A sutileza do enfraquecimento da Identidade Pentecostal

A sutileza do enfraquecimento da Identidade Pentecostal

A Sutileza do enfraquecimento da Identidade Pentecostal

O Movimento Pentecostal, embora comprovadamente bíblico e ortodoxamente teológico, vem sofrendo, desde o seu nascedouro, injustificados ataques. Isto se deve a dois principais fatores: 1) falta de conhecimento bíblico-teológico acerca da doutrina do Espírito Santo e 2) ignorância sobre a origem do maior avivamento já registrado pela história. Nesta lição, teremos oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a origem e a atualidade do Pentecostalismo. Viremos a constatar que o Movimento Pentecostal, apesar de seus cem anos de história, é uma realidade que vem sendo experimentada pela Igreja de Cristo há quase vinte séculos. Infelizmente, muitos são os movimentos que, cognominados de pentecostais, vêm semeando confusão acerca do verdadeiro movimento do Espírito Santo.

Texto Bíblico (Atos 2.1-4; 1 Coríntios 12.7-11)

Onde teve origem o Pentecostes Cristão

O ponto de partida.

No Dia de Pentecostes, em Jerusalém, cumpriu-se a promessa que o Senhor Jesus fizera aos seus discípulos: a vinda do Consolador (Jo 14.16; At 2.1-4). Inaugurou-se, assim, um novo tempo para o povo de Deus que passou a usufruir de um abundante derramamento do Espírito Santo, conforme havia profetizado Joel (Jl 2.28-31). Sim, o que Jesus prometera tornou-se realidade (Lc 24.49). Mas qual a origem do Pentecostes? E por que as igrejas que crêem na atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais são denominadas pentecostais?

Como surgiu o termo pentecostalismo.

A expressão “pentecostalismo” procede do vocábulo grego pentekosté que significa quinquagésimo. O Pentecostes era a segunda das três principais festas judaicas (Lv 23) e recebe esse nome por ser comemorado cinquenta dias após a Páscoa (Lv 23.16). Era também conhecido como a Festa das Semanas, Festa das Primícias e Festa da Colheita (Êx 34.22). Foi durante o Pentecostes que os quase 120 que oravam no cenáculo receberam o batismo com o Espírito Santo (At 1.3; 2.1-13).

Do Pentecostes judaico ao cristão.

Devido à destruição do Santo Templo em 70 d.C, os judeus ficaram impossibilitados de praticar muitos de seus rituais e liturgias. Mas para os cristãos, o Pentecostes, em virtude do derramamento do Espírito Santo, adquiriu um novo sentido. Tornou-se sinônimo do ministério, operações, atos poderosos e manifestações sobrenaturais do Espírito Santo na Igreja e através da Igreja (At 19.1-20).

A trajetória do Pentecostalismo

A promessa da efusão do Espírito.

Deus revelou ao profeta Joel que, nos últimos dias, haveria uma efusão do Espírito Santo sobre os fiéis (Jl 2.28-32). Por conseguinte, a promessa do derramamento do Espírito Santo não se destinava apenas aos crentes que se achavam reunidos no cenáculo, mas diz respeito a todos os servos de Deus em todos os lugares e épocas (At 2.1-13, 39). O Movimento Pentecostal implica numa ação contínua e renovadora do Espírito Santo na vida da Igreja, fazendo com que esta cumpra cabalmente as demandas da Grande Comissão (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20).

O Movimento Pentecostal tem o testemunho dos séculos.

O escritor e jornalista Emílio Conde evidencia em O Testemunho dos Séculos, através de inúmeras provas, que o Pentecostalismo é um movimento legitimamente bíblico e que, historicamente, não se restringiu à Igreja Primitiva. Não é, portanto, um modismo sueco ou norte-americano. Em seu Dicionário do Movimento Pentecostal, afirma o historiador Isael de Araujo que o “pentecostalismo, em suas diferentes formas, tem existido por toda a história cristã, tanto do Ocidente como no Oriente, desde o Dia de Pentecostes, em Jerusalém”. No verbete “cronologia do pentecostalismo mundial”, o autor mostra um panorama das manifestações históricas do pentecostalismo do primeiro até ao século vinte.

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O genuíno Pentecostalismo.

Como distinguir o verdadeiro do falso pentecostalismo? O genuíno pentecostalismo não admite qualquer outra revelação além das Escrituras Sagradas, pois prima pela ortodoxia bíblica e pela sã doutrina (Cl 1.6-9). Logo, nossa única regra de e conduta é a Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante, absoluta e completa Palavra de Deus. Podemos afirmar que Pentecostalismo é um movimento legitimamente bíblico e que, historicamente, não se restringiu à Igreja Primitiva.

