe o nome dos seus vizinhos que moram à sua direita e esquerda, pelo menos? Tem orado pela salvação deles?

3 – Como fazer discípulos?

No mesmo verso 19, Jesus diz: Ide…

Primeiramente, indo onde os perdidos estão. É assim que Jesus fazia discípulos. Ele não esperava que o pecador viesse a Ele. Ele foi à casa de Zaqueu. Foi à coletoria para encontrar Mateus, etc. E onde estão as pessoas sem Cristo, hoje? Estão nas suas casas, nas ruas, nos bares, nas escolas, presídios, bancos, supermercados, etc. Por onde  vamos, em nosso ‘dia a dia’, temos a missão de comunicar a Palavra de Deus aos descrentes. Não devemos continuar esperando que os pecadores venham para nossas reuniões em nossos templos e casas. Está comprovado que a cada dez pessoas que convidamos para os nossos cultos, somente uma comparece.

4 – Jesus disse: fazei discípulos… Batizando-os…, v.19

Uma pessoa  só deve ser batizada, depois de ter crido em Cristo; e para crer é preciso ter sido evangelizada. Temos que ir e apresentar o evangelho aos perdidos. Aqueles que crerem e receberem a Jesus, estes devem ser batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Os Evangelhos e Atos dos Apóstolos

Jesus ainda disse: ensinando-os a obedecer todas as coisas que vos tenho ordenado v.20. Além de ir, evangelizar, batizar, ainda devemos ensinar os novos na fé, a obedecerem tudo o que Jesus tem mandado. Isto é o que chamamos de discipulado. (Leia mais sobre isto, na janela ‘discipulado’ , deste mesmo site)

Quatro meios de efetuar a Integração de um recém Convertido

Encontramos no Novo Testamento quatro métodos diferentes para efetuar a integração; são eles: o contato pessoal; um representante pessoal; a oração pessoal e a correspondência pessoal. Esses quatro métodos são eficientes para a integração do novo crente.

1 – Contato Pessoal

Um dos métodos mais eficientes ou eficazes é o contato pessoal. Através de encontros diários, tanto Paulo como o próprio Senhor Jesus ministravam a muitas pessoas. Jesus pode conhecer seus discípulos, com suas necessidades e seus desejos, suas fraquezas e pontos fortes, através desse contato pessoal (1 Jo 1.1,2; Lc 6.13; Mc 3.14, At 1.4). Paulo viajou pela maior parte da Ásia Menor, mas investiu quase todo seu tempo com poucos homens individualmen¬te. Em At 20.4, lemos que Paulo gastou muito tempo com certos homens. Paulo sabia o valor do Contato Pessoal.

2 – O Representante Pessoal

Às vezes nós não podemos ajudar na integração pessoal do novo crente que nós ganhamos para Cristo. Por exemplo: quando uma pessoa mora em outra cidade, podemos avisar e mandar um outro crente em nosso lugar. O método mais eficaz é o contato pessoal, mas se isso não for possível, mandar um representante pessoal (fp 2.19.22). b    Quando Paulo não podia visitar as Igrejas na Ásia Menor, ele costumava enviar um representante em seu lugar; Timóteo era o representante pessoal de Paulo à Igreja de Filipos.

Artigo Relacionado  A criação de Eva a primeira mulher

3 – Oração Pessoal

Mais um método muito eficaz de integração que Jesus, como Paulo, usaram, é o da oração pessoal pelos novos convertidos.

Jesus orava muito com os seus discípulos. Ele intercedeu por Pedro, para que a sua fé não desfalecesse (Lc 22.32). Outros exemplos: (Lc6.12; Jo 17; Ef 1.16,17; 3.14,21; Fp 3.4).

Paulo orava muitas vezes com e pelos seus conhecidos e filhos na fé. A maioria de suas cartas começa dizendo que ele orava diariamente por eles.

4 – Correspondência Pessoal

A correspondência é excelente recurso para integração.

Cartas de incentivos podem ajudar imensamente um novo convertido (Lc 1.3,4; 2Pe 1.12,15).

Cartas com estudos bíblicos anexos são um exemplo de correspondência pessoal.

