O Avivamento Espiritual

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O Avivamento Espiritual

Quando o povo de Deus perdeu o ânimo diante da construção do templo do Senhor, Deus levantou o profeta Ageu para profetizar um avivamento, um renovo, uma mensagem de ânimo para o povo; incitar o povo a retomar a tarefa.

TEXTO BÍBLICO (2 Crônicas 7.12-15; Ageu 2.5-9).

Avivamento nos dias de Ageu

(Ageu 1.7-15)

O Livro de Ageu é um dos menores livros da Bíblia com apenas dois capítulos. O profeta Ageu profetizou a Nação de Judá após o cativeiro.

Ageu foi um profeta para os remanescentes de Judá, que haviam passado setenta anos no cativeiro, e que agora voltavam a sua terra.

Tudo estava destruído, e teriam que reconstruir tudo novamente; o templo, suas casas e os muros de Jerusalém. Entretanto, a construção foi paralisada porque o povo estava sendo oprimido e haviam perdido o ânimo.

O povo estava desacreditado.

A estava esmorecida.

Não havia coragem e força para fazerem a obra.

Os Evangelhos e Atos dos Apóstolos

Então Deus levantou o profeta Ageu para profetizar um avivamento, um renovo, uma mensagem de ânimo para o povo; incitarem o povo a retomar a tarefa.

V.7- Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos.

V.8- Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o Senhor.

V.14- E o Senhor levantou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo, e vieram e trabalharam na Casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus.

– O primeiro item que Ageu e o povo fizeram na reconstrução, foi o templo (A Casa de Deus).

Mt. 6.33- Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.

Reavivamento: uma necessidade urgente e atual

O tema sobre o qual pediram que eu falasse é: reavivamento sob o prisma do Velho Testamento. Devo confessar que esta é a primeira vez, nos meus 70 anos, que fui solicitado para falar sobre este assunto. Eu sei que a palavra ocorre no Velho Testamento em diferentes lugares, que pode ser encontrada com frequência nos livros de História da Igreja, e que de modo natural costumamos cantar “aviva-nos novamente”. Isso é muito conhecido por nós. Há três termos no meu tema que são desafiadores e, de alguma forma, intrigantes: reavivamento, prisma, e Velho Testamento.

Começando com o termo reavivamento, podemos notar que ele ocorre em Gênesis, Juízes, Samuel e Salmos. Segundo esses textos, uma pessoa pode ser reavivada ou revivificada em diferentes áreas da vida.

Em Gênesis 45:27, vemos a respeito de José mandando que trouxessem o seu pai e lemos que o Espírito de Jacó, seu pai, reviveu. A palavra hebraica usada significa: “fazer o espírito vivo novamente, vivificado”. Embora ele não estivesse morto, sem dúvida alguma estava muito abatido de espírito, muito triste; e ele reviveu, tornou-se reavivado em seu espírito. É muito difícil dizer que foi um reavivamento espiritual nesse caso; pois, ao que tudo indica, o que correu foi um reavivamento emocional.

Em Juízes 15:19, Sansão estava muito faminto e sedento, mas, quando ele bebeu água, seu espírito recobrou alento e reviveu. Novamente ocorre a mesma frase, mas desta vez referindo-se ao bem-estar físico e não apenas emocional.

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Em I Samuel 30:12, encontramos Davi que há três dias estava sem comer ou beber, então lemos que o seu espírito retornou, reviveu, quando ele comeu novamente. A palavra hebraica usada aqui significa “retornar e voltar”, portanto, o seu espírito voltou a ele. Agora, quando vamos ao Salmo 80, aprendemos que a palavra também se aplica a um reavivamento, uma revivificação da alma. No verso 3, temos: “faze-nos voltar (restaura-nos) ó Deus, faze resplandecer o teu rosto e seremos salvos”; no verso 7:”faze-nos voltar (restaura-nos) ó Deus dos Exércitos, faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos”; no verso 14: “volta-te para nós”. O mesmo verbo está usado aqui, mas agora, não com o sentido de “restaura”, mas de “volta”; no verso 18: “não nos iremos de após ti, (reaviva-nos) guarda-nos em vida, e invocaremos o teu nome”. Então aqui temos o verbo “reaviva-nos” que significa “fazer reviver” em lugar de “retornar” ou “voltar”. Na verdade, este Salmo é uma súplica por uma volta, um reavivamento.

