A atualidade dos Dons Espirituais

A atualidade dos Dons Espirituais

A atualidade dos Dons Espirituais

Dons espirituais são dotações sobrenaturais do Espírito Santo na vida do crente salvo que o capacita para a execução do serviço no reino de Deus aqui na terra. Em outras palavras, os dons espirituais são dádivas que o Senhor tem dispensado á sua Igreja para glorificação do seu santo nome. Portanto, nesse tão importante assunto não podemos nos esquecer que os “dons” não são nossos, mas sim, do Espírito Santo, pois é Ele que usa quem Ele quer, quando Ele quiser, na hora que Ele quer e como Ele bem quiser. GLÓRIA Á DEUS!

Texto Bíblico 1 Coríntios 12.1-11

Os Dons Espirituais e sua Generalização

1-Definição Teológica

Eu me alimento das mãos de Deus

“dom”, esse termo vem do vocábulo grego “charisma”, que tem o significado de: “donativo de caráter imaterial, dado de graça”. Os referidos dons que estamos a estudar não são outra coisa a não ser capacidades sobrenaturais concedidas pelo o Espírito Santo com o propósito de edificar a Igreja do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo como já falamos na introdução. É por meio desses recursos que o Senhor revela o seu poder e sabedoria a todos aqueles que são usados por Ele como instrumentos que os recebem e bem utiliza.

É bom lembrar que há uma distinção entre “dons espirituais e dom do Espírito” conforme atos 2:38; 10:45. Acontece que os primeiros descrevem as capacidades sobrenaturais concedida pelo Espírito Santo (como já argumentamos acima), tendo em vista ministérios específico; o segundo é o batismo no Espírito Santo. Deve-se também distinguir os dons espirituais dos ministeriais; estes são concedidos apenas aos ministros (Ef 4:11; I Co 12:28); aqueles, á igreja de forma geral. Trataremos mais um pouco deste assunto, mais adiante.

2- Conceito Bíblico

De acordo com a Sagrada Escrituras, os Dons foram preditos pelos profetas (Is 35:4-6; Jl 2:28;) e também prometido por Jesus (Lc 24:49; At 1:8), confirmado no dia de Pentecostes (At 2:1-4) que resultou na autenticidade do Evangelho (Mc 16:20; At 14:3; Hb 2:4) e na edificação da igreja de Cristo (I Co 12:7; 14:12,13).

No Novo Testamento é o Apóstolo Paulo que mais enfatiza acerca dos dons espirituais, quando escreve a igreja em Corinto ele diz que os dons devem ter finalidade (I Co 12:7) e também importância, pois é de grande valor e êxito da igreja (I Co 12:1). O Apóstolo nos ensina que os que já falam em línguas como evidência do batismo com o Espírito Santo, deve buscar os demais dons (I Co 14:1,12,13), pois é Deus quem nos concede “segundo a graça que nos é dada (Rm 12:6). Quando o Apóstolo dos Gentios escreve a igreja em Roma, ele faz questão de salientar que tais dons e a vocação de Deus são sem arrependimento, ou seja, Deus não tem intenção de retirá-los, continua a concedê-los á igreja (Rm 11:29), ALELUIA!

Obs.:

Existem alguns termos que a bíblia designa acerca de dons e podemos ver os principais que são:

a) Dons espirituais – (pneumatikos) refere-se ás manifestações sobrenaturais da parte do Espírito Santo por meio dos dons (I Co 12:7; 14:1).

b) Dons da graça (charismata). Falam da graça subseqüente de Deus em todos os tempos e aspectos da salvação (I Co 12:4; Rm 12:6).

c) Ministérios (diakoniai). Correspondem aos dons de serviços ou ministérios práticos. São ministrações sobrenaturais do Espírito através dos membros da igreja como um corpo (I Co 15:5,12-27).

d) Operações (energ¬emata). Esses dons são operações diretas do poder de Deus para a realização de seus propósitos (I Co 12:9,10).

e) Manifestação (phanerosis). Embora sejam sobrenaturais, o sentido do termo original aqui, sugere que os dons operam na esfera do natural, do sensível, do visível.

