A Provisão de Deus em Tempos difíceis
A provisão de Deus em tempos difíceis é algo que reforça a fé do Cristão. O Todo-Poderoso prometeu tomar providências para nosso alimento, vestuário e demais necessidades. Ele não nos criou para nos deixar às custas do destino. Tudo o que acontece no universo físico, irracional ou racional está sob seu controle e providência.
O Senhor dos céus e da terra é um Pai amoroso que tem cuidado de nós; que não somente preserva o mundo que criou, como também provê as necessidades das suas criaturas. Se Deus providencia o sustento até para os mais pequeninos seres viventes, como não providenciará o sustento para o homem, criado à sua imagem e semelhança?
Neste artigo você estudará sobre:
ToggleComo viver dependendo da Providência Divina
1. Não servir a dois senhores (v.24).
Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores”, sob pena de se dedicar a um e desprezar o outro, e aduziu: “Não podeis servir a Deus e a Mamom”. Tudo isso tem um sentido espiritual.
Na verdade, Jesus queria dizer que se alguém queria segui-lo, não poderia voltar-se para outro deus. Mamom é palavra aramaica, que significa riquezas, as quais, para muitos, são um deus.
Ou se confia em Deus, ou nas riquezas. Uma atitude exclui a outra. Tentar acomodar-se, numa vida dúbia, buscando servir ao Senhor e às riquezas desta vida, é um engano gerador de solicitude.
2. Não andar cuidadosos:
a) Quanto à vida (v.25).
A vida é dom de Deus (1 Sm 2.6). É um milagre que se repete a cada nascimento de um novo ser. E na sucessão de seus momentos, com o passar dos anos, vão surgindo problemas, dificuldades e apreensões. Isso faz parte do viver na terra.
Entretanto, a inquietação ou solicitude jamais resolverão os problemas. Pelo contrário, só os agravarão. Por isso, Jesus ensinou que não devemos andar ansiosos quanto à vida. É melhor viver como o salmista: “O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei?” (Sl 27.1b).
b) Quanto ao alimento.
O Senhor exorta a não andarmos cuidadosos pelo que havemos de comer ou beber (v.25b) e indaga: “Não é a vida mais do que o mantimento…?”. Esse ensino é reconfortante. O alimento e a água são elementos essenciais, indispensáveis mesmo à sobrevivência do ser humano sobre o planeta.
A falta de pão e de água causam desespero a populações inteiras, que vivem em regiões desérticas. A seca no Nordeste e em outras regiões do nosso País, causam muita preocupação, principalmente aos mais pobres. Mas o servo de Deus não precisa se desesperar, deixando-se dominar pela ansiedade.
Jesus disse: “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta” (v.26).
De fato, não se vê passarinhos mortos de fome por aí, quando eles estão em liberdade. Jesus, indagou se os homens não teriam muito mais valor que passarinhos? Com isso, quis estimular a fé em “Jeová Jiré”, o Senhor que provê todas as coisas.
No mesmo texto, Ele diz: “Não andeis, pois, inquietos dizendo: Que comeremos ou que beberemos?” (v.31). Ler Sl 37.25; Mt 6.11; 1 Ts 2.9; 1 Co 4.12.
c) Quanto ao vestuário (v.28).
Deus fez o homem, no Éden, sem vestimentas como conhecidas hoje. Entretanto, com o pecado, a natureza foi transtornada e Deus teve que cobrir a nudez dos pecantes. De lá até hoje, é necessário o uso do vestuário, seja por causa do clima, seja por causa do pudor, exigido por Deus.
Mas o vestido é um bem de consumo, que custa dinheiro. E muitos passam a preocupar-se com isso, ficando ansiosos. Jesus chamou a atenção para os discípulos, e mandou que eles olhassem para “os lírios do campo” e observassem “como eles crescem”, sem trabalhar para isso.
Acrescentando que “nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles”. Concluindo, o Senhor assegurou que se Deus veste a erva, quanto mais haveria de vestir as pessoas!
3. Não andar inquietos (vv.31,32a).
Jesus disse que a preocupação com a comida e o vestido é própria dos gentios (v.32a). E afirmou que o Pai celestial sabe que necessitamos de todas essas coisas, ou seja, da integridade do corpo, do alimento e do vestuário, símbolos dos bens de primeira necessidade.
Para evitar a ansiedade, o ensino geral da Bíblia corrobora as orientações de Jesus, conforme Sl 55.22; Fp 4.6,7; 1 Pe 5.7. Nenhuma ansiedade resiste a uma campanha de oração e jejum, feita pelo crente fiel, em meio às lutas próprias da vida.
4. O Reino de Deus em primeiro lugar (v.33).
É valorizar as coisas relativas a Deus, à Igreja, acima das coisas terrenas. É cuidar da evangelização, das missões, do discipulado, da ajuda aos necessitados, da libertação dos oprimidos pelo Diabo e tudo o mais que diz respeito ao domínio de Deus.