No Salmo 85:6, a questão colocada é: “não tornarás a vivificar-nos para que o teu povo se alegre em ti?”. Em hebraico lê-se mais ou menos como se o salmista estivesse dizendo: “deixa-me respirar novamente, traze-me o fôlego novamente”.

Mas o Salmo 19:7 diz que “a Lei do Senhor (a Toráh) é perfeita, e refrigera (vivifica) a alma”. A Lei do Senhor, a Palavra do Senhor, revivifica, reanima completamente a minha vida.

Também em Isaías 57:15 encontramos este termo: “Porque assim diz o alto e o sublime que habita na eternidade, cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e também para vivificar o coração dos contritos”. Conforme o contexto desta passagem, o Deus Soberano, Sublime, que habita na eternidade, condescende-Se a descer até o homem penitente, o homem contrito de espírito, para vivificá-lo.

Há outras passagens que tratam desta renovação. Em Habacuque 3, por exemplo: Deus restaura, Deus vivifica, e Deus renova. E Habacuque ora para que a obra de Deus continue e ela seja renovada, restaurada de uma maneira nova.

Então, sumarizando o ensino bíblico sobre a palavra reavivamento, ou vivificação, vemos que ela se aplica ao físico, ao emocional, assim como à situação interior do coração do homem penitente. Em Habacuque, e em outros textos, vemos Deus descendo até o homem e trabalhando com ele, renovando a Sua obra nele.

O que é que os irmãos querem aqui no Brasil? um fortalecimento físico e emocional? ou um reavivamento espiritual? O que queremos aqui é ver Deus trabalhando em nosso meio?  O que é que se necessita aqui? Estão pensando apenas em uma renovação litúrgica? Quando se fala em reavivamento será que nós estamos apenas descontentes com o passado? Estas são perguntas que vieram a mim, e continuam a vir, e também são perguntas igualmente relevantes nos Estados Unidos. No ano passado eu estive na Austrália, onde trabalhei por 14 anos, e novamente a mesma pergunta veio, a solicitação por reavivamento. Mas diante destas perguntas: que tipo de reavivamento? onde? e quando? Sobre isso não há resposta. Todos sentimos que é um problema, mas como escapamos dele? como de uma prisão? E é então reavivamento que se supõe ser extraído do Velho Testamento para ser conduzido a um ponto. Como então esse material do Velho Testamento nos leva ao reavivamento? Essa é a questão!

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O Velho Testamento é um livro grande, e nós não o escrevemos, Deus o escreveu. É um livro com tipos diferentes de literatura: narrativas, livros de sabedoria, e poesia. A nossa segunda tarefa, portanto, é olhar, nos registros do Velho Testamento, as passagens que tratam da vida religiosa.

Gênesis 3 registra a vida de Adão e Eva no Éden, em comunhão com Deus, numa relação pactual com Ele. No verso 8 lemos: “e ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração dia”. Isso mostra que havia relacionamento, comunhão espiritual entre o homem e Deus. Eu estou seguro de que, antes da queda, Adão nunca orou pedindo um avivamento. Eles já eram avivados. Então veio a queda, o grande desvio, o homem caiu na morte. Deus fez imediatamente provisão para redimir e restaurar este vínculo de amor e vida que Ele havia estabelecido com o homem. E eu creio que, quando Deus falou com Adão e Eva, eles foram regenerados, nascidos de novo. Dando ouvido a Satanás eles se tornaram maus, mas foram regenerados pela Palavra Deus. Assim Adão chamou a sua mulher “mãe de toda vida”. E também Eva, quando viu o seu filho, disse: “Deus nos tem dado os meios para a redenção”. Não sabemos como Adão e Eva deram expressão a esta nova vida, a vida regenerada. A Bíblia não fala como era o culto de Adão e Eva depois da regeneração. Agora nós sabemos também que quando eles foram redimidos, eles não tiveram toda a propensão para o mal retirada deles. A continuidade, a presença da dúvida, do pecado e da rebelião estavam lá. E a natureza de Adão e Eva depois da regeneração foi de tal sorte que todos aqueles que deles provieram, geração após geração, também estavam mortos espiritualmente. E a regeneração teve que ser específica, particular, dada a cada indivíduo da raça para que seja renascido. Então ficou determinado que alguns seriam regenerados e outros não, estabelecendo assim esta grande antítese da humanidade.

