A sutileza da Relativização da Bíblia

A sutileza da Relativização da Bíblia
Livros Históricos

A Sutileza da relativização da Bíblia

Os falsos ensinos e o relativismo do movimento filosófico pós-modernista ensejam um ambiente extremamente propício para o avanço da teologia liberal, com suas muitas ramificações e tendências, cujo alvo principal é a perversão da santa evangélica. No Salmo 11.3, a palavra de Deus para Davi, assim se expressa: “Na verdade que já os fundamentos se transtornam: que pode fazer o justo?”.

Nesses dias de ataques constantes à Palavra da Verdade (Ef 1.13; Cl 1.5; 2Tm 2.15; Tg 1.18), mais e mais os nossos apologistas cristãos e defensores da fé, tais quais nos primeiros séculos da história da Igreja, devem levantar com ousadia suas vozes para reafirmar os postulados da nossa santíssima fé em Cristo, seguindo o exemplo do apóstolo Paulo, que assim escreveu: “…sabendo que fui posto para defesa do evangelho” (Fp 1.16). O propósito desta lição é também a defesa do evangelho contra os néscios da atualidade que foram enganados pelo “espírito de mentira” (1Rs 22.22; 1Tm 4.1,2).

Texto Bíblico (2 Timóteo 3.14-17) 

A Teologia Liberal

Um dos inimigos da Bíblia Sagrado e seus fundamentos

Pressupostos da Teologia Liberal

A Bíblia como livro mitológico.

Para os cristãos nascidos de novo, mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 2.8; Rm 1.16), a Bíblia Sagrada é a base de sustentação da fé. Contudo, quanto à Bíblia Sagrada, os mentores da teologia liberal, que se diz cristã, a) deixam claro que ela não é a revelação de Deus ao homem; b) não reconhecem a sua inspiração divina, colocando-a no mesmo nível de qualquer outro livro religioso, e c) não admitem a fé cristã, segundo o evangelho, como o único meio de acesso ao Pai mediante a obra vicária de Cristo no Calvário.

Uma das heresias da teologia liberal é tratar a Bíblia como um livro mitológico. Eles consideram as narrativas bíblicas, inclusive a da Criação de todas as coisas, como mitos, fábulas, apenas contendo alguma verdade moral e não fatos literais, verídicos, insuspeitos e históricos. É como se fossem fruto da imaginação de alguém. As sagradas letras que Timóteo aprendeu, na sua infância, não eram mitos, mas a verdade divina, fidedigna e salvífica (2Tm 3.14,15). A fidelidade, a autenticidade, a unidade, a precisão e a inerrância da Bíblia como a Palavra de Deus são perfeitas e assombrosas. Comparar, por exemplo, Is 7.14; 9.6 com Mt 1.22,23; Lc 7.20-22.

A negação dos milagres bíblicos.

Outro pressuposto da teologia liberal é negar a autenticidade dos milagres bíblicos, como se seus promotores tivessem permissão para se intrometerem nas coisas de Deus. Quem é o homem para assim fazer? Ver Sl 104.29. Os teólogos modernistas, juntamente com seus estudantes e admiradores, rejeitam os feitos sobrenaturais de Deus por não terem fé em Deus e de Deus; negam a própria Bíblia e até o Criador. Quanto a nós, tranquila e alegremente, cremos que Deus existe e criou o Universo, com seus inumeráveis sistemas funcionando numa sintonia lógica e perfeita que nenhum homem jamais poderia conceber. Além disso, Ele sustenta o Universo criado e interfere no mesmo produzindo os eventos sobrenaturais e miraculosos descritos na Bíblia. Os milagres divinos, tal como registrados nas Escrituras, cumprem os desígnios de Deus através da história e são o testemunho eloquente e revelador de que nada acontece por acaso, evidenciando ao mesmo tempo a soberania divina como um dos infinitos atributos do Criador. Tudo obedece ao seu querer e aos seus propósitos (Sl 119.91), inclusive o universo humano (Mt 10.29,30).

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A crença no Jesus histórico.

