O Milagre está em sua Casa para abençoar

O milagre está em sua casa

O Milagre está em sua Casa

Certo é, que o milagre da multiplicação do azeite nos mostra que para Deus não existe nada impossível.

Não importa a crise que o nosso país esteja enfrentando, o Senhor pode realizar o impossível para nos abençoar financeiramente. Pois o milagre está em sua casa.

Texto Bíblico 2 Reis 4.1-7

A Viuvez no Antigo Testamento

1 – O tratamento para com as viúvas

No Antigo Testamento, a questão da viuvez já era tratada com muita atenção. Inclusive, Deus advertira fortemente ao povo de Israel para que tratasse bem aos órfãos e as viúvas, caso contrário, Ele castigaria contundentemente aqueles que os oprimissem (Êx 22.22-24; Sl 68.5; Ml 3.5).

Um detalhe interessante a ser notado é que as passagens tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, que tratam da questão da viuvez, não falam do cuidado com os viúvos, mas, sim, em relação às viúvas, uma vez que, no modelo de organização familiar daqueles tempos, a morte da esposa não mudava a posição social e econômica do marido, mas o contrário, sim.

Lembremo-nos que, nos tempos antigos, ou seja, no período bíblico e também durante muitos séculos depois, não havia pensão alimentícia nem seguro social, e as mulheres também não tinham tantas alternativas de emprego em nossos dias.

Já para o homem, que normalmente sustentava a família sozinho, havia muitas opções, além de ser privilegiado na questão das heranças. Por esse motivo as viúvas passavam geralmente grandes necessidades.

No período bíblico, perder o marido significava para a mulher perder de forma dramática a sua posição social e econômica, e, conforme lembram-nos os teólogos Merril F. Unger e William White Jr, ‘a gravidade da situação era aumentada se ela não tivesse filhos’ (Dicionário Vine, p. 33).

No caso de não ter gerado filhos, a viúva voltava para a casa dos pais (Gn 28.1) e ficava sujeita à lei do levirato, que já era praticada antes de Moisés, mas foi estabelecida como lei, de fato, somente com ele (Dt 25.5,6)” (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 43,44).

2 – A risco social da viuvez

Na sociedade patriarcal israelita a condição de viúva era um risco social à mulher, deixando-a vulnerável econômica e socialmente. Em Êx 22.21-24 a viúva é classificada juntamente com o órfão e os estrangeiros.

Elas são frágeis e vulneráveis, razão pela qual necessitam de proteção legal e profética (Is 1.16-23; Jr 22.3). Além da angústia que acompanhava a viuvez, a perda da proteção legal do esposo colocava a viúva em situação de pobreza e penúria.

Caso o marido deixasse alguma dívida, a viúva era obrigada a assumir os compromissos financeiros do faltoso, o que implicava às vezes na venda dos bens, da entrega dos filhos à servidão, e a todo tipo de exploração da parte dos credores.

Em Dt 10.18 o estado de inópia (penúria) da viúva é declarado: falta pão e vestido – elementos básicos à vida e a dignidade humana, enquanto em Jó é denunciado o pecado de se levar da viúva o único boi como penhor (Jó 24.3).

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Por conseguinte, de acordo Léon Epsztein (1990, p. 139) a situação das viúvas na Babilônia e na Assíria era muito melhor do que em Israel.

Na Babilônia, de acordo com o Código de Hamurábi (137,173,180 a 182), a viúva tinha direito a certa parte da herança do marido e tanto ela quanto a repudiada, em certos casos, podia beneficiar-se com parte da herança igual à do filho.

Viúvas não herdavam

Todavia, a viúva israelita não usufruía de nenhum direito de sucessão e a herança passava completamente para os filhos ou filhas do falecido – aqui um dos fundamentos pelos quais os filhos devem honrar aos pais, que inclui necessariamente a mãe viúva (ver 1Tm 5.4).

Caso não tivesse descendentes, a herança pertencia aos irmãos do pai ou ao parente mais próximo, afiança Epsztein.

Daí a razão pela qual a justiça social do AT interessava-se benevolentemente pelas viúvas e órfãos. E o próprio Senhor coloca-se a favor destes pobres, ora ouvindo-lhes a oração (Êx 22.23), ora indignando-se contra aqueles que os exploram (Êx 22.24). Elifaz acusa a Jó do pecado de desprezar as viúvas despedindo-as de mãos vazias (Jó 22.9)

A justiça divina era conclamada.  O profeta Isaías (1.16-17; Jr 7.6) acentua que Yahweh não deseja sacrifícios, mas justiça à causa da viúva (ver Mq 6.6ss); e que os israelitas aprendam a fazer o bem às viúvas e órfãos.