Depois que Adão e Eva foram expulsos do Éden, lemos a respeito da explosão de mal que tomou conta da sociedade. O fascínio e o homicídio em pouco tempo permearam aquela família; e isso inclusive no cenário do próprio culto a Deus. No capítulo 5 de Gênesis, lemos o que aconteceu nesse espaço de tempo entre Adão e Noé: Houve poligamia, violação do mandato social, violência e homicídio; mas Enoque andou com Deus, Gênesis 5:22. Seria Enoque um homem reavivado? ou teria ele desde o berço, do seu nascimento, sido um homem forte que não necessitou desse reavivamento? A Bíblia não dá resposta a isso, mas, presumimos que Enoque, por andar com Deus, era um homem regenerado. Estaria ele despertado porque tinha estado adormecido? Ou foi reavivado? teria tido ele uma forma de vida totalmente renovada? Ou o que houve com ele foi uma completa reforma? Essas palavras descrevem fenômenos diferentes relacionados com a vida religiosa no Velho Testamento. Mas sabemos com certeza que se o homem andasse com Deus, estaria em íntima e espiritual comunhão com Ele.

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Considerando a época de Noé, vemos que a violência aumentou no mundo, então diz o Senhor: “não contenderá o meu espírito para sempre com o homem”. Esse texto implica o fato de que o Espírito de Deus estava presente e trabalhando com os homens no tempo que vai entre Adão e Noé. Algumas vezes se coloca a questão, quando é que o Espírito de Deus começou a trabalhar com o homem? E aqui está a resposta: O Espírito de Deus estava presente desde Adão, restringindo o mal. Quando Deus retirou o Seu Espírito, o mundo foi condenado à destruição por meio do dilúvio; somente Noé e sua família foram salvos. Por isso Noé, ao sair da Arca, adorou a Deus com um sacrifício. Contudo, deve-se destacar que antes de Noé entrar na Arca é dito que ele andou com Deus. Se Noé tivesse tido uma reforma em sua vida, vocês esperariam que ele, como pai, se embebedasse?

Depois de Noé houve também Melquisedeque, um sacerdote que era segundo Deus. Não temos registro de qual era a situação espiritual do ambiente em que Melquisedeque vivia, mas sabemos que naquela época Jó era um homem fiel e piedoso que mantinha uma relação pactual com Deus. Não encontramos qualquer evidência de que Jó tivesse necessitado de um avivamento. O texto diz que ele andava com Deus e que era inculpável. Ele orava e sacrificava pelos filhos regularmente. Onde é que Jó aprendeu a fazer isso? Não temos as respostas na Bíblia, mas sabemos que ele era um homem temente a Deus, um homem espiritualmente vivo.

