Quando Deus restaura o Justo

Quando Deus restaura o Justo

Quando Deus restaura o Justo

Deus não se limita a provar o justo. Restaurando-o, Ele o conduz à perfeição espiritual.

Texto Bíblico Jó 42.1-17

Jó e o seu estado de humilhação

Eu me alimento das mãos de Deus

Com profunda e singular humilhação, o melhor dos homens daquela época, ouviu dois pronunciamentos que, judiciosamente, apontaram-lhe as falhas: o discurso de Eliú e o monólogo do Todo-Poderoso. Jó, em momento algum, se exaspera. Agora tem ele certeza de estar sendo provado; na economia divina sempre é possível melhorar o que já é perfeito (Dt 18.13; Pv 4.18; Mt 5.48; Ef 4.13).

A confissão de Jó.

O que resta, agora, ao patriarca? Não obstante ser tido como um dos três homens mais perfeitos de todos os tempos, confessa Jó a sua falta, e reconhece a sua pequenez diante da imensidade de Deus: “Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.6). Ver Ezequiel 14.20.

Que diria você ao ouvir tal confissão de um homem cuja integridade era reconhecida e avalizada até pelo próprio Senhor? Sim, era Jó um homem perfeito. Mas, diante de Deus, quão imperfeitas são as nossas perfeições. Diante daquele que é infinito em suas perfeições, o perfeito sempre poderá se aperfeiçoar; o bom sempre poderá melhorar (Fp 3.12; Cl 1.28). Jó o sabia muito bem.

Ouvindo e vendo a Deus.

Jó teve de se calar para compreender a natureza de seu sofrimento; e, perfeitamente, compreendeu-a. Infelizmente, muitos não logram o mesmo entendimento, pois ainda não aprenderam a ouvir a Deus (Hb 3.7,8). Oram, mas não lhe ouvem a resposta (Is 42.20). Com os seus murmúrios, acabam por encobrir a voz de Deus (Sl 106.25).

Primeiro, ouviu Jó a voz de Deus; depois, seus olhos passaram a vê-lo (Jó 42.6). Até este momento, a que o patriarca professava em Deus, conquanto sublime e singularíssima, era apenas intelectual. Mas, agora, que os seus olhos veem o Todo-Poderoso, começa a ter um conhecimento experimental do Senhor. Como é a sua fé? Intelectual? Ou experimental? O Senhor deseja que você o conheça integralmente (Os 6.1-3).

OBS: SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO – “Afirmou um crítico literário, certa vez, que dois são os defeitos do Livro de Jó. O primeiro é que o antagonista da história – Satanás – sai de cena ainda no prólogo. E o segundo é que, diferentemente dos dramas gregos, romanos e ingleses, a história de Jó tem um final feliz. Não obstante, acrescenta o crítico literário, o Livro de Jó é o mais belo poema de todos os tempos.

O que os críticos literários seculares classificam como defeito, nós chamamos de perfeição. Pois, de uma forma magistral, o autor sagrado pôde conduzir o drama de Jó sem a presença do adversário. E se o Livro de Jó é concluído com final feliz, é porque se manteve com absoluta fidelidade aos fatos. Se os gregos, romanos e ingleses não se afeitam aos finais felizes, os que servimos a Deus sabemos que, apesar das intempéries, sempre haverá um final surpreendente venturoso àqueles que confiam nas promessas de Deus.

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Conforte-se na história de Jó! Se as suas angústias são grandes, maiores ser-lhe-ão as consolações. De toda essa provação, sairá alguém bem melhor. Em sua história, também haverá um final feliz” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.196-97).

O exercício da intervenção e restauração na vida de Jó

O Senhor dirige-se, neste momento, aos três amigos de Jó, e gravemente os repreende: “A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó” (42.7,8). Desta advertência de Deus, podemos ver alguns fatos bastante interessantes quanto à atuação de Jó. Em primeiro lugar, teria ele de agir como sacerdote.

O sacerdócio de Jó.

Mesmo em frangalhos, e mesmo não passando de ruínas, deveria Jó, naquele momento, atuar como sacerdote daqueles que muito o feriram com suas palavras. Que incrível semelhança com o Senhor Jesus Cristo! Nosso Salvador, embora tenha sido retratado pelo profeta como alguém desprovido de parecer e formosura, intercedeu por nós pecadores (Is 53.2,3,12).

Se este retrato que o profeta revela do Senhor parece forte, o que diremos da pintura que do mesmo Salvador faz Davi: “Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo” (Sl 22.6)? No auge da angústia, Jó fez-se mui semelhante ao Senhor Jesus. Mas quão distante achava-se ele da glória exterior do sacerdócio araônico! Caber-lhe-ia, pois, orar por seus amigos, e por eles oferecer os sacrifícios prescritos pelo Senhor. Tem você orado por seus amigos? Tem jejuado por eles? Mesmos se estes o ferirem, não deixe de apresentá-los diante do Senhor, a fim de que sejam salvos.

