A Obra Salvífica de Jesus Cristo

A Obra Salvífica de Jesus Cristo

A Obra Salvífica de Jesus Cristo

 O sacrifício do Cordeiro de Deus estabeleceu uma nova aliança com a humanidade caída. Uma aliança baseada não mais em ritos sacrificais, mas na sua graça, amor e misericórdia.

Texto Bíblico (João 19.23-30)

Argumentação Teológica

1 – A Obra Salvífica de Cristo

Eu me alimento das mãos de Deus

O estudo da obra salvífica de Cristo deve começar pelo Antigo Testamento, onde descobrimos, nas ações e palavras divinas, a natureza redentora de Deus.

Descobrimos tipos e predições específicos daquEle que estava para vir e do que Ele estava para fazer. Parte de nossas descobertas provém da terminologia empregada no Antigo Testamento para descrever a salvação, tanto a natural quanto a espiritual.

Qualquer um que tenha estudado o Antigo Testamento hebraico sabe quão rico é o seu vocabulário. Os escritores sagrados empregam várias palavras que fazem referência ao conceito geral de ‘livramento’ ou “salvação’, seja no sentido natural, jurídico ou espiritual.

O enfoque recai em dois verbos: natsal e yasha. O primeiro ocorre 212 vezes, mas Deus revelou a Moisés ter descido para ‘livrar’ Israel das mãos dos egípcios (ÊX 3.8). Senaqueribe escreveu ao rei de Jerusalém: ‘O Deus de Ezequias não livrará o seu povo das minhas mãos’ (2 Cr 32.17).

Frequentemente, o salmista implorava o salvamento divino (SI 22.21; 35.17; 69.14). O emprego do verbo indica haver em vista uma ‘salvação’ física, pessoal ou nacional” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 335,336).

2 – A Reconciliação com Deus Mediante o Sacrifício de Jesus Cristo

Diferente de outros termos bíblicos e teológicos, ‘reconciliação’ aparece em nosso vocabulário comum. É um termo tirado do âmbito social. Todo relacionamento interrompido clama por reconciliação.

O Novo Testamento ensina com clareza que a obra salvífica de Cristo é um trabalho de reconciliação. Pela sua morte. Ele removeu todas as barreiras entre Deus e nós. O grupo de palavras empregado no Novo Testamento (gr. allassõ) ocorre raramente na Septuaginta e é incomum no Novo Testamento, até mesmo no sentido religioso.

O verbo básico significa ‘mudar’, ‘fazer uma coisa cessar e outra tomar o seu lugar’. O Novo Testamento emprega-o seis vezes, sem referência à doutrina da reconciliação (por exemplo, At 6.14).

Somente Paulo dá conotação religiosa a esse grupo de palavras. O verbo katallassõ e o substantivo katallagê transmitem com exatidão a ideia de ‘trocar’ ou ‘reconciliar’, da maneira como se conciliam os livros contábeis.

No Novo Testamento, o assunto em pauta é primariamente o relacionamento entre Deus e a humanidade. A obra reconciliadora de Cristo restaura-nos ao favor de Deus porque ‘foi tirada a diferença entre os livros contábeis (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 355).

“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.” (2Co 5.19).

Eu me alimento das mãos de Deus

Esse ministério de reconciliação do ser humano com Deus se deu por meio da obra salvífica e completa de Jesus Cristo. Aqui, é importante destacar que essa obra não é extensiva somente a um “grupo de eleitos” previamente selecionados por “decreto divino”, condenando assim os demais seres humanos à perdição total.

A extensão da Salvação

Não, a obra salvífica de Jesus Cristo é extensiva a todos os que se arrependerem e crerem no Unigênito de Deus. Desde sempre, a vontade do Pai é que “todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.

Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo”.

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Assim, por meio de Jesus Cristo, o Pai dá oportunidade ao homem de arrepender-se dos seus pecados e de reconhecer Cristo Jesus como Senhor, Salvador e Rei.

“O sangue dos touros (Hb 10.4).