Eu me alimento das mãos de Deus

3- Utilidades dos dons

Como já vimos que Paulo deixa bem claro que os dons são para aquilo quer for útil (I Co 17:7), então, tomemos cuidado, tem muita gente fazendo “besteiras” e colocando na conta do Espírito Santo e enganando a muitos por falta de leitura, compreensão e obediência a palavra de Deus. Deles que fundam (e afundam) até igrejas com pretexto de ficarem famosos, enricarem e outras coisas a mais.

A bíblia sagrada continua sendo o manual do crente salvo, sendo assim, ele crer como diz as Escrituras que os dons são do Espírito Santo que concede aos crentes com propósito, que não é outro, se não, a edificação de sua igreja. Tem muitos “DÃO” por aí querendo se passar por “Dons do Espírito”. Tambem não é o caso de agora querermos desacreditar na manifestação dos dons na igreja simplesmente por causa da meninice e imaturidade de alguns, pois não são poucos os que assim procedem. Portanto, devemos como disse Paulo, conhecermos os dons e não ignorá-los (I Co 12:1).

Devemos também buscar os melhores  dons com zelo (I Co 12:31) e depois zelarmos (I Co 14:1). Veja que alem de abundarmos nos dons (I Co 14:12) temos também a responsabilidade de mantermos a autodisciplina, pois os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas (I Co 14:32). Há meu Deus! Quantas meninices adentrando em muitas igrejas e o resultado está cada vez mais triste, pois na verdade, e muitos não procuram manter a decência e ordem no exercício dos dons e acabam prejudicando a obra de Deus, mas a bíblia continua exortando-nos; “mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (I Co 14:40).

Diversas Teorias acerca dos Dons Espirituais

A ideia de que os dons do Espírito são habilidades naturais, santificadas e aperfeiçoadas por Deus após a conversão do indivíduo, é uma corrente da teoria cessacionista. Já tem outra teoria que acredita que os dons espirituais não são para os tempos hodiernos, mas estiveram restritos ao período Apostólico.

No entanto, quando verificamos as Sagradas Escrituras, não encontramos qualquer evidência de que os dons do Espírito tenham cessado com a morte dos Apóstolos e muito menos de que se trata de talentos humanos santificados.

O argumento antipentecostal é fundamentado na hermenêutica naturalista, que nega qualquer elemento sobrenatural nas Escrituras. Portanto, a dedução dos cessacionistas não é possível e nem necessária como método de interpretação do Novo Testamento. A atualidade dos dons espirituais é confirmada pela Escritura e experiência cristã.

No primeiro caso, quanto a teoria cessacionista, devemos entender que as habilidades naturais são simplesmente capacidades inatas que se manifestam para a realização de certas atividades. São também habilidades congênitas que surgem com a pessoa. Eles, devidamente canalizados para certos trabalhos na obra de Deus, tornam-se úteis. Mas não podemos confundir com os dons espirituais, de forma alguma. O melhor é, que a bíblia destaca homens e mulheres que possuíam os “dons naturais”, para cantarem, tocarem instrumentos musicais e outras atividades.

No segundo caso, podemos citar os propósitos dos dons especificamente, o de fortalecer a igreja (I Co 14:3, 4,26). Olha, se os dons cessaram após a morte dos Apóstolos, como dizem, porque então o Apóstolo Paulo escreveria a igreja de Corinto para eles buscassem ardentemente os dons e zelassem por ele, sabendo que os dons não durariam mais do que 50 anos? Ou a igreja de Cristo durou só até o tempo dos Apóstolos? E nós, não fazemos parte dessa igreja que Pedro disse que é  tantos quanto o nosso Deus chamar? Não podemos coadunar com tal absurdo de que os dons foram somente para os Apóstolos, por isso, rejeitemos essa heresia ainda que queira se infiltrar em nosso meio. É por isso que alguns irmãos costumam dizer “QUEIMA ELE JESUS!” Sabemos que a experiência pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares é evidência complementar da atualidade dos dons conforme a verdade bíblica.

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Vejamos uma das experiências entre o povo de Deus:  “Entre aqueles que receberam o batismo com o Espírito Santo em um mesmo dia em que recebeu o Sr. Edward Lee (09 de Abril 1906), encontrava-se Jennie Moore, que algum tempo depois casaria com Seymour. A Sra. Moore, foi a primeira mulher a receber o batismo com o Espírito Santo na cidade de Los Angeles, na casa dos irmãos Richard e Ruth Asbery, na rua Bonnie Brae, 214.