Notemos que essa busca não deve ser irracional, a ponto de alguém deixar de cuidar da família, do cumprimento dos deveres, para só viver nas reuniões da igreja local. É antes de tudo, uma prioridade espiritual. Devemos lembrar que o Reino de Deus começa em nossa casa (ler 1 Tm 5.8).
5. A justiça de Deus em primeiro lugar (v.33).
O Senhor não nos manda só trabalhar em prol do seu reino, mas, também, buscar a sua justiça. Jesus deu o exemplo, no cumprimento de “toda a justiça” (Mt 3.15), e ensinou que a nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus (Mt 5.20).
Assim, devemos viver em justiça e santidade, a começar pelo relacionamento com os familiares, com os amigos e irmãos, demonstrando que vivemos segundo a justiça de Deus perante os descrentes.
Isso fala da integridade que deve marcar o testemunho cristão, não só diante dos líderes da igreja, mas diante do mundo (vide Fp 2.12,13). 2º Trimestre de 2000 – Título: Os ensinos de Jesus para o homem atual – Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima – Lição 4: Jesus e a solicitude pela vida – Data: 23 de Abril de 2000.
Obs.: Mesmo em meio à escassez, cremos que o Senhor é poderoso para suprir, em glória, todas as nossas necessidades.
O Deus da Provisão
1. No Antigo Testamento.
Encontramos a provisão divina para alimentar Israel (Êx 16.15). Assim, vemos Deus agindo na natureza e em sua criação (Êx 16.13-21; 1 Rs 17.4-6), operando grandes milagres de multiplicação (2 Rs 4.1-7). A ocorrência desses sinais ensina-nos a depender do Senhor dia após dia.
2. Em o Novo Testamento.
Além dos milagres para a provisão de alimentos, o Novo Testamento apresenta também a disposição de homens e mulheres em ajudar uns aos outros, repartindo tudo o quanto possuíam (At 4.32-37).
Esses irmãos desfrutavam de um sentimento de unidade, que os levava a vender seus bens trazendo-os para a igreja, a fim de que o valor fosse dividido conforme as necessidades dos santos (At 4.36,37).
O que os movia era o amor fraternal que Cristo tanto ensinou (Jo 15.9-17). Aprendamos, pois, com a Igreja do século I e pratiquemos a generosidade e a verdadeira comunhão.
3. Na atualidade
Deus pode prover alimento para os seus filhos da maneira que Ele quiser, porém, convida-nos a fazer parte dessa gloriosa missão que é socorrer àqueles que passam por privações (Rm 12.9-21).
O apóstolo Paulo exorta-nos a trabalhar para repartir com aqueles que passam por dificuldades (2 Co 8.14; Ef 4.28), Tiago fala da fé sem obras (Tg 2.14-17), e João do amor “só de palavras” (1 Jo 3.16-18).
Através da nossa vida, Deus deseja sustentar os necessitados. Não sejamos negligentes com a nossa nobre missão. Lições Bíblicas CPAD – Jovens e Adultos – 3º Trimestre de 2012 – Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas – Comentarista: Eliezer de Lira e Silva – Lição 6: A despensa vazia – Data: 5 de Agosto de 2012.
Obs.: O Senhor sempre dá um escape aos seus servos, quando estes o honram e lhe obedecem à Palavra.
Argumento Doutrinário
Palavra de Deus mostra que o sistema de vida do mundo é corrupto, materialista e se encontra completamente desvirtuado da vontade de Deus, que pode ser conhecida por intermédio da vida e obra de Jesus Cristo.
O apóstolo João caracteriza esse mundo como um grande sistema de vida regido pela “concupiscência da carne”; isto é, todos os desejos possíveis e impossíveis que a natureza humana e carnal impulsiona; pela “concupiscência dos olhos”, quando os olhos físicos apenas desejam aquilo que satisfaça física e materialmente o ser humano; a “soberba da vida”, quando o acúmulo de bens materiais toma-se o sentido de toda a existência (1Jo 2.16).
Todas essas características confirmam a natureza caída do ser humano pecador. Entretanto, o apóstolo afirma no versículo 17 que o mundo passa, bem como a sua concupiscência, mas quem faz a vontade do Pai permanece para sempre.
Ou seja, quem tem a mente e o coração voltados para Deus, possui o Espírito de Cristo e não se deixa escravizar pela concupiscência da carne, dos olhos e da soberba da vida. Não é mais escravo da carne, mas servo disponível para fazer a vontade de Deus para sempre.
Realidade Caótica
A realidade caótica desse mundo prova o quanto a Bíblia, a Palavra de Deus, tem razão em descrever a malignidade e a perversidade em que se encontra o mundo moderno.