OBS: Argumento Histórico

“Os historiadores que se ocupam do Avivamento Pentecostal no século 20 são unânimes em mencionar a Rua Azuza, em Los Angeles, Califórnia, em 1906, como o centro irradiador de onde o avivamento se espalhou para outras cidades e nações. A Rua Azuza transformou-se em poderosa fogueira divina, onde centenas e milhares de pessoas de todos os pontos da América, ao chegarem atraídas pelos acontecimentos e para ver o que estava se passando ali, eram batizadas com o Espírito Santo, e ao retornarem para suas cidades levavam essa chama viva que alcançava também outras pessoas.

Porém, quem havia trazido a mensagem pentecostal a Los Angeles fora uma senhora metodista, que, por sua vez, a recebera na cidade de Houston, quando tinha ido visitar seus parentes. Antes dessa data (1906), podemos citar também os avivamentos ocorridos na Suécia em 1858, e na Inglaterra em 1740. Na América do Norte, podem-se mencionar os avivamentos nos Estados de Nova Inglaterra em 1854, e na cidade de Moorehead, em 1892, seguidos dos de Caiena, Kansas, em 1903, e Orchard e Houston, em 1904 e 1905, respectivamente. Os membros das várias igrejas, uns por curiosidade, outros por desejo de receber mais graça do céu, chegavam para ver com os próprios olhos aquele fenômeno.

Muitos deles traziam consigo a opinião de que tudo aquilo não passava de obra de fanáticos. Porém, todos saíam dali convencidos de que era um movimento divino, e transformavam-se em testemunhas e propagandistas do Movimento Pentecostal que se iniciara naquela ruazinha em Los Angeles. […] Dentro em pouco os grandes centros urbanos norte-americanos foram alcançados pelo avivamento. Uma das cidades que mais se destacaram e se projetaram no Movimento Pentecostal foi Chicago. As boas-novas do avivamento alcançaram, praticamente, todas as igrejas evangélicas da cidade.

Em algumas, houve oposição da parte de uns poucos crentes, porém o avivamento triunfou, pois, além de outras características que o recomendavam, ele se destacava pelo espírito evangelístico e pelo interesse que despertava pelo evangelismo dos outros povos. Ou seja: cada um que se convertia, transformava-se também em missionário” (CONDE, E. História das Assembleias de Deus no Brasil. 1.ed., RJ: CPAD, pp.23-4).

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O verdadeiro Pentecostalismo

Características das igrejas pentecostais.

São igrejas legitimamente pentecostais as que, em primeiro lugar: a) Aceitam a soberania da Bíblia Sagrada, como a inspirada e inerrante Palavra de Deus, elegendo-a como infalível regra de avaliação de toda e qualquer manifestação espiritual (2 Tm 3.16); b) Mantém a pureza da sã doutrina, conforme a encontramos na Bíblia Sagrada (At 2.42; 1 Tm 4.16); c) Acreditam na atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais (At 2.39); d) Cumprem integralmente as demandas da Grande Comissão que nos deixou o Senhor Jesus (Mc 16.15-20); e) Têm compromisso com a santidade, defendem o aperfeiçoamento da vida cristã através da leitura da Bíblia, da oração e do exercício da piedade na consolação do Espírito Santo (Gl 5.22; 1 Ts 5.17-23; 1 Tm 4.8).

Novos movimentos.

Vários movimentos, incorretamente intitulados de pentecostais, têm surgido ao longo dos anos. Tais dissidências acabaram criando um segmento esotérico, místico e sincrético que em nada lembra o verdadeiro cristianismo (Cl 2.18). Tais são os desvios doutrinários desses movimentos que eles, sequer, podem ser considerados cristãos, pois incorporaram às suas liturgias práticas místicas e antibílicas, fazendo uso de sal grosso, rosa ungida, óleo e água “santificados”, culto aos anjos, etc. Tais práticas são heréticas e inadmissíveis, não tendo nenhum respaldo na Palavra de Deus.

Não podemos nos esquecer, também, de extravagâncias doutrinárias como, por exemplo, a teologia da prosperidade, confissão positiva, quebra de maldição, triunfalismo e outros aleijões teológicos e heresias O verdadeiro pentecostalismo caracteriza-se pela aceitação das Escrituras como a inspirada e inerrante Palavra de Deus, manutenção da sã doutrina, atualidade dos dons espirituais, cumprimento integral da grande comissão e compromisso com a santidade.

