Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica

Cristo é Superior a Arão e à Ordem Levítica

Cristo é superior a Arão e a Ordem Levítica

  “Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 5.6). O sacerdócio de Cristo é infinitamente superior ao de Arão, por ser divino eterno e por todos os salvos.

Texto Bíblico Hebreus 4.14-16; 5.1-14:

A posição de Sacerdote na Religião de Israel

Levítico capítulo 16:1-34

O Dia da Expiação. 16:1-34.

Apesar de todos os sacrifícios feitos durante o ano pelos membros da congregação de Israel e pelos próprios sacerdotes, ainda ficavam pecados e imundícias que exigiam expiação para que houvesse um relacionamento adequado entre Deus e o Seu povo.

Assim, um dia particular foi inaugurado, no qual o ritual executado pelo sumo sacerdote realizaria a reconciliação da nação com o seu Deus. Hebreus 9 dá o significado da cerimônia para o cristão dum quadro claro que Lv. 16 pode verdadeiramente ser chamado de pináculo do sistema sacrificial do V.T.

Não entre no santuário em todo tempo.

Arão não tinha permissão de freqüentes entradas no Lugar Santo por trás do véu (paraket) ou “divisor”, diante do propiciatório (kapporet) descrito em Êx. 25:17-21. Este kapporet vem do verbo keipar, “cobrir, perdoar ou expiar”. Por isso a tampa da arca, ou propiciatório, podia ser assim chamada.

Conforme prescrito nos versículos 29, 30, a entrada só devia acontecer uma vez por ano. E só devia ser feita de acordo com o que fora prescrito.

Entrará Arão no santuário com isto.

Uma vez que o próprio sacerdote tinha de ser purificado antes de poder oferecer sacrifício pelo povo, tinha de trazer um novilho como oferta pelo pecado e um carneiro como oferta queimada. Do povo (v. 5) tinha de tomar dois bodes para uma oferta pelo pecado e um carneiro para uma oferta queimada, a serem oferecidas pelo povo.

Vestirá ele a túnica de linho.

Depois de se lavar, o sacerdote devia vestir as vestes sacerdotais.

Arão trará o novilho da sua oferta.

O novilho devia ser uma oferta pelo pecado do sacerdote e sua família (cons. v. 11). Compare esta descrição com a de Jesus em Hb. 7:26, 27.

Também tomará ambos os bodes.

Os dois bodes, depois de serem “apresentados ao Senhor” eram escolhidos por sorte, uru para o Senhor e outro como “bode emissário” (‘azei’zel). A identidade e significado de ‘azei’zel não são explicados, mas as referências tornam claro que era alguma espécie de demônio que representava para o povo judeu aquilo que se opunha a Jeová.

Deve-se notar, contudo, que enquanto um bode devia ser sacrificado ao Senhor (vs. 9,15), o outro não devia ser sacrificado a ‘azei’zel, mas simplesmente solto no deserto depois de ter sido apresentado vivo diante do Senhor (cons. vs. 20-22).

Outra interpretação do ‘azei’zel é que a palavra hebraica é um substantivo abstrato significando “remoção completa” (cons. ASV tradução marginal). Neste caso ‘azei’zel é formado de um radical intensivo da raiz verbal ‘azal encontrado na linguagem árabe cognata com o significado de “remover”.

Levítico 17:7 proíbe expressamente qualquer sacrifício aos demônios. A função real do bode vivo era levar para longe todos os pecados de Israel e tornar evidente o efeito da grande obra da expiação. Esta cerimônia única envolvendo o segundo bode ensina a remoção completa dos pecados expiados pelo sacrifício (cons. Sl. 103:12; Is. 38:17; 43:25; Jr. 31:34; Mq. 7:19; Jo. 1:29; Hb. 9:26).

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Tomará também o incensário.

A primeira entrada do sumo sacerdote no Santíssimo Lugar era com o propósito de introduzir o incensário com brasas vivas e dois punhados de incenso.

O testemunho (hei’edut) é um termo usado com referência às duas tábuas dadas a Moisés no Sinai e subseqüentemente colocadas na arca (cons. Êx. 25:16; 31:18; 32:15).

A nuvem resultante do incenso tinha o intuito, talvez, de esconder aos olhos do sacerdote a manifestação de Deus sobre o propiciatório para que não morresse (Êx. 33:20).

Tomará do sangue.

Entende-se aqui que o sumo sacerdote devia sair do Santíssimo Lugar a fim de buscar o sangue do novilho, voltando então uma segunda vez para aspergir o sangue sobre e diante do propiciatório conforme indicado.

Depois imolará.

Depois devia sair novamente, matar o bode da oferta pelo pecado do povo, entrando no Lugar Santíssimo uma terceira vez, repetindo com o sangue do bode o procedimento descrito no versículo 14.

Fará expiação.

