A Evangelização das Pessoas com Deficiência
A Evangelização das pessoas com deficiência expressa o verdadeiro amor Divino, inclui as pessoas portadoras de deficiências físicas não se importando com as diferenças, caso contrário, seria a evangelização da exclusão, caso que Jesus jamais ensinou.
Referências Bíblicas
“[…] Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade e traze aqui os pobres, e os aleijados, e os mancos, e os cegos.” (Lc 14.21)
2 Sm 9.10: A inclusão de um coxo à mesa do rei Davi
Mc 7.31-37: O surdo que ouviu Jesus e foi curado
Jo 9.25: A confissão do cego que foi curado
At 3.1-10: O paralítico que foi curado e exaltou a Deus
Is 35.1-10: Os portadores de necessidades especiais no plano divino
Lc 7.22: O Evangelho de Jesus ama e inclui a todos
João 5.1-9: A autoridade de Jesus sobre o corpo humano
Neste artigo você estudará sobre:
ToggleDefinição de Deficiência
Definição: Segundo a Organização Mundial da Saúde, “ deficiência é o termo usado para definira ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica.
As pessoas com deficiência são as que se acham privadas quer de seus sentidos, quer de seus movimentos, ou do pleno uso de suas faculdades mentais. Nessa definição acham-se os cegos, mudos, surdos, paraplégicos e tetraplégicos, os autistas, os que têm a Síndrome de Down, etc.
De acordo com o IBGE, a maioria das pessoas com necessidades especiais do Brasil tem problemas de visão, vêm em seguida os que apresentam alguma deficiência motora, em terceiro está o grupo dos deficientes auditivos, depois os deficientes mentais. Entre essas classificações há também os que acumulam múltiplas deficiências.
Um Reino Inclusivo
No Antigo Testamento, o coxo e o cego não poderiam exercer o oficio de sacerdote (Lv 21.18). Mas Jesus não os rejeitou, mostrando que estes também poderiam fazer parte do Reino de Deus. Que possamos preparar nossas igrejas para receber e integrar as pessoas com deficiência.
Defeitos físicos desqualificavam os descendentes de Arão para servirem como sacerdotes e oferecerem sacrifícios em favor do povo.
(1) O requisito do corpo físico integral do sacerdote, do propósito divino, no sentido do ser um exemplo vivo da vida do ministro a serviço do Senhor, O tendo um corpo sem defeito mais eficaz no serviço de Deus.
Todavia, quem não pudesse servir como ministro devido i tais defeitos, não perdia o direito de participar do pio de Deus, a plena salvação vinda pelo concerto de Deus.
(2) A exigência divina de um corpo no sacerdócio levítico prefigurava a perfeição moral de Cristo (Hb 9,15,14) a aponta para as qualificações espirituais requeridas por Deus para os ministros do Novo Testamento. Todo aquele que serve no ministério deve ser inculpável e irrepreensível (BEP).
Observações
Um homem que fosse coxo estava desqualificado para exercer o ofício de sacerdote para não contaminar o altar (Lv 21.18). Um animal coxo não poderia ser oferecido em sacrifício (Dt 15.21).
Mefibosete, filho de Jônatas, que se tornou membro da casa de Davi devido à profunda amizade entre aqueles dois servos de Deus, era coxo devido a um acidente ocorrido no dia da morte de Jônatas.
As alusões aos coxos são frequentes: por exemplo, nos dias mais felizes de Jó ele era como “os pés do coxo’ (Jó 29.15). A cura de coxos estava entre as obras miraculosas do Senhor Jesus e de seus discípulos. Para conhecer mais, leia Dicionário Bíbli-co Wycliffe, CPAD, p. 469.
O Reino de Deus, anunciado pelo Senhor Jesus Cristo, era inclusivo. Ele amou e curou os paralíticos e os cegos. No tempo de Jesus, as pessoas com deficiência não eram valorizadas; elas viviam à margem da sociedade.
Existia a crença errônea de que as deficiências físicas eram resultado de algum Pecado. “E os discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? ” (Jo 9-2).