Epístolas Paulinas I e II

Estudos bíblicos através de cartas que podem ser usadas com os novos convertidos:

—   Você tem uma nova vida

—   Convivência com Cristo

—   A vida controlada pelo Espírito

—   Convivência com outros crentes

—   Falando a outros de Cristo

—   Certeza da presença de Cristo

Como Paulo conservou os resultados em Tessalônica (1 Ts)

Orou por eles: 1.2,3; 3.10.

Escreveu para eles (duas vezes): 1 Ts e 2Ts

Encorajou-os: 1.6,9.

Deu exemplos: 1.5,6; 2.10

Estabeleceu um alvo – andar diariamente diante de Deus-2.12; 4.1.

Gastou-se a si mesmo por eles: 2.8

Relacionou-se com eles: 2.7,9;11

Mostrou-lhes a oposição de satanás: 3.4,5

Mostrou-lhes virtudes para serem alcançadas: Amor 3.12-4.9; Pureza 4.1,7; Honestidade 4.12

Mandou-lhes alguém: 3.6

Ensinou-lhes a viver por valores eternos: 4.16,17

Deu-lhes instrução específica para vida cristã

Escreveu-lhes outra vez para corrigir erros (que descobrimos na segunda carta).

“Isto é Integração”

João Batista, um verdadeiro discipulador

João deu aulas aos seus discípulos; e durante essas aulas ele os instruía sobre os detalhes da nova vida e esforçava-se para responder às suas inúmeras perguntas. Aconselhou aos educadores ensinar sobre o espírito tanto quanto sobre as letras da lei. Ele ensinou os ricos a alimentar os pobres; aos coletores de impostos, ele disse: “Extorquir não mais do que o que vos é devido”. Aos soldados, ele disse: “Não cometais a violência e não arrecadeis nada de modo indevido — contentai-vos com os vossos soldos”. E ao mesmo tempo a todos aconselhava: “preparai-vos para o fim das idades — o Reino do céu está ao alcance das mãos”.

1 – Os Discípulos de João Batista

Discípulo: palavra derivada do latim que significa aluno, seguidor, etc.

Assim como Moisés, Elias, Eliseu, Paulo e o próprio Jesus, João Batista tinha seus seguidores que eram instruídos a viver um novo tempo através do arrependimento de pecados recebendo Jesus como o verdadeiro Messias que remiria Israel (Lc 1:16,17).

É importante lembrar que os dois primeiros discípulos de Jesus foram de João Batista e indicados por ele para seguir o Mestre, e foi o que realmente aconteceu. André Foi o primeiro dos doze a ser chamado por Jesus. Era irmão de Pedro e também pescador. Antes de seguir o Mestre, era discípulo de João Batista, que o mandou junto com outro não identificado (talvez João Evangelista), para segui-lo. Estamos levando as pessoas a Cristo. Assim como João Batista devemos levar os nossos familiares e amigos ao arrependimento dos seus pecados, anunciando a volta de Jesus a qualquer momento.

2 – Discipulando com convicção

Depois que João faz certas apologias a Jesus como o Messias esperado e maior que ele, o profeta percebe que os seus discípulos que lhe creditavam o título de “grande profeta”, agora hesitavam, sem saber a quem seguir, e foi exatamente nessa hora que  João Batista demonstra ser um verdadeiro discipulador e não se omite em apontar em direção ao único caminho, indicando o rumo certo, ao exclamar: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (Jo 1:29).  Que exemplo maravilhoso para nós, que ao levarmos  outros a Cristo, devemos ter a plena certeza de que eles, como nós, serão purificados dos seus pecados (I Jo 1:7-9). João deixou  claro  para os seus seguidores que somente Jesus tinha o poder de tirar os pecados de todos aqueles que o recebem (Jo 1:26-34).