Também é curioso que Deus chamou a Abraão de um ambiente de culto idólatra, Josué 24. Abraão foi tirado de um ambiente pagão, de culto idólatra, mas não é dito que ele praticava esse tipo de culto. Ele teve que ser tirado de lá para que Deus construísse uma nova sociedade, um novo tipo de vida para o seu povo. E é interessante que Abraão teve que ser trabalhado no sentido de desenvolver, aprofundar-se numa relação pactual com Deus. Abraão é chamado, conforme Gênesis 12, e ele vai para a terra prometida. Em Gênesis 15 nós encontramos Abraão com medo, tremendo, mas Deus vem a ele e o desperta, reaviva renova, reforma; o fato é que encontramos Deus trabalhando com Abraão e Abraão respondendo com fé, de forma que ele é considerado justo. Houve um grande desenvolvimento na sua vida, mas também ele, de certo modo, tem uma recaída ao ouvir Sara, sua mulher, e tomar a Agar como sua segunda esposa. Então, em Gênesis 17, Deus aparece a Ele e diz: “Eu sou o El Shadai, anda na minha presença e sê perfeito”. Assim, Abrão foi se tornando, gradativamente, um homem obediente. No capítulo 18 vemos Abraão orando, como uma espécie de mediador, por Sodoma e Gomorra. No capítulo 22, vemos que ele está pronto a sacrificar o seu próprio filho a Deus, por obediência; e mais tarde, o próprio Deus, falando a Isaque, dá o seguinte testemunho de Abraão: “porque o teu pai obedeceu e guardou todos os meus preceitos e andou na minha presença. Eu te abençoarei”. Como se vê, Abraão passou por essas experiências de reforma, de reavivamento, de despertamento, e de renovação. Isso fica claro quando estudamos toda a vida dele.

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Depois de José, não há propriamente uma reforma, até em Jacó, o que encontramos são altos e baixos no que diz respeito a vida espiritual. No Egito, porém, há uma completa quebra do pacto, e o povo cai em uma total desobediência e regressão espiritual.

Na era Mosaica, Deus desce ao homem e dá início a uma obra tremenda. Primeiro Ele trata com o próprio Moisés; e há um grande desenvolvimento na vida do profeta, antes de ser enviado a Faraó como agente de Deus. Na experiência da preparação de Moisés, houve progresso na sua obediência, na sua coragem, e na sua prontidão para servir a Deus.

Quanto a Israel, diz-nos a Bíblia que o povo gemeu em sua situação de miséria. Não é dito que eles tenham clamado a Deus, mas registra-se que Deus ouviu o seu clamor. Então, quando Deus trouxe Israel ao Sinai, houve uma reforma radical; um novo modo de vida totalmente diferente foi colocado perante Israel. A nação foi transformada em uma teocracia. Eles deviam, assim, dar expressão ao seu relacionamento com Deus em todos os aspectos da vida.

Deus tem o Seu reino, tem o Cosmos que é parte do Seu Reino, dentro do cosmos Ele colocou o homem; o homem, a mulher e seus filhos, exatamente no centro do cosmos. Deus fez isso na época da criação. Ele estabeleceu um relacionamento espiritual, entre Si mesmo e a humanidade; um relacionamento social, entre o homem e a mulher, entre os pais e os seus filhos; um relacionamento cultural, entre a humanidade e o cosmos. Portanto, há três relacionamentos básicos na Bíblia: I) Relacionamento Espiritual – É o relacionamento com Deus desenvolvido pela Igreja, no culto, usando a Sua Palavra; II) Relacionamento Social – Também chamado de mandato social e está centralizado no lar, na família; III). Relacionamento Cultural -É desenvolvido na escola e tem que ver com a a arte, a indústria, a política e todas as demais áreas da vida. Embora isso tenha sido estabelecido por Deus na época da criação, no Sinai é que Ele promoveu uma reforma real. No Sinai houve todos tipos de leis e regulamentos sobre o relacionamento do homem com Deus; do homem com sua mulher e família; e também todas as leis civis relacionadas com a política, a alimentação, as festas, os costumes, e tudo aquilo que está relacionado com o mandato cultural.

Contudo, em poucos meses houve um retrocesso. Moisés subiu ao monte e o povo ficou em baixo, dançando em torno de um bezerro de ouro. Deus puniu severamente a Israel, mas houve um remanescente que permaneceu fiel, houve um retorno. Mas na história de Israel no deserto, há muita rebelião: não se lembraram da circuncisão, não houve reavivamento e nem renovação. Então, quando Moisés repete a lei em Deuteronômio, ele clama por uma renovação, como houve no Sinai, preparando o povo para a possessão da terra. Porém, não há nenhuma resposta específica do povo no sentido de aceitar o apelo.