OBS: Argumento Subsídio Bibliológico – “Paulo, no capítulo 12 de 1 Coríntios, descreve a Igreja como o Corpo de Cristo e afirma que os crentes são membros desse Corpo, com diferentes dons, provindos de Deus pelo Espírito Santo, do mesmo modo como os membros do corpo humano têm diferentes funções para diversos propósitos. Os dons do Espírito são os meios pelos quais os membros do Corpo de Cristo são habilitados e equipados para a realização da obra de Deus. Sem os dons do Espírito, ao invés de a Igreja ser um organismo vivo e poderoso seria apenas mais uma organização humana religiosa. Cremos que a Igreja da época atual é a Igreja dos últimos dias e a noiva destinada a encontrar-se com Cristo no dia do arrebatamento, para as Bodas do Cordeiro.

À luz do Novo Testamento, os últimos dias da Igreja de Cristo na terra serão assinalados pelo maior avivamento espiritual de todos os tempos: ‘Acontecerá que nos último dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne…’ (At 2.17). Em adição, revelam-nos as Escrituras, e também a história da Igreja, que o verdadeiro avivamento se caracteriza pela manifestação abundante dos dons do Espírito, tal como aconteceu nos dias apostólicos e em outros períodos de avivamento espiritual. Paulo referiu-se à vinda de Cristo, associando-a com a manifestação dos dons do Espírito, nestes termos: ‘assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo’ (1 Co 1.6,7)” (SOUZA, E. Â. Os nove Dons do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1985, pp.11,12).

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Os dons são oferecidos à Igreja

“Convém, portanto, que os dons sejam usados na igreja. Assim, a igreja poderá exercer a sua influência espiritual de modo constante. Todos os dons cabem no trabalho da Igreja (At 5.12-16; 6.7,8; 14.7-10). Alguns acham que, tendo recebido um dom, torna-se mais convenientes exercê-lo em um trabalho particular, isto é, desvinculado da Igreja. A igreja não precisa de nenhum trabalho ‘especializado’ à parte dela, como por exemplo, um trabalho profético, ou de cura, ou de discernimento de espíritos e de revelação. Não, mas todos os dons podem e devem funcionar na Igreja, no seu trabalho normal. Deus colocou os ministros na direção da Igreja. Os dons são dados aos membros da Igreja, para que sirvam de ajuda como uma confirmação da parte de Deus para a pregação do Evangelho (cf. Mc 16.20). Porém, a direção da igreja continua na mão dos ministros, pois ninguém, por possuir um dom espiritual, torna-se ‘líder da igreja’.

Os crentes de hoje devem ser orientados a buscar os dons

Vivemos agora no tempo do derramamento do Espírito Santo (cf. At 2.17). É o tempo de buscar a Deus. Devemos ensinar sobre a necessidade de buscar dons. Foi isso que o apóstolo Paulo fez (cf. 1 Co 12,1-31). Insistiu para que os crentes não fossem ignorantes acerca dos dons, e os ensinou sobre o valor deles (cf. 1 Co 14.12,39). ‘A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus’ (Rm 10.17). Os dons enriquecem a igreja (cf. 1 Co 1.5).

Devemos orientar os crentes a buscarem os dons pela oração (cf. Hc 3.1-4; 2 Tm 1.6), Devemos orar buscando os dons conforme a orientação da Bíblia (cf. 1 Co 12.31; 14.1,13,39). Quando o rei Salomão pediu, Deus lhe deu o dom de sabedoria (cf. 1 Rs 3.6-13). Devemos pedir com fé (cf. Tg 1.6; 1 Jo 5.14,15; Mc 11.22-24). Devemos ficar então na expectativa, esperando no Senhor (cf. Sl 27.14; Is 30.18). ‘Ele a nós virá como chuva’ (Os 6.3). E, quando vier, devemos obedecer-lhe (cf. At 5.32)” (BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005, pp.105,106,109).

Conclusão

Vimos, que o verdadeiro Movimento Pentecostal teve sua origem no Dia de Pentecostes. Os anos se passaram, mas a chama pentecostal continua a arder, pois a promessa do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais é para nós também, embora, a doutrina pentecostal tenha sofrido vários ataques de diversas maneiras, mas, o Senhor Jesus Cristo tem mantido a chama demonstrando ao mundo que sua igreja é um organismo vivo! Conservemos, pois, o legítimo pentecostalismo, conforme o encontramos nas Sagradas Escrituras.

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