O Evangelho no Mundo Acadêmico e Político

O evangelho no mundo acadêmico e político

O Evangelho no mundo Acadêmico e Político

O evangelho no mundo acadêmico e político é um tema urgente para os nossos dias. Precisamos, como Igreja de Cristo Jesus, entendermos que o cristianismo é uma visão de mundo, pronta a se apresentar com confiança e segurança na arena pública.

Não podemos esconder a nossa no armário, para usar uma analogia da moda. O evangelho no seu papel apologético não deve fazer “vistas grossas” quanto ao estado comportamental e os pontos fortes e fracos da cultura acadêmica contemporânea.

Daniel, o Estadista Acadêmico

Há pouca informação histórica sobre a família de Daniel, senão a de que ele era da linhagem real de Israel (Dn 1.3). Levado para a Babilônia ainda muito jovem, Daniel destacava-se como um judeu inteligente e bem instruído. Ele possuía firmes convicções no Deus de Israel e era contemporâneo de dois importantes profetas da nação israelita: Jeremias e Ezequiel.

Certamente esses profetas deixaram seus exemplos como legados para a vida do jovem Daniel. Em 597 a.C., Ezequiel havia sido levado para a Babilônia (Ez 43.6,7). Ali esse experiente profeta chega a citá-lo em seu livro, descrevendo Daniel como um homem de sabedoria e de justiça (Ez 14.14).

Daniel “assentou em seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia” (1.8).

Como uma concessão ao seu pedido, Daniel e seus amigos tiveram permissão de apenas comer vegetais e beber água durante dez dias, e demonstraram ter ficado mais saudáveis que os demais companheiros. Os supervisores perceberam que esses jovens judeus possuíam grande habilidade e sabedoria.

Ao final de seu período de treinamento foram reconhecidos pelo rei como superiores a todos os homens sábios da corte real. Através da divina revelação, Daniel contou o sonho que o rei havia esquecido e também deu a interpretação, que incluía a destruição do reino de Nabucodonosor (Dn 2).

O rei elogiou Daniel, honrou o seu Deus e o recompensou com presentes preciosos (2.46,47) e também “o pôs por governador de toda a província de Babilônia, como também por principal governador de todos os sábios de Babilônia” (2.48).

Mais tarde, Daniel interpretou outro sonho de Nabucodonosor e disse ao rei que, durante algum tempo, ele perderia seu trono, mas que este seria recuperado depois que ele tivesse se humilhado completamente (Dn 4).

Deus revela a Daniel

Deus revelou, através de Daniel, certos aspectos do reino messiânico que poderiam interferir no curso da história e da eternidade. Mais de 20 anos (561- 539 a.C.) nada foi registrado a respeito de Daniel; pode ser que ele tenha perdido sua posição e o favor real.

Então, na festa de Belsazar, que era o co-regente com seu pai Nabonido, a rainha (provavelmente mãe de Belsazar, e filha de Nabucodonosor) lembrou-se de Daniel, que foi convocado para interpretar uma estranha inscrição na parede (Dn 5.10-28).

De acordo com sua interpretação, a Babilônia seria conquistada naquela noite (539 a.C.) por Dario, o medo. Embora a história secular não tenha, até o momento, conhecido um personagem medo com o nome de Dario, ele foi identificado por competentes estudiosos como sendo Gobryas, governador da Babilônia no reinado de Ciro (John C. Whitcomb, Darius the Mede).

Dario reconheceu a habilidade de Daniel e o fez chefe de um conselho de três presidentes e “pensava constituí-lo sobre todo o reino” (Dn 6.3).

A fidelidade de Daniel

Em sua religião, Daniel manifestava a mesma fidelidade incondicional. Ele desafiou o decreto de Dario e orava a Deus ao invés de fazer petições ao rei. Foi lançado na cova dos leões e milagrosamente salvo (Dn 6).

Ele nunca transigiu as suas convicções, nem hesitou em sua lealdade a Deus. Viveu até o terceiro ano do reinado de Ciro (536 a.C), chegando, provavelmente, a 90 anos de idade e ainda bastante ativo.

