Exortações Finais na Grande Maratona da Fé

Exortações finais na Grande Maratona da Fé

Exortações Finais na Grande Maratona da Fé

O escritor sagrado adiciona no texto em estudo uma variedade de breves declarações que contêm agudas exortações práticas para que o crente viva a vida cristã de modo digno.

Ele sabia que seus leitores se tinham mostrado ativos no passado, em simpatia e bondade para com seus irmãos na (6.10).

Por esta razão, exorta-os aqui sobre a importância de manter tal amor prático entre os membros da fraternidade cristã: eles deveriam lembra-se particularmente dos encarcerados, dos que estivessem sofrendo enfermidades ou maus tratos, pois os crentes deveriam compartilhar das mútuas provações.

Texto Bíblico Hebreus 12.1-8; 13.15-18

A carreira que nos está proposta

Os cristãos hebreus tinham à sua disposição muito mais vantagens que as permitidas aos heróis que os antecederam.

O autor se compara, juntamente com seus irmãos em Cristo, a atletas disputando uma corrida, ao redor dos quais está aquela numerosa plateia enfileirada, como nas arquibancadas de um grande estádio.

As testemunhas da grande prova são justamente os heróis da fé, cujos feitos estão registrados no capítulo 11 da epístola em estudo.

Tomando o exemplo desses homens das gerações anteriores, o escritor procura nos encorajar a correr a boa corrida da fé e ganhar, pela resistência e coragem, o prêmio que nos é oferecido.

Trecho, correr, usado:

(a) Literalmente (por exemplo, Mt 27.48); dramõn, particípio aoristo, proveniente de um verbo obsoleto drama, mas suprindo certas formas ausentes do verbo trecho, literalmente, ‘tendo corrido, correndo’, expressivo da determinação do ato; a mesma forma no indicativo é usada, por exemplo, em Mt 28.8; nos Evangelhos, só é usado o significado literal; em outros lugares, ocorre em 1 Co 9.24 (duas vezes na primeira parte); Ap 9.9;

(b) metaforicamente, para ilustrar corredores  numa corrida, acerca da rapidez ou esforço em atingir um fim (Rm 9.16) […]; 1Co 9.26; Hb 12.1, alude à atividade perseverante no trajeto cristão com vistas a obter recompensa”.

Para conhecer mais leia “Dicionário Vine”, CPAD, p.512.

O chamado a perseverar como filhos (12.1-13)

O vinculo entre a fé e a perseverança (ou paciência) no capítulo 11 torna-se a plataforma para o chamado à perseverança em 12.1-13, Em 11,40, duas frases sinalizam o retorno à aplicação pessoal para os leitores originais e para nós: Alguma coisa melhor a nosso respeito’ e ‘para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados’.

endo descrito a história e os triunfos espirituais dos antigos santos, que se tornaram possíveis causas de sua fé e perseverança, o autor novamente enfoca o desafio que seus leitores têm de serem firmes na fé e perseverantes para suportar as provas (cf. 12,1-3,7 com 10.32,36). Ele desenvolve três incentivos principais que deveriam inspirar seus leitores a perseverarem como crentes no Senhor:

  1. a) – O incentivo do exemplo de seus antepassados (21.1);
  2. b) O incentivo do exemplo de Cristo (21.2,3);
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O incentivo do relacionamento do Pai-Filho que tinha com Deus (12.4-11) (ARRINGTON, Frendi L; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1630).

A Carreira com Paciência

Uma nuvem de testemunhas (v.1).

O escritor nos leva a outros aspectos da vida cristã, ressaltando que estamos rodeados de “uma tão grande nuvem de testemunhas”.

Quem são essas testemunhas? Pelo contexto entendemos que aqueles são heróis diante do Todo-poderoso que testemunham a sua fidelidade. Aqui, a palavra testemunha, originalmente martys, denota a experiência dos antepassados da fé.

