Quando Deus se revela ao homem

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Quando Deus se revela ao Homem

Após ouvir os discursos enfadonhos de seus quatro amigos, Jó, agora, é visitado pelo próprio Deus. Sem demandas, sem forças, sem argumentos espera ele apenas que a justiça divina o alcance. Utilizando o método da arguição, Deus o interpela trazendo-lhe à memória Sua eterna sabedoria e poder. Através de perguntas o induziu a vê-Lo de forma ampla e profunda resgatando-lhe a dignidade e a visão espiritual obscurecida pelo sofrimento.

Texto Bíblico Jó 38.1-4; 39.1-6; 40.15-24; 41.1-3

Deus se revela a Jó

Depois do discurso de Eliú, eis que o Senhor, de um redemoinho, aparece a Jó (38.1). Esperava ele ver o Senhor, naquele momento? Justamente quando não tinha mais argumentos? Se diante de Eliú, não tinha o patriarca mais discurso, como se haverá, agora, ante o Todo-Poderoso Deus?

1 –  Jó se prepara para ouvir a Deus. Estas são as primeiras palavras que o Senhor dirige ao patriarca: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me” (Jó 38.2,3).

– Em primeiro lugar, deveria Jó saber que nada sabia, embora pensasse tudo entender. Até este instante, agira presumidamente, armando-se de palavras que não retratavam, necessariamente, o verdadeiro conhecimento divino. Não interviesse o Senhor na vida do patriarca, tornar-se-ia ele tão especulativo quanto Elifaz, tão imaginoso como Bildade e tão incoerente quanto Zofar. Por conseguinte, eis a oportunidade de Jó firmar-se, de vez, no legítimo conselho de Deus.

Ato contínuo, ordenou-lhe o Senhor cingisse os lombos, a fim de que lhe ouvisse as palavras. Entretanto, como levantar-se e cingir-se se não passava de ruínas? Deus, porém, não o via assim. Via-o como alguém feito à sua imagem e conforme à sua semelhança. Deus não nos quer acabrunhados, como se já não nos restasse esperança alguma. Mesmo na hora da morte, insta-nos a que, em atitude de , repousemos em Cristo Jesus (At 7.60). Não fique prostrado! Levante-se! Firme-se na Palavra de Deus: “Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti” (Is 60.1).

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OBS: “A Criação do Mundo – vv. 4-11. Para humilhação de Jó, aqui Deus lhe mostra a sua ignorância, até mesmo a respeito da terra e do mar. Embora tão próximos, embora tão grandes, ainda assim Jó não era capaz de explicar a sua origem, muito menos do céu, acima, ou do inferno, abaixo, que estão tão distantes, e nem das várias partes da matéria que são tão minúsculas, e menos ainda dos conselhos divinos.

A respeito da fundação da terra. Se ele tem uma percepção tão poderosa, como pensa ter, dos conselhos de Deus, que forneça alguma explicação da terra sobre a qual vive, e que é dada aos filhos dos homens. 1. Que ele diga onde estava, quando este mundo inferior foi criado, e se ele forneceu conselhos para auxiliar naquela maravilhosa obra (v.4) […] As tuas pretensões são elevadas; podes ter pretensões a isto? Estavas presente quando o mundo foi criado?” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.186).

Deus interroga a Jó

Já devidamente aprumado, e já convenientemente cingido, prepara-se Jó para ouvir a Deus. Não espera você uma resposta de Deus? Às vezes, porém, Ele mais pergunta que responde.

A teologia da pergunta.

Você não se surpreendeu quando, pela primeira vez, seu filho pôs-se a crivá-lo de perguntas? Certamente, ele lhe encarreirou todas aquelas perguntas, algumas até embaraçosas, porque buscava entender o Universo. Mas, o que faria você, se o próprio Criador do Universo começasse, de repente, a enfileirar-lhe as perguntas que só Ele é capaz de responder? Se você sentiu-se acuado diante das indagações de seu filho, como se haverá ante as perguntas do Pai Celeste? Esta é teologia de Deus! Uma teologia que, às vezes, mais indaga que responde. Se Jó procurava respostas, encontra agora perguntas; mas, nestas: a luz de que tanto necessitava. A iluminação divina nem sempre se acha na resposta (Gn 3.9; 1Rs 19.13; Lc 18.40-43).