Ezequiel se referia a Daniel como um homem de grande sabedoria e piedade (Ez 28.3). O colocava ao lado de pessoas tão dignas quanto Noé e Jó (Ez 14.14,20), homens de renomada virtude. Jesus se referiu a Daniel pelo menos uma vez (Mt 24.15). PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 519-520.].

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Daniel nos mostra o compromisso de um homem que se dispõe a servir a Deus. Manteve a sua integridade moral e espiritual sem fazer concessões ao sistema idólatra e opressor da Babilônia.

Aprendemos igualmente que a história humana não é casual, mas dirigida pelo Deus soberano, que faz todas as coisas contribuírem para o bem daqueles que amam ao Senhor.

Entretanto, sua fidelidade a Deus e o seu temor demonstrado, deu-lhe o privilégio de ser alguém que Deus revelaria coisas profundas acerca do futuro do seu povo exilado na Babilônia.

A vida e o ministério de Daniel, o profeta e estadista, desenvolveram-se em meio a grandes mudanças e transformações sociais, religiosas e políticas do mundo de então. Revista CPAD. Leia mais sobre a Fidelidade de Deus.

Daniel e seus companheiros na Universidade Babilônica

Daniel, Ananias, Misael e Azarias foram os jovens levados cativos, dos filhos de Judá, para o Palácio da Babilônia. Para estes quatro jovens, Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e, a Daniel, deu entendimento em toda a visão e sonhos (Dn 1.17).

A contemporaneidade de Daniel diz respeito ao fato de que as visões e revelações concedidas por Deus a ele têm uma abrangência profética aos nossos tempos.

Desde o período do cativeiro babilônico, passaram-se aproximadamente 2.500 anos e o profeta Daniel é, indiscutivelmente, um profeta que não ficou restrito ao passado. Daniel é um profeta para nossos tempos; é um profeta contemporâneo.

O nome, a vida e a obra do profeta Daniel são um exemplo de um homem que, mesmo estando em circunstâncias adversas, em meio a uma cultura pagã, não perdeu o vínculo com o seu povo e com a sua fé em Deus.

No Evangelho de Mateus temos um dos mais importantes discursos proféticos de Jesus no qual Ele cita o profeta Daniel (Mt 24.15).

As profecias de Jesus tinham um caráter especial porque se referiam essencialmente ao povo de Israel. Entretanto, podemos perceber que as evidências proféticas não se restringiam apenas a Israel, mas tinham e têm um alcance e abrangência à toda a humanidade.

Argumento histórico

A preocupação de Jesus era responder a algumas questões que os judeus faziam quanto à vinda do Messias para estabelecer o seu Reino na terra. Alguns biblicistas e pesquisadores da história bíblica, ao analisarem o livro de Daniel do ponto de vista histórica-crítica, criaram dificuldades para aceitar o conteúdo profético e teológico do livro de Daniel.

Porém, o cumprimento de algumas das profecias na história de Israel, não só deram credibilidade ao livro, como serve de base para o cumprimento do restante da profecia para o “fim do tempo” (Dn 8.17). Portanto, o livro de Daniel não pode ser relegado a um papel secundário no cânon das Escrituras.

A igreja de Cristo reconhece o valor da história e da profecia desse livro e proclama a Fé no Deus Todo-Poderoso que controla e domina a história. Para entendermos o livro de Daniel em termos de história e profecia, precisamos conhecer alguns elementos que dão consistência ao seu estudo. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 17-19.

Há uma longa tradição no pensamento ocidental onde a fé em Deus é vista como infantilizante e paternalista. ou seja, o homem religioso não passa de um ser desprovido de inteligência e totalmente manipulável.

Assim afirmavam alguns pensadores como Ludwig Feuerbach (1804- 1872), Karl Marx (1818-1883), Sigmund Freud (1856-1939) etc. Outros intelectuais contemporâneos como Michel Onfray, Richard Dawkins, Daniel Dennett ainda hoje mantêm essa tese viva. Em O Cristão e a Universidade (Valmir Nascimento – CPAD, 2016, 264 p.) Por Gutierres Fernandes Siqueira.

A Teoria e propósito do Pós-Modernismo nas Universidades

1 – Uma filosofia que nega Deus e suas leis absolutas.

