A escolha entre a Porta estreita e a Porta larga

A escolha entre a porta estreita e a porta larga

A escolha entre a Porta estreita e a Porta larga

INTRODUÇÃO

Jesus advertiu sobre as consequências de ambas escolhas: o céu para quem seguir o caminho estreito, e a perdição para os que andarem no caminho largo. Além disso, o Senhor apontou a maneira correta de se construir para a vida eterna: sobre a Rocha, que é o próprio Cristo.

I. TEXTO BÍBLICO

(Mateus 7.13,14; 3.1-10)

– Mateus 7

V, 13 – Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;

V, 14- E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.

– Mateus 3

V, 1- E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia

V, 2- e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.

V, 3- Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

V, 4- E este João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.

V, 5- Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão,

V, 6- e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.

V, 7- E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?

V, 8- Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento

V, 9- e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.

V, 10 – E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.

II. O ACESSO AOS REINOS OPOSTOS

As duas portas.

A partir de uma linguagem que emprega diferentes metáforas com o mesmo propósito, o Senhor ilustra as duas únicas alternativas possíveis ao homem quanto à sua vida presente e futura. A passagem em apreço fala, inicialmente, de duas portas (v.13): uma estreita (ver Jo 10.9), outra larga, deixando evidente que a maioria dos homens opta pela segunda. Sob o ponto de vista da lógica, a razão é simples.

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É bem mais fácil entrar por uma porta ampla do que submeter-se a estreiteza de um espaço por onde é difícil passar (cf. Mt 10.24). Que o digam aqueles que já visitaram o Egito e tentaram caminhar por aquela via estreita de uma das três principais pirâmides para conhecer uma das tumbas dos faraós. Nem todos são capazes!

Os dois caminhos.

Outra metáfora aponta para dois caminhos com as mesmas características (vv.13,14): um espaçoso, outro apertado. A ênfase, aqui, é para os poucos que conseguem entrar e prosseguir a caminhada, salientando, assim, que tomar posse do Reino de Deus implica em assumir os seus princípios e buscar vivê-los aqui na terra, compromisso que nem todos querem (Jo 6.60-69). Vale, neste caso, a mesma lógica. Quanto mais difícil o processo em busca de um objetivo, poucos são os que se propõem a persegui-lo em virtude do elevado nível de disciplina exigido.

O apóstolo Paulo soube exemplificar de forma bastante lúcida essa verdade, utilizando a figura do atleta corredor, onde os profissionais desse esporte se impõem uma disciplina rigorosa para serem os mais rápidos em busca da almejada premiação (ver 1Co 9.24,25). Mas poucos chegam ao pódio por faltar-lhes disposição para obterem suficiente preparo físico.

Os dois alicerces.

Aproxima metáfora fala de dois alicerces: um a rocha firme, outro a areia movediça (vv.24,26). Qualquer pessoa de bom senso há de convir que a firmeza e a profundidade do alicerce são fundamentais para a solidez e a grandeza da construção. Só os insensatos, como definiu Jesus, seriam capazes de edificar sem levar em consideração a qualidade do terreno e dos fundamentos da obra.

As três metáforas, portanto, indicam o tipo de atitude que as pessoas assumem diante do Reino de Deus e os seus consequentes resultados. Deixam, também, claro que não existe uma terceira via pela qual possamos encontrar um meio-termo que satisfaça as nossas necessidades espirituais. O Reino de Deus nos impõe de forma radical a decisão de aceitá-lo ou rejeitá-lo. Aquele que preferir a última opção, só lhe restará o reino das trevas.

OBS: ARGUMRNTO BÍBLICO-TEOLÓGICO – “Os dois caminhos: o largo e o estreito (Mt 7.13,14). O caminho da morte e o da vida aparecem no Antigo Testamento, na literatura intertestamental, nos escritos de Qumran e na literatura cristã primitiva […]. Na literatura de Qumran os dois caminhos são expostos como o ‘caminho da luz’ e o ‘caminho das trevas’. Jesus, de forma típica, apresenta as opções diante da audiência em paralelismo antitético: uma porta para a vida ou uma porta para a morte.

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A maioria das pessoas toma o caminho fácil, o qual é desastroso. A porta para a vida é difícil e restritiva; os verdadeiros discípulos são minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade da porta estreita é o caminho da justiça, na qual Jesus há pouco instruiu as pessoas” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus-Atos. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 61).

III.  A GARANTIA DA POSSE DO REINO DE DEUS

A entrada pela porta estreita.