A teologia liberal também não crê no propósito redentor e expiador da obra de Cristo concernente ao homem perdido que está vivendo no pecado, sem Deus, sem salvação. Esses tais teólogos não aceitam a realidade do nascimento virginal de Cristo, mas aceitam em parte o que chamam de Jesus histórico (como se Deus, o soberano Senhor de todos e de tudo, dependesse da opinião do homem, que por Ele foi criado e que dEle depende em tudo, como vemos em At 17). Na verdade, trata-se de uma falsa teologia, uma vez que os principais pilares das verdades bíblicas da fé cristã são retirados. Ora, como chegar a Deus sem aceitar sua revelação como está na Bíblia? Como invocá-lo sem que se aceitem todos os seus atributos, inclusive as suas intervenções sobrenaturais na história? Como crer que Ele é galardoador dos que o buscam, se não for através de Jesus como o Filho de Deus, divino em sua essência e humano (mas sem pecado) em sua miraculosa concepção física, e que se ofereceu como o único e perfeito sacrifício em favor do homem para salvá-lo? Por outro lado, se esses pilares da sã doutrina são mitos, então o apóstolo Paulo se equivocou ao lembrar a Timóteo que a sua salvação dependia da sua fé no Senhor (v.15).

OBS: ARGUMENTO HISTÓRICO-BÍBLICO

“O liberalismo teológico não é uma religião ou uma organização ideológica possuidora de templos, funcionários ou sociedade. Ele é, simplesmente, uma tendência de ajustar o Cristianismo aos conceitos da Alta Crítica da Bíblia, da ciência e das filosofias modernas. Esta tendência apresenta-se hoje sob diversos outros títulos, como modernismo, racionalismo, nova teologia etc. Os fundamentos históricos dessa tendência remontam, de acordo com a maioria dos autores, ao ano de 1753, quando Jean Astruc (1684-1766), francês incrédulo e professor de medicina em Paris, publicou anonimamente, em Bruxelas, em francês, o livro ‘Conjecturas Sobre as Memórias Originais que Parece Terem Sido Usadas por Moisés na Composição do Gênesis’.

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Nesse livro, Astruc, que foi médico do rei da Polônia e de Luís XV, da França, duvida da origem mosaica dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento e aventa a hipótese de existirem duas fontes literárias — javista e eloísta — partindo-se dos nomes usados para se referirem a Deus. Antes dessa data, muito raramente alguém ousava criticar assim a Palavra de Deus, lançando dúvidas sobre sua historicidade tradicionalmente aceita. A entrada do liberalismo no Brasil remonta ao segundo decênio deste século, quando a Imprensa Metodista editou Pontos Principais da Fé Cristã, livro que nega a doutrina da expiação. As primeiras vítimas da teologia liberal em nossa pátria, segundo o falecido reverendo Raphael Camacho, apareceram por volta de 1930; na Faculdade Evangélica de Teologia, no Rio de Janeiro. Muitos livros adotados nesse estabelecimento de ensino religioso eram modernistas, como também eram quase todos os professores (…)” (ALMEIDA, Abraão de. Teologia Contemporânea. RJ: CPAD, 2002, pp.111,123).

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A defesa da Teologia Ortodoxa

O desenvolvimento da teologia liberal.

As ideias, deduções e princípios teológicos liberais, humanistas e corrompidos tiveram seu início na primeira parte do século XIX. Possuíam como objetivo a racionalização da fé sob a influência do movimento filosófico e igualmente humanista denominado iluminismo. Foi uma tentativa de adaptar a fé cristã às correntes do pensamento moderno à parte de Deus. Mas a verdadeira teologia bíblica proveniente da doutrina do Senhor não perdeu o seu espaço. Ao contrário, ela continua firme e crescente através do empenho de homens comprometidos com Deus e com a defesa da fé mediante a exposição correta e ungida das Escrituras. Ainda há, em nossos dias, cristãos que, graças a Deus, procedem como a mãe e a avó de Timóteo, inculcando nos mais jovens os verdadeiros fundamentos da fé cristã (vv.14,15; 2Tm 1.3-5), os quais, por sua vez, só podem ser compreendidos mediante o correto conhecimento e observância da Bíblia.

A inspiração e a inerrância da Bíblia.

Assim, ao contrário da teologia liberal, reafirmamos como verdade teológica a inspiração divina e completa da Bíblia (2Tm 3.16; 2Pe 1.21). Ela foi produzida pela vontade expressa de Deus para tornar-se conhecida entre os homens e encerra em si mesma toda a autoridade como revelação divina. Apesar de ter sido escrita ao longo de 1600 anos, por cerca de 40 escritores, muitos dos quais não se conheceram e viveram em épocas distantes entre si, nenhum outro livro é capaz de comparar-se à Bíblia em autoridade, coerência, harmonia, unidade e atualidade. Só há uma explicação para isso: o “sopro” de Deus — a inspiração única e especial — na mente de seus escritores através da atuação poderosa do Espírito Santo.

