A Mordomia da Adoração
De acordo com o Antigo e no Novo Testamento, a adoração é a veneração elevada que se presta ao Deus único e Criador. Portanto, devemos lembrar-nos de que Deus é Espírito e aqueles que desejam adorá-lo devem fazê-lo em espírito e em verdade, ou seja, dispensando os estímulos externos; com um coração sincero e temente a Deus.
Texto Bíblico (João 4.19-26)
Neste artigo você estudará sobre:
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1 – Adorar é um ato de rendição a Deus.
Nas línguas bíblicas, o sentido do termo “adoração” é chegar-se a Deus de modo reverente, submisso e agradecido, a fim de glorificá-Lo. Adorar é um ato de total rendição, gratidão e exaltação jubilosa a Deus (Sl 95.6; 2 Cr 29.30; Mt 2.11). Éo Espírito Santo que habilita o crente a adorar com profundidade e temor a Deus (Jo 4.23,24; Ef 5.18,19; 1 Co 14.15; At 10.46; Fp 3.3).
2 – Adorar é um sublime ato de serviço a Deus.
O servir a Deus tem relação direta com o adorar a Deus. O serviço que fazemos para Deus por amor e gratidão, sob o estímulo do Espírito Santo, é uma forma de adoração. Na verdade, como afirmou o pastor Russell Shedd: “o Senhor reivindica a totalidade do serviço dos seres a quem Ele resgatou e deu vida”.
Adorar a Deus requer reverência. Deus é infinitamente sublime em majestade, poder, santidade, bondade, amor e glória. Por isso, devemos adorá-Lo e servi-Lo com toda reverência, fervor, zelo, sinceridade e dedicação (Hb 12.28,29).
Portanto, adoração e reverência são elementos inseparáveis em nosso culto a Deus. Adorar é também exaltar e reconhecer que Deus é o Senhor, Criador de todas as coisas (Sl 95.3-6).
A natureza da Adoração
1 – Adorar é uma experiência interior.
No Salmo 95.6,7, o salmista convida: “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou. Porque ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão”.
Ele exalta a Deus por aquilo que Ele é e faz. E sendo Deus infinito, há muitas maneiras de adorá-Lo, conforme o Espírito Santo nos ensina e dirige.
A adoração a Deus, no qual vivemos, nos movemos e existimos, é, acima de tudo, uma atitude interior do ser humano, imagem e semelhança do Criador (At 17.28). Faz parte da estrutura espiritual de quem crê, teme, ama e serve ao Eterno, a necessidade interior de adorá-Lo (Ef 1.6,12,14).
2 – A adoração testifica da redenção.
A Igreja tem um papel relevante no que diz respeito à obra redentora de Jesus. A Igreja não salva, mas é através dela que a salvação é difundida e recebida. O crente, que foi salvo da condenação do pecado, deve aqui viver em santidade prática, liberto do poder do pecado, e vencedor por Cristo, mediante a fé (Hb 11.17-39).
3 – Na adoração e ministração da Palavra de Deus, a ignomínia do pecado é revelada e a necessidade de salvação é demonstrada (Sl 51.10-12,17; 32.5-7).
O homem sob o poder do pecado não é capaz de avaliar o perigo eterno que aguarda aquele que é escravo do pecado. Mas, uma vez remido e salvo do pecado, o crente deseja adorar ao Senhor que o salvou (Sl 32.1,2; 34.15-22).
OBS: “A Verdadeira adoração não tem a ver necessariamente com canções, instrumentos, grupos musicais ou corais. A essência da adoração é uma vida inteiramente ligada a Deus. É ter uma relação íntima com Ele. É falar, pensar, agir, cantar e viver em total sintonia com sua vontade e sua Palavra (1 Sm 15.22).
Adoração é viver com Ele, por Ele e para Ele. É em tudo glorificá-lo. É ter o desejo constante de agradá-Lo, de fazê-Lo sorrir e de exalar um cheiro suave e agradável ao Senhor em todo o tempo. É ser amante de Cristo, amá-Lo pelo que Ele é, e não apenas pelo que Ele pode fazer. […]
A adoração não está presa a rituais, nem a fórmulas, nem a expressões esteriotipadas e pré-determinadas pelo tempo, estilo pessoal, ou espaço. […] A adoração deve envolver todo o nosso coração, a nossa alma, o nosso entendimento e toda a nossa força (Mt 22.37)” (SILVA, Edvanderson. Adoração sem Limites: Um coração aos pés de Cristo. Rio de janeiro: CPAD, 2012, pp.20-21).
Adoração e a Mordomia do serviço Cristão prestado a Deus
1 – Adorar e servir ao Senhor (Mt 4.10; Ap 2.19).