Assim o sumo sacerdote expiaria os pecados do povo, e a conseqüente imundícia do Lugar Santo e do Tabernáculo, que exigia uma purificação periódica.

Fará chegar o bode vivo.

O bode vivo do versículo 10 devia ser trazido, depois do que, Arão colocada as duas mãos sobre ele, e confessaria todos os pecarias do povo de Israel.

Considerava-se que este ato simbolizava a transferência dos pecados para o bode, o qual era depois solto no deserto, presumivelmente para morrer. Já dissemos (v. 8) que ‘azei’zel representava para os judeus aquilo que se opunha ao Senhor.

Assim, como o primeiro bode era o meio de expiação dos pecados de Israel com referência ao Senhor, o segundo bode era um meio de expiação com referência ao que se opunha ao Senhor, fazendo voltar para ele, com o bode, os pecados pelos quais era responsável.

Mas, enquanto o bode designado para o Senhor era sacrificado, o bode designado para ‘azei’zel não era. Se, na realidade, considerava-se o segundo bode portador de todos os pecados (isto é, os pecados arbitrários como também os involuntários) dos filhos de Israel não está claro.

23-25. Depois Arão virá à tenda da congregação.

Arão devia entrar no Tabernáculo, remover suas vestes de linho, lavar-se, e vestir outra roupa. As vestes usadas a esta altura não são descritas, embora pareça que eram as vestes formais do sumo sacerdote (cons. Êx. 28). Depois devia sacrificar sobre o altar um carneiro como oferta queimada pelo povo, depois do que a gordura da oferta pelo pecado. (cons. Lv. 16:11, 19) devia ser queimada.

Aquele que tiver levado o bode.

O homem que se tornara imundo ao levar o bode para o deserto (v. 21) tinha de lavar suas roupas e banhar-se antes de retomar à comunidade.

O novilho e o bode . . . serão levados.

As partes restantes do novilho e do bode usados nas ofertas pelos pecados deviam ser levadas para fora do acampamento e destruídas pelo fogo. Aqueles que tomassem esta providência deviam lavar suas vestes e corpos antes de retornar.

Afligireis as vossas almas.

O estabelecimento perpétuo do Dia da Expiação, yom hakkippurim (cons. 23 : 27), e sua comemoração pelo sumo sacerdote e o povo é o que se segue nos demais versículos do capítulo. O dia décimo do sétimo mês foi indicado para a comemoração, e nesse dia o povo devia se humilhar (te’annu) e abster-se de todo trabalho.

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No entanto, este humilhar-se ou afligir-se costumava ser feito através do jejum (cons. Sl. 35:13 ; Ez. 8:21; Is. 58:3, 5 ), subjugando os apetites terrenos a fim de manifestar-se penitente pelos erros cometidos.

Sábado de descanso.

As palavras shabbat shabbaton significam “um sábado de solene descanso” (RSV), isto é, um sábado importante, um sábado especial

Quem…fará a expiação.

Devia-se seguir o ritual prescrito uma vez por ano (v. 34) pelo indivíduo que ocupava o posto de sumo sacerdote. Todo o ritual, imperfeito e sujeito à repetição como era, tinha apenas o objetivo de tornar o devoto ansioso pela vinda do Sumo Sacerdote e do Mediador Perfeito que cumpriria, de uma só vez para todo o sempre, todas as exigências necessárias para efetuar a perfeita reconciliação com o Pai.

O Sumo Sacerdote do Antigo Testamento

Características básicas (v.1).

a) “Tomado dentre os homens”. O sumo sacerdote na Antiga Aliança era uma pessoa comum que, apesar de separada por Deus, levava para o sacerdócio suas virtudes e defeitos. Ele não era tomado dentre anjos ou espíritos, mas “dentre os homens”. E essa é uma característica muito importante.

b) “Constituído a favor dos homens”. O sumo sacerdote não era eleito pelos seus pares, nem pelo povo em geral. Sua investidura no cargo era por nomeação direta da parte de Deus. Hoje, há diversas formas utilizadas na escolha e consagração de um pastor, porém, acima de tudo é indispensável que o pastor seja constituído por Deus.

c) “Nas coisas concernentes a Deus”. O sacerdote falava e agia em nome de Deus, no que concernia à sua expressa vontade. Por outro lado, ouvia os homens e intercedia por eles diante do Altíssimo. Em tudo, a missão sacerdotal era cuidar dos interesses de Deus em relação ao povo e os do povo em relação a Deus. Era um mediador, um representante do Eterno.

Funções primordiais.

De modo geral as principais funções do sumo sacerdote eram ensinar a lei de Deus e interceder pelo povo.

a) Oferecer dons e sacrifícios pelos pecados (v.1b). Na Antiga Aliança os oferentes não podiam dirigir-se diretamente a Deus. Traziam suas dádivas e ofertas e as apresentavam ao sacerdote. Segundo estudiosos do Antigo Testamento, os dons eram ofertas de cereais e os sacrifícios eram “ofertas de sangue”.