Sob o comando de Josué, à medida que entrava na Terra Prometida, Israel alcançou muitas vitórias. Então houve um desenvolvimento, uma reforma maior, um desenvolvimento do que começou no Sinai. Isso durou enquanto Josué viveu. Depois disso, o livro de juízes registra que houve um período de altos e baixos; não houve reavivamentos, e sim algumas renovações   de caráter temporário.

A questão que pode ser colocada é esta: O povo de Deus precisa de derrota, aflição, e opressão para permanecer firme espiritualmente? Sabemos que é dito que o sangue dos mártires é a semente da Igreja. No livro de Juízes, quando vinha a opressão, ocorria um tipo de avivamento. Entre esses altos e baixos da vida religiosa, havia fé porque a história de Boás nos diz isso. Vindo, porém, a época de Samuel, houve um grande retrocesso na vida dos sacerdotes; isso é visto na primeira parte de I Samuel. Mas inclusive nesse período, encontramos algum tipo de renovação espiritual. Na época de Davi, encontramos uma transformação, uma reforma na vida pactual em termos de culto e de serviço a Deus. Há pecado, adultério, homicídio, mas há também confissão, arrependimento e penitência. Deus aceitou a confissão de Davi e trabalhou com ele.  Quanto a Salomão, ele começou em um ponto bem mais elevado, mas   também caiu no mais baixo grau de pecado, adultério e idolatria.

Depois de Salomão houve uma grande queda, as tribos se dividiram e se rebelaram contra Deus. No Reino do Norte, reino chamado de “Israel”, não houve um só rei que pudesse ser chamado de “fiel”, “temente a Deus”, mas Deus manteve a Sua palavra, manteve o Seu pacto com o Seu povo, levantou profetas como Oséias, Amós, Elias e Eliseu.

Quanto ao Reino de Judá, o Reino do Sul, menos de metade continuou no pacto, fiel a Deus. De I Reis até II Reis 17 podemos ver a respeito dos governantes: Asa, Josafá, Joás, Amazias, Azarias e Jotão; esses reis foram tementes a Deus, mas entre eles também houve alguns que não o foram. Então, o que encontramos é uma espécie de montanha russa entre altos e baixos, tementes a Deus e não tementes. Houve reavivamentos tanto por parte dos Reis como por parte do povo. Então Josias tentou introduzir uma verdadeira reforma. Depois que seu avô, Manassés, levou a idolatria para dentro do próprio templo. À medida em que olhamos a história de Israel, sob os reis que sucederam a Davi, constatamos que não houve uma continuidade da reforma promovida por Abraão, Moisés e Davi; o que houve foi um retrocesso contínuo.

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Assim, Deus trouxe a maldição do pacto sobre eles e os enviou ao exílio; mas lá, deu-lhes dois sacerdotes fiéis: Ezequiel e Daniel. À luz de Ezequiel 33:30-32, cremos que houve algum tipo de reavivamento; senão vejamos:

 “Quanto a ti, ó filho do homem, os filhos do teu povo falam de ti junto às paredes e nas portas das casas; e fala um com o outro, cada um a seu irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual seja a palavra que procede do Senhor. E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra: pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza. E eis que tu és para eles como uma canção de amores, canção de quem tem voz suave, e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra.”

Os irmãos já tinham notado que essa passagem está na Bíblia? Ela não descreve uma porção de pessoas que hoje vêm à Igreja? Estas palavras podem ser atribuídas a um considerável número de pessoas: “Vamos ouvir o pregador, como será o sermão de hoje? ó sim, nós ouvimos o que ele disse”. Mas não mudam o coração. Com a boca expressam devoção, mas o coração deseja lucros injustos. Se o pregador é um bom orador: “- ele é um grande apresentador”, se houver uma boa música na Igreja: “nós vamos nos divertir bastante”, mas Deus não é honrado; não houve verdadeiro reavivamento no exílio. Deus mesmo disse isso. Após o exílio houve muita oposição àquele primeiro entusiasmo que foi levantado em Jerusalém. Ageu e Zacarias buscaram um avivamento; Esdras, Neemias e Malaquias também tentaram alguma reforma, mas será que uma reforma é possível onde não encontramos os elementos de renovação e despertamento. Nunca nos esqueçamos de que Deus sempre teve seus 7000 fiéis, mas o registro de um modo de vida, de um culto, um serviço sempre crescente, desenvolvendo e aumentando na vida pactual não é registrado.

