As promessas de Deus para Israel

As promessas de Deus para Israel

As promessas de Deus para Israel

Embora sejamos abençoados pelo fato de a nação judaica ter desempenhado papel proeminente na história da salvação (Jo 4.19-24), não é biblicamente correto tomar promessas específicas de Deus para Israel, muitas das quais terão cumprimento futuro, e aplicá-las à Igreja ou vice versa. 

Eu me alimento das mãos de Deus

Isso ocasiona sérios desvios doutrinários. Ler At 3.25; Gl 3.14-18; Hb 6.12-15; 7.6. O cumprimento das promessas de Deus na história bíblica dá-nos a certeza de que Ele também cumprirá suas promessas para conosco.

I – TEXTO BÍBLICO

Gn 12:3

1 – Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.

2 – E iar-te-ei uma grande nação, e abençoar-te- ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.

3 – E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Romanos 9

1 – Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo):

2 – tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.

3 – Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;

4 – que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas;

Eu me alimento das mãos de Deus

5 – dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!

I – PROMESSAS PROFÉTICAS E ESCATOLÓGICAS DE DEUS PARA  ISRAEL

O sinal de Israel é revelado à Igreja pelo seu esplêndido florescimento na Terra que Deus lhe prometera — a figueira brotando — , e pela sua influência na marcha dos acontecimentos mundiais.

  • Predição sobre a dispersão de Israel – Lv 26.33,36,37
  • As promessas de Deus ao pai da nação israelita, Abraão – Gn 12.1,2,7; 17.8
  • Deus é fiel às suas promessas – Dt 7.9; 32.9-11; Sl 89.1
  • Predição da volta de Israel à sua terra – Jr 24.6; Ez 36.24,28 A promessa de restauração material e espiritual de Israel – Am 9.14,15; Jl 2.28-32; Ez 34.27,28; Jr 31.28
  • A restauração de Israel no “dia da angústia de Jacó” Ez 37.21-28; Jr 30.9; Ez 34.23; Os 3.5

 

ARGUMENTO TEOLÓGICO

“[…] A mensagem central do Novo Testamento é que as promessas de Deus no Antigo Testamento foram cumpridas com a vinda de Jesus Cristo. As numerosas fórmulas de citação de Mateus são evidências desse tema. Em Lucas 4.16-21, Jesus pronuncia o cumprimento da promessa de Isaías (sobre o ministério do Messias, Is 61.1-3) na sua própria vida. O livro de Atos declara especificamente que o sofrimento e ressurreição de Jesus e a vinda do Espírito Santo são o cumprimento das promessas do Antigo Testamento (At 2.29-31; 13.32-34).

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A identidade de Jesus como descendente de Davi (At 13.23) e como profeta semelhante a Moisés (At 3.21-26; Dt 18.15-18) também é considerada o cumprimento do Antigo Testamento. A visão de Paulo sobre as promessas de Deus está resumida nesta declaração: (Porque todas quantas promessas há de Deus são nele sim; e por ele o Amém, para a glória de Deus, por nós” (2Co 1.20). De acordo com Romanos 1.2,3, Paulo considera o evangelho como a mensagem que Deus antes havia prometido pelos seus profetas nas Santas Escrituras, acerca de seu Filho.

Romanos 4 descreve a de Abraão em termos da sua confiança nas promessas de Deus, o que leva à