A sublimidade das Bençãos Espirituais em Cristo

A sublimidade das Bençãos Espirituais em Cristo

A sublimidade das Bênçãos Espirituais em Cristo

As “bênçãos espirituais” são alcançadas evidentemente pelos que, pela em Cristo, vivem no plano espiritual (Gl 2.20; Cl 3.3). O Apóstolo Paulo declara que fomos abençoados com “todas as bênçãos espirituais”. São as bênçãos da salvação que Deus preparou para a humanidade antes de todos os séculos.

Texto Bíblico (Efésios 1.3,4, 9-14)

A Bênção da Eleição

Eu me alimento das mãos de Deus

Na verdade, recebemos as bênçãos espirituais segundo o eterno propósito de Deus. Nos vv.4,5 temos duas expressões de grande peso espiritual: “nos elegeu” e “nos predestinou”. Estas expressões, às vezes, mal interpretadas, são a chave do propósito divino da salvação.

A palavra “elegeu” indica que Deus, por sua presciência, elegeu ou escolheu um povo especial para pôr em prática o seu propósito no mundo. É interessante notar que a eleição ou escolha de um povo que Deus faz para si é no passado, conforme declara o texto “antes da fundação do mundo” (v.4).

A Igreja é constituída de eleitos que formam um povo especial que leve a efeito a causa de Deus neste no mundo (Rm 8.29-32). Israel foi o povo eleito segundo a carne, a descendência de Abraão, mas Israel rejeitou o evangelho da graça (Rm 9.30-33). Deus formou, então, um povo, não segundo a lei, mas segundo a graça (Rm 11.5-7).

Uma eleição segundo a graça divina (Rm 10.10-13).

Sua escolha ou eleição nada tem a ver com discriminação. Não significa que Deus não queira que todos se salvem. O propósito da salvação é universal, mas Deus sabia que nem todos se salvariam, uma vez que o ser humano é dotado de livre escolha quanto ao seu destino.

A predestinação segundo a presciência divina.

A expressão “nos predestinou” (v.5) indica que Deus, ao eleger-nos em Cristo para sermos o seu povo, também, “nos predestinou” para sermos o que somos em Cristo hoje: justificados (Rm 3.24), santos e inculpáveis (Ef 1.4), participantes da herança de filhos (Ef 1.14) e glorificados (Rm 8.30). O prefixo “pre” significa antes, por isso, o termo predestinação refere-se à indicação de que, no glorioso propósito da salvação, Deus já havia estabelecido que os eleitos seriam, também, adotados como filhos de Deus.

A expressão “para filhos de adoção por Jesus Cristo” é semelhante as palavras do apóstolo João no seu Evangelho (Jo 1.12), que diz: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome”. A predestinação não faz seleção entre os pecadores, porque todos pecaram (Rm 3.9).

OBS: “Devemos reconhecer, já de início, ser o conhecimento a respeito de Jesus Cristo igual e ao mesmo tempo diferente ao de outros assuntos. Como líder espiritual do Cristianismo, Jesus é o objeto do conhecimento e também da fé. Ele produz ainda, dentro de nós e mediante o Espírito Santo, conhecimentos espirituais.

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Os cristãos acreditam universalmente que Jesus continua vivo hoje, séculos depois da sua vida e morte na Terra, e que Ele está na presença de Deus Pai, no Céu. Mas esta convicção certamente provém da fé salvífica, mediante a qual a pessoa encontra Jesus Cristo e é regenerada, por meio do arrependimento e da fé, ‘ tornando-se assim nova criatura.

O conhecimento de Jesus como Salvador leva, através da experiência, ao reconhecimento imediato da existência pessoal de Jesus no presente. Dessa maneira, o conhecimento de Jesus é diferente do conhecimento do de outras figuras históricas” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.302).

A Bênção da Redenção e Remissão

O sentido das palavras redenção e remissão.

Essas duas palavras se destacam especialmente no v.7. Redenção e remissão são duas gloriosas bênçãos da salvação consumada por Jesus na cruz. Redenção, no seu termo original, relaciona-se ao ser do pecador, ao passo que remissão, no seu termo original, relaciona-se aos pecados do pecador (At 13.38; 26.18; Cl 1.14; Hb 9.22).

A obra redentora de Deus é perfeita. Ele redime o pecador do poder de Satanás e também anula os seus pecados. O v.7 também retrata algo do contexto da época em que um escravo podia ser liberto de sua escravidão mediante o pagamento do resgate (1Co 6.20; Cl 1.14).

Eu me alimento das mãos de Deus

Sangue, o preço da redenção (v.7).

O preço da liberdade foi o de sangue, o sangue inocente e imaculado de Cristo. O sangue requerido nos sacrifícios de animais inocentes, típico da velha aliança, literalmente derramado por Jesus no Calvário. Ali Ele se tomou o Cordeiro de Deus como sacrifício expiador dos pecados de todos os homens.

O efeito imediato da redenção (vv.8,9).

O v.8 indica que Deus tomou ampla a possibilidade de redenção e perdão, ao mesmo tempo em que capacita a todo o salvo em Cristo conhecer as riquezas da sua salvação. Nos vv.9,10, Deus fala do “mistério da sua vontade” (v.10).

O efeito futuro da redenção (v.10).

A expressão “plenitude dos tempos” significa um tempo futuro em que os propósitos divinos alcançarão o seu fim, em plenitude. A redenção no futuro chegará ao seu auge segundo o glorioso propósito de Deus no estabelecimento do seu reino eterno, onde não haverá mais tentações e tribulações, porque os salvos viverão numa só dimensão espiritual.

A soberania do conselho divino na obra da redenção (v.11).