Assim, J. Ridderbos (1986, p.71) assevera que a administração da justiça no AT servia mais especificamente para atender às reivindicações de viúvas e órfãos, estrangeiros e pobres.

Isto se deve ao fato de que os demais podem fazer valer o direito por seus recursos, meios e parentes, mas o mesmo não acontecia com as viúvas (2Rs 4.13).

Não cuidavam das viúvas

Os príncipes, segundo Isaías, se recusavam a ouvir as queixas das viúvas e órfãos, para cuja proteção eles haviam sido nomeados (Is 1.23; 10.1ss; ver Jó 24.21 Lc 18.1ss).

Eles, na verdade, estavam mais dispostos a atender as demandas daqueles que lhes causavam impressão, cujas famílias eram influentes ou que podiam pagar subornos (Is 1.23).

Esta entre outras é a razão pela qual (a) Yahweh executa a justiça em favor delas (Dt 10.18); (b) Yahweh ampara as viúvas (Sl 146.9); (c) o Eterno lhe protege a herança (Pv 15.25); (d) o Senhor é juiz das viúvas (Sl 68.5). Não tendo como confiar na justiça dos governantes corruptos de Israel, a viúva confiava única e plenamente no Senhor (Jr 49.11).

As condições que Yahweh estabeleceu para que Israel permanecesse na Terra Prometida era “não oprimir o estrangeiro, o pobre e a viúva” (Jr 7.6); o que demonstra a vulnerabilidade destas categorias sociais. Além disto, a mulher viúva, assim como a divorciada, não podia casar-se com um sacerdote (Lv 21.14).

Obs: Nos tempos do Antigo Testamento, uma família de uma pessoa podia ser tomada e vendida para escravidão temporária para pagar uma dívida devida pelo pai.

O ato de Eliseu demonstrou a preocupação de Deus pela viúva e pelo órfão que simbolizam o afligido  pela pobreza e pela fraqueza no AT.

Óleo de oliva refinado era usado em cozimento, cosméticos e queimado como combustível na iluminação e era sempre mantido em combustão, mesmo na casa mais pobre dos hebreus.

Podia ter sido facilmente vendido pela viúva, a dívida paga e, assim, as necessidades da própria família seriam atendidas.” Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.245.

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A Provisão dentro de Casa

O problema da dívida daquela família precisava ser resolvido. Eliseu não pensou em buscar um empréstimo para saldar aquela pendência financeira. Ele perguntou o que a que mulher tinha em sua casa.

Curiosa essa pergunta, pois se a mulher veio até o profeta pedir ajuda para não ter seus filhos levados como escravos por causa de uma dívida, é plausível entender que ela não tinha bens de valor material em casa que fossem suficientes para a quitação do débito.

A mulher respondeu ao profeta: ‘Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite’ (2 Rs 4.2).

Em que um vaso de azeite seria útil em uma casa com falta de provisão? Lawrence O. Richards fala que ‘óleo de oliva refinado no cozimento, cosmético e queimado como combustível na iluminação, e era sempre mantido em combustão, mesmo na casa do mais pobre dos hebreus’ (Guia do Leitor da Bíblia, p. 245).

É possível entender; dessa nota, que o azeite era um produto de pouco valor agregado, de baixo custo, mas essencial à vida de todos.

O milagre

A ordem de Eliseu à mulher foi que conseguisse muitos vasos emprestados, vazios, e que fechasse a porta de sua casa, e derramasse o pouco de azeite que tinha naqueles vasos.

Obedecendo à palavra do profeta, aquela viúva viu o milagre que Deus realizou multiplicando o pouco que ela possuía. Não havendo mais recipientes onde estocar o azeite, cessou o milagre.

Aquela mulher tinha então uma grande quantidade de azeite em casa, mas parece que não sabia o que fazer com ele. Indo mais uma vez ao profeta, contou-lhe o ocorrido e ouviu dele que vendesse o azeite, pagasse a dívida e vivesse do restante. É preciso saber trabalhar com o que se tem em mãos.

A ordem era clara. Aquele milagre não aconteceu para que ela gastasse o dinheiro com coisas desnecessárias, mas sim para que pagasse a dívida adquirida por seu falecido esposo.

Como servos de Deus, precisamos entender que Deus dá o necessário para as necessidades, e não para as vaidades” (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 53-54).