Liturgia é o conjunto dos elementos que compõem o culto de adoração a Deus. Em 2 Co 9.12, a palavra é traduzida por “serviço”, ao referir-se à coleta que se fazia durante o culto para auxílio dos missionários e irmãos necessitados (2 Co 8; 9).
A oferta apresentada como gratidão a Deus, para o sustento de sua obra, é um ato de adoração (2 Co 9.7-12). O termo também é empregado em Filipenses 2.17,30, descrevendo o “serviço da fé”, isto é, o esforço pessoal empreendido pelo servo de Cristo a favor de sua obra.
Portanto, essa palavra tem uma relação direta com o culto que fazemos a Deus, seja no serviço da adoração, contribuição financeira ou realização da obra do Senhor (Mt 4.10; Jo 16.2; Hb 9.9; Ap 2.19).
O apóstolo Pedro declara que, nós, a Igreja, somos templo espiritual edificado para a glória de Deus. A Igreja é, também, “um sacerdócio santo” para oferecer sacrifícios espirituais a Deus, o que se constitui um “serviço de adoração” (1 Pe 2.5,9).
2 – Adorar e estar unido a Cristo.
Na adoração, a união entre Cristo e a Igreja é demonstrada na celebração da Santa Ceia do Senhor, nas figuras da “videira e seus ramos”, e da Igreja como “corpo de Cristo”.
a) A Santa Ceia (Lc 22.14-20; 1 Co 11.23-34).A Santa Ceia, com todo o simbolismo bíblico envolvido, além de celebrar a unidade e a identificação da igreja com a vida, sofrimento e glória de Jesus Cristo, promove a comunhão fraternal entre os irmãos (Jo 6.48-58). Uma maravilhosa cerimônia de adoração, instituída pelo próprio Cristo (Mt 26.25-30; Mc 14.22-26).
b) A Videira e os ramos (Jo 15.1-10).Essa alegoria descreve a união de Jesus com a sua Igreja, mediante as figuras dos ramos e do tronco (vv.3-5). Essa unidade é enfatizada na expressão: “Estai em mim, e eu, em vós” (Jo 15.4,6,7), e na palavra “permanecer” (vv.9,10,11). Permanecer diariamente nEle é a única maneira de vivermos renovados pela seiva, o Espírito Santo, que brota ininterrupto da vide (Jo 7.37-39; 8.31).
c) Corpo de Cristo (Ef 1.22,23).Assim como a vida do ramo procede da seiva da videira (Jo 15.4,5), o corpo é vivificado enquanto está unido à cabeça. Portanto, a Igreja e Cristo constituem uma unidade santa indissociável, da qual cada crente participa, se permanecer nEle.
– Não precisamos de qualquer talismã ou objeto, tido como sagrado, para desfrutarmos da presença, proteção e comunhão do Senhor Jesus Cristo. Ele tem de estar presente pelo Espírito Santo, no seio da Igreja e no coração dos crentes. Essa presença dinâmica faz fluir a adoração da Igreja através de cânticos, manifestação de dons espirituais e do ensino da Palavra de Deus.
3 – “Concentre-se na Eternidade.
Paulo nos diz em Colossenses 3.1,2 para pensarmos ‘nas coisas que são de cima’, não naquelas que são terrenas. Afinal, como ele diz, a nossa vida ‘está escondida com Cristo em Deus’. Nosso espírito habita com Ele nos lugares celestiais; por que deveríamos ficar confortáveis na sarjeta? […] Seguem algumas ideias para você começar sua vida de louvor. Recomendo a seleção e a prática imediata de algumas.
A – Louve a Deus através da música.
Existe bastante boa música de louvor, mas minha sugestão é para que você escolha alguns bons hinos e de fato passe algum tempo ouvindo, meditando profundamente nas palavras e louvando a Deus através deles.
B – Louve a Deus através de versículos das Escrituras memorizados.
Não posso recomendar a você nenhuma tarefa mais merecedora de seu tempo que aprender os grandes versículos da Bíblia memorizando-os.
Uma vez que aqueles versículos estão incutidos em seu coração, tornam-se uma parte permanente de seu ser. Você recebeu do Espírito santo uma ferramenta para encorajamento em sua vida. Ele o fará recordar daqueles versículos quando você mais precisar deles.
C – Louve a Deus nos intervalos diários.
Escolha pequenos intervalos em que você possa parar suas atividades e cantar baixinho, louvores a Deus ou entoá-los em voz alta. Leve consigo um Novo Testamento de bolso ou mesmo alguns dos seus versículos favoritos anotados em um cartão.
Depois de algum tempo, isto não acontecerá apenas em intervalos determinados. Você estará adorando constantemente durante suas atividades diárias”.(JEREMIAH, D. O desejo do meu coração: vivendo cada momento na maravilha da adoração. RJ: CPAD, 2006, p.224-6.)