Por outro lado, podemos dizer que em nossa carreira cristã estamos sendo observados por muitas testemunhas. Umas visíveis: os homens, crentes e descrentes; outras, invisíveis: os anjos e os demônios. (Ver Sl 34.7; Hb 1.13,14; 1 Pe 5.8.) Diante dessa realidade devemos ter muito cuidado com o nosso comportamento.

Deixando o pecado e o embaraço (v.2).

Somos exortados a deixar “todo o embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia”. O embaraço certamente não é pecado, mas pode tornar-se num impedimento, ou num atraso à nossa vida e carreira espiritual, e aí sim, conduzir-nos ao pecado.

Um crente embaraçado é facilmente atingido pelo Diabo. A televisão, por exemplo, mesmo transmitindo programas de cunho informativo ou cultural, pode embaraçar o crente se este deixar de ir à casa de Deus para prostrar-se diante dela.

Há crentes que se embaraçam com dívidas, amizades, esportes, lazer, etc. Ademais disso, não podemos esquecer que a Bíblia nos manda remir o tempo (Ef 5.15,16).

Correndo com paciência.

Aqui o escritor toma uma figura de linguagem emprestada, provavelmente dos jogos olímpicos, para comparar a vida cristã a uma maratona. Numa corrida, é necessário ter paciência para se alcançar a chegada (cf. Hb 10.36).

No caso da fé, a carreira não é escolhida pelo cristão, e sim proposta por Deus. O crente precisa correr e chegar ao final vitorioso. Para que isso aconteça só existe um segredo segundo as Escrituras: perseverança e paciência (Rm 5.3-5).

Olhando para Jesus (v.2).

Numa corrida de resistência, o atleta precisa olhar para frente, caso contrário, poderá perder o tempo e o rumo. Na vida cristã, mais ainda, o crente não pode perder de vista o alvo, Jesus. Ele é o autor e também o consumador de nossa .

Deu-nos o exemplo, suportando a cruz, desprezando a afronta, até assentar-se à direita de Deus, “pelo gozo que lhe estava proposto”. A história da Igreja está cheia de exemplos de homens e mulheres, que corajosamente desprezaram os prazeres e as glórias do mundo por amor a Cristo.

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A correção com amor (vv.3-11).

Nesta primeira parte do texto, o escritor exorta os crentes hebreus à perseverança, dizendo que ainda não haviam resistido “até o sangue no combate contra o pecado” (v.4).

Parece que o escritor tinha em mente que seus destinatários poderiam ignorar um pouco da Palavra de Deus, e cita Provérbios 3.11-12, onde a Palavra de Deus anima os crentes a não se esquecerem da exortação do Pai, e a não desanimarem ao serem repreendidos.

No v.6, o autor diz que se alguém está sem disciplina não é filho, mas bastardo, ou filho ilegítimo (vv.7,8). E conclui falando do valor da correção: “porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que o recebe por filho” (vv.10,11). Trata-se da correção com amor.

Submissão e Obediência andam juntas na Maratona da Fé

Submissão à liderança (vv.7,17).

O escritor adverte a seus leitores sobre a maneira correta de tratar os que pastoreiam o rebanho do Senhor:

a) Lembrando-se deles e imitando-lhes a fé (13.7). É dever dos membros da igreja lembrarem-se de seus pastores em suas orações diárias e não apenas em épocas especiais como a data reservada à comemoração do “dia do pastor”.

Os pastores são modelos que precisam ser imitados, pois homens de fé servem de exemplo e impulsionam outros homens a terem fé.

b) Atentando para a sua maneira de viver (13.7). A vida de um pastor sempre será observada: sua integridade, piedade, amor a Deus e a sua obra servirão de exemplo principalmente para os novos obreiros. Daí a grande responsabilidade do pastor.

c) Obedecendo-lhes (13.17a). A lembrança e a atenção dadas aos pastores de nada valerão se não forem acompanhadas pela obediência aos mesmos. Eles são responsáveis por trazer mensagens, orar por nós, administrar a igreja, aconselhar, visitar, ter a família como exemplo e prestar contas a Deus do rebanho que lhe foi confiado. Será que, com tantas responsabilidades, eles não merecem a obediência de suas ovelhas?

