Fruto do Espírito: o Eu crucificado
Para obtermos uma vida controlada pelo Espírito requer de nós um viver santo e uma verdadeira comunhão com Deus, pois para sermos como Cristo, carecemos que a nossa formação e caráter seja moldada pelo Espirito Santo
Texto Bíblico (Mateus 7.13-20)
Neste artigo você estudará sobre:
ToggleA definição do termo “Fruto”
1 – O termo fruto no Novo Testamento é a tradução do original karpos, que tanto pode significar “o fruto”, quanto “dar fruto”, “frutificar” ou ser “frutífero” (Mt 12.33; 13.23; At 14.17). Na Bíblia, também é empregado em sentido figurado para indicar o resultado de algo, por exemplo: o produto do ventre e dos animais (Dt 28.11); o caráter do justo (Sl 1.30; Pv 11.30); a índole do ímpio e as atitudes dos homens (Pv 1.29-32; Jr 32.19); a mentira (Os 10.13); a santificação (Rm 6.22); a justiça (Fp 1.11), o arrependimento (Lc 3.8) etc.
No texto de João 15, Jesus se apresenta como a Videira Verdadeira e utiliza-se de uma simbologia já existente no Antigo Testamento, onde a árvore representa o homem (Jz 9.7-15; Sl 1.3), e a vinha, Israel (Is 5.1-7; Jr 2.21; Os 10.1). A árvore produz fruto segundo a sua espécie (Gn 1.11). Espécie, no original, mim, designa “especificação” ou “ordem”, portanto, a qualidade do fruto aponta para o caráter de sua árvore (Gn 1.12; Mt 7.17,18). Logo, o crente regenerado pelo Espírito Santo deve originar fruto que dignifique e reflita o caráter moral de Cristo.
2 – “O termo ‘fruto’ é frequentemente usado de forma simbólica. As crianças são mencionadas como frutos (Êx 21.22; SI 21.10) em frases como ‘o fruto do ventre’ (SI 127.3; Dt 7.13; Lc 1.42) e o ‘fruto do corpo’ (SI 132.11; Mq 6.7). O louvor é poeticamente descrito como fruto dos lábios (Is 57.19; Hb 13.15), e as palavras de um homem são chamadas de ‘fruto da boca’ (Pv 12.14; 18.20). O termo ‘fruto’ é aplicado às consequências das nossas ações e motivos: ‘Comerão do fruto do seu caminho (ou procedimento) (Pv 1.31; Is 3.10). Para conhecer mais, leia Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p. 824.
– OBS: ‘Por seus frutos os conhecereis’! (Mt 7.15-23} – Ao longo das Escrituras, o fruto é um l símbolo da obra transformadora de Deus nos crentes (cf. is 5.1-7; Jo 15-1-11; Gl 5.22,23)- Embora o nosso relacionamento com Deus seja ‘secreto’, o produto desse relacionamento é altamente visível! Mas aqui Jesus falou de reconhecer os falsos profetas pelo fruto amargo. Ele não sugeriu que começássemos a apertar o fruto dos crentes para ver se era bom! Talvez a razão seja o fato de que o bom fruto precisa de tempo para amadurecer.
A vida cristã produzirá bons frutos — mas levará algum tempo para que esses frutos amadureçam. Devemos dar aos outros — e a nós mesmos — o tempo necessário para que o fruto de Deus amadureça, em vez de exigir evidências imediatas da sua obra em nossa vida” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 561).
Antes e Depois
Em Efésios 4-17—5.20, Paulo estabeleceu o contraste entre o ‘antes’ e o ‘depois’ da vida dos crentes. Embriagar-se com vinho era associado com o antigo modo de vida e seus desejos egoístas, terminando, por fim, em contenda. Isto não tem lugar na vida dos crentes. Além do mais, de acordo com Paulo, nós não precisamos do álcool, pois podemos nos encher do Espírito, deixando que Ele nos controle. Paulo comparou a atitude de se embriagar com vinho, que faz com que uma pessoa desfrute um êxtase temporário, com o ser cheio do Espírito, que produz uma alegria permanente.
O foco das palavras de Paulo aqui não é tanto a proibição contra a embriaguez, pois os crentes provavelmente já o haviam entendido, mas incitá-los a estarem continuamente cheios do Espírito e a viverem nEle. Todo mundo pode dizer quando uma pessoa está embriagada. Suas ações tornam isso óbvio. De maneira semelhante, a nossa vida deve estar tão completamente sob o controle do Espírito, que as nossas palavras e ações mostrem, sem qualquer dúvida, que estamos cheios da presença do Espírito Santo de Deus (Comentário do Novo Testamento: Aplicação pessoal, 1.ed. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p,345).
A Frutificação Espiritual e o seu Progresso
“A frutificação espiritual segue o mesmo princípio da frutificação que está revelado no primeiro capítulo de Génesis (Gn 1.11). ‘João Batista, precursor do Messias, exigiu dos seus convertidos: ‘Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento’ (Mt 3.8). Em João 15.1-16, Jesus enfatizou este princípio deixando claro aos seus seguidores que para darem fruto exuberante para Deus, necessário é que antes cresçam em Cristo e nisso perseverem seguindo os ensinos da Palavra de Deus.