Na ocasião, começou a cantar noutras línguas e a tocar piano sob o poder de Deus. Todos que ali presenciaram ficaram maravilhados, como não foi diferente do que aconteceu em Atos 2:7, pois sabiam que ela nunca havia estudado música, que maravilha!  Segundo uma testemunha ocular. Emma Cotton, aquele grupo orou durante três dias e três noites e asa pessoas que conseguiam entrar na casa dos Abery, caíam sob o poder de Deus, enquanto outras eram curados e salvas por Jesus Cristo. O local ficou repleto de pessoas a ponto do soalho ceder, mas ninguém ficou ferido. Durante aqueles três dias, toda a cidade afluiu para observar o poder de Deus manifestado entre os seus filhos. QUE MARAVILHA!  (KEEFAUVER, Larry “Ed.”. O avivamento da rua Azuza – Seymour. RJ: CPAD, 2001).

Eu me alimento das mãos de Deus

Classificação dos Dons Espirituais

O Apóstolo Paulo é o único na bíblia a fazer uma lista dos dons espirituais classificando-os em nove, quando escreveu a igreja de Corinto (I Co 12). Então podemos dividi-los em três grupos de três, que são:

1º grupo – Dons de saber.

(Palavra da sabedoria, palavra da ciência e discernimento de espírito).

2º grupo – Dons de poder.

(Fé, dons de curar e operação de maravilhas).

3º grupo – Dons  verbais.

(Dom de profecia, Dom de línguas e Dom de interpretação de línguas).

Dons de Saber ou Inspiração

Esses dons são de grande necessidade na casa do Senhor em nossos dias. Com eles a igreja saberá conduzir-se pela palavra de Deus, e dificilmente será enganada por qualquer manifestação estranha ou antibíblica. É bom lembrar, que esses dons são conhecidos também como “dons de revelação”, pois através dos quais, Deus revela o que está no oculto e até no íntimo das pessoas.

OBS:   

Dons classificados também como “dons de sabedoria”, são ainda conteúdo que será estudado na lição 6 que está por vir. Porém, achamos por bem, argumentarmos já nesta lição da importância desses dons, pois pra estudo futuro ficará mais completo.

1 – Palavra da sabedoria ou conhecimento

É o dom que ocupa um lugar importante entre os demais. O saber do Espírito é sobrenatural, pois não se adquire através de conhecimento humano; é uma concessão do Espírito Santo. Capacita-nos a perceber, falar, e agir em circunstância tais, que os elementos naturais tornam-se inúteis. É algo especial que o pensamento humano, por si só, não descobre, pois é a revelação da mente de Deus aos que pregam, ensinam e administram as igrejas. Torna o cristão apto a conhecer os fatos passados e até futuros, e não se constitui em adivinhação condenada por Deus.

Na realidade, é ter a mente de Cristo (I Co 2:16). Temos  exemplos na bíblia de alguns personagens que experimentaram essa graça – (José) “acharíamos um varão como este, em que haja o espírito de Deus… ninguém há tão entendido como tu (Gn 41:38,39). ( Moisés e Arão) “vai pois agora, e eu serei com a tua boca, e te ensinarei o que hás de falar… e eu serei com a tua boca, ensinando-vos o que haveis de fazer” (Êx 4:12-15). (Josué) “e Josué, filho de Num, foi cheio do Espírito de sabedoria” (Dt 34:9). (Salomão) “havia nele a sabedoria de Deus… e Deus deu a Salomão sabedoria e muitíssimo entendimento… como a areia que está na praia” (Rs 3:8; 4:29,30).

2 – Palavra da ciência

Capacidade sobrenatural que propicia uma visão além da esfera material. É a penetração na ciência de Deus (Ef 3:3). Este dom também  está muito ligado ao da “palavra da sabedoria” acima supracitado. Mas, apesar de sua vinculação, os dois relacionam-se com o discernimento e o entendimento espiritual, necessários á edificação da igreja. Paulo declara: “enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus – Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência de Deus” (Cl 2:2,3). Emana de Deus tudo que Ele deseja que saibamos e conheçamos.

