Tabernáculo – Um lugar da habitação de Deus
O tabernáculo resolveu o problema de se ter um Deus santo habitando em meio a um povo pecaminoso.
Texto Bíblico (Êxodo 25.1-9)
Neste artigo você estudará sobre:
ToggleDefinições precisas
Para melhor compreensão das lições bíblicas deste trimestre achamos por bem de apresentarmos aqui a linguagem da tipologia que, certamente irá nortear as nossas lições estudadas desde a primeira.
A tipologia é um tipo especial de simbolismo. (Um símbolo é algo que representa outra coisa.) Podemos definir um tipo como um “símbolo profético” porque todos os tipos são representações de algo ainda futuro.
Mais especificamente, um tipo nas Escrituras é uma pessoa ou coisa no Antigo Testamento que prenuncia uma pessoa ou coisa no Novo Testamento. Por exemplo, o dilúvio dos dias de Noé (Gênesis 6-7) é usado como um tipo de batismo em 1 Pedro 3:20-21. A palavra para Tipo que Pedro usa é figura.
1 – A Tipologia é o estudo de figuras e símbolos bíblicos, especialmente de cerimônias e ordenanças do Velho Testamento que prefiguram a Dispensação da Graça e as coisas celestes.
2 – Um Tipo é uma semelhança divinamente ordenada pelas quais: pessoas; objetos; e eventos celestiais os são demonstrada pelos terrestres. Porém para uma coisa constitua tipo de outra, a primeira não só deve ter uma semelhança da segunda, mas, na sua instituição original, deve ter sido determinado que tivesse esta semelhança. Marsh.
3 – Um Antítipo é aquela coisa celestial ou a realidade prefigurada pelo tipo.
Tipos
O apóstolo Paulo escreve em 1 Coríntios 10.6: “…e estas foram-nos feitas em figura…”. A palavra grega tupos, aqui traduzida por “figura”, tem o sentido de “padrão”, “ilustração”, “exemplo” ou “tipo”.
Em 1 Coríntios 10.11, Paulo observa: “Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso…”. O quê? Neste caso, Paulo se refere a eventos relacionados ao êxodo no Antigo Testamento.
Assim, um tipo é um padrão bíblico, ou uma ilustração bíblica, normalmente extraída do Antigo Testamento, que assume a forma de padrões relacionados a pessoas, acontecimentos ou coisas.
A – Três coisas envolvidas num tipo.
- Uma coisa ou objeto material que representa uma coisa de ordem elevada.
- Esta coisa de ordem elevada representada, a qual passa a chamar antítipo ou realidade.
- A obra de tipo se expressa no termo “representado ou prefigurado”.
B – Declarações bíblicas quanto à natureza dum tipo.
- Sombra. Cl. 2:16, 17.
- Modelo, exemplar. Hb. 8:4, cinco.
- Sinal. Mt. 12:39.
- Parábola, alegoria. Hb. 9:9.
- Tipo. Rm. 5:14.
- Letra. II Co. 3:6.
C – Provas bíblicas dum tipo.
- Por declaração explícita. Rom. 5:14
- Por trocar os nomes do tipo e antítipo. (Cf. Adão primeiro e segundo). I Cor. 15:45. Páscoa (Cordeiros – Cristo) Êxodo 12:3; I Cor. 5:7.
Obs: Muitas vezes a tipologia textual é confundida com gênero textual. Um gênero textual é um exemplo mais específico de uma modalidade discursiva, que tem em si mesmo um aspecto tipológico. Anúncios, crônicas, editoriais, instruções de uso, fábulas, cartas, são apenas alguns exemplos de gêneros textuais.
O Tabernáculo
Hebreus 8.5 nos diz que o Tabernáculo foi construído a partir de um padrão celestial que fora mostrado a Moisés no monte Sinai: “Atenta, pois, que o faças conforme o Seu modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx 25.40).
Estêvão observou em seu sermão: “Estava entre nossos pais no deserto o tabernáculo do testemunho, como ordenara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto” (At 7.44).
O Tabernáculo e, mais tarde, o Templo são tipos que se tornam padrões que revelam elementos-chave do plano divino de salvação. Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center (Centro de Pesquisas Pré-Tribulacionistas) e professor de Teologia na Liberty University. Ele é Th.M.
Obs.: A obra de Gunar Vingren acerca do Tabernáculo está dividida em três capítulos:
(1) Introdução;
(2) O Tabernáculo e;
(3) Comparações e contraposições ao Tabernáculo. No terceiro capítulo, ele faz uma comparação do Tabernáculo, pelo qual o chama de “tenda do testemunho”, com a Igreja de Cristo.
Veja:
“Assim como a tenda do testemunho, com todos os seus utensílios, foi ordenada por Deus, a igreja cristã recebeu de Deus suas normas e seus mandamentos.
A tenda no Antigo Testamento era o lugar onde Deus se revelava, enquanto as igrejas cristãs são, hoje, o lugar da presença de Deus, o lugar onde se faz a sua vontade. O primeiro era constituído de riquezas e material precioso, o segundo é constituído também de material precioso, isto é, de almas humanas redimidas do pecado por meio da graça de Cristo Jesus.
Desta forma, à tenda do Antigo Testamento se contrapõe a igreja cristã do Novo Testamento. A bacia com água ficava em frente da tenda e, na água, Arão e seus filhos limpavam seus pés e suas mãos antes de adentrarem o santuário para que não morressem.
Já o batismo é a maneira pela qual o cristão ingressa na Igreja de Deus. Aquele que crê e recebe o batismo será salvo. Após o batismo, seremos sepultados com Deus, e assim como Cristo ressuscitou dos mortos, passaremos a caminhar em uma nova vida”.