Argumento Histórico

Deus espera que ajamos com sabedoria em todos os momentos  de nossa existência, sobretudo nas adversidades. O pouco que aquela mulher tinha em casa foi feito  em muito, mas ela precisava ser sábia no tocante ao que fazer com aquele muito que o Senhor lhe dera.

Ter recursos em abundância não é suficiente para que solucionemos problemas de escassez. É preciso que saibamos utilizar o que Deus nos deu.

A orientação de Eliseu foi que a mulher vendesse o azeite e  pagasse a dívida que destruiria sua família que já estava desfalcada.

A mulher já tinha visto o milagre sendo operado. Agora, deveria angariar os fundos necessários com a utilização correta do milagre de Deus.

Lembre-se disso: Na hora em que a despensa está vazia, não adianta ter muitos recursos se você não sabe como aproveitá-los em prol de sua subsistência e de sua família” (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 54).

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Um Deus interessado no suprimento cotidiano do Homem

Desde o jardim do Éden podemos ver isto, um Deus que disponibiliza todo o mantimento necessário para a sobrevivência do homem, isto é, não isentando o home do seu trabalho que é a sua dignidade (Gn 2:10-15).

Na verdade, Deus fez o homem um ser social (Gn 2:18). No dilúvio salvou uma família que a partir daí povoou a terra novamente (Gn 8:16-18).

Mais tarde Deus fez uma nação em um homem chamado Abrão (Gn 12:1-3). Dentro dessa Nação (Israel), o Senhor já demonstrava a necessidade de se ter uma efetiva ação social na vida sobre a face da Terra, “entre vós não haverá pobres” (Dt 15,4).

No entanto,  a  lei de Moisés tinha diversos dispositivos para diminuir a desigualdade social entre os integrantes da sociedade, bem como para evitar que as camadas mais simples da população viessem, pela indigência, a sofrer além dos limites suportáveis, ou mesmo, a morrer de fome.

Exemplos estão nas regras referentes ao ano sabático (Lv.25:1-7), ao ano do jubileu (Lv.25:8-55), à respiga (Lv.19:10), ao dízimo (Nm.18:21-32; Dt.14:28,29; 26:12-15), ao salário dos trabalhadores (Lv.19:13) e ao penhor de bens essenciais à pessoa (Ex.22:26; Dt.24:6). 

Deus ensinando

Em todas estas disposições, Deus mostra, claramente, que, no meio do Seu povo, deveria haver respeito às pessoas e à sua dignidade. Que os homens e mulheres estavam acima dos direitos e obrigações instituídos, ainda que legitimamente e de acordo com a lei.

Não se toleraria uma exploração desmedida de um homem em relação a outro. Nem se poderia desamparar e deixar desprotegidos os indivíduos mais vulneráveis, identificados no texto bíblico como sendo “órfãos” e “viúvas”. 

Estas disposições, que nem sempre foram cumpridas pelo povo de Israel (basta ver, por exemplo, que o cativeiro da Babilônia durou 70 anos precisamente para que se cumprissem os anos sabáticos ignorados pelos israelitas durante a sua estada na Terra de Canaã – II Cr.26:21), persistem no tempo da dispensação da Igreja.

Isso não decorrem da dispensação da lei, mas do próprio caráter divino, visto que Deus não muda e nEle não há sombra de variação (Ml.3:6; Tg.1:17).

A Igreja, o Israel de Deus (Gl.6:16), deve seguir esta mesma linha de misericórdia e de respeito à dignidade da pessoa humana determinados por Deus ao Seu povo.

Isso porque é participante da natureza divina, que quer que o homem, feito à Sua imagem e semelhança. Também quer que o homem, na vida em sociedade, a dignidade que lhe é peculiar, que lhe foi dada por ato criativo de Deus.

A Bíblia diz : “Aqueles que permanecem surdos perante o clamor dos pobres não encontrar respostas para os seus próprios gritos (Pr 21,13), enquanto aqueles que têm misericórdia dos pobres, prosperará e tornar-se feliz (Pr 14,21, 28,8,27)”. Leia mais sobre a Fidelidade de Deus.

Conclusão

Entendemos à luz da Bíblia que, a viúva endividada, no momento de crise foi até a pessoa certa, um profeta e homem de Deus.

É preciso ter cuidado, pois muitos estão buscando o milagre divino no lugar errado e com a pessoa errada. Em tempos de crises não faltam falsos profetas que prometem soluções milagrosas.

Estes pseudosprofetas  “vendem a bênção” do Senhor, ganhando com a dor e a miséria alheia. Precisamos estar atentos, pois Deus não negocia milagres.

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