Artigo Relacionado  Conhecendo a Armadura de Deus

3 – Discipulando através do testemunho Prático

Existe um ditado popular, conhecido por muitos, que diz: “faça o que eu digo e não faça o que eu faço”. Infelizmente não são poucos os que não consegue ter sucesso naquilo que faz na obra de Deus porque não praticam aquilo  que pregam ou ensinam, tornando assim o caminho do céu obscuro para aqueles que desejam seguir (Lc 11:46; 12:1,2; 18:16). Estamos nós através das nossas obras dando bom testemunho a ponto de influenciar os pecadores a seguirem a Cristo… O caráter de João era inquestionável, pois a sua reputação era íntegra e não se coadunava com as injustiças sociais da sua época (Lc 3:12,13). O testemunho de João Batista foi tão forte que quando o Apóstolo Paulo chegou em Éfeso ainda encontrou discípulos de João por lá (At 19:1-3).

A preocupação de quem Discipula

Ao chegar na reta final de sua carreira o precursor de Cristo envia dois dos seus discípulos a Jesus para interrogar-lhe (Lc 7:18-20). Há alguns que afirmam que essa  indagação de João foi gerada por dúvida ou incredulidade.

Acreditamos que a pergunta do profeta em querer saber se Jesus era realmente o Messias esperado ou haveria de vir outro, ser uma preocupação com o bem estar espiritual dos seus seguidores já que eles deveriam ouvir dos lábios do próprio Jesus acerca do seu poder e sua missão divina (Mt 11:4,5). Até porque, ao formular a pergunta João Batista estava preso vivendo um momento muito delicado em que qualquer ser humano por mais espiritual que seja, sente de perto o peso da solidão. Elias pediu a morte depois de ser perseguido pelo Rei Acabe e sua esposa Jezabel (I Rs 19:4).

O Legislador Moisés pediu para o Senhor riscar o seu nome do seu livro quando sentiu a necessidade em que Deus não levasse em conta o pecado de Israel, mas perdoasse (Êx 32:32). O Patriarca Jó chegou a amaldiçoar o dia em que ele nasceu (Jó 3:1-6). Entretanto, existem momentos em nossas vidas em que precisamos de algo a mais do Senhor para solidar a nossa fé nele. O sábio Salomão disse que o justo é como a luz da aurora que vai brilhando, brilhando, até ser dia perfeito (Pv 4:18). Já o Apóstolo Paulo nos ensina que é a vontade de Deus que todos cheguem a estatura de varão perfeito (Ef 4:11-13).

O próprio Jesus como homem  também experimentou essa fase (Mc 15:34). Tiago disse que somos sujeitos as mesmas paixões (Tg 5:17). O mais importante é que o Senhor está ao nosso lado para nos socorrer em tempos difíceis em nossas vidas (Sl 46:1). Nunca esqueçamos! Quem discipula está deixando um legado sagrado e está cumprindo a ordem do Mestre (Mt 28:19,20). Foi justamente isso que João Batista deixou (At 19:1-3).

O Verdadeiro discipulador, como João, não tem a pretensão de aparecer mais do que o seu Mestre, mas sim, tem o imenso desejo  de converter á muitos” da vida de ignorância ao conhecimento, de uma vida pregressa  a uma vida útil, da injusta à justiça, do mundo “ao Senhor seu Deus”. O discipulado não é nada mais do que a tarefa de habilitar um povo para Deus (Jo 3:30). Que Deus nos ajude a fazermos verdadeiros discípulos, pois sabemos que isso só será possível e praticarmos á sua palavra que é a verdade (Jo 17:17).

Conclusão

Quando começaremos  a fazer discípulos? Quando alcançaremos nossos amigos, parentes, vizinhos,  colegas de trabalho e de Faculdade? Quando iremos às nações? O famoso evangelista americano, D.L.Moody, mesmo depois de morto, suas palavras ainda nos incomodam. Ele disse certa vez: ” O que temos de fazer, temos de fazer rapidamente; porque esta geração está passando, e nós também!” Jesus  não nos comissionou para fazermos religiosos, ou frequentadores de igreja. Ele nos enviou para fazermos discípulos de todas as nações! Quando vamos obedecer?

Livros Históricos

Sobre

Categorias

Categorias

Extras

No Portal você encontrará Comentários da EBD, Resumo de Livros e Esboços para Sermões

Subsídios para EBD
Sermões Bíblicos
Resumo de Livros

Dicas de Leitura
Subsídio para Missão

Aprenda Mais

Copyright © 2023 CTEC Vida Cristã. Todos os direitos reservados.