O sangue de animais era apenas uma provisão ou expiação temporária pelos pecados do povo; em última análise, era necessário um homem para servir como substituto da humanidade.

Por isso, Cristo veio à terra e nasceu como homem a fim de que pudesse oferecer-se a si mesmo em nosso lugar (2.9,14). Além disso, somente um homem isento de pecado poderia tomar sobre si nosso castigo pelo pecado (2.14-18; 4.15) e, assim, de modo suficiente e perfeito, satisfazer as exigências da santidade de Deus (cf. Rm 3.25,26).

Aperfeiçoou para sempre os… santificados (Hb 10.14).

A oferenda única de Cristo na cruz e seu resultado (i.e., a salvação perfeita) são eternamente eficazes todos quantos estão santificados ao se chegarem a Deus por meio de Cristo (v.22; 7.25) Note que a palavra no grego ‘santificar’, aqui e no versículo 10, são particípios presentes que enfatizam a ação contínua no tempo presente.

Quando vedes que se vai aproximando aquele dia (Hb 10.25).

O dia da volta de Cristo para buscar os seus fiéis está se aproximando. Até chegar esse dia, enfrentaremos muitas provações espirituais e muitas falsificações na doutrina.

Devemos congregar-nos regularmente para encorajarmos mutuamente e nos firmarmos em Cristo e na apostólica do novo concerto.” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, págs. 1914, 1915).

A Obra da Redenção

No Novo Testamento, Jesus é tanto o ‘Resgatador’ quanto o ‘resgate’; os pecadores perdidos são os ‘resgatados’. Ele declara que veio ‘para dar a sua vida em resgate [gr. lutron] de muitos’ (Mt 20.28; Mc 10.45).

Eu me alimento das mãos de Deus

Era um ‘livramento [gr. apolurõsis] efetivado mediante a morte de Cristo, que libertou da ira retributiva de Deus e da penalidade merecida do pecado’. Paulo liga nossa justificação e o perdão dos pecados à redenção que há em Cristo (Rm 3.24; Cl 1.14).

Diz que Cristo ‘para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção’ (1Co 1.30). Diz, também que Cristo ‘se deu a si mesmo com preço de redenção [gr. antilutron] por todos’ (1Tm 2.6).

O Novo Testamento demonstra claramente que Ele proporcionou a redenção mediante o seu sangue, pois era impossível que o sangue dos touros e dos bodes tirasse os pecados (Hb 10.4).

Cristo nos comprou de volta para Deus, e o preço foi o seu sangue (Ap 5,9)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 357).

O perdão

Está no interior humano a impossibilidade de dar a segunda chance para quem cometeu uma falta gravíssima contra o outro.

Quando falamos em falta gravíssima, nos referimos, por exemplo, a uma pessoa que comete um assassinato contra a filha de um pai ou toma do outros bens de valor imaterial. Como achar normal que se exija do pai o perdão ao assassino de sua filha? Ou que se perdoe a pessoa que deu um golpe que trará consequências irreparáveis? Humanamente é muito difícil e, para muitos, é loucura!

Essa é a situação do pecador diante de Deus, pois se fosse possível estar no lugar de Deus, qualquer pessoa diria que o mais justo era condenar o transgressor. Mas o Altíssimo, por intermédio do seu Filho, preferiu prover outro caminho: o do perdão.

A redenção efetuada pelo nosso Senhor, por meio de sua obra salvífica, nos redimiu e constrangeu-nos a manifestarmos esse amor aos nossos semelhantes.

Redenção

A palavra Redenção significa “Recurso capaz de salvar alguém de uma situação aflitiva’. […] Jesus comprou-nos por um bom preço.

Por causa da morte de Cristo, diante de qualquer exigência da Lei da justiça divina com respeito a todos os que creem em Jesus, Deus pode agora dizer:”… livra-os…já achei resgate’ (Jó 33.24).