No Novo Testamento, Jesus, nosso Sumo Sacerdote quanto a nossa salvação, é tanto o oferente como a própria oferta vicária: “ofereceu-se a si mesmo [por nós] a Deus”.

b) “Compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados” (v.2). O sumo sacerdote deveria ter simpatia, ou seja, capacidade para compartir as alegrias ou as tristezas das pessoas que lhe procuravam e, ao mesmo tempo, ter empatia, capacidade para se colocar na situação do outro.

Só quem tem essas qualidades pode de fato ser um intercessor. Da mesma forma devem proceder os obreiros do Senhor no trato com os que erram por ignorância ou por fraqueza.

Cristo, o Sumo Sacerdote e suas qualificações

1 – Filho e sacerdote (5.5,6).

O autor cita duas passagens. A primeira estabelece o direito de Jesus, na condição de filho, de ministrar no próprio céu (cf.8.3-6). A segunda, estabelece seu direito de servir na terra como Sumo Sacerdote. A razão pela qual é importante traçar o sacerdórcio de Jesus desde Melquisedeque é discutida no capítulo 7.

2  – Obediência (5.7,8). 

Obedecer é responder de acordo com o pedido ou o comando de outra pessoa. Ambos os Testamentos deixam claro que a obediência a Deus cresce em direção ao relacionamento pessoal com Ele e é motivado pelo amor.

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Duas das mais importantes passagens das epístolas examinam a obediência de Cristo. Filipenses 2 focaliza a atitude de humildade e renúncia, expressas na encarnação de Cristo. E sua trajetória até a cruz. Essa passagem. Hebreus 5, discute o significado da obediência de Cristo.

Mas, ao aprender a obedecer ele estabeleceu suas credenciais como um verdadeiro ser humano, vivendo da mesma maneira que vivemos, no que diz respeito à obediência a Deus.

Assim qualificado, Jesus tornou-se o ‘Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem'” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.859).

3 – Todo o sumo sacerdote

– Duas qualificações são necessárias para um verdadeiro sacerdócio, (1) O sacerdote deve ser compassivo, manso e paciente com aqueles que se desviam por ignorância, por pecado involuntário e por fraqueza (v.2; 4.15; cf. Lv 4; Nm 15.27-29).

(2) Deve ser designado por Deus (vv.4-6). Cristo satisfaz ambos requisitos.

[…] Cristo aprendeu pela experiência o sofrimento e o preço que com frequência se paga pela obediência a Deus num mundo corrupto (cf. 12.2; Is 50.4-6; Fp 2.8). Ele se tornou o Salvador e sumo sacerdote perfeito, porque seu sofrimento e morte na cruz ocorreram sem pecado. Por isso, Ele estava qualificado em todos os sentidos (vv.1-6), para nos prover a eterna salvação. Bíblia de Estudo Pentecostal”, CPAD, pp.1905,06.

4 – Resumo do capítulo [5]

O sumo sacerdote ocupava uma posição única na religião de Israel, um cargo acessível tão somente a um descendente de Arão. Por isso, o escritor se mostra cauteloso ao enumerar as qualificações de Cristo para esse papel na , no Novo Testamento.

O sumo sacerdote é tomado dentre os homens. Sua comissão de representar a outros homens diante de Deus exige que Ele seja uma pessoa sensível às necessidades dos seres humanos (v,4). Cristo foi ordenado por seu Pai ao sacerdócio (vv.5,6).

Cristo também cumpre as qualificações de sensibilidade diante da fraqueza humana. Como homem, Jesus aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu (vv.7,8). Devidamente qualificado, foi nomeado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e se transformou na fonte de nossa salvação (vv,9,10).

Isto posto, o autor lança mais uma advertência devido à aparente incapacidade de seus leitores de perceberem até mesmo as mais elementares verdades do cristianismo.

Para caminhar em direção à maturidade, devem se valer das verdades que têm ensinado, como guia a distinguir o bem do mal.

Portanto, para ser considerada alimento sólido e não leite, a verdade deve ser explicitada na prática (vv.11-14)” (RICHARDS, Lawrence Q. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.859).

Conclusão

O trabalho sacerdotal no Antigo Testamento não era puramente humano, mas um ministério de intercessão instituído por Deus em favor dos homens.

Assim, o Eterno determinara, de antemão, que os sacerdotes viessem da família de Arão, prefigurando o surgimento de Cristo como o verdadeiro Sumo Sacerdote; aquele que se ofereceria como oferta pelos pecados de toda a humanidade.Dentre outros, sua superioridade é aqui destacada no fato de Ele não se exaltar, mas glorificar aquele que disse: “Tu és meu Filho, hoje te gerei”.

Portanto, o Filho de Deus viveu entre nós sem pecado, aprendeu pela obediência e trouxe-nos eterna salvação.

Eu me alimento das mãos de Deus

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