(VINGREN, Gunnar. O Tabernáculo e Suas Lições: Monografia de graduação em Teologia do fundador das Assembleias de Deus no Brasil, defendida em 1909 no Seminário Teológico Sueco de Chicago (EUA). Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.76 -77).
Títulos Descritivos
A) Santuário.
- Ex. 25:8 – Chama atenção ao caráter deste, como lugar santo.
- O palácio do Grande Rei.
B) Tabernáculo.
- Ex. 25:9 – Latim “tenda” – Hebraico um lugar de habitação ou morada. João 1:14 e 1:1.
C) Tenda
- Ex. 40:2 e 39:33-43.
D) Tenda da revelação.
- Nm. 18:4 – centro do culto.
E) Tenda do testemunho.
- Nm. 9:15 – Refere-se à arca onde estava à lei, o testemunho.
- Ex. 25:16 – Santidade culpa do homem e eficiência da expiação.
F) Casa de Deus. Juízes 18:31.
- Foi chamado assim na terra de Canaã.
G) Templo do Senhor ou Jeová.
- I Sm. 3:3 – O Tabernáculo nessa ocasião talvez já fosse maior.
H) Santuário Terrestre ou material
– Hb, 9:1 – Pertencia a Dispensação das cerimônias. Um tipo de Jesus:
- Lugar de encontro. II Cor. 5:18. Em Cristo, Deus e o homem se encontram.
- Lugar de revelação. João 1:8. Deus revelou seu caráter em Jesus. Rom. 3:26.
Obs.: A construção do tabernáculo envolveu todo o povo. Todo o povo se beneficiaria do tabernáculo, e assim a todos foi permitido participar de sua construção, ou pela doação dos materiais, ou pela habilidade no trabalho, ou por ambos.
Morada de Deus com o homem
Que Deus deseja morar com o seu povo se vê pelo fato de que no Jardim do Éden, depois de interrompida a comunhão com o homem por causa do pecado, Ele imediatamente começou a revelar um plano que visava a sua restauração.
Esta revelação aumenta em beleza, glória e intimidade de Gênesis ao Apocalipse. Cf. Isaías 57:15 e 66:1,2. Deus habita com um povo santo, redimido da escravidão satanás (faraó) o mundo (Egito) com um povo protegido pelo sangue.
Na Palavra temos diversas manifestações da presença divina:
- O Abraão (Gn. 18:1-8).
- No tabernáculo.
- No Templo de Salomão, tipo daquela presença permanente, embora ele mesmo tiver desaparecido.
- No Filho de Deus, Jesus Cristo –– Emanuel.
- No Espírito Santo.
- No Templo Milenial.
- No céu, a morada eterna (Eis o tabernáculo de Deus está com os homens), Apoc. 21:3 (Assim ficaremos sempre com o Senhor) I Ts. 4:17.
- A) TIPO DE JESUS
– “Far-me-ão um santuário para que eu habite no meio deles. Seguindo em tudo o que eu te mostrar, o modelo do tabernáculo, e o modelo de tabernáculo, e o modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o faraó” – Ex. 25:8, nove. Nesta passagem vemos:
- A graça – que Deus consinta fazer um tabernáculo.
- Ordem – tudo devia ser feito segundo o plano por Deus estabelecido.
Adão foi a primeira morada de Deus na terra. Veio à falha, e o descaso de Deus ficou interrompido. O plano de Deus é imutável e, por conseguinte mandou seu Filho – segundo Adão.
A graça e a ordem aqui reveladas mostram Jesus. O Tabernáculo é tipo de Jesus. Aquele que era Deus (João 1:1) se fez carne (João 1:14) por Sua própria vontade. Ele “habitou” (esquênesen, no grego, literalmente “tabernaculou” entre os homens). Cf. Heb. 2:14 “Ele… participou, (no grego “epilamteno” literalmente “lançar mão de”. Reflexivo, indicando ação da Sua vontade. Assumiu, e não só nasceu destas cousas”) Cf. versículo 16 – a semente de Abraão. Tomou sobre Si a natureza humana, mas permanecia o Filho de Deus, igual a Deus em substância.
Testemunho deste fato:
- Apóstolo João, João 1:14.
- João Batista, João 1:34.
- Natanael, João 1:49.
- Paulo, Cl. 1:19. A plenitude de Deus morava em Jesus (majestade, poder, personalidade). Cf. João 14:9; 3:34; 1:18; I Tim. 3:16; Cl. 1:16; Hb. 1:3; Tito 2:13; Rom. 9:5; I João 5:20. Assim em Cristo o descanso de Deus é restaurado. Hb. 8:1. Descanso da redenção. Cristo o verdadeiro Tabernáculo.
Conclusão
Há uma porção de maneiras pelas quais a construção do tabernáculo é aplicável às nossas vidas, mesmo que estejamos separados dos israelitas da época de Moisés por muitos séculos e pelo menos uma dispensação.
No Evangelho de João o Senhor Jesus Cristo é apresentado como o Filho de Deus que habitou entre os homens (Jo. 1:14). O Senhor Jesus foi desta forma o lugar da morada de Deus entre os homens durante Sua jornada na terra. Assim Ele pôde dizer à mulher samaritana que estava chegando a época em que o lugar de adoração não é a preocupação principal (Jo. 4:20-21).
Da época da vinda de Cristo até o presente o lugar da morada de Deus entre os homens não é concebido em termos de edifícios.
“Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.” (Ef. 2:19-22) (I Pe. 2:4-5, 9).