Por sua onisciência, o Espírito revela coisas ocultas, sempre em benefício do seu povo. A revelação entre a “sabedoria” e a “ciência” é muito íntima, porém diferenciar dizendo que a sabedoria é a habilidade de se aplicar bem a ciência; e a ciência é a base para sabedoria. A sabedoria ajuda-nos a sair das dificuldades; a ciência adverte-nos para que não entremos nelas. A sabedoria é o conhecimento em ação; a ciência, o conhecimento em si mesmo. Segundo o que diz o Apóstolo Paulo, a duas devem andar juntas (Ef 1:17-19). Temos alguns exemplos no Antigo Testamento, embora de forma temporária, de algumas pessoas que  desfrutaram desses dons: (Bezaliel) “e o enchi do Espírito de Deus… e de ciência, em todo o artifício (Êx 31:3). (Jovens Hebreus) “sábios em ciência, e entendidos no conhecimento” (Dn 1:4). (Hirão) “ o temor do Senhor é o princípio da ciência” (I Rs 7:14; Pv 1:7).Etc.

3 – Discernimento de espíritos

Capacidade sobrenatural concedida pelo Espírito Santo de se distinguir as várias fontes das manifestações espirituais. Vivemos em um mundo onde existem imitações, enganos e o que não falta é falsificadores de todo o tipo. Vivemos na era do “parece, mas não é” (At 5:1-11; I Tm 4:1-4; II Ts 2:9; Ap 2:2). É através desse dom que podemos discernir tais coisas, e ver se realmente as mesmas procedem de Deus. Trata-se de uma percepção sobrenatural, pela qual detectamos a procedência das manifestações espirituais.

Na verdade, é um dom de Deus, apropriado para uma ocasião específica, sem o qual a igreja seria presa fácil de falsos mestres, ensinadores de heresias e de manifestações antibíblicas. Temos alguns exemplos de pessoas usados por esse dom na bíblia: Eliseu e seu servo Geazi (II Rs 5:20-27). Aías – “..e emtrando ela pela porta, disse ele: entra, mulher de Jeroboão, porque te disfarças assim?” (I Rs 14:1,2,4,6). O outro é o de Ananias e Safira (At 5:1-11). Paulo, no caso de Elimas o encantador (At 13:6-12), e da jovem possessa de demônios (At 16:17,18).

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Dons de Poder

Da mesma forma que os outros já mencionados, os dons de poder são capacidades sobrenaturais concedidas pelo Senhor á sua igreja para que esta haja na proclamação do evangelho. São chamados também de “dons de ação”, pois operam na área física, material. Sabemos que esse grupo de dons, são sinais de maravilhas realizado pelo Senhor da igreja com  propósitos específicos que fogem á compreensão humana.

OBS:    Dons de poder são ainda conteúdo que será estudado na lição 7 que está por vir. Porém, achamos por bem, argumentarmos já nesta lição da importância desses dons, pois pra estudo futuro ficará mais completo.

1 – O dom da Fé

Fé no grego: “pistis”, que significa confiar em alguém ou em algo. Há, pelo menos, quatro  tipos de fé: natural, salvadora, fé como fruto do Espírito e a fé extraordinária que é o dom da fé . (Fé natural). Leva a pessoa a acreditar em qualquer coisa examinada á luz da razão. É chamada de a fé intelectual ou lógica. Por exemplo: a pessoa acredita que o remédio prescrito pelo médico vai curá-lo, que o piloto do avião, em que se encontra, vai conduzi-lo bem. Outros até chegam a crê em um Ser Supremo através da natureza. Mas este tipo de fé serve apenas para as relações terrenas entre os homens (Tg 2:19; Jo 20:29). (Fé salvadora). É através dessa fé que passamos a crer no Senhor para a nossa salvação; é definida como um dom de Deus (Ef 2:8).

Ao ouvir a palavra, o coração do homem é despertado por ela (At 16:14; Rm 10:17), abrindo-se lhe a porta da salvação. Depois que o pecador passa a crer em Jesus, ele é levado a obedecer a fé (Rm 16:26); e, dessa forma, é purificado e salvo por essa fé (At 15:9; Ef 2:8; Rm 10:9,10).  (Fé como fruto do Espírito). Tem o sentido de fidelidade, lealdade. Ela procede de Deus e torna o cristão capaz de manter-se fiel ao Senhor em quaisquer circunstâncias. O Criador produz em nós a sua fidelidade (Lm 3:22,23; Sl 36:5; 89:1,2,5,24,33; 92:2). O interessante é que o cristão descobre, pela experiência, essa qualidade do Espírito, quando é desafiado á infidelidade.

