A chamada profética de Samuel

A chamada profética de Samuel

A chamada profética de Samuel

 A trajetória da chamada de Samuel é uma belíssima história de serviço, fidelidade, entrega, dedicação, adoração ao Senhor. Do início ao fim de sua vida, Samuel nos demonstra sempre que o seu objetivo é fazer o que agrada a Deus e não aos homens…

Texto Bíblico (1 Samuel 3.1-10)

Síntese do Ministério de Samuel

Eu me alimento das mãos de Deus

Para traçar um perfil mais exato do ministério de Samuel, considere a leitura deste texto: “Samuel, sendo ainda rapazinho, foi favorecido  com uma revelação divina (1 Sm 3.1-21). Tal revelação dizia respeito à derrubada da casa de Eli, e foi com relutância que Samuel comunicou a mensagem a Eli.

Samuel foi crescendo em estatura na presença do povo, e todos compreenderam que ele fora encarregado com um ofício profético da parte do Senhor (1 Sm 3.20). A trágica derrota de Israel e a perda da arca, usada como talismã contra os filisteus, quando os dois filhos de Eli figuraram entre os mortos, significou o fim da sucessão de Eli, e a rejeição do sacerdócio araônico.

Embora não seja explicitamente afirmado, Samuel, a única pessoa então em vista, assumiu as rédeas até então nas mãos de Eli” (BENTHO, Esdras Costas; PLÁCIDO, Reginaldo Leandro. Introdução ao Estudo do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.226). Assim, apresente o perfil do ministério profético de Samuel à classe.

O personagem Samuel

Samuel é o personagem mais importante entre Moisés e Davi. Ele foi o Lutero ou o João Batista de seu tempo. Toda a sua carreira, desde o nascimento até a morte, nos eleva acima dos baixos níveis típicos desse período.

A estéril Ana, com o anseio de uma hebreia por um filho, pede-o a Deus e depois o devolve a Deus. Assim, Samuel foi criado no tabernáculo em Silo.

O sumo sacerdote, Eli, também era o “juiz” daqueles dias. Ele foi o primeiro a concentrar as duas ocupações numa só pessoa. O idoso Eli, embora pessoalmente fosse puro, permitiu que os gravíssimos pecados de seus filhos passassem em branco, sem repreensão.

Através do menino Samuel, Deus revelou a sentença contra a casa de Eli. Esta ocorreu durante a famosa batalha de Afeque, quando os filisteus mataram os filhos de Eli e capturaram a arca. Eli caiu morto ao receber a notícia.

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Os anos de trevas que se seguiram foram amenizados com a esperança crescente em Samuel, chamado para ser um profeta de Deus. A grande obra de Samuel pode ser assim resumida:

1) Ele suscitou uma grande reforma nacional, renovando a aliança e trazendo o povo de volta à adoração ao Senhor Deus.

2) Atacado pelos filisteus, ele teve tamanha vitória em Ebenézer que eles jamais investiram novamente contra Israel durante o seu mandato de juiz.

3) Organizou as escolas dos profetas.

4) “Julgou” Israel durante toda a vida.

5) Preparou o caminho para a monarquia e a introduziu, ungindo Saul e, após ser ele rejeitado, Davi.

Samuel, portanto, pertence ao período de transição dos juízes para a monarquia. Ele é o último e o maior de todos os juízes e o primeiro da grandiosa linhagem de profetas hebreus posteriores a Moisés.

6) Samuel deve ser um instrutor do povo de Deus, dentro da Palavra de Deus.

Ele ensina os preceitos da aliança em Cristo, e anuncia à igreja a maneira correta de proceder. Sua palavra não vem apenas em nível individual, mas também em nível coletivo. Ele mostra os pecados de pessoas, mas também das instituições. O pecado tem uma dimensão social.

Ele se incrusta nas instituições sociais que criamos, porque estas instituições refletem nossa natureza. Assim, instituições políticas, religiosas, sociais e denominacionais sofrem os efeitos do pecado. O profeta deve denunciar o pecado individual e estrutural e mostrar o caminho correto, que é o arrependimento, a mudança radical das atitudes.

Eu me alimento das mãos de Deus

O profeta não aceita o pecado nos indivíduos nem nas estruturas, principalmente nas estruturas a serviço de Deus. Os profetas bíblicos denunciaram os pecados de Síria, Assíria, Egito, Edom, Babilônia, mas também os de Israel e Judá.

O profeta contemporâneo precisa fazer a Bíblia brilhar e cortar como uma espada afiada. Ela deve ser mais que o livro do qual se lê um salmo, na hora da reunião de culto, eclesiástica, administrativa, etc… Ela deve reger nossa vida em todas as áreas. Esta relação do profeta com a Palavra de Deus deve nos levar a uma reflexão. Neopentecostais usam muito o termo “a Palavra”.