Boas condições de crescimento e desenvolvimento da planta no reino vegetal, sem esquecer da boa saúde da semente e do meio ambiente ideal e da limpeza, são elementos indispensáveis para a boa frutificação. É também o que ocorre no reino espiritual, na vida do crente, na Igreja, para que haja em todos nós fruto abundante para Deus (Gilberto, Antônio).
O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 1.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 17). O fruto do Espirito é a obra espontânea do Espírito Santo dentro de nós, ou melhor, é o crescimento gradual da vida e natureza de Jesus Cristo no crente. Mediante o Espírito Santo, o caráter de Jesus pode ser contemplado em você no trabalho? Na rua? Na igreja? No culto? No lar? Na escola? No lazer? Nos relacionamentos? (Ver 1 Pe 1.15,16). Qual a sua reação diante das provações? (Rm 12.12).
Este modo de viver santo e honesto realiza-se no crente à proporção que o Espirito Santo controla e influencia sua vida. O propósito deste estudo é encorajá-lo a buscar este desenvolvimento progressivo. Quem anda em Espirito não cumpre os desejos da carne, pelo contrário, o seu principal anelo é viver como Jesus, agir como Ele, e refletir o seu caráter.
Propósito do controle e a Liberdade
(2 Co 3.17) Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o ESPÍRITO do Senhor, aí há liberdade. (18) Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espirito do Senhor.
1 – 2 Co 3.17 Onde está o Espirito…. Aí ha Liberdade. A liberdade que vem através de Cristo (Gl 5.1) é, acima de tudo, libertação da condenação e escravidão do pecado (vv. 7-9; Rm 6.6,14; 8.2; Ef 4.22-24; Cl 3.9,10) e do domínio total de Satanás (At 26.18; Cl 1.13; 1 Pe 5.8). “Vários fatores contribuíram para que o estado néscio dos cristãos gálatas se tornasse ainda mais grave. A doutrina da cruz lhes foi pregada, e a ceia do Senhor lhes era ministrada. Em ambas, Cristo crucificado e a natureza de seus sofrimentos lhes haviam sido expostos de modo pleno e claro. […] Não são sábios aqueles que toleram ser desviados do ministério e da doutrina em que foram abençoados para o seu próprio proveito espiritual. Ah! Que os homens não se desviem da doutrina de Cristo crucificado, que é uma doutrina de importância absoluta, para ouvirem distinções inúteis, pregações puramente morais ou loucas imaginações!
O DEUS deste mundo cegou o entendimento dos homens usando diversos homens e meios, para que aprendessem a não confiar no Salvador crucificado. Podemos perguntar de modo direto: Onde há o fruto do Espirito de modo mais evidente? Naqueles que pregam a justificação por meio das obras da lei, ou naqueles que pregam a doutrina da fé? Com toda segurança, nestes últimos” (HENRY, Matthew. Comentário bíblico de Matthew Henry. RJ: CPAD, 2002, p. 983). Leia mais na Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 21. pág. 42.
(1) A verdadeira libertação começa quando o crente se une a Cristo (At 4.12; Ef 1.7), e recebe o Espírito Santo A libertação da escravidão espiritual é mantida através da presença contínua do Espirito Santo no crente, e pela obediência deste à orientação do Espírito (Rm 8.1ss; Gl 5.18; cf. Jo 15.1-11). (2) A liberdade proporcionada por Cristo não é uma liberdade para o crente fazer o que quer (1 Co 10.23,24), mas para fazer o que deve (Rm 6.18-23). A liberdade espiritual nunca deve ser usada como pretexto para o mal, nem como justificativa para conflitos (Tg 4.1,2; 1 Pe 2.16-25). A liberdade cristã deixa o crente livre para servir a DEUS (1 Ts 1.9) e ao próximo (1 Co 9.19), segundo a justiça (Rm 6.18ss.). Agora somos servos de Cristo (1 Co 7.22; Rm 1.1; Fp 1.1), vivendo para agradar a DEUS, pela graça (Rm 5.21; 6.10-13)
2 – 2 Co 3.18 Refletindo… A Gloria do Senhor. Significa experimentar a sua presença, o seu amor, a sua justiça e o seu poder através da oração e do Espirito Santo, quando permanecermos nEle e na sua Palavra. Isto resulta em sermos transformados à sua semelhança (4.6; cf. Cl 1.15; Hb 1.3). Na presente era, essa transformação é progressiva e parcial. Quando, porém, Cristo voltar, nós o contemplaremos face a face, e a nossa transformação será completa (1 Jo 3.2; Ap 22.4).
O propósito da produção de Frutos Espirituais (parte I).