(Fé como um dom). Essa por sua vez capacita o crente a confiar em Deus de modo sobrenatural. É uma fé especial, diferente de qualquer outro tipo de fé; manifesta-se apenas em ocasiões especiais. É por intermédio da fé que o crente recebe de Deus o poder de operar sinais e prodígios.

2 – O Dom de operação de milagres ou maravilhas

Existem três termos gregos identificados com o “dom de milagres” que são: “Dunamis”, que significa poder, sem o qual não haveria milagres; “Teras”, cujo significado é maravilhas, e corresponde ao que é assombroso e admirável; “Semeion”, que quer dizer sinais. Portanto, “maravilhas e sinais” estão na mesma dimensão de milagres. O Apóstolo Pedro, em seu primeiro discurso no dia de pentecostes, disse: “Varões Israelitas, escutais estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis” (At 2:22).  

Segundo Harold Horton, milagre é uma intervenção sobrenatural no curso comum da natureza segundo o que conhecemos… é um  ato soberano de Deus, independente de leis ou sistemas… Temos alguns exemplos de milagres ou maravilhas na bíblia: A abertura do mar vermelho (Êx 14:13-22). O toque da vara de Moisés na rocha de Horebe (Êx 17:5-7). O dia longo de Josué (Js 10:12-14). A ressurreição da filha de Jairo; o filho da viúva de Naim; a ressurreição de Lázaro; a multiplicação de pães; a tempestade acalmada por Jesus; a ressurreição de Dorcas; Pedro, ao andar sobre as águas, e etc. Na verdade, estes sinais foram às credenciais que provam o poder de Deus na vida do seu povo (At 19:11,12).

3 – Dons de curar

Dentre os dons de poder, a cura estabelece a continuidade do ministério terreno de Jesus. Ele sarou a muitos e ordenou a seus discípulos: “curai os enfermos (Mt 10:8). Nos primórdios da igreja, esta experiência era constante no ministério dos discípulos. O Espírito Santo concedeu-lhes os dons espirituais, que confirmaram e fortaleceram a vida cristã. Se observarmos bem e com cuidado, vamos notar que o texto de I Co 12:9 se refere a “dons de curar”. Os termos gregos para dons e curar são “charismata” e Iamaton”.

Por isso, a expressão bíblica é “dons de curar”. Por está no plural, não deixa dúvidas de que se trata de “dons especiais para casos específicos”. O Apóstolo Tiago afirma: “Está alguém entre vós doente? Chame os Presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará, e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5:14,15). Entendemos, aqui, que a fé opera aliada ao caso específico de uma cura daquela enfermidade. No Antigo Testamento Deus se apresenta como o Jeová Rafá (Êx 15:26), no hebraico quer dizer: “Eu sou o Senhor que te sara”.

Dons Verbais

1 – Dom de Profecia

No grego o termo é “Propheteuein”, que literalmente significa: “falar em nome de alguém, em favor de outrem”. O profeta prediz o que Deus realizará. Em outras palavras o dom de profecia é a habilidade sobrenatural de se transmitir a mensagem de Deus através da inspiração do Espírito Santo (I Co 14:30; I Pe 1:21). No âmbito do Novo Testamento, a profecia oriunda desse dom pode ser definida como uma mensagem momentânea e sobrenatural, cuja função precípua é a edificação da igreja (I Co 14:4).

a) No Antigo Testamento

  –  Naquela época, a profecia tinha um caráter diferente. Os profetas eram intermediários entre  Deus e o povo. Eles tanto recebiam as mensagens de Deus para o povo (I Sm 3:20; 8:22), como também levavam a Deus os desejos do povo (I Sm 8:21; 9:6,9; 18:20). Estes tipos de profecia, ou de profetas, duraram até João Btista (Lc 16:16).

b) No Novo Testamento

     Nesta dispensação, o profeta deixou de ser um mediador como era no Antigo Testamento. Hoje, por conseguinte, ninguém precisa, ou deve consultar profetas, visto que agora só existe um mediador, que Jesus (I Tm 2:5), pelo qual temos acesso a Deus (Ef 2:13); Hb 10:19-22). ALELUIA!  Agora sim, devemos consultar a Deus sem nenhum intermediário, acerca de tudo o que precisamos, através de sua palavra escrita (Gl 6:16), sempre em oração (Fp 4:6).

c) Na Igreja Primitiva

O batismo no Espírito Santo, no dia de Pentecostes (At 2:1-4), propiciou o recebimento dos dons espirituais, onde o dom de profecia ocupou importante lugar (I Co 14:1,39). Alguns o receberam logo após o batismo no Espírito Santo, como foi o caso dos crentes em Éfeso que “falavam línguas e profetizavam” (At 19:6). Outros já receberam muito depois como as filhas de Felipe (At 21:9).

