Ezequiel o atalaia de Deus

Ezequiel o atalaia de Deus

Ezequiel o Atalaia de Deus

O profeta Ezequiel foi um dos homens levantados por Deus para profetizar na época do exílio do povo judeu na Babilônia. O nome Ezequiel significa “Deus fortalece” ou “Deus torna forte”, do hebraico Yeheze’l. O grande propósito da mensagem profética do profeta Ezequiel era incentivar os judeus exilados a permanecerem fiéis a Deus, confiando que Ele iria cumprir a sua promessa de restauração. Deus haveria de conduzir a nação novamente à sua terra de origem. Ele traria novamente os tempos de glória para o Templo e para Jerusalém. Isso aconteceria após o fim do julgamento divino sobre os judeus. Esse julgamento era evidenciado pelas provações e destruições advindas pela ocasião do cativeiro.

Texto Bíblico (Ezequiel 3.16-21, 27)

O livro do Profeta Ezequiel

Autor, data, conteúdo e a ação do Espírito Santo

Ezequiel (Ez)

 1 – Autor

Autor: Ezequiel

O autor, cujo nome significa “Deus fortalece”. É identificado como “Ezequeil, filho de Buzi, o sacerdote” (1.3). Embora essa identificação tenho sido questionada, parece não haver razão válida para se duvidar disso. Ele era, provavelmente, um membro da família sacerdotal dos zadoqueus, que se tornaram importantes durante as reformas de Josias (621 aC). Ele foi treinado para o sacerdócio durante o reinado de Joaquim, foi deportado para a Babilônia (1.1; 33.21; 40.1) em 597 aC e estabeleceu-se em Tel– Abibe, situada no canal do rio Quebar, perto de Nipur (1.1). Seu ministério coincidiu brevemente ao de Jeremias.

2 – Data

Data: Entre 593 – 573 a.C.

O chamado de Ezequiel veio a ele em 593 aC, o quinto ano do reinado de Joaquim. A última data dada por oráculo (29.17) é, provavelmente, 571 aC, fazendo de seu ministério cerca de vinte anos de duração. A morte de sua esposa ocorreu ao mesmo tempo da destruição de Jerusalém, em 587 aC (24.1,15-17). Exilado por ocasião do segundo cerco de Jerusalém, por volta de sua iminente e completa destruição, incluído a partida da presença de Deus. Partes foram também, aparentemente escritas após a destruição de Jerusalém.

3 – Conteúdo

A personalidade de Ezequiel reflete uma força mística. A proximidade de seu contato com o Espírito, suas visões e a freqüência com a qual a palavra do Senhor vinha até ele fornecem uma conexão entre os profetas extáticos mais antigos e os profetas e escritores clássicos. Suas experiências espirituais também anteciparam a atividade do ES no NT. A ele adequadamente pertence o título de “carismático”. A mensagem de Ez foi endereçada ao resto dos pervertidos de Judá exilados na Babilônia. A responsabilidade moral do indivíduo é um tema de primeira importância em sua mensagem. A responsabilidade coletiva não mais resguarda o indivíduo. Cada um deve aceitar uma responsabilidade pessoal pela desgraça da nação. Cada um é responsável pelo seu pecado individual (18.24). Foi o peso do pecado acumulado de cada indivíduo que contribui para o rompimento do concerto de Deus com Israel, e cada qual leva uma porção da culpa pelo julgamento que resultou no exílio.

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O livro está facilmente dividido em três seções: o julgamento de Judá (4-24), o julgamento das nações pagãs ( 25-32) e as futuras bênçãos pelo concerto de Deus com o povo (33-48).

Dois temas teológicos agem como um equilíbrio no pensamento do profeta. Na doutrina do homem em Ez, ele colocou a ênfase no dever pessoal (18.4: “a alma que pecar, essa morrerá”). Por outro lado, ele enfatizou a graça divina no renascimento da nação. O arrependimento do remanescente fiel entre os exilados resultaria na recriação de Israel a partir dos ossos secos (37.11-14). O divino Espírito os estimularia a uma nova vida. Por essa ênfase no ES na regeneração, Ez antecipava a doutrina do NT do ES, especialmente no Evangelho de João.

4 – O Espírito Santo em Ação

Quer a revelação profética seja apresentada simbolicamente em visões, sinais, ações de parábolas ou em fala humana, Ez reivindica por eles o poder e a autoridade do ES. Além disso, há inúmeras referências ao Espírito de Deus no livro. Alguém pode quase que caracterizar o Livro de Ez como “os Atos do ES” no AT. Várias dessas referências merecem uma tenção em especial. Em 11.5, o profeta afirma autobiograficamente que o Espírito do Senhor “caiu” sobre ele e lhe “disse”. O oráculo que segue é, desse modo, a Palavra de Deus nas palavras de Ezequiel, inspirado pelo ES. O mesmo (11.24) apresenta o Espírito como ativo em uma visão: “Depois, o Espírito me levantou e me levou em visão à Caldéia, para os do cativeiro.”

Talvez a situação melhor conhecida da atividade do Espírito esteja no cap. 37, a visão do vale dos ossos secos: “Veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor me levou em Espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos…”(v.1) A visão subseqüente relata o renascimento espiritual do restante do ovo que estava, até então, no exílio. Um aspecto final da ação do Espírito na vida do profeta é achado em 36.26: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo.” Não é somente um ato externo do Espírito o “cair sobre” alguém, mas também a profetizada experiência subjetiva da presença do Espírito dentro, tal como Ezequiel inigualavelmente experimentou quando o Espírito “entrou” nele (2.2). Ezequiel antecipou a experiência do concerto do “novo nascimento”, o qual seria dado pelo Espírito.