– Em Gn 22.5, Abraão ordena aos seus servos que fiquem no sopé do monte enquanto ele e seu filho adoram a Deus — Ele obedeceu. Levantou-se cedo, separou a madeira e o fogo, e pôs o altar do holocausto em ordem — Ele serviu.
Por fim, após obedecer pela fé, servir mediante o rito, ele adora reconhecendo o que Deus é — Ele louva (v.14). Portanto, adoração integral inclui: obedecer, servir e louvar. Somos desafiados a servir e adorar a Deus como fez o patriarca Abraão.
A fidelidade do patriarca ao Senhor era muito maior do que a montanha da terra de Moriá. O seu amor e devoção ao Deus verdadeiro eram superiores ao amor que ele sentia pelo seu único filho.
OBS: “Muitas coisas foram ditas sobre o que acontece quando somos cheios com o Espírito – muitas coisas estranhas e controversas, de fato, Mas a Palavra de Deus diz que quando o Espírito de Deus se faz presente em nosso meio, começamos a cantar”.
Nós admoestamos uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais. O verdadeiro cântico de adoração nasce, em primeiro lugar, desta verdade: o Espírito Santo de Deus veio para viver em seus filhos. Afinamos nossos corações para cantar seu louvor porque Ele é o Único que faz a perfeita afinação.
Esta é a própria confirmação de que Deus está entre nós. Martinho Lutero uma vez escreveu: ‘O Diabo odeia a música porque ele não suporta a alegria. Satanás pode escarnecer, mas não pode rir; ele pode zombar, mas não pode cantar’.
“Talvez Lutero estivesse pensando neste surpreendente versículo: ‘Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de cânticos; então, se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor a estes’ (Sl 126.2)” (JEREMIAH, David. O Desejo do meu Coração: Vivendo Cada Momento na Maravilha da Adoração. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.129-30).
Diferença entre Louvor e Adoração
1- Louva-se a Deus pelo que Ele fez ou faz, mas adora-se a Ele pelo que Ele é;
2- O louvor é um agradecimento a Deus, a adoração é um engrandecimento de Deus;
3- No louvor precisa-se da participação de outras pessoas e às vezes de instrumentos musicais, a adoração é individual e nasce dentro de nós, em nosso espírito;
4 – O louvor chega aos átrios, a adoração chega ao santo dos santos (presença de Deus);
5 – No louvor são usados o corpo e a alma; na adoração são usados o corpo (mortificado), a alma (lavada no sangue de Jesus) e o espírito (“recriado”);
6 – Para louvar a Deus não é preciso comunhão com o Espírito Santo, pois até os animais o louvam (Sl 148, 149, 150); para se adorar a Deus é preciso uma estreita comunhão com o Espírito Santo, pois é Ele que nos transporta ao trono.
7 – O louvor é um aceno e cumprimento, a adoração é um abraço e um beijo cheio de amor.
8 – Tomemos como exemplo um marido que dá um fogão de presente à sua esposa e manda entregar em sua casa. A esposa louva ao marido pelo seu ato de amor, mas quando o mesmo chega em casa ela o abraça e beija agradecida e cheia de amor (isso é adoração).
9 – Para louvar não é preciso nascer de novo, para adorar só com espírito “recriado” (ligado a Deus pelo novo nascimento, através do Espírito Santo).
10 – Observação: Por isso se vê tão poucos adoradores e tantos que louvam.
11 – Aos homens se aplaude (manifestação externa), a Deus se adora (manifestação interna).
12 – Note que Jesus está dizendo para a mulher que os judeus adoravam a Deus com a palavra de Deus (em verdade, pois possuíam todos os escritos do Pentateuco até os profetas) mas suas bocas diziam uma coisa e o coração outra. Não adoravam em Espírito, só com a verdade.
13 – Os samaritanos adoravam em Espírito, pois não tinham nem o templo legítimo e nem a palavra (só adotavam o Pentateuco), faltava-lhes portanto a verdade. Jesus está dizendo que chegou o tempo de adorar em Espírito e em Verdade, pois ele envia o Espírito Santo àqueles que lhe aceitarem como senhor e salvador e estes aprenderão o real sentido da adoração.
Conclusão
Às vezes, adorar a Deus requer esforço e sacrifício. Quantas chuvas, frio e calor já impediram você de adorar a Deus! Outros olham para o guarda-roupa e queixam-se por terem de repetir as vestes da semana anterior e, por isso, deixam de ir à igreja adorar a Deus.
Com certeza Abraão riria de situações tão banais quanto estas, uma vez que ele foi desafiado a adorar a Deus sacrificando o que ele possuía de melhor — seu filho Isaque. http://mauricioberwald.comunidades.net/licoes-antigas-cpad-eclesiologia