Uma Vida de Frutificação em Jesus Cristo
Pela misericórdia de Deus fomos chamados pelo Pai para produzirmos bons frutos afim de que o nome Dele seja glorificado, conforme o texto de João 15.
Os dons espirituais são importantes para o crente, mas estes precisam ser acompanhados do fruto, pois o fruto está relacionado ao caráter de Cristo em nós. Que tenhamos uma vida de frutificação.
Texto Bíblico (João 15.1- 17).
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A alegoria da videira no capítulo 15 do Evangelho de João é uma das páginas sagradas mais contundentes sobre o relacionamento e a intimidade de Jesus com seus discípulos.
Esta pérola poética não é superada nem mesmo pela oração sacerdotal do capítulo dezessete, todavia, complementada e sumariada no versículo 23: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade”.
Na figura da videira, o Pai é o agricultor que zela pela frutificação do ramo, mas somente na intercessão de Cristo é que entendemos o seu cuidado para conosco.
O poder gerador, criador e frutífero do Todo-Poderoso é comunicado ao crente que permanece em Cristo, portanto, é inadmissível um ramo improdutivo.
O apóstolo dos gentios experimentou e confessou a excelência de ter o poder eficaz de Deus agindo em sua vida: “Para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia [operação], que opera em mim poderosamente [dynamis]” (Cl 1.29; 1Co 12.6).
A glória pelo fruto gerado não pertence ao ramo, mas ao vivificador que lhe transmite vitalidade, a fim de que este tenha uma colheita abundante. O Fruto do Espírito — A plenitude de Cristo na vida do crente – 1º Trimestre de 2005 – Lição 2: Uma colheita abundante – Data: 09 de Janeiro de 2005 – Comentarista: Antônio Gilberto.
O Processo da Poda
(Jo 15.1-10). A poda feita pelo Pai. Como estudamos anteriormente, a poda é necessária para a produção do fruto do Espírito. Depois de sermos salvos, o Espírito Santo nos convence de áreas em nossa vida que precisam progredir em santificação (1Ts 5.23; Hb 12.10-14; 2Co 7.1).
Na vida do cristão, este processo é efetuado pelo Pai através de circunstâncias que resultam em amadurecimento e dependência de Deus. Eu sou a videira, e meu Pai é o lavrador.
Neste versículo, “eu” e “ verdadeira” em grego são enfáticos. Assim, em contraste com os outros (os líderes religiosos) que reivindicam ser parte do povo de Deus, Jesus e seus seguidores emergem como seu verdadeiro povo. Isto enfatiza sua singularidade como caminho para Deus.
No versículo 2, surge o assunto desta seção: a santificação. A palavra que a expressa é o verbo limpar (cortar, desbastar, podar). Esta palavra pertence ao aspecto religioso de “ tornar santo” ou “ santificar”.
O que se resume, então, é uma visão da igreja discutida acima, mas o que fica óbvio é que Deus limpa o crente; e esta alegria da vinha apropriadamente expressa isso.
Também deve ser observado que a santificação é um processo normal no discipulado. O propósito da poda é aumentar a frutificação. Os versículos 3 e 5 falam da união de Jesus e os crentes em termos figurativos dos ramos e dos tronco.
Vós já estais limpos
Jesus expressa o fato dessa união de palavras: ‘Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado’ (v. 3). Mas resultado dessa união é o processo de crescimento — em termos figurativos: dar frutos.
Considerando que um ramo não pode dar frutos a menos que esteja ligado ao tronco (a pessoa tem que permanecer em Cristo), o fruto tem um significado certo.
No contexto dos capítulos 13 a 17, o fruto é o amor, característica fundamental de Deus. Para poder viver como Deus, a pessoa tem de nascer de novo e segui-lo. Este amor tem de ser desenvolvido pelo ‘processo da poda’ (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4.ed. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 586).
Uma videira que produz muito fruto glorifica a Deus, pois Ele envia diariamente a luz do sol e a chuva para fazer crescer as colheitas, e nutre constantemente cada planta, preparando-a para florescer.
Que momento de glória será para o Senhor quando a colheita for trazida aos celeiros, madura e pronta para usar! Ele fez isto acontecer!
Esta analogia agrícola mostra como Deus é glorificado quando estamos em um relacionamento correto com Ele e começamos a ‘dar muito fruto’ em nossas vidas.” Para conhecer mais, leia Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal, CPAD, p. 578.
Argumentação Teológica
O princípio da frutificação está revelado no primeiro capítulo de Gênesis (Gn 1.1). Note que a lei agrária estabelecida por Deus determina que cada planta e árvore produza fruto segundo a sua espécie.
A frutificação espiritual segue o mesmo princípio. João Batista, o precursor do Messias, exigiu dos seus convertidos: ‘Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento’ (Mt 3.8).