Eu me alimento das mãos de Deus

A restauração na intercessão. Muitos crentes não são restaurados, porque, embora orem muito por si mesmos, não intercedem diante de Deus pelos outros. Tinha Jó um amor tão altruísta e de tal forma sacrificial que, ao invés de orar por si, pôs-se a clamar em favor de seus amigos. “E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).

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Mesmo em dificuldades, e ainda que no mais ardente crisol, ore por seus parentes, amigos e por quantos o cercam. Pois o seu cativeiro começará a ser virado exatamente neste momento. Não podemos subestimar a força da oração intercessória. Enquanto você ora por seus amigos, haverá milhares de irmãos intercedendo por você.

OBS: SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO – “Mesmo em frangalhos, e mesmo não passando de ruínas, deveria Jó, naquele momento, atuar como sacerdote daqueles que muito o feriram com suas palavras. Que incrível semelhança com o Senhor Jesus Cristo! Nosso Salvador, embora tenha sido retratado pelo profeta como alguém desprovido de parecer e formosura, intercedeu por nós pecadores (Is 53.2,3,12).

Se este retrato que o profeta revela do Senhor parece forte, o que diremos da pintura que do mesmo Salvador faz Davi: ‘Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo’ (Sl 22.6)? No auge da angústia, Jó era mui semelhante ao Senhor Jesus. Mas quão distante achava-se ele da glória exterior do sacerdócio araônico! No entanto, caber-lhe-ia orar por seus amigos, e por seus amigos oferecer os sacrifícios prescritos pelo Senhor” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.191).

A Restauração de Jó

Eis que o Senhor põe-se a virar o cativeiro de Jó; restaura-o integralmente. Se tudo ele perdera por completo, e de uma só vez, de forma duplicada o Senhor lhe retribui.

Restauração espiritual.

Jó se humilha, reconhece a sua pequenez, e mostra haver experimentado um grande conhecimento espiritual: “Então, respondeu Jó ao SENHOR e disse: Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido. Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. Por isso, me abomino de me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.1-6).

Restauração material.

O Senhor acrescentou duplicadamente a Jó em relação a tudo quanto dantes possuía (Jó 42.10).

Restauração social de Jó.

Os que desprezaram a Jó, estando este na angústia, agora presenteiam-no como se fora ele um príncipe: “Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro” (Jó 42.11).

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Restauração doméstica de Jó.

Embora a Bíblia não o revele, a esposa de Jó veio, evidentemente, a se converter ao Senhor, fazendo-se partícipe de toda a ventura do esposo. Eis os filhos que ela lhe deu à luz: “Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque” (Jó 42.13,14). Informa o autor sagrado terem sido estas filhas de Jó as mulheres mais formosas de toda a terra.

Restauração histórica de Jó.

O homem que fora tão caluniado por Satanás, tão incompreendido pela esposa e tão acusado pelos amigos, entra agora para uma exclusivíssima galeria; é posto entre os três mais piedosos homens de todos os tempos: “Ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça” (Ez 14.20). Pode haver maior honra do que esta?

Eu me alimento das mãos de Deus

OBS: ARGUMENTO TEOLÓGICO – “O Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de Deus para todos os crentes fiéis.

(1) Cumpriu-se o propósito divino restaurador, concernente ao sofrimento de Jó. Deus permitira que Jó sofresse, por motivos que ele não compreendia. Deus nunca permite que o crente sofra sem um propósito espiritual, embora talvez ele não compreenda por quê. Nesses casos o crente deve confiar em Deus, sabendo que Ele, na sua perfeita justiça, fará sempre o que é melhor para nós e para seu reino.

(2) Jó reconciliou-se com Deus, passando a ter uma vida abundantemente abençoada. Isto revela que por maiores que sejam as aflições ou dores que os fiéis tenham que passar, Deus, no momento certo, estenderá a mão para ajudar os que perseverarem, concedendo-lhes cura e restauração totais.

(3) Todos os que permanecerem fiéis a Deus, nas provações e aflições desta vida, chegarão por fim àquele estado de refrigério e bem-aventurança na presença de Deus, por toda a eternidade.” (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p.811).

Conclusão

Sem dúvida alguma é confortadora as preciosas lições aprendidas com este homem chamado Jó. Em meios as angústias e provações, estamos cientes, depois de estudarmos essas lições maravilhosas acerca da vida de jó seremos mais próximo do nosso Criador e desfrutaremos de plena comunhão com Ele.

Nunca se esqueça que se mantermos a nossa fé sincera para com o Deus pela qual servimos teremos uma história também com um final feliz. Deus nos ajude e nos conceda mais e mais da sua bondosa graça e que nunca possamos perder o foco em Deus!

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