Reafirmamos também a inerrância da Bíblia Sagrada. Ela não contém erros, nem qualquer contradição. As verdades do Antigo Testamento se completam no Novo Testamento e os possíveis pontos obscuros ou não bem compreendidos, como escreveu Antônio Gilberto em seu Manual da Escola Dominical, publicado pela CPAD, podem ser fruto de má tradução, má compreensão, interpretação equivocada ou falta de conhecimento. Convém ressaltar, inclusive, que na Bíblia não há lugar para interpretações particulares, distintas, como deixou claro o apóstolo Pedro (v.20). Se alguma interpretação pessoal estiver destoando do pensamento geral da ortodoxia bíblica, o leitor deve seguir a recomendação de um grande erudito bíblico: acenda a luz de advertência — você pode estar errado; jamais o Espírito Santo. Ver 1Co 2.4-16.

OBS: ARGUMENTO TEOLOLÓGICO – APEGO À BÍBLIA COMO ANTÍDOTO

“Em 2003, o projeto genoma humano identificou, pela primeira vez, aproximadamente 20 a 25 mil genes no DNA humano. Do ponto de vista biológico, os genes determinam as características particulares de cada organismo. Deus é um grande engenheiro pelo fato de nos ter criado de tal modo! Nossos genes determinam como vamos evoluir ou, em alguns casos, decair conforme o andamento da nossa vida. A cor dos nossos olhos, nossa altura e até mesmo a propensão para certas doenças são exemplos de como somos tecidos nos detalhes celulares, no que diz respeito ao aspecto físico. Por analogia, as igrejas também têm uma ‘constituição genética’ – crenças, princípios e compromissos que costumam direcionar e determinar sua existência espiritual, sua dinâmica como comunidade e, finalmente, seus impactos sobre o mundo. A questão de que a igreja tem a Escritura na medula óssea pode parecer irracional, mas nem sempre é o caso. Na América do Norte temos vivido uma ‘doença genética’ na igreja, manifestada por uma preocupante expansão rápida de um analfabetismo bíblico” (GUTHRIE, George. Lendo a Bíblia Para a Vida: Seu Guia para Entender e Viver a Palavra de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.267).

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O papel dos apologistas cristãos.

Aqui entra um ponto extremamente vital para a defesa da fé: os apologistas cristãos. Foram eles que, nos primeiros séculos da história da Igreja, através de formulações teológicas devidamente procedentes e fundamentadas, preservaram intactos os ensinos apostólicos diante das heresias que surgiram no cenário dos primeiros séculos do Cristianismo, e compendiaram e documentaram a chamada ortodoxia bíblica. É bíblico fazer a defesa da fé. Paulo assim se posicionou (Fp 1.16) e o apóstolo Pedro recomendou preparo para explicar as razões de nossa esperança cristã (1Pe 3.13-15). Ler também Jd vv. 3,4; 2Tm 4.7b. Não é diferente nos dias atuais. Diante de tantas correntes de pensamento humano e diabólico, em meio à proliferação de tantas heresias e, sobretudo, tendo em vista a teologia liberal, é a hora e a vez de os apologistas cristãos assumirem com mais ousadia seu papel de preservar intacta a doutrina bíblica tal qual recebemos da Igreja Apostólica, e mostrar as razões pelas quais vale a pena crer em toda a Bíblia como a Palavra de Deus.

OBS: ARGUMENTO APOLOGÉTICO – A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS – Jesus também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus mínimos detalhes (Mt 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19,30,31; 7.16; 8.26). Ele falou da revelação divina ainda futura (i.e., a verdade revelada do NT), da parte do Espírito Santo através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17; 15.26,27). Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto, é desprezar o testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mt 5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.25-27,44,45; Jo 10.35), do Espírito Santo (Jo 15.26; 16.13; 1 Co 2.12,13;  1 Tm 4.1) e dos apóstolos (3.16; 2 Pe 1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina. Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu Espírito, Deus, sem violar a personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16; 2 Pe 1.20,21; ver 1 Co 2.12,13)” (Bíblica de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1882).

Conclusão

Contudo, cabe seguir a orientação do apóstolo Paulo (2Tm 2.25,26) para que possamos instruir com mansidão aos resistentes, a fim de conhecerem a verdade, tornarem a despertar e a desprenderem-se dos laços do Diabo, o qual deturpa as Escrituras para tentar aprisionar o homem (Mt 4.1-11).

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