O que aprendemos sobre o reavivamento no Velho Testamento? É que não é fácil experimentar um reavivamento, mesmo sob Davi e sob aqueles profetas maravilhosos na sua pregação, como Moisés. Mas uma coisa é certa, Deus nunca cessou a Sua obra com relação ao pacto.

Agora eu vou para a terceira parte da minha apresentação. Quero repetir que, por natureza, estamos espiritualmente mortos, a melhor das nossas obras não é meritória, o melhor da nossa vida não nos traz a comunhão com Deus. Por natureza, não podemos andar com Deus, ser inculpáveis e servi-Lo como Ele nos chama a fazer. Regeneração é absolutamente uma necessidade de acordo com o Velho Testamento. É uma volta para Deus, um andar com Ele conforme a Sua vontade. Essa é a obra do Espírito Santo, e, como se pode ver no Salmo 51, Davi sabia disso. Da mesma forma, isso é dito na profecia de Ezequiel quando se fala sobre o Espírito trazendo vida àqueles ossos secos. E aqueles 7.000, nos dias de Elias, eram pessoas regeneradas, tinham os seus corações mudados por Deus. Também aqueles reis que andaram com Deus e foram considerados fiéis, eram homens retos e regeneradas que tinham seus corações transformados.

Mas a questão é esta: A regeneração leva necessariamente a reforma? Na história da Igreja, conforme lemos no Velho Testamento, as pessoas, mesmo regeneradas, ainda podem adormecer espiritualmente; elas não morrem, mas ficam adormecidas. Os cuidados do mundo, as pressões da sociedade, as angústias econômicas que alguém enfrenta; problemas familiares, preocupações com as crianças… nós podemos cair no sono espiritual.

– encontramos esse caso; na época dos juízes houve despertamentos, mas é difícil dizer se houve mais do que isso. Quando vem o despertamento, a pessoa despertada precisa respirar. Com a atuação do Espírito, ela responde pessoalmente; então outros têm a mesma experiência e quando isso atinge uma parte da sociedade então há um reavivamento. Após a experiência do bezerro de ouro, quando a serpente de bronze foi levantada, quando Samuel reprovou o povo por terem pedido um rei à semelhança dos demais povos, não houve apenas uma espécie de despertamento individual, mas um reavivamento na comunidade, um deleitar na presença do Senhor, e isso em comunidade. Lembrem-se também que o salmista pediu por isso, nós vimos isso no começo; e que Isaías disse que é possível.

(Os grifos foram acrescentados). Gerard Van Groningen  é doutor em Teologia pela Universidade de Melbourne, foi professor de Teologia do Antigo Testamento no Reformed Theological College,  Victoria, Austrália; Dordt College; Reformed Theological Seminary; Covenant Theological  Seminary e Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper. Publicado em O Presbiteriano Conservador na edição de Julho/Agosto de 1993. Revisado por Ewerton B. Tokashiki. – http://www.seminariojmc.br/index.php/2018/01/26/avivamento-sob-o-prisma-do-velho-testamento/.

Conclusão

Urge uma enorme necessidade, nos dias de hoje, de um Avivamento dos céus e não dos homens. Há muitos cristãos que estão cansados espiritualmente, estão sentindo um desgaste espiritual, caíram na rotina da vida cristã, o materialismo, o secularismo, o esquecimento das bênçãos de Deus, a descrença, o esfriamento do amor, o orgulho, o sectarismo e muito mais, tem afetado muitos cristãos.

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