Amando e resgatando a pessoa desgarrada
Muitas pessoas consideram-se boas e melhores que outras. Mas Jesus acentuou o valor do arrependimento do homem e do perdão de Deus, em contraste com o orgulho religioso. Fariseus e mestres da lei (Lucas 15.2) arrogavam-se o direito de estar com Jesus, mas negavam este direito para pecadores.
Então Jesus os surpreende com uma parábola (estória que ilustra verdades espirituais) bem simples sobre o valor da graça de Deus. Na conclusão da parábola, Jesus diz que semelhantemente há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. Vejamos na sequência deste estudo bíblico o significado e a explicação completa da Parábola da Dracma Perdida.
TEXTO BÍBLICO Lucas 15.3-10
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ToggleO Contexto da Parábola da Ovelha desgarrada
O valor de alguma coisa para nós é proporcional ao amor que sentimos por ela. Assim, o valor intrínseco da ovelha não era a maior questão, mas sim o valor sentimental atribuído a ela pelo seu proprietário – o pastor.
O que Jesus estava dizendo é que, em função do valor atribuído à perdida, qualquer um dos ouvintes deixaria as noventa e nove para buscar a extraviada. O amor de Deus por nós é que estabelece o nosso valor acima de qualquer avaliação humana.
Embora tenha consciência de que acabou se perdendo do rebanho, a ovelha desgarrada precisa ser procurada pelo pastor, pois, sozinha, não pode encontrar o caminho de volta. O mesmo se dá com a pessoa que se afastou de Deus; está tão desamparada quanto a ovelha perdida, e se o amor divino não fosse procurá-la, jamais poderia achar o caminho para Deus.
Os judeus ensinavam que era necessário que o pecador se arrependesse, antes de receber o amor de Deus. No entendimento deles, o arrependimento é a obra pela qual os homens ganham o favor do Céu. Foi esse pensamento que induziu os fariseus a exclamarem: “Este recebe pecadores.”
Conforme sua suposição, Jesus não devia permitir que pessoa alguma a Ele se achegasse sem que antes tivesse se arrependido. Mas, na parábola da ovelha perdida, Cristo ensina que a salvação não é alcançada por procurarmos a Deus, mas porque Deus nos procura. Deus dá o primeiro passo. “Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram” (Rm 3:11, 12).
Não nos arrependemos para que Deus nos ame. Ele nos revela Seu amor para que nos arrependamos. O ser humano precisa saber que o amor de Deus é incondicional; não depende de nada que façamos para merecê-lo e não se acaba em razão de tudo o que venhamos a fazer.
O pecado paralisa
Se a ovelha perdida não é trazida de volta, vagueia até perecer. E muitas pessoas permanecem desviadas pela falta de uma mão estendida para ajudá-las. Esses errantes podem aparentar possuir coração endurecido e indiferente, mas se tivessem tido os mesmos privilégios que outros, poderiam ter revelado maior nobreza de caráter.
Quando virmos alguém cujas palavras ou atitudes mostram estar separado de Deus, não devemos criticá-lo. Não nos compete a obra de condená-lo, antes devemos colocá-lo sobre os ombros e ajudá-lo.
Quando uma ovelha se perde, geralmente fica paralisada pelo desespero. Não corre, nem mesmo pára em pé. Por isso, quando o pastor a encontra, tem de carregá-la de volta. O mesmo ocorre conosco. O pecado nos deixa sem ação.
Mas Cristo nos encontra e nos reconduz ao abrigo. Deus é quem nos põe sobre os ombros e nos carrega de volta. A ovelha perdida simboliza as pessoas que sabem que estão perdidas e se angustiam. Sabem que precisam de Deus, que precisam de uma solução para seu problema, mas não conhecem o caminho de volta.
É interessante a experiência da ovelha. Enquanto o sol brilha, ela não se sente perdida. Pelo contrário, ela até desfruta a liberdade, correndo de um lado para o outro.
Mas quando o sol começa a se esconder; as nuvens negras a chegar e as trevas a envolver a Terra, então, a ovelhinha começa a sentir medo e percebe que está perdida. Agora, sua liberdade não a satisfaz mais. Ela precisa do seu pastor. Sente que está perdida e tenta encontrar o caminho de volta.
Experimenta uma trilha e se machuca. Experimenta outra e se fere. Em vão, experimenta de tudo. Do mesmo jeito, alguém pode ter largado Jesus quando o sol estava brilhando em sua vida. E infelizmente, agora, a escuridão começou a chegar e percebe que precisa de Jesus, mas não sabe como achá-Lo, não sabe onde encontrá-Lo, nem conhece o caminho de volta.
Voltando para Jesus
É a hora de parar de correr desesperado de um lado para outro e dizer: “Senhor Jesus, estou aqui. Estou cansado, não tenho mais forças. Nada deu certo. Por favor, me conduza pelo caminho de volta.” A promessa dada ao profeta Jeremias é estendida a você.