A essência do pensamento pós-modernista é a negação de Deus e de seus desígnios. Embora alguns homens da ciência admitam que, dada a precisão com que funciona o Universo, seja impossível negar a existência de urna mente superior, os teóricos da astuta cosmovisão naturalista insistem em continuar afirmando: “não há Deus”.

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Eles não cessam de declarar que o homem por si mesmo está sempre melhorando, progredindo. Só há uma explicação para tamanha insensatez: a negação da existência de Deus é uma forma de escapismo para aqueles que rejeitam as leis morais divinas como referenciais para a vida. Pensam estar livres da prestação de contas de seus atos, naquele Dia, diante do Grande Tribunal do soberano Deus.

É uma tentativa de aliviar suas consciências perturbadas. Preferem o estado da imundície a terem de honrar o Criador. Uma filosofia que nega os conceitos de “certo” e “errado”. A consequência disso é a privação do discernimento do que é certo e do que é errado.

A exatidão desses conceitos deve ter como ponto de partida, não primeiramente a inteligência, o raciocínio e o julgamento humanos, mas o conteúdo das Sagradas Escrituras, quando corretamente compreendidas e interpretadas.

Não é o que cada um entende como certo ou errado para si mesmo, ou seja, o que é errado para um pode ser certo para outro e vice-versa.

No movimento filosófico do pós-modernismo, o conceito de “certo” e “errado” é uma questão de escolha pessoal. Não custa repetirmos: ignoram os absolutos morais de Deus como referência para a vida. Assim, a ideia de família desses tais alienados de Deus não é o mesmo das Escrituras.

Violação dos padrões bíblicos

O conceito de união conjugal viola os padrões bíblicos, que a delimitam como algo restrito ao homem e à sua mulher.

A noção de respeito à vida exclui as pessoas gravemente doentes, bem como os nascituros. E o corpo humano é tratado meramente como uma questão técnica. Tudo é reduzido pura e simplesmente a verdades relativas. Uma filosofia que valoriza o paganismo.

O pós-modernismo tem um tipo de religiosidade adequado às suas crenças. É o velho paganismo transvestido de nova roupagem para enganar e dar a ideia de algo novo. Ima vez que o povo em geral anda sempre em busca de novidades, da mesma forma que os gregos incrédulos citados em At 17.21.

Na tentativa de apaziguar o ser humano em sua necessidade espiritual, o panteão pós-modernista Lições Bíblicas. Tem espaço para deuses de todos os tipos, preponderando, hoje, a adoração do que se denominou equivocadamente de “mãe natureza”; atividade comum ao movimento religioso-filosófico Nova Era, que é ocultista,

A palavra de ordem para esse tipo de convivência é a chamada tolerância religiosa. Só que essa expressão, ao invés de ser usada para referir-se apenas ao livre-arbítrio de cada um em questões de fé, é empregada, de forma unilateral e equivocada, contra os crentes em Cristo a fim de negar-lhes o direito de propagarem as suas convicções (At 16.16-40).

O Pós-Modernismo como um estilo de vida

No enganado e também enganoso pós-modernismo, a forma de pensar determina o estilo de vida de cada pessoa. Assim, o pós-modernismo não é só uma filosofia. Ele impõe também uma maneira de viver compatível com os seus maléficos princípios filosóficos, um estilo egocêntrico. Trata-se, sobretudo, de uma forma que privilegia o egocentrismo.

É evidente, à luz da Bíblia, que todo ser humano tem inerente em si a sua individualidade. Entretanto, esta não exclui ninguém da vida em comunidade, dos justos e benéficos interesses coletivos, nem da certeza de que um dia cada um há de prestar contas a Deus de todos os seus atos (l Co 10.24; Fp 2.4; Rm 14.12).

Portanto, há enorme diferença entre a individualidade em si mesma e o estilo egocêntrico que se propaga qual epidemia na sociedade pós-moderna. Nela o homem é o centro, o fim de tudo, o topo de todas as coisas. O “eu” ocupa todo espaço em todos os lugares.

Um estilo hedonista

Como um abismo conduz a outro abismo, o egocentrismo leva ao hedonismo, que é “uma doutrina filosófica, segundo a qual, o prazer individual e imediato é o supremo bem da vida humana”.