A Evangelização eficaz, inclui toda Criatura (Mc 16:15)
Com certeza, os alunos com deficiência estavam incluídos grupo, pois são criaturas do Senhor e importantes para Ele.
O apóstolo Paulo nos dá o exemplo: Fiz-me fraco para com os fracos, para ganhar os fracos, fiz-me tudo com todos, por todos os meios chegar a salvar alguns. Faço isso por causa do evangelho, para ser também participante dele (1Co 9.22,23).
Êxodo 4.11 diz: “Quem fez a boca do Homem? Isaías 35.5,6 diz: Os olhos dos cegos se abrirão, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então os coxos saltarão como o cervo e a língua dos mudos cantará.
As pessoas com deficiência naquele dia serão totalmente regeneradas. O surdo não é um doente. Ele é sujeito que tem uma língua natural própria, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
Quais são as medidas a serem observadas na comunicação com o surdo?
Em primeiro lugar, precisamos compreender que existem surdos oralizados, ou seja, conseguem se expressar por meio da fala e compreender o que é transmitido por meio da leitura labial.
Mesmo oralizado, o surdo continua com dificuldade de comunicação porque continua sem ouvir, muitos desses alunos oralizados usam aparelho auditivo, mas é preciso lembrar que o aparelho não exclui a sua limitação, apenas ajuda. Encontramos também o surdo não oralizados, que é aquele que não consegue se comunicar por intermédio da fala.
A comunicação com esse grupo é de forma não verbal. Para isso, tanto o aluno quanto o professor precisam conhecer a língua de sinais (LIBRAS). Atualmente, existem vários métodos de comunicação que podem ser usados com o surdo.
Fica então a pergunta: Quais métodos podemos utilizar na comunicação com o surdo? É importante lembrar que o surdo ouve com os olhos, portanto só haverá comunicação se houver visualização. Leia mais sobre a Igreja, agênia evangelizadora.
Observe:
1. Ao se comunicar com o surdo, procure ficar de frente para ele;
2. Fale pausadamente;
3. Utilize a expressão facial e corporal;
4. Utilize vocabulário simples;
5. Procure manter uma curta distância entre você e a pessoa surda;
6. Utilize gestos, mesmo que o surdo seja bem oralizado;
7. Mantenha a boca e mãos livres para fazer os gestos necessários. Não esqueça que o corpo todo ‘fala’;
8. Procure dominar a língua de sinais e o alfabeto manual, principalmente nomes próprios;
9. O surdo precisa ser exposto à cultura surda para desenvolver realmente sua língua e compor sua identidade;
10. A Libras para o surdo é a língua materna” (CHIQUINE, Siléia. Ensinando Deficientes Auditivos, 25a Conferência de Escola Dominical, Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 66).
Definindo a Deficiência Visual
1 – O que é deficiência visual?
A deficiência visual é caracterizada pela perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão.
Há pelo menos dois grupos de deficiência visual:
Cegueira – há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita.
Baixa visão ou visão subnormal – caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais (fonte: Fundação Dorina).
A sociedade vem passando por um processo de transformação. Há um novo olhar em relação às pessoas com deficiências, há até mesmo uma preocupação com o uso da linguagem.
2 – Entendendo os termos
Os termos que definem a deficiência vêm se adequando a essa visão. Atualmente e o termo correto a ser utilizado é pessoa com deficiência, que faz parte do texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 2006 e ratificada no Brasil em julho de 2008 (fonte: Fundação Dorina).
Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência visual. Desse total: 528,624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos); 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão sub-normal; outros 29 milhões de pessoas declararam possuir alguma dificuldade permanente de enxergar, ainda que com óculos ou lentes ” (LOPES, Jamil. Leitura como Alternativa do 10 ao Aluno com Deficiência, 25a Conferência de Escola Dominical» Rio Janeiro: CPAD, 2016, p, 69).
Cura e perdão (Mc 2.1-7). A medicina moderna entende que há uma conexão vital entre saúde e bem-estar mental. A Bíblia associa toda doença e sofrimento à nossa separação de Deus.