“A obediência e a fidelidade aos líderes cristãos, aos pastores e mestres, deve basear-se numa superior lealdade a Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD). Hoje em dia, muitos obreiros são desrespeitados. E essa é a estratégia de Satanás para enfraquecer a liderança eclesiástica. Que possamos ter em alta estima aqueles a quem Deus escolheu para zelar por nós.

Obediência a Cristo.

“… Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade…” (vv.20,21). (Grifo nosso.)

Isso significa que aquele que nos salvou continua a realizar sua obra em nós, tornando-nos sensíveis à sua vontade para que tudo quanto fizermos seja agradável aos seus olhos. A obediência ao Senhor Jesus deve ocupar o primeiro lugar na vida cristã.

Obediência à Palavra (v.22).

O escritor exorta-nos a “suportar a presente palavra”. “Tenham paciência comigo”, pede ele, “quanto partilho a Palavra com vocês. Aceitem-na com paciência e digiram-na, porque a carta não é muito comprida” Quando Deus fala, como o fez por meio desta epístola, devemos ouvir e aplicar o que ouvimos.

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A Liderança Cristã deve ser um modelo exemplar

Apegar-se ao ensino sadio do evangelho (13.7-12). Os próximos três versos devem ser vistos como uma unidade de pensamento, sendo 13.8 a ponte entre 3.7 e 13.9.

Jesus Cristo é o enfoque invariável da mensagem do evangelho (13.8), que foi fielmente pregado por seus líderes originais (13.7) e que deve permanecer de acordo com o padrão a verdade, pelo qual todos os ensinos serão julgados (13.9).

Lembrai-vos (uma ênfase na continuidade no tempo presente, isto é, continue lembrando) dos vossos pastores, que vos falaram (no passado, isto, antigos líderes) a Palavra de Deus’ (13.7).

Por três vezes neste capítulo o escritor menciona os líderes espirituais dos leitores (13.7, 17,24). Em todas, é utilizado o termo begoumenoi, que se refere a homens de autoridade em uma posição de liderança.

Em 13.7, os leitores devem obedecer aos seus líderes, e em 13.24, o autor envia suas saudações a todos os líderes; em ambos os versos o autor se refere aos líderes atuais.

Em 13.7, porém, são seus antigos líderes que devem ser lembrados. São recordados dois fatos importantes a respeito destes antigos líderes.

1) Proclamaram ‘a palavra de Deus’ (13.7);

isto é, eram homens de autoridade espiritual em virtude de se manterem enfocados na Palavra de Deus. É mais provável que a igreja, que reunia em uma casa, à qual a carta aos Hebreus foi enviada tenha sido fundada como resultado da pregação e do ministério de ensino destes líderes.

2) Eram homens de ‘fé’ (13.7), 

Cuja qualidade de fé e modo de vida exemplar os colocaram ao lado dos heróis da fé, sob a antiga aliança (veja 11.4-38).

Sua vida e fidelidade a Cristo eram tão exemplares que o autor agora exorta os leitores a ‘imitarem’ sua fé. Existe mais poder no testemunho de uma pessoa que conhecemos ou vimos do que quando apenas lemos ou ouvimos a seu respeito.

A advertência a considerar o resultado de suas vidas também aponta para o seu falecimento; agora a totalidade de sua vida pode ser vista juntamente com seu triunfo final de fé, na partida para estar com o Senhor (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1645).

Conclusão

Portanto, vimos que o escritor aos Hebreus conclui sua Epístola, desejando que o Senhor Jesus Cristo, “o grande pastor das ovelhas” aperfeiçoe os crentes em toda a boa obra, operando o que lhe é agradável, e roga que aqueles crentes suportem a exortação“ (vv.20-25).

Que o Senhor nos ajude a entender e guardar os preciosos e santos ensinos que estudamos durante este trimestre e entendermos sempre, que os vencedores em Deus são os que completam a corrida, e não apenas os que chegam em primeiro lugar.

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