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Jesus subiu ao Gólgota para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo (Hb 9.26).” Leia mais em “A Santa Trindade: O Pai, o Filho e o Espirito Santo” de Eurico Bergsten, CPAD, p.65.

Sacrifícios Ineficazes

A sombra dos bens futuros (v.1).

O Antigo Pacto se constituía de sacrifícios, holocaustos, oblações e oferendas, que eram figuras “dos bens futuros”, ou seja, do evangelho de Cristo, que nos trouxe as riquezas da graça de Deus, a começar pela salvação de nossas almas, através do sacrifício vicário de Jesus. Por serem sombras e não a realidade, os sacrifícios de animais não puderam aperfeiçoar “os que a eles se chegam”.

O sangue de animais não tirava os pecados (vv.2-4).

Para que serviam aquelas ofertas, se o escritor diz que “é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados” (v.2)? Os sacrifícios não levavam os homens a Deus, mas serviam, por antecipação, de meio para expiação. A palavra expiação no hebraico tem o significado de “cobrir” os pecados, num delito contra a Lei.

Deus preparou um corpo para Jesus (v.5).

Somente no corpo humano (encarnação), Ele poderia ser aceito por Deus como oferta perfeita no lugar do homem pecador.

No Antigo Testamento, os sacrifícios eram substitutos imperfeitos. O corpo de Cristo foi a solução de Deus para substituir todos os sacrifícios imperfeitos do Antigo Testamento.

Seu sangue, derramado na cruz, não apenas cobriu os pecados, mas tirou-os, e lançou-os nas profundezas do mar (Mq 7.19). João exclamou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

O Primeiro foi tirado para o estabelecimento do segundo

Cristo obedeceu a Deus (v.9).

Jesus foi obediente até à morte (Fp 2.8). Ele cumpriu todos os desígnios divinos no intuito de salvar o homem da perdição eterna. Sua morte foi prova inconteste da sua total resignação, obediência e submissão à vontade de Deus.

Ele afirmou: “Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade”. Trata-se de uma lição de valor espiritual inigualável para todos nós: Jesus, sendo Deus, voluntariamente despojou-se de sua glória, e apresentou-se ao Pai na disposição irrestrita de cumprir cabalmente o plano divino de redenção da humanidade (ver Fp 2.5-8).

O Velho Pacto substituído pelo Novo (v.9).

Ao dizer a Escritura “tira o primeiro para estabelecer o segundo”, vemos a substituição definitiva do antigo sistema legal mosaico, no qual os sacrifícios eram ineficazes para salvação, pelo Novo Pacto, estabelecido por Cristo, com seu sacrifício perfeito.

Comparação entre o velho e o Novo Concerto.

A lei não transformava o homem em termos morais; o evangelho de Cristo transforma, pois “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16); a lei apenas condenava o culpado; a graça de Deus o liberta.

A lei consistia de símbolos da realidade; a graça consiste na realidade dos símbolos; a lei era “o ministério da morte” (2 Co 3.7); a graça é “lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus” (Rm 8.2).

Um Sacrifício Perfeito

Santificados pela oblação do corpo de Cristo (v.10).

Oblações eram ofertas incruentas (sem sangue), inanimadas, oferecidas a Deus tais como: vinho, azeite, flor de farinha, etc. Se de um lado, Cristo ofereceu seu próprio sangue como holocausto em nosso favor, por outro, Ele foi aceito como oferta de cheiro suave a Deus, “feita uma vez”, de modo que, em Cristo, somos aceitos por Deus.

Sacrifício único (vv.11-14).

O escritor lembra que os sacerdotes, no Velho Pacto, diariamente ofereciam sacrifícios que não podiam tirar pecados. E acentua que Cristo ofereceu “um único sacrifício pelos pecados”, demonstrando a eficácia do seu auto oferecimento a Deus pelos pecadores.

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Acrescenta que Cristo está “assentado para sempre à destra de Deus” “…esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés”.

Sacrifício que aperfeiçoa.