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OBS: O simbolismo de Ezequiel – A mensagem do profeta Ezequiel é a que contém mais elementos simbólicos entre todas as outras mensagens dos profetas escritores. Também é possível perceber que a mensagem proclamada por ele era claramente representada por suas próprias experiências pessoais. Isso significa que Deus fez com que o profeta fosse um tipo de “sinal vivo” para o povo judeu. Assim, o profeta precisou enfrentar grandes provações e suportar terríveis sofrimentos, a fim de que sua vida servisse de sinal para incitar a nação a buscar o arrependimento. Além de muita simbologia, o profeta Ezequiel também usou parábolas e provérbios (Ezequiel 12:21,22; 15-19).

Algumas pessoas, equivocadamente, utilizam algumas passagens do livro de Ezequiel para sugerir que o profeta sofria de algum transtorno mental (ex.: Ezequiel 3:23; 4:8). Claro que quem defende essa ideia falha em compreender a forma com que Deus direcionou a vida desse homem.No início do ministério do profeta Ezequiel sua mensagem não foi muito bem recebida (Ezequiel 3:5). Porém, com o passar do tempo, o profeta foi sendo identificado numa posição mais honrosa (Ezequiel 8:1; 14:1; 20:1). De qualquer forma, durante seu comissionamento como profeta o Senhor o avisou de que a casa de Israel não lhe daria ouvido, isso porque os judeus não queriam ouvir o próprio Deus. Por isso Deus disse que fortaleceria o profeta contra o povo, numa frase que talvez contenha um jogo de palavras que faz referência ao significado de seu nome (Ezequiel 3:7,8). (https://estiloadoracao.com/quem-foi-o-profeta-ezequiel/).

Esboço do Livro de Ezequiel

Esboço de Ezequiel

1 – O início da visão e chamada de Ezequiel 1.1-3.21

  • Visões introdutórias 1.1-28
  • O encargo dos profetas 2.1-3.21

2 – Profecias e visões sobre a destruição de Jerusalém 3.22-24.27

  • Oráculos de julgamento 3.22-7.27
  • Visões de idolatria no templo 8.1-11.25
  • O exílio e cativeiro de Judá 12.1-24.27

3 – Oráculos da ruína contra nações estrangeiras 25.1-32.32

  • Contra Amom 25.1-7
  • Contra Moabe 25.8-11
  • Contra Edom 25.12-14
  • Contra a Filistia 25.15-17
  • Contra Tiro 26.1-28.19
  • Contra Sidom 28.20-26
  • Contra Egito 29.1-32.32

4 –  Profecias de restauração 33.1-48.35

  • Ezequiel como vigia 33.1-33
  • Deus como Pastor 34.1-31
  • Julgamento contra Edom 35.1-15
  • Restauração de Israel 36.1-37.28
  • Julgamento contra Gogue 38.1-39.29
  • Restauração do templo 40.1-46.24
  • Restauração da terra 47.1-48.35
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OBS: SETE CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS – “Sete características principais assinalam o livro de Ezequiel.

(1) Contém um grande número de visões surpreendentes, de parábolas arrojadas e de ações simbólicas e excêntricas, como um meio de expressão da revelação profética de Deus.

(2) Seu conteúdo é organizado e datado com cuidado: registra mais datas do que qualquer outro livro profético do AT. (3) Duas frases características ocorrem do começo ao fim do livro: (a) ‘então saberão que eu sou 0 SENHOR’ (sessenta e cinco ocorrências com suas variantes).

(4) Ezequiel recebe de Deus, de modo peculiar, os nomes de ‘filho do homem’ e ‘atalaia’.

(5) Este livro registra duas grandiosas visões do templo: uma delas mostra-o profanado e à beira da destruição (8-11), e outra, purificado e perfeitamente restaurado (40-48).

(6) Mais do que qualquer outro profeta, Ezequiel recebeu ordens de Deus para identificar-se pessoalmente com a palavra profética, expressando-a através do simbolismo profético.

(7) Ezequiel salienta a responsabilidade pessoal do indivíduo e sua responsabilidade diante de Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1171). “O profeta do Antigo Testamento era um homem que, além de transmitir a mensagem de Deus, tinha outras atribuições de ordem nacional. Na unção dos reis eram os profetas que tinha a incumbência de derramar o azeite santo da unção sobre a cabeça dos governantes.

No Antigo Testamento, o ofício do profeta era de âmbito nacional. Quando Deus levantava um profeta, conferia-lhe a missão de falar em seu nome para toda a nação e até para povos estranhos. O Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando Jesus se despedia dos seus discípulos, lhes disse: ‘convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos’ (Lc 24.44). Os escritos dos profetas faziam parte da tríplice divisão da Bíblia hebraica” (RENOVATO, Elinlido. Dons Espirituais & Ministeriais: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, pp.83,84).

Conclusão

O livro é um espetáculo do ponto de vista literário. Nele podemos ver que o profeta é um poeta. O profeta apresenta parábolas, sinais, visões apocalípticas, repetições, frases-chave, temas que permeiam todo o livro e uma estrutura bem definida. A pregação expositiva de Ezequiel deve ser feita, mas, considerando a complexidade do livro, sugerimos que ela seja feita intercalada e com pausas,  pensando na melhor nutrição da igreja. Sem essas pausas, o ambiente tende a ficar pesado, e a igreja seria prejudicada pela falta de abordagem de outros temas em que necessita de instrução bíblica.

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