É o caminho que Deus apresenta a todo aquele que O busca. “Porque Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então Me invocareis, e ireis, e orareis a Mim, e Eu vos ouvirei. E buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes com todo o vosso coração.” – http://www.criacionismo.com.br/2008/05/parbolas-de-jesus-ovelha-e-moeda.html – Os textos são da jornalista Graciela Érika Rodrigues, inspirados nas palestras do advogado Mauro Braga).
Obs.: Em seu livro A Prática do Evangelismo Pessoal, o pastor Antônio Gilberto fala acerca do fato de que há pessoas afastadas “por toda a parte. Há os que caíram de vez, por tentação direta e laço do Diabo, e há os que esfriaram aos poucos até perderem todo o primeiro amor.
Há ainda os que se desviaram por verem escândalo no meio cristão, por sofrerem injustiça ou ficaram melindra- dos. Outros não resistiram às zombarias, aflições e perseguições por causa da fé. Há também os problemas domésticos que tanto desvio têm consumado” (GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelismo Pessoal. I4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.92).
Contexto da Parábola
(A Dracma Perdida)
O evangelista Lucas registrou a Parábola da Dracma Perdida num capítulo onde duas outras parábolas também foram registradas. São elas: a Parábola da Ovelha Perdida e a Parábola do Filho Pródigo. Obviamente existe uma profunda ligação entre as três parábolas, nas quais Jesus transmite uma mensagem central.
Essa mensagem não é outra se não o extraordinário amor de Deus pelos perdidos. Na ocasião em que contou a Parábola da Dracma Perdida, Jesus estava cercado por publicanos e pecadores que se juntaram para ouvi-lo. Os pecadores eram as pessoas moralmente marginalizadas e de má reputação na sociedade. Essas pessoas não possuíam um padrão de vida aprovado pelos religiosos da época. Por isto, elas eram praticamente excluídas do convívio social.
Já os publicanos eram os cobradores de impostos, os judeus que estavam a serviço do Império Romano. Os publicanos eram vistos pelo povo como traidores que extorquiam os próprios irmãos. Era recomendado que os judeus evitassem ao máximo ter contato com essas classes de pessoas.
Porém, Jesus não apenas tinha contato com essas pessoas, mas também comia com elas e até mesmo ia em busca delas (Lucas 5:27-29). Foi assim com Mateus, um publicano que o Senhor escolheu para ser um de seus doze apóstolos.
Esse tipo de comportamento desagradava completamente os fariseus e os doutores da Lei. Com toda sua ignorância e soberba religiosa, eles não conseguiam perceber que o propósito pela qual o Filho de Deus veio ao mundo, é buscar e salvar o perdido. Então, diante dos religiosos escandalizados, Jesus contou três parábolas, entre elas a Parábola da Dracma Perdida.
Explicação da Parábola da Dracma perdida
Essa é uma parábola bem pequena, porém em sua simplicidade revela uma história completa e profunda. A história da mulher e sua dracma perdida se harmonizava à vida cotidiana do primeiro século. Essa dracma perdida, em algumas traduções “moeda de prata”, era uma moeda grega.
Tal como o denário romano, a dracma correspondia à quantia paga ao trabalhador comum por um dia de serviço. Saiba mais sobre os pesos e medidas da Bíblia. Alguns sugerem que as dez dracmas eram toda a economia daquela mulher.
Outros apontam para a possibilidade de que as dez dracmas faziam parte de seu dote, e eram usadas como um tipo de enfeite. Se for este o caso, então é possível que ela tenha colocado as dez dracmas em uma corrente em volto de seu pescoço.
Conforme o costume da época, ela também poderia ter atado as moedas em uma tira de pano que enfeitava seu penteado. Seja como for, o fato de a mulher perder uma das dracmas foi motivo de grande ansiedade. Jesus também fala que ao procurar a dracma perdida, a mulher ascende uma lâmpada.
Isso indica, provavelmente, que Jesus estava utilizando como pano de fundo para a sua parábola, uma típica casa de uma pessoa de classe pobre. Essas casas eram bem pequenas, tinham piso de terra batida e não havia janelas. Às vezes, os construtores deixavam algumas pedras faltando na parede, próximo ao teto. Isto servia para permitir a ventilação no interior da casa.
Entretanto, tais aberturas de ar não eram suficientes para prover iluminação adequada. Mesmo durante um dia de sol, a casa permanecia escura. Assim, fica evidente a dificuldade que havia na procura de algum objeto pequeno que caía no chão de terra.
Na parábola, com a ajuda de uma lamparina, a mulher então varre a casa em busca da dracma perdida. Ela procura em cada canto, com muita diligência, até que consegue encontrar a moeda. Ao encontrar a dracma perdida, a mulher desejou repartir sua alegria com as amigas e vizinhas, afinal, a dracma estava novamente guardada em segurança.