A igreja de Corintos possuía todos os dons espirituais (I Co 1:7), e grande parte dos seus membros profetizavam (I Co 14:31), razão pela qual Paulo escreveu-lhes, indicando normas corretas sobre o uso do dom de profecia (I Co 14:26-32). Oremos ao Senhor para que esse dom também venha sempre fazer parte dos cultos que prestamos a Deus e que a ignorância, formalismo, receio de que haja meninice e a chamada substituição, quando o tempo do culto é ocupado por coisas supérfluas, não venha tirar a liberdade do Espírito Santo operar.

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2 – Dom de Línguas

Falar noutras línguas é uma das manifestações do Espírito Santo. Ou seja: é uma expressão vocal, ou alocução, sobrenatural. As línguas podem ser humanas, ou desconhecidas (I Co 13:1). É um fenômeno através do qual o Espírito Santo conduz o crente a falar uma, ou mais línguas, de forma miraculosa. Quando nos deparamos com a realidade profética, entendemos que o dom de línguas não se encontra em qualquer parte do Antigo Testamento.

a) No campo Profético

Mas sua realidade profética está bem clara em Isaías 28:11 e 12: “pelo que por lábios estranhos e por outra língua, falará a este povo. Ao qual disse: Este é o descanso, daí descanso ao cansado; e este é o refrigério”. Observa-se que na profecia de Joel 2:28,29, também está implícito o falar em línguas, pois foi citada por Pedro em seu sermão no dia de pentecostes (At 2:14-17). Pelo mesmo motivo, podemos afirmar que o falar em línguas também está inferido nas promessas que Deus fez através de Isaías (Is 44:3,4; 59:21), (Zc 12:10) e João Batista (Mt 3:11).

b) No campo Histórico

Sabemos, é claro, que o real cumprimento dessa promessa gloriosa do “falar em línguas” começou no dia de pentecostes (At 2:1-4). O testemunho da história nos mostra que o falar em línguas não sofreu interrupção de forma alguma, desde a época Apostólica até os nossos dias. Agostinho, um dos grandes líderes da igreja (século IV), escreveu: “E de se esperar que os novos convertidos falem em novas línguas”. Já Irineu por sua vez, ele que foi discípulo de Justino, discípulo de João, testemunhou: “temos em nossas igrejas irmãos que possuem dons proféticos e, pelo Espírito Santo, falam toda a classe de idiomas”.

A história da igreja Alemã registra: “O Doutor Martinho Lutero foi um profeta, evangelista, falador de línguas e intérprete; tudo em uma só pessoa; dotado de todos os dons do Espírito”. Necessariamente o Apóstolo Paulo quando fala a igreja de Corinto (I Co 14:28,29), está ele se referindo justamente ao dom de língua que precisa no uso desse dom, haver disciplina quanto ao tom de voz, calar-se quando Deus estiver usando outra pessoa e com limitações para não haver abuso de mensagens proféticas em um só culto, sendo que a igreja tem o direito de ouvir a mensagem profética e julgá-la (I Co 14:29).

3 – Interpretação de línguas

Não se trata de uma tradução literal, mas da interpretação dos pensamentos de Deus, transmitidos em “línguas desconhecidas”. É um dom de caráter congregacional. Observa-se que o dom de interpretação de línguas depende do dom de línguas. Não podemos no esquecer que mesmo havendo interpretação das línguas faladas, deve haver também o julgamento á luz da palavra de Deus sendo o mesmo critério quanto ao dom anterior, ou seja, de línguas. O certo é, que, qualquer palavra ou ordem que contrarie o ensino geral das Escrituras não deve ter aceitação, por isso que o critério para tal julgamento deve ser muito cuidadoso ( II Tm 3:16,17).