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Se prestarem atenção, não se referem à Bíblia, mas a um conjunto que inclui a palavra deles. Palavra alguma de pessoa alguma pode ombrear-se á Palavra de Deus. Se alguém almeja ser profeta, e se a igreja se entender como comunidade profética, precisa saber disto: a Palavra de Deus, a Bíblia, deve ser o norte na vida dos cristãos, e não as tradições humanas, dogmas, ou ditames eclesiásticos.

– C.H. Spurgeon, disse:

Nos dias de Eli, a palavra do Senhor era preciosa, e não havia visão aberta. Foi ótimo que quando a palavra veio, um indivíduo escolhido tinha o ouvido bom para recebê-la, e o coração obediente para executá-la. Eli não educou seus filhos para serem os servos dispostos e os ouvintes atentos à palavra do Senhor.

Nisso lhe faltava à desculpa de ser incapaz, porque treinou a criança Samuel com bom êxito em ser reverentemente atento à vontade divina. Ah, que aqueles que são diligentes com as almas de outros olhassem bem as suas próprias famílias.

Mas ai do pobre Eli, como muitos em nossos dias, fez-te guarda dos vinhedos, mas tua própria vinha tu não guardaste.

Sempre que olhava a criança graciosa, Samuel, deve ter sentido a dor de coração. Quando se lembrava de seus próprios filhos negligenciados e não punidos, e como se tornaram vis aos olhos de toda Israel, Samuel era o testemunho vivo do que a graça pode operar quando as crianças são educadas no temor do Senhor; e Hofni e Finéias eram tristes exemplos do que a tolerância demasiada dos pais pode causar nos filhos dos melhores dos homens.

Oh, meu Deus! Eli, se você tivesse sido tão cuidadoso com seus próprios filhos como com o filho de Ana, não teriam sido homens de Belial como foram, nem Israel teria detestado as ofertas do Senhor por causa da fornicação que aqueles réprobos sacerdotes cometiam bem na porta do tabernáculo. Pastor George Emanuel – https://www.webartigos.com/artigos/o-profeta-samuel-vida-e-obra/22303

Observação: (1)

“Samuel era um líder nacional que exercia os ofícios de sacerdote e profeta. Ele aparece diversas vezes nos relatos do primeiro livro de Samuel, oferecendo sacrifícios pelo povo na consagração dos reis Saul e Davi e pelo exército de Israel (1 Sm 7.9; 9.12,13; 10.8; 13.8,9; 16.3,13).

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É reconhecido naquela geração como homem honrado ‘e tudo quanto diz sucede assim infalivelmente’ (1 Sm 9.6); ‘e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra’ (1 Sm 3.19). É todo-importante que o homem de Deus tenha tal conceito diante do povo da cidade.

Eu me alimento das mãos de Deus

É dever de todo cristão se comportar com decência e honestidade, pois o mundo observa a nossa vida, mas quem ocupa cargo de relevância precisa ter uma vida ilibada, deve ser um referencial para o povo, note que a boa fama de Samuel era conhecida por todos” (SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.24).

Observação: (2)

“Alguns profetas também eram usados para predizer o futuro, como Ágabo em duas ocasiões (Atos 11.28; 21.11). Ele saiu de sua casa na Judeia para levar as mensagens de Deus. Em consequência da primeira, foi levantada uma oferta para ajudar a igreja em Jerusalém durante uma fome prevista e acontecida. Na segunda, a igreja foi avisada a respeito da prisão do apóstolo Paulo.

Em nenhuma delas estava envolvida alguma nova doutrina. Nem foram dadas instruções quanto ao que a igreja devia fazer. Isto era assunto dos membros, mediante o Espírito Santo. Nunca houve algo semelhante à adivinhação, no ministério desses profetas. Os que são usados regularmente pelo Espírito no exercício do dom de profecia na congregação, também são chamados profetas (1 Coríntios 14.29,32,37).

A Bíblia adverte contra os falsos profetas que alegam ser usados pelo Espírito Santo, mas devem ser submetidos à prova (1 João 4.1)” (HORTON, Stanley. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp.290-91).

Conclusão

Samuel, em meio ao contexto aonde nasceu, viveu e cresceu, resplandece com uma luz para a nação, que reflete a glória do Senhor, o colocando sempre como prioridade em sua vida e assim o enfatiza para toda casa de Israel, de que ao Senhor, pertence toda honra e glória para sempre.

Samuel é a síntese de um verdadeiro servo do Deus Vivo, de uma pessoa que almeja sempre seguir os passos do Senhor. Que Deus tenha misericórdia de nós!

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