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Consumismo

O melhor símbolo para o hedonismo pós-modernista é o consumismo, que envolve quatro atitudes básicas como finalidade última da vida: ter, comer, beber e folgar. O divino Mestre não só no Sermão da Montanha, mas também quando proferiu a parábola do rico insensato (Lc 12.13-21), expressou o comportamento desta sociedade materialista que estamos abordando.

Veja que o Senhor esclarece, de início, que a vida do ser humano não consiste na abundância de seus bens.Em seguida, apresenta o personagem que é o retrato do hedonismo, em cujas atitudes aparecem os elementos há pouco descritos: ter, comer, beber e folgar.

Cabe reiterar que tudo isso decorre da ausência de algo bastante simples, mas ao mesmo tempo absolutamente essencial na vida do homem. A sua fé em Deus e a certeza de que Ele é o seu bem maior, que o criou com propósitos claramente definidos, entre eles o de adorá-lo e servi-lo como o Criador e Sustentador do Universo.

2 – Cristianismo em um mundo Pós-Moderno

A cultura de hoje não é só pós-cristã, mas está também se tornando rapidamente pós-moderna. Isso significa que é resistente não somente às reivindicações das verdades cristãs, mas a qualquer reivindicação da verdade.

O pós-modernismo rejeita qualquer noção de verdade universal, abrange e reduz todas as ideias a construções sociais formadas por classe, gênero e etnia […].

A filosofia do existencialismo, um precursor do pós-modernismo, varreu as universidades, proclamando que a vida é absurda, sem significado, e que cada indivíduo deve criar o seu próprio sentido por meio das próprias escolhas. A ‘escolha’ foi elevada à posição de valor último como a única justificativa para qualquer ação.

A América se tornou o que um teólogo apropriadamente descreveu como a ‘república imperial do ego autônomo’. Um pequeno passo foi a distância do existencialismo para o pós-modernismo, no qual até o ego é dissolvido na interação das forças de raça, classe e gênero.

O multiculturalismo não é a apreciação das culturas folclóricas; é a dissolução do individual dentro do grupo tribal. No pós-modernismo, não há objetivo ou verdade universal. Há somente a perspectiva do grupo, não importa qual seja: afro-americanos, mulheres, homossexuais; hispânicos, e a lista prossegue.

No pós-modernismo, todos os pontos de vista, todos os estilos de vida, todas as crenças e todos os comportamentos são considerados igualmente válidos.

Instituições de ensino superior abraçaram essa filosofia tão agressiva- mente que têm adotado códigos no campus preferindo o politicamente correto. A tolerância tem se tornado tão importante que nenhuma intolerância é tolerada.” (COLSON, Charles & PEARCEY, Nancy. E agora, como viveremos? RJ: CPAD, 2000, p. 41-2.) Leia mais Revista Ensinador Cristão , n”24,pág. 37.

Egocentrismo:

Exclusivismo que faz o indivíduo referir tudo a si próprio; egoísmo; amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios. Epidemia: Doença que ataca ao mesmo tempo muitas pessoas; uso generalizado.

3 – Nova Era:

Movimento filosófico, religioso, místico e panteísta que propõe uma ligação direta do ser humano com o seu deus interior, usando o autoconhecimento dispensando a religião enquanto instituição organizada.

Panteão: Templo dedicado a vários deuses; politeísmo.

Tolerância Religiosa: É o ato de respeitar confissões de fé distintas sem implicar em qualquer discriminação, rejeição e proselitismo. COLSON, Charles & PEARCEY, Nancy. E agora, como viveremos? CPAD, 2000.

O avanço do conhecimento humano à parte de Deus; o crescimento da visão materialista, profana e incrédula da vida com todas as nuances que prevalecem no mundo atual. Segundo a qual, o prazer individual e imediato é o supremo bem da vida humana. O consumismo hoje é o maior exemplo disso.

Conclusão

O argumento acima apresentado é tão somente uma síntese dos dias contemporâneos que se tornam um desafio para a igreja.

Porém, tanto Daniel como os seus companheiros, Misael, Ananias e Azarias, servem de exemplo para nós, a igreja de Cristo, que nos dias atuais na sua missão sublime.

Devemos nos portar no mundo acadêmico e político de forma exemplar destes homens de Deus que na política e religiosidade babilônica causaram diferença no âmbito social, religioso e político.

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