– Adaptamos aqui um texto do site:
– http://portugues.globalreach.org/portugues/images/S6361_01.pdf, que nos fale sobre essa importância. Vejamos:
– Ao considerarmos o propósito da produção de fruto espiritual, examinaremos quatro aspectos, que têm a ver com a expressão, com o discipulado e com a glória.
A produção de fruto é uma expressão da vida de Cristo.
– Cada fruto é uma expressão da vida da planta de onde vem. Do mesmo modo, na qualidade de membros do corpo de Cristo, deveria haver naturalmente uma expressão da plena beleza do carácter de Cristo em nós. Com que propósito existe? Deus salvou-o simplesmente para que vá à igreja durante algumas poucas horas cada semana? Não! Existe para viver ou externar os ensinamentos que receber, revelando Cristo a este mundo pecaminoso e perdido. As pessoas precisam de ver Cristo através da vida dos crentes. Quando as pessoas ficam a saber que somos crentes, talvez sejamos a única Bíblia que muitos deles conseguirão “ler”.
– Uma vida dedicada a Cristo exprime, para outras pessoas, o tipo de amor que Deus tem por elas. Quando tenho Cristo na minha vida, os meus ouvidos ouvem os clamores destas pessoas, os meus olhos vêem as suas necessidades, os meus pés movem-se para as ajudar e as minhas mãos estendem-se para as cuidar. Dessa maneira é que me torno num canal da vida de Jesus Cristo. Então Ele pode ministrar às pessoas por meu intermédio. Está a servir de canal da vida de Cristo? Ele está a abençoar outras pessoas através de si?
A produção de fruto é uma prova do discipulado cristão.
Jesus declarou que deveríamos produzir “muito fruto”, porquanto isso demonstraria que somos os Seus discípulos (João 15:8). Ele salientou que cada aluno que foi bem treinado pelo seu professor, se torna como ele (Lucas 6:40). Isso significa que não basta aceitar Cristo, para então dizermos: “Eu sou um crente”! Ele quer que produzamos muito fruto. Se estiver a fazer assim, será prova de que verdadeiramente aprendeu de Cristo e que é Seu discípulo. Isso mostrará que deu novos passos além do primeiro, que consiste em nascer de novo e receber Cristo. Isso demonstrará que Cristo, na verdade, é o Senhor da sua vida.
A produção de fruto abençoa outras pessoas.
Em primeiro lugar, abençoa aqueles que recebem o benefício das manifestações do carácter de Cristo nas nossas vidas, além de abençoar igualmente os nossos irmãos na fé que observam nas nossas vidas o fruto espiritual.
A produção de fruto glorifica Deus.
Asseverou Jesus Cristo: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (João 15:8). Produzir fruto espiritual resulta de uma vida espiritual abundante. Quando alguém permite que a vida de Cristo seja expressa por meio da sua vida, as pessoas verão os efeitos que isso produz e glorificarão Deus (ver Mateus 5:16).
- A produção de fruto espiritual é exigida, para que
- a) demos prova do discipulado cristão.
- b) aceitemos Jesus como Salvador.
- c) expulsemos os demónios.
- d) glorifiquemos Deus.
- e) sejamos membros de alguma igreja local.
- f) expressemos aos outros o amor de Cristo.
- g) demonstremos a relação que temos com Jesus Cristo.
- h) sejamos uma bênção para outras pessoas.
Parte II
Ao considerarmos os propósitos da frutificação espiritual, constataremos quatro palavras relacionadas ao fruto do Espírito: expressão, discipulado, bênção e glória.
Expressar o caráter de Cristo.
Todo fruto revela sua árvore de origem. Da mesma maneira, como membros do corpo de Cristo, devemos refletir naturalmente o seu caráter para que o mundo o veja em nós. Quando as pessoas tomam conhecimento de nossa confissão cristã, podemos vir a ser a única bíblia que muitas delas “lerão”.
Evidenciar o discipulado.
Jesus ensinou que devemos dar “muito fruto” a fim de confirmarmos que somos seus discípulos (Jo 15.8). Ele ressaltou que todo discípulo bem instruído será como o seu mestre (Lc 6.40). Isto significa que não é o bastante aceitar Jesus para afirmar: “Veja, sou crente! ” Ele deseja que produzamos muito fruto. Se assim fizermos, estaremos demonstrando que verdadeiramente somos seus discípulos.
Abençoar outras pessoas.
A manifestação do fruto abençoa os ímpios que nos cercam e também os crentes que veem a evidência do fruto espiritual em nós.
Glorificar a Deus (Jo 15.8). O fruto do Espírito é o resultado de uma vida abundante em Cristo. Quando permitimos que a imagem dEle seja refletida em nós, as pessoas glorificam a Deus (Mt 5.16).
Conclusão
O propósito de Deus é que sejamos cristãos frutíferos, isto é, que manifestemos as virtudes de Cristo diariamente, assim como os ramos apresentam as qualidades da videira à qual estão ligados. Isso só é possível com a presença e o domínio soberano do Espírito Santo em nós. Há na Bíblia leis contra muitas coisas, porém não há nenhuma contra o fruto do Espírito e sua abundância no crente.