As perguntas de Deus. Falta-nos espaço para alinharmos, aqui, todas as perguntas que o Senhor Deus fez a Jó. E este, que julgava ter respostas, emudece diante das perguntas do Deus que responde:

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a) Sobre a criação da terra: “Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos e de Deus rejubilavam?” (Jó 38.4-7).

b) Sobre os animais: “Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas? Contarás os meses que cumprem ou sabes o tempo do seu parto? Elas encurvam-se, para terem seus filhos, e lançam de si as suas dores. Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas. Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo, ao qual dei ao ermo por casa e a terra salgada, por moradas?” (Jó 39.1-6).

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c) Sobre a soberania divina: “Porventura, o contender contra o Todo-Poderoso é ensinar? Quem assim argúi a Deus, que responda a estas coisas” (Jó 40.2).

d) Sobre a justiça divina: “Porventura, também farás tu vão o meu juízo ou me condenarás, para te justificares? Ou tens braço como Deus, ou podes trovejar com voz como a sua?” (Jó 40.8,9). O que poderá Jó responder ao Todo-Poderoso?

OBS: “Deus tinha feito a Jó muitas perguntas humilhantes e perturbadoras, no capítulo anterior; agora, neste capítulo: I. Ele exige uma resposta a elas, [40] vv.1,2. II. Jó se submete em um silêncio humilde, vv.3-5. III. Deus passa a argumentar com ele, para a sua convicção, a respeito da infinita distância e desproporção entre ele e Deus, mostrando que Jó não era de modo algum páreo para Deus.

O Senhor o desafia (vv.6,7) a competir consigo, se ousar, na questão da justiça (v.8), do poder (v.9), da majestade (v.10), e do domínio sobre a soberba (vv.11-14), e dá um exemplo do seu poder em um determinado animal, aqui chamado de ‘Beemote’, vv.15-24. […] A descrição aqui apresentada do leviatã, um peixe muito grande, forte e terrível, ou animal marinho, tem o objetivo de convencer Jó ainda mais da sua própria impotência, e da onipotência de Deus, para que Jó possa ser humilhado pela sua loucura de se fazer tão ousado para com o Senhor. 

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Para convencer Jó da sua própria fraqueza, ele é aqui desafiado a dominar e amansar este leviatã, se puder, e se fazer seu senhor (vv.1-9); visto que ele não pode fazer isso, deve reconhecer que é totalmente incapaz de permanecer na presença do grande Deus, v.10” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.200-01).

Jó se cala

Diante das perguntas que lhe faz o Senhor, o paciente patriarca se cala. Em seu silêncio, porém, Jó vai se convencendo da sublimidade da justiça divina e da transitoriedade da humana. Não sabia ele ser o Todo-Poderoso justo e excelso? Teoricamente, sim; experimentalmente, não.

Jó se humilha diante do Senhor. Não mais podendo resistir a divina sabedoria, Jó humilha-se diante do Supremo Deus: “Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho na minha boca. Uma vez tenho falado e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei” (Jó 40.4,5). Tem você se humilhado diante do Senhor? Tem se curvado ante a sua excelsa face? Atentemos a esta exortação de Pedro: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte” (1Pe 5.6).

Do natural ao sobrenatural. Deus usou o método indutivo Para conduzir a seu servo Jó a um conhecimento mais profundo. Fez-lhe perguntas acerca da natureza, a fim de que ele, ouvindo-as e maravilhando-se, viesse a pisar o terreno do espiritual. É o que constataremos na lição do próximo domingo.

Conclusão

Sabemos que nem sempre teremos as nossas perguntas respondidas. Todavia, nosso Pai Celeste, através daquela pedagogia que somente Ele possui, conduzir-nos-á a compreender as maravilhas de sua Palavra. Até mesmo nas perguntas de Deus, encontramos as respostas de que tanto carecemos. Aleluia! Atentando ao que lhe perguntou o Senhor, começou Jó a encaminhar-se para a completa restauração.

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