Diferente dos sacrifícios do Antigo Pacto, que apenas cobriam temporariamente o pecado, mas não transformava o pecador, o sacrifício de Cristo constituiu-se “numa só oblação”, que “aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (v.13; ver v.10). Aqui temos algo que a lei não podia fazer: santificar as pessoas. Com o advento da graça, somos santificados pela Palavra (Jo 17.17), pela fé em Cristo (At 26.18) e pelo sangue de Jesus (1 Pe 1.2).

Privilégios e Responsabilidades do Crente em Jesus

Entrar no santuário de Deus (v.19).

No Antigo Pacto, as pessoas comuns do povo não podiam adentrar no santuário propriamente dito. Só chegavam até ao pátio, que era a parte exterior do tabernáculo.

Em Cristo, no entanto, homens e mulheres salvos são “sacerdotes reais” (1 Pe 2.9), e têm “ousadia para entrar no Santuário pelo sangue de Jesus”.

Este é um privilégio que só os fiéis lavados e remidos pelo sangue de Cristo podem ter. Tais crentes não precisam de medianeiros, guias, orixás ou gurus. Jesus é “o único mediador entre Deus e o homem” (1 Tm 2.5).

Como chegar a Deus (vv.22-25).

Não se pode chegar a Deus de qualquer maneira. O escritor, em sua incisiva exortação, nos mostra os cuidados que devemos ter para chegarmos à presença de Deus:

a) “Com verdadeiro coração”.

Só podemos ter acesso ao Pai e ser aceitos por Ele se tivermos um coração sincero, limpo e puro (Mt 5.8).

b) “Em inteireza de fé”.

O crente, ao buscar a presença de Deus, não pode ter dúvida alguma de sua existência, do seu poder e de sua graça.

c) “Tendo o coração purificado da má consciência”.

Para Deus não valem as aparências. Ele vê o interior do homem. O salmista disse que Deus nos sonda e entende o nosso pensamento (Sl 139.1,2). Se dermos lugar à iniquidade, Ele não nos ouvirá (Sl 65.18).

d) “O corpo lavado com água limpa”.

Certamente, o texto bíblico aqui refere-se à purificação do crente pela Palavra, como se lê em Ef 5.26: “purificando-a com a lavagem da água, pela Palavra”, isto em relação à Igreja.

e) Retendo firmes a confissão da esperança.

Em Hb 3.6 somos exortados a “conservar firme a confiança e a glória da esperança até ao fim”. A confissão da esperança indica a nossa fé nas gloriosas e infalíveis promessas de Deus, “porque fiel é o que prometeu”.

f) Considerando uns aos outros, estimulando-nos “à caridade e às boas obras”.

O bom relacionamento entre os crentes é condição importante para o acesso a Deus. A caridade (amor em ação) é a marca do cristão. Boas obras são dever do salvo (Ef 2.10).

g) “Não deixando a nossa congregação”.

Aqui não se refere ao sentido físico: deixar a igreja local para ir congregar-se em outro bairro; mas sim, que não devemos deixar de congregar-nos, de nos reunirmos, tendo em vista a necessidade da comunhão coletiva. Somos membros uns dos outros (Rm 12.5). É equivocada e carnal a ideia de que alguém pode ser “crente em casa”, a menos que esteja doente.

h) “Admoestando-nos uns aos outros”.

Admoestar, aqui, tem no original o sentido de animar, encorajar. Essa prática, quando realizada com amor, tem grande efeito no fortalecimento e encorajamento espiritual da comunidade cristã.

Conclusão

Diante do que estudamos nesta lição, cremos que não há lugar para qualquer dúvida quanto à superioridade do Novo Concerto, baseado no perfeito e único sacrifício de Cristo em relação ao antigo, realizado na base de sacrifícios de animais, que apenas cobriam provisoriamente os pecados do povo.

Agora cabe a cada um de nós anunciarmos, aos pecadores perdidos, a salvação através da obra de Cristo que não é outra coisa, se não, o sacrifício expiatório de Jesus na cruz do calvário.

Eu me alimento das mãos de Deus

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