Um mundo, onde não há a valorização da vida, onde pessoas preferem defender o Meio Ambiente (que é uma defesa legítima e urgente), a crianças indefesas (liberação do aborto); onde uma sociedade esmaga a espiritualidade interior, pois seus anseios são voltados para o interesse gélido do homem moderno (uma sociedade antropocêntrica); onde tudo se relativiza, os absolutos do ponto de vista moral e éticos são ignorados em nome de uma suposta pluralidade, mesmo que esta seja perversa e maligna em sua legitimidade; onde uma sociedade é secularizada, pois obriga o homem de fé a vivê-la enclausurado em sua vida particular (tolera-se a fé enquanto ela não incomode).
Mas é nesse mundo de crise e caótico que somos desafiados a viver o Evangelho e caminhar em provisão da parte de Deus. Nosso Senhor, no Sermão do Monte, nos convida a sermos “sal da terra” e “luz do mundo”, um candeeiro que ilumina toda uma região obscurecida por densas trevas.
A trilharmos um caminho onde Deus proverá tudo o que for necessário para a nossa sobrevivência tanto do ponto de vista humano quanto do ponto de vista espiritual.
Obs.: “Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Sl 37.25).
Duas coisas indispensáveis para sempre obtermos a Providência Divina
Obediência a Palavra de Deus e o trabalho:
Quem não deseja ter uma vida próspera e abençoada? E o desejo de todo ser humano e não há nada de errado em ser bem-sucedido. Mas, o que é ser próspero? Embora cada um tenha uma definição própria, para respondermos a essa questão temos que recorrer às Escrituras Sagradas e observar o que é ser bem-sucedido à luz da Palavra.
A prosperidade em Provérbios está diretamente relacionada à obediência à Bíblia e à dedicação ao trabalho. No Antigo Testamento, a verdadeira prosperidade é primeiramente espiritual — bem diferente do que os admiradores da teologia da prosperidade têm pregado e ensinado.
Uma vida bem-sucedida não é somente resultado do sucesso financeiro, mas, sim, da obediência a Deus, da fidelidade e da santidade (Pv 3.3,4). Como cristãos, podemos afirmar que nossas riquezas são e serão sempre intangíveis e nunca somente monetárias.
Atualmente, os crentes têm sido iludidos quando o assunto é prosperidade. Eles tendem a relacionar o ser bem-sucedido ao dinheiro e bens materiais. Muitos estão buscando desesperadamente os bens materiais.
Pessoas que desprezam a Deus
Querem ser ricos a todo o custo e acabam desprezando a Deus, tropeçando e perdendo o nosso bem precioso, a nossa salvação. Por isso Jesus a adverte em Mateus 16.26. Não podemos ser influenciados pela maneira de pensar deste mundo (Rm 12.2). Para alguns, o “ter” passou a ser mais importante que o “ser”. Pertencer ao Reino de Deus está diretamente ligado ao “ser” — ser benigno, ético, compassivo, etc.
Sabemos que a prosperidade não é somente resultado direto do trabalho e do esforço do homem, todavia sem trabalho não há prosperidade. A preguiça impede o homem de prosperar. O preguiçoso sonha, deseja, mas dificilmente alcança seus objetivos (Pv 13.4; 20.13; 23.21). Precisamos nos dedicar ao trabalho, pois este dignifica o homem.
Em Provérbios, encontramos uma série de exortações ao trabalho. O indolente é seriamente advertido (Pv 10.26; 19.15; 24.30-34). Muitos oram a Deus, mas não agem, não fazem a sua parte. Deus não vai fazer o nosso trabalho. A Palavra de Deus relata que Jesus era um homem de dores e trabalho (Jo 5.17). Sigamos os passos do Mestre.
– Além da preguiça, vejamos alguns outros obstáculos que impedem a prosperidade:
• Falta de comprometimento, de inteireza de coração (2Cr 25.2);
• Infidelidade a Deus. Não honra ao Senhor com as nossas primícias (Pv 3.9,10);
• Desobediência deliberada a Deus (Dt 28.15);
• Falta de confiança no Todo-Poderoso.
Conclusão
A história do povo de Deus é marcada por milagres e provisões, pois o Senhor tem cuidado do seu povo e o seu zelo é notório. Todavia, não podemos nos esquecer de praticar o amor que o Senhor Jesus nos ensinou (Mc 12.31).
Não devemos esquecer que a provisão Divina em nossas vidas se dar com um primordial intuito que é o compartilhamento das bênçãos Divinas com o próximo, caso contrário, Deus não tem prazer.
O apóstolo Paulo deixou um rico ensinamento: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos” (Gl 6.10). Deus pode e quer usar a nossa vida no alívio ao sofrimento dos que nos rodeiam. Assistamos ao nosso próximo como gostaríamos de ser assistidos (1 Jo 3.16-18).
REFERÊNCIAS
– Bíblia Palavra Chave (ARC)
– Apontamentos Teológicos do Autor
– Dicionário da Língua Português Online
– Wikipédia, a enciclopédia livre.
– Lições Bíblicas CPAD – Jovens e Adultos – 4º Trimestre de 2013 – Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes – Comentarista: José Gonçalves – Lição 3: Trabalho e Prosperidade – Data: 20 de outubro de 2013.