O siginificado da Parábola da Dracma perdida
O clímax da Parábola da Dracma Perdida ocorre exatamente nesse ponto. Jesus afirma que assim como a mulher se alegrou com suas amigas pela moeda encontrada, também Deus se alegra diante de seus anjos quando um pecador se arrepende.
Algumas pessoas, caindo nas armadilhas da alegoria, insistem em atribuir significado a cada um dos elementos dessa parábola. Essas pessoas dizem, por exemplo, que a mulher dessa parábola simboliza o Espírito Santo ou então a própria Igreja. Eles dizem isto ao entender que o pastor da Parábola da Ovelha Perdida simboliza Jesus, enquanto a Parábola do Filho Pródigo foca em representar o Pai.
Outros também afirmam que a lâmpada que a mulher ascende representa o Evangelho. Na sequência, supostamente a vassoura com que ela varre o chão seria a Lei. Mas não é preciso um grande esforço para entender que essas interpretações estão erradas. Elas fogem do objetivo da história contada por Cristo.
Ao se interpretar uma parábola, sempre é preciso priorizar sua mensagem central. Quando se segue essa simplicidade na interpretação, dificilmente se erra o alvo do ensino do Senhor. Não há qualquer necessidade de se atribuir significados para todos os elementos de uma parábola.
Esse tipo de coisa apenas distorce sua verdadeira mensagem. Quando uma parábola possui um elemento que precisa ser identificado no que diz respeito ao seu significado particular, o próprio Jesus deixa isso diretamente expresso em sua narrativa. A Parábola do Semeador é um exemplo disto (Mateus 13:1-9,18-23).
Quanto a Parábola da Dracma Perdida, a mensagem é muito clara: Deus busca pelo perdido, e se alegra grandemente na presença dos anjos por cada um deles que se arrepende.
Aplicação prática da Parábola da Dracma perdida
O ensino principal da Parábola da Dracma Perdida ficou claro no tópico acima. Com base nele, podemos perceber uma importante aplicação prática para nossa vida cristã. Devemos sempre nos perguntar: Qual tem sido nossa atitude para com os perdidos? Será que estamos tendo a presunção de desprezar aqueles a quem o próprio Deus busca? O contexto da Parábola da Dracma Perdida nos convida a olhar para o exemplo de Jesus.
A Igreja de Cristo deve agir para com os pecadores assim como nosso Senhor agiu. É triste ver que muitos se denominam cristãos, mas seguem o exemplo dos escribas e fariseus.
Eles não demonstram amor pelos perdidos. Ao invés de evitar os pecadores de seu tempo, Jesus frequentemente estava acompanhado deles. Nosso Senhor se assentava à mesa com eles e ativamente os buscava (Lucas 19:10; cf. 19:5; Mateus 14:14. 18:12-14; João 4:4s; 10:16). https://estiloadoracao.com/parabola-da-dracm.
Observação:
“Esta segunda parábola é paralela com a precedente. Aqui, é uma moeda de prata (drachme, cerca do salário de um dia para um trabalhador comum) que foi perdida, em vez de uma ovelha. Esta parábola focaliza uma mulher que mora numa casa do interior.
Normalmente tais casas não têm janela; assim, tão logo perde a moeda, ela começa a procurá-la. Ela acende uma luminária e varre a casa, procurando cuidadosamente até encontrá-la. Ela fica grandemente aliviada, e, como o pastor (v.6), ela convida as amigas e vizinhas para um jantar de comemoração.
A aplicação de Jesus desta parábola é semelhante à prévia [da ovelha perdida], embora desta vez ’há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende’ em vez de ‘alegria no céu’ (v.7). Ambas as parábolas se referem à alegria de Deus quando um pecador volta a Ele” (ARRINGTON, F. L. !n ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico PentecostaL 1.ed. Rio de janeiro: CPAD, 2003, p.420).
Conclusão
Uma ovelha que foge do pastor costuma ficar deitada e sem forças e não consegue mais mexer, levantar-se e andar. Não sobra ao pastor senão carregá-la, o que, em longas caminhadas, só é possível, se ele puser o animal aos ombros.
Assim é Deus conosco, além de nos amar e buscar, nos dá seu perdão, livrando-nos de culpas e liberando-nos do mal, ao oferecer-nos sua graça salvadora. Lembre-se que graça é um favor imerecido, ou seja, Deus é que nos providencia a salvação, cabendo a nós apenas a fé (confiança) para recebê-la.
Jamais deveríamos correr o risco de desprezar àqueles a quem o Senhor busca. Como seus seguidores, devemos proclamar que Cristo veio “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10). Muitas pessoas talvez não dariam importância a uma simples dracma perdida.
Mas tal como aquela mulher buscou sua dracma perdida, Deus busca aqueles a quem o mundo despreza, isto porque o valor e o mérito não estão no perdido, mas Naquele que o encontra.