Em João 15.1-16, Jesus enfatizou este princípio deixando claro aos seus seguidores que para darem fruto exuberante para Deus, necessário é que antes cresçam em Cristo e nisso perseverem seguindo os ensinos da Palavra de Deus.
Boas condições de crescimento e desenvolvimento da planta no reino vegetal, sem esquecer da boa saúde da semente e do meio ambiente ideal e da limpeza, são elementos indispensáveis para a boa frutificação.
É também o que ocorre no reino espiritual, na vida do crente, na Igreja, para que haja em todos nós fruto abundante para Deus.
De que tipo de fruto Jesus estava falando em João 15.1-16? A resposta nos é dada em Gaiatas 5.22; ‘O fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança’.
Em outras palavras, o fruto do Espírito é no crente a existência de um caráter semelhante a Cristo; um caráter que testemunha de Jesus e que o revela em seu viver diário.
É a breve vida de Cristo manifesta na formação do caráter cristão. Como é que o povo à nossa volta está vendo Cristo em nós? Em família, no emprego, nas viagens, na escola, na igreja, nos relacionamentos pessoais, nos tratos, no lazer, no porte em geral, na vida cristã?” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 1723).
Fatores Indispensáveis para uma Vida de Frutificação
As plantas frutíferas precisam ser apropriadamente cuidadas a fim de termos uma farta colheita. O mesmo princípio se aplica à vida espiritual.
Depois de haver recebido o Espírito Santo como seu hóspede constante, é necessário o crente cooperar com Ele para que haja mais fruto. Vejamos alguns fatores indispensáveis a uma colheita abundante.
1. Cultivar a comunhão com Deus.
Cultivar significa cuidar da planta, provendo as condições essenciais para o seu crescimento. Antes das primeiras flores aparecerem ou dos frutos serem vistos, há um longo provimento de zelo, carinho e atenção chamado de cultivo.
Com o objetivo de alcançarmos um bom resultado, é indispensável cultivarmos a nossa relação com o Pai, pois, é Ele quem nos proporciona um bom desenvolvimento (1Co 1.9; 2Co 13.13; 1Jo 1.3).
2. Cultivar a comunhão com outros cristãos.
Para o lavrador, é conveniente ter plantas agrupadas de acordo com o fruto que cada uma produz: as laranjeiras, os pés de milho, todos são plantados juntos, porquanto este procedimento facilita o cultivo e a colheita.
Através da comunhão com outros crentes, encorajamos uns aos outros a viver de maneira santa. Os primeiros cristãos possuíam íntima comunhão entre si, fato que atraía as pessoas e conduzia a uma colheita diária de almas (At 2.46,47).
3. Aceite o ministério de líderes piedosos.
Deus usa seus líderes para alimentar e nutrir seu povo. Efésios 4.11-13 enfatiza o propósito destes na igreja: edificar os servos do Senhor tendo em vista o amadurecimento deles.
Paulo expressa a mesma verdade em 1 Coríntios 3.6, cujo tema são os diferentes papéis que ele e Apolo desempenharam no desenvolvimento dos coríntios: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento”.
Quando aceitamos e praticamos os ensinos bíblicos ministrados por líderes piedosos, somos conduzidos a um lugar mais fértil.
4. Exercite a vigilância e a defesa.
Existem alguns perigos que ameaçam a vida do crente, por isso, ele precisa ter cuidado com tudo que possa ameaçar o seu pleno desenvolvimento espiritual: maus hábitos, atitudes e associações erradas, pensamentos destrutivos, desejos errôneos etc.
Quando os israelitas entraram na Terra Prometida, receberam uma ordem para destruir as nações que ali viviam, todavia, desobedeceram-na.
Por seguinte, foram seduzidos pelos maus caminhos desses povos (Sl 106.34-36). Como os espinhos que Jesus descreveu na Parábola do Semeador (Lc 8.14), o secularismo pode sufocar a Palavra de Deus e impedir que tornemo-nos crentes frutíferos. O Fruto do Espírito — A plenitude de Cristo na vida do crente – 1º Trimestre de 2005 – Lição 2: Uma colheita abundante – Data: 09 de Janeiro de 2005 – Comentarista: Antonio Gilberto.
Conclusão
Portanto, o galho fora ou desligado da árvore ficará viçoso durante um período, mas não resistirá, pois nenhuma vida lhe é comunicada. Assim, todo crente, que não está em Cristo, não tem vida em si mesmo.
O fruto do Espírito é composto de diversas virtudes, mas é único; não pode ser separado porque é um produto final. Podemos resumi-lo na palavra amor, pois, o amor é a dimensão unificadora do fruto espiritual.