Outros Dons

1- Temos aqui alguns tipos de dons

a) Dom do Espírito Santo

(At 2:38). Refere-se ao batismo com o Espírito Santo. Veja que este está no singular.

b) Dom de Deus

(Jo 4:10; I Co 12:6). É a maior dádiva de Deus, o Messias, para a salvação da humanidade (Jo 3:16; Ef 2:8; Rm 6:23). Jesus é o “dom inefável de Deus” (II Co 9:14,15).

c) Dons de Cristo

(I Co 12:5; Ef 4:11-13). São dons ministeriais concedidos á igreja, para a sua edificação e seu fortalecimento. São eles: Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Doutores.

d) Dons do Espírito

(I Co 12:7-11). Destacam-se nove, conforme achamos por bem de destacarmos acima, cada um nas suas respectivas classes, dos quais seis deles está relacionado a sabedoria Divina enquanto três ao poder de Deus. Observe que a palavra se encontra no plural “dons”, para diferenciar do singular “dom”.

  • Dons espirituais de ministérios práticos

(Rm 12:6-8; I Co 12:28-30). São administrações de servoços práticos que, pela sua natureza, residem no portador.

a) Ministério

(Rm 12:7). É ser capacitado sobrenaturalmente pelo Espírito Santo. Ministração, prestar serviço material e espiritual sem esperar reconhecimento ou remuneração.

b) Ensinar

(Rm 12:7). É o dom espiritual de ensinar, tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer e a entender. Não confundir com ministério de ensino de Efésios 4:11 e Atos 13:1. Esse dom é o único que Paulo recomenda “dedicação” para o seu exercício.

c) Exortar

       (Rm 12:8). Exortar aqui, é como dom: ajudar, assistir, encorajar, animar, consolar, unir pessoas separadas, admoestar.

d) repartir

     (Rm 12:8). O sentido é doar generosamente, oferecer; distribuir aos necessitados sem esperar recompensa ou reconhecimento, movido pelo Espírito. Este dom ocupa-se da benevolência, beneficência, humanitarismo, filantropia, altruísmo.

e) Presidir

(Rm 12:8). É conduzir, dirigir, organizar, liderar, orientar com segurança, conhecimento e discernimento espiritual.

f) Exercitar misericórdia

(Rm 12:8) Este dom se refere a assistência aos que sofrem constantemente, necessitados, carentes; fracos, enfermos, presos, visitação, compaixão.

g) Socorros

(I Co 12:28). Literalmente “achegar-se para socorrer”. É o caso de enfermos, axaustos, famintos, órfãos, viúvas, etc.

h) Governos

(I Co 12:28). É um dom plural no seu exercício. É dirigir, guiar e conduzir com segurança e destreza. O termo original sugere pilotar uma embarcação com segurança, destreza e responsabilidade.

Conclusão

Portanto, chegamos a conclusão que os dons do Espírito Santo são os meios pelos quais os membros do corpo de Cristo são habilitados e equipados para a realização da obra de Deus. Sem os dons do Espírito Santo, ao invés de a igreja ser um organismo vivo e poderoso, seria apenas mais uma organização humana e religiosa.

É como já disse o saudoso Pr. Valdir Bícego sobre esse assunto: “A obra de Deus não progride com sabedoria e os recursos humanos (Zc 4:6). Sem a atuação dos dons, a igreja só consegue trabalhar á noite (Lc 55:50, e não de dia; o seu machado fica sem corte, ou sem o ferro para cortar (II Rs 6:5). Porém, com o poder do Espírito Santo, a igreja passa a mover-se no poder do Espírito (II Pe 1:21), e realizará a obra a ela confiada”.  

Busquemos os dons Espirituais, Deus a tem colocado á nossa disposição, pois a sua palavra nos garante isso, quando Pedro no seu discurso disse que o profeta Joel foi usado por Deus para profetizar que: “nos últimos dias, diz o Senhor, derramarei do meu Espírito sobre toda a carne…” (At 2:17). ALELUIA!

Bibliografia

Bíblia Plenitude (ARC).

Bíblia Aplicação Pessoal (ARC).

Lições Dominicais 1º trimestre – 1994 –

Lições Dominicais 1º Trimestre – 1998 – Valdir Nunes Bícego.

Lições Dominicais 3º Trimestre – 2006 – Antonio Gilberto.

Lições Dominicais 1º Trimestre – 2004 – Eurico Bergstén.

SOUZA, Estevam A. de. Títulos & dons do ministério cristão. RJ: CPAD, 1993.

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