Assim, a garantia da posse do Reino de Deus se dá pela nossa disposição de entrar pela porta estreita que conduz ao caminho apertado (Lc 13.24). Não obstante o elevado padrão que ele propõe, o Sermão do Monte não pode ser avaliado como um compêndio de regras para nos impor um fardo maior do que podemos carregar e, desta maneira, tornarmo-nos ainda mais cansados do que estávamos antes de receber o Evangelho. Seria contradizer o próprio ensino do Mestre (ver Mt 11.28-30).

Os princípios deste magistral discurso nos apontam os referenciais do Reino, salientando (vale a pena repetir) que eles vão além do exterior e descem ao coração, que simboliza o centro de nossos sentimentos e vontades, onde Cristo está entronizado.

O compromisso com a ética do Reino.

Por isso o Senhor destaca que a aparente espiritualidade de alguém não significa essencialmente compromisso com a ética do Reino (vv.21,23). Pronunciar o seu nome e agir sob sua autoridade não é a garantia de que haja vínculo com o Senhor da obra, pois uma pessoa pode estar falando por Ele e, ao mesmo tempo, não produzir os bons frutos que qualificam a procedência e pelos quais se conhece a “boa árvore”.

Aqui o Senhor se reporta aos falsos profetas mencionados na lição anterior que se declaram arautos do Altíssimo, realizam milagres e maravilhas, mas não terão parte no Reino porque praticam a iniquidade.

Neste ponto, surge uma questão: por que acontecem essas intervenções sobrenaturais, se tais homens não vivem na verdade? O inimigo é capaz de feitos extraordinários com o propósito de enganar e tentar confundir as pessoas que vivem de um lado para outro em busca de “espetáculo espiritual” (cf. At 16.16-19). Assim, para Deus o que prevalece é o compromisso com os princípios do Reino, e não os aparentes sinais exteriores de espiritualidade.

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A construção sobre o sólido alicerce.

Eis a razão pela qual o Senhor compara os que ouvem a sua palavra “e as pratica” a quem constrói sobre o sólido alicerce da rocha (vv.24,25). À luz da Bíblia, é coerente a interpretação de que esta rocha refere-se ao próprio Senhor (ver 1Co 3.10,11). Assim, posso afirmar com absoluta segurança que o resumo do Sermão do Monte consiste em estar com a nossa vida centrada em Cristo, o fundamento inabalável, para que tomemos posse do Reino de Deus e procuremos, em nossa limitada natureza humana, viver a sua ética neste mundo, submetendo a Cristo todas as nossas fraquezas.

IV.  CONSEQUÊNCIAS DO DESPREZO AO REINO DE DEUS

Entrada pela porta espaçosa.

Por último, o Senhor mostra as consequências daqueles que desprezam o Reino de Deus, preferindo a porta espaçosa do mundanismo, de ilicitude e das facilidades antibíblicas e anticristãs.

Construção sobre o movediço alicerce.

Este são os que, ao invés de ouvir e praticar as palavras do Senhor, constroem sobre o movediço alicerce da areia, de modo que, ao primeiro sinal da tempestade, a casa desmorona e joga por terra todas as esperanças (vv.26,27). O conceito, aqui, é o de justificar-se pelos próprios esforços através da autoconfiança, à semelhança dos fariseus que se estribavam em si próprios como os grandes guardiães da lei mosaica, mas estavam cheios de peçonha mortal. Infelizmente, para os que assim prosseguem, sem mudar de rota e firmar os seus passos em Cristo, o fim deles é a perdição (v.13).

CONCLUSÃO

Os ouvintes de Cristo o compreenderam e se admiraram de sua doutrina (v.28). Mas houve um detalhe, entre outros, que para eles distinguiu esse discurso: o Mestre “ensinava com autoridade e não como os escribas” (v.29). Quero concluir reafirmando (por ser extremamente importante esta verdade) que a diferença estava no fato de que, enquanto Cristo apontava essencialmente para a mudança de coração, os fariseus insistiam na letra e na exterioridade da lei sempre para condenar, nunca para restaurar.

 

Bibliografia

– Bíblia de Estudos Conselheira A.R.A

– Dicionário Online

– Apontamentos do Autor

https://escola-ebd.com.br/licao-7-a-necessidade-do-novo-nascimento/

– LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS – 4º Trimestre de 2017 – Título: A Obra da SalvaçãoJesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Comentarista: Claiton Ivan Pommerening – Lição 10: O Processo da Salvação – Data: 3 de Dezembro de 2017.

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – JOVENS E ADULTOS – 2º Trimestre de 2001 – Título: Sermão do Monte — A transparência da vida cristã – Comentarista: Geremias do Couto – Lição 13: Como tomar posse do Reino de Deus – Data: 24 de junho de 2001

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