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ToggleO Batismo – a primeira ordenança da Igreja
INTRODUÇÃO
O batismo por imersão na água por alguém que tenha autoridade é a primeira ordenança de Jesus! Jesus deixou uma ordem para aqueles que quisessem segui-lo: ser batizado. Esta ordenança é servir ao Senhor.
I. TEXTO BÍBLICO
(Romanos 6.1-11)
V, 1 – Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?
V, 2 – De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
V, 3 – Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
V, 4 – De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
V, 5 – Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressureição;
V, 6 – sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, afim de que não sirvamos mais ao pecado.
V, 7 – Porque aquele que está morto está justificado do pecado.
V, 8 – Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
V, 9 – sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele.
V, 10 – Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
V, 11 – Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
II. DEFININDO O TERMO “BATISMO”
1. Sua origem
A palavra “batismo” é grega, vem de “baptismo” , cujo significado é “mergulho”, “imersão”. De acordo com os ensinos do ilustre professor Dr. Caramuru Afonso, essa prática foi iniciada entre os judeus quando, já na época helenística (ou seja, o período que se seguiu à dominação grega do Oriente Médio), iniciou-se o chamado “movimento missionário judeu”, quando se passou a haver a conversão de gentios ao judaísmo, os chamados “prosélitos” (Mt.23:15).
Como os gentios eram considerados pessoas imundas (At.10:28), passou-se a exigir que o convertido ao judaísmo não só se circuncidasse, como também, participasse de uma lavagem cerimonial de todo o corpo, por imersão em uma “mikvah” ou “mikveh” (”acumulação de água”, em hebraico, isto é, piscina ritual ou casa de banhos), gesto este que passou a se denominar “batisma”, em grego, e que os estudiosos denominam de “batismo judaico” ou “batismo de prosélitos”, algo que se encontra hoje devidamente regulamentado no Talmude (segundo livro sagrado do judaísmo) e no Shulchan Arukh (código de leis judaicas, feito no século XVI e que é a principal fonte normativa dos judeus ortodoxos até os dias de hoje).
ARGUMENTO TEOLÓGICO – A ORDENANÇA DO BATISMO
A ordenança do batismo nas águas tem feito parte da prática cristã desde o início da Igreja. Era tão íntima da vida da Igreja Primitiva, que F. F. Bruce comenta: ‘A ideia de um cristão não batizado realmente sequer é contemplada no Novo Testamento’.
Existiam, na realidade, alguns ritos batismais similares já antes do Cristianismo, inclusive entre algumas religiões pagãs e a comunidade judaica (para os ‘prosélitos’ – gentios convertidos ao Judaísmo). Antes do ministério público de Jesus, João Batista enfatizava um ‘batismo de arrependimento’ àqueles que desejassem entrar no prometido Reino de Deus. A despeito de algumas semelhanças com esses vários batismos, o significado e propósito do batismo cristão vai além de todos eles. Cristo estabeleceu o modelo para o batismo cristão quando Ele mesmo foi batizado por João, no início de seu ministério público (Mt 3.13-17).
Posteriormente, ordenou que seus seguidores saíssem pelo mundo, fazendo discípulos, ‘batizando-os em [gr. eis – ‘para dentro de’] nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo’ (Mt 28.19)- Cristo, portanto, instituiu a ordenança do batismo, tanto pelo seu exemplo quanto pelo seu mandamento” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.569-70).
III. O BATISMO DE JOÃO
1. As origens do batismo de João são difíceis de traçar.
Possui semelhanças e diferenças em relação a obrigações e exigências feitas pelos judeus aos pagãos novos convertidos, tais como o estudo da Torá, circuncisão e o ritual do banho para expiar todas as impurezas do passado gentio.
2. A ideia do arrependimento de pecados ao ato simbólico.
Com o surgimento de João, este batismo, que não desconhecido do povo judeu, passa a ser pregado também para os judeus e a ênfase deste tema na pregação é que explica porque ficou ele conhecido como “João Batista”, ou seja, “João, o batizador, aquele que batiza”. João, porém, associou a idéia do arrependimento de pecados ao ato simbólico de imersão na água chamado de: “Teshuvá” que é um ato totalmente distinto da “mikvah”, que tem a ver apenas com a purificação cerimonial, a limpeza do corpo.