A enfermidade é uma consequência da Queda, Assim, a maior necessidade do ser humano não é a cura física, mas a espiritual como um todo.
Jesus se preocupou tanto que satisfez a mais profunda necessidade do paralítico, da mesma maneira como Ele deseja satisfazer a nossa” (RICHARDS, Lawrence O, Guia do Leitor da Bíblia; Uma análise de Gênesis a Apocalipse capitulo por capítulo, 10,e d. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 634).
No Evangelho genuíno não há preconceito
1 – Quebrando o preconceito
Em 2 Sm 9:1-13 há uma bela história de amor que vence o preconceito e as tradições e costumes que discriminam e excluem as pessoas. No texto, o rei Davi fica sabendo através de Ziba, um ex-servo do falecido Rei Saul, que um filho de Jônatas e neto de Saul estava vivo e vivia de favor na casa do rico proprietário Maquir.
Mefibosete, devido a um acidente em sua infância (2Sm 4:4) tornara-se um portador de deficiência física em ambos os pés. Davi se lembra da promessa de bondade para com os descendentes de seu grande amigo Jônatas (1Sm 20:14-17) e manda buscar Mefibosete.
Mefibosete compara-se a um cão morto, indigno da atenção e bondade de Davi, mas o rei Davi o coloca sob sua proteção e como parte de sua família, pois comia sempre à mesa do rei como um filho (2Sm 9:11 e 13).
Davi restitui a Mefibosete todas as propriedades que haviam pertencido a Saul e ordena a Ziba que passe a trabalhar para Mefibosete, administrando as propriedades e os que trabalhavam nelas para que não falte o sustento e o conforto a Mefibosete e à sua família.
Numa época e num lugar em que a sociedade e a religião (inclusive o judaísmo) afirmavam que a pessoa portadora de deficiência era alguém que tinha uma maldição colocada por Deus, e que precisava viver isolada para não contaminar o povo de Deus, Davi prefere, por amor, ouvir a voz do seu coração para exercitar a bondade e a justiça. Podia acomodar-se aos valores e preconceitos de seu tempo e não fazer nada.
Deus
A deficiência não é da vontade de Deus, não é um castigo de Deus e não tem um sentido em si mesma. Se a deficiência tem algum sentido, é a sua superação.
E a mais fantástica superação é quando as pessoas portadoras de deficiência são incluídas na vida social, tratadas com respeito e, como pessoas, sentindo-se vivas e companheiras e achando que isso é bom e vale a pena. Com e apesar das deficiências.
O Evangelho não conhece fronteiras. Saiu da Palestina e do judaísmo para alcançar os samaritanos e os gentios, incluindo sucessiva e crescentemente mulheres, crianças, os escravos, os pobres, negros, índios e os povos dos “confins da terra”.
Conclusão
Portanto, entendemos que a evangelização e os serviços de ação social, sociabilidade, educação cristã e discipulado, entre outros, devem ser planejados e executados de modo que estejam interessados, atentos e preparados para atender também as pessoas portadoras de deficiência física.
Mas se em último caso, a igreja não conseguir criar mecanismos e serviços para a participação plena das pessoas portadoras de deficiência, que ao menos elas se sintam muito amadas pelo povo da igreja.
Queremos que a Igreja seja o melhor lugar e a melhor companhia para as pessoas portadoras de deficiência. A Igreja tem de ser um pedacinho do Céu na terra.
Devemos nos lembrar que, independente das necessidades — especiais ou não — cada pessoa é um ser humano, com virtudes, qualidades, pecados, contradições, com sua própria personalidade e jeito de ser, com sonhos, anseios, desejos. São também filhos e filhas de Deus, aos quais Deus quer salvar.
Referências
– Bíblia Palavra Chave (ARC)
– Apontamentos Teológicos do Autor
– Dicionário da Língua Português Online
– Lições Bíblicas Adultos do 3º Trimestre de 2016 – CPAD – Título: O Desafio da Evangelização – Subtítulo: Obedecendo ao Ide do Senhor Jesus de Levar as Boas-Novas a Toda Criatura – Comentário: Pr. Claudionor de Andrade.