A palavra “predestinados” neste versículo tem sido muitas vezes mal compreendida e assim interpretada no que se refere à soberania de Deus. Sabemos que Deus é soberano em sua perfeita vontade, mas quanto à salvação, não há qualquer afirmação bíblica de que os predestinados sejam uma elite única e todas as demais pessoas estejam fora da eleição divina.

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Deus é justo e imparcial e Ele dá a todas as criaturas humanas a mesma oportunidade de salvação. Os que atendem ao seu chamado geral desfrutam do privilégio do seu glorioso propósito de salvação. A continuação do v.11 revela “que Deus fez tudo segundo o conselho da sua vontade”. Esse Conselho decisório se constitui especialmente da santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Esse Conselho rege o universo, inclusive o destino da humanidade.

A herança da redenção (v.11). O termo “fomos feitos herança” significa que esse privilégio já estava no propósito divino, porque Deus nos predestinou para sermos sua herança. Ele vela pelos salvos.

OBS: “[Do gr. doxa, glória + logia, palavra] Manifestação de louvor e enaltecimento a Deus através de expressões de exaltamentos (Deus seja louvado! Aleluia!) e hinos. A doxologia não pode vir desassociada da verdadeira adoração. Ela exige adoração” (Dicionário de Teologia, CPAD, p.152).

A Bênção do Selo com o Espírito Santo

O Espírito Santo na obra da redenção (vv.13,14).

Na verdade, esses dois versículos apresentam o ministério do Espírito Santo, no sentido de promover a fé em Cristo como Salvador (Jo 16.8-10) e, também, a sua presença viva e dinâmica na vida dos crentes. O próprio nome dado ao Espírito indica a sua missão que é o de fazer-nos santos para Deus.

O Espírito Santo é o selo da redenção (v.13).

“Fostes selados” é a declaração bíblica de que todo salvo em Cristo tem uma marca, um sinal que o identifica como propriedade do Senhor. Um selo é uma marca de propriedade e os crentes em Cristo possuem essa marca indisfarçável que é a presença poderosa do Espírito Santo em seu ser. A comprovação da nossa redenção é o selo do Espírito Santo em nossa vida. O que distingue um crente de um ímpio é o selo do Senhor que lhe dá autenticidade. Não há nada parecido ou igual. Ele é singular como direito de posse do Senhor.

O Espírito Santo e sua identificação definida (v.13).

Nos tempos atuais há muita imitação barata das ações do Espírito Santo, mas a Palavra de Deus contém a sua identificação singular como “o Espírito Santo da promessa”. Essa promessa é a que Deus fez desde os tempos do Antigo Testamento (Jl 2.23,24,28,29) e a cumpriu no dia de Pentecostes (At 2.1-13,38,39).

Eu me alimento das mãos de Deus

Ele é o Espírito Santo da promessa que habita na Igreja de Cristo confirmando a promessa do Senhor. Precisamos entender e separar os fatos acerca da promessa do Espírito Santo. Faz parte da promessa o falar noutras línguas pelo Espírito, mas essa gloriosa experiência não é o selo do Espírito aqui referido (e em 2Co 1.22). O falar em línguas espirituais é uma experiência subsequente.

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O Espírito Santo é o penhor da redenção (v.14).

O texto declara “o qual é o penhor da nossa herança”. A palavra “penhor” significa garantia, segurança, prova de aquisição e posse de algo. No tempo de Paulo, a palavra “penhor” era empregada para uso legal e comercial quando alguém comprava alguma coisa e desejava garantir a sua compra. As pessoas adiantavam uma quantia inicial como penhor (2Co 1.22; 5.5). Jesus nos deu o Espírito Santo como penhor pelo resgate de nossas almas (1Pe 2.9). Na verdade, somos do Senhor e o que garante essa possessão é a presença do Espírito Santo em nossa vida.

OBS: ARGUMENTO TEOLÓGICO – “O Espírito Santo como o Selo de nossa Fé em Cristo (1.13). Essa é a primeira referência que aparece em Efésios a respeito do papel do Espírito Santo na redenção. Daí em diante, Paulo raramente deixa de mencionar os aspectos de sua atuação na vida cristã. 0 crente é marcado, ou selado, em Cristo com o selo do Espírito Santo da promessa.

Aqui encontramos duas questões: ‘selo’ e o Espírito Santo da “promessa”: Na antiguidade, o selo era um sinal de propriedade ou de posse pessoal. Concedendo o Espírito Santo como um selo. Deus nos marca em Cristo, como aqueles que autenticamente lhe pertencem (cf.2 Co 1,2) […]. A designação ‘prometido’, referindo-se ao dom do Espírito, como aparece em Atos 2, está relacionada principalmente à promessa de Joel 2.28,29, tal como foi interpretada e aplicada por Pedro no livro de Atos, e no restante do Novo Testamento.

Quando Paulo empregou essa expressão em Efésios, quis dizer que o Espírito Santo virá para transmitir ‘sabedoria e revelação’, a fim de podermos conhecer melhor a Deus e sermos informados a respeito das implicações de nossa vida ’em Cristo’ (1.17-20) […]” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.402).

Conclusão

As bênçãos de que trata a Bíblia aqui, tem uma total abrangência mediante a palavra “todas”, porque essa palavra refere-se, não à coisas naturais e materiais, mas essencialmente, espirituais. As bênçãos espirituais em Cristo estão acima de todo e qualquer bem físico ou material.

As riquezas de que fala o apóstolo são espirituais, porque, na realidade, Paulo não tinha nada materialmente. Sua fé e confiança estavam depositadas na contemplação das riquezas espirituais. Lamentavelmente, esse texto tem sido interpretado erradamente, como se referisse às riquezas materiais, como sendo bênçãos espirituais. Cuidado com a falsa teologia da prosperidade.

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