Para João, porém, o batismo era uma confissão pública de arrependimento dos pecados, tendo sido esta a essência da sua pregação que, como nos diz o profeta Isaías, “vinha preparar o caminho do Senhor” (Is.40:3). As origens do batismo de João são difíceis de traçar. Possui semelhanças e diferenças em relação a obrigações e exigências feitas pelos judeus aos pagãos novos convertidos, tais como o estudo da Torá, circuncisão e o ritual do banho para expiar todas as impurezas do passado gentio.
IV. O BATISMO NAS ÁGUAS COMO UM TESTEMUNHO PÚBLICO
O ato do batismo nas águas também não deixa de ser um testemunho público de nossa inserção na igreja universal pelo qual o batizando diz à igreja local reunida para o ato e para a sociedade em geral que ele passa a ser um integrante desta igreja local, que ele é, doravante, um cristão, uma pessoa “parecida com Cristo”, uma testemunha de Jesus entre os homens.
Tem-se, portanto, a assunção de um compromisso de, publicamente, ser apontado como testemunha de Jesus (At.1:8), de passar a ser uma prova do amor de Deus aos homens (I Co.13), uma demonstração do poder de Deus(I Co.2:4), um instrumento para a glorificação de Deus pelos homens (Mt.5:16).
1. Um único batismo sem pecados.
– Jesus no ato inaugural do seu ministério público se submeteu ao batismo de João Batista se revelando como o Messias, o salvador do mundo para o seu povo. Ele veio se identificar para com a humanidade pecadora, submetendo-Se, como homem, ao cumprimento da vontade de Deus. Por isso, batizou-Se embora não tivesse pecado.
2. A insuficiência da Lei.
Jesus não se submeteu ao batismo de João para cumprir a lei, como chegam alguns a dizer, pois o batismo de João não estava previsto na lei, nem mesmo na lei oral, na chamada “tradição dos anciãos” (Mt.15:2). Entretanto, Jesus atendeu ao chamado de João, que apontava para a insuficiência da lei para atender a vontade de Deus e, honrando a pregação de João, submeteu-Se ao batismo, chancelando que este batismo era dos céus, como, mais tarde, inquiriu os escribas e fariseus que, por seu legalismo, não creram no batismo de João. Não se “cumpre toda a justiça” se não se vai além do formalismo, além do legalismo, atitudes que devem ser superadas por todos aqueles que aceitam a Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas.
OBS: ARGUMENTO TEÓLOGICO – O PROPÓSITO DO BATISMO
[…] O batismo indica que o crente morreu para o velho modo de viver e entrou na ‘novidade da vida’ mediante a redenção em Cristo. O ato do batismo nas águas não leva a efeito essa identificação com Cristo, ‘mas a pressupõe e a simboliza’. O batismo, portanto, simboliza a ocasião em que aquele antes inimigo de Cristo faz ‘sua rendição final’. O batismo nas águas também significa que os crentes se identificaram com o corpo de Cristo, a Igreja.
Os crentes batizados são admitidos na comunidade da fé e, com sua atitude, testificam publicamente diante do mundo sua lealdade a Cristo, juntamente com o povo de Deus. Essa parece ser uma das razões principais por que os crentes neotestamentários eram batizados quase imediatamente após a conversão. Num mundo hostil à fé cristã, era importante que os recém-convertidos tomassem posição lado a lado com os discípulos de Cristo e se envolvessem imediatamente na vida total da comunidade cristã.
Talvez um dos motivos por que o batismo com água não ocupa mais lugar de destaque em muitas igrejas seja por estar tão frequentemente separado do ato da conversão. O batismo é mais que ser obediente ao mandamento de Cristo. Relaciona-se com o ato de se tornar seu discípulo” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.570).
CONCLUSÃO
Todo aquele que verdadeiramente confessa Jesus como o seu salvador, deseja se submeter às ordenanças Bíblica e uma delas é o batismo em águas por imersão, cumprindo assim ao mandato do Senhor que objetiva integrar o crente ao corpo de Cristo.
– Bibliografia
– Bíblia de Estudos Conselheira A.R.A
– Dicionário Online
– Apontamentos do Autor-
– Lição 3 de Estudo Bíblico acerca de Joao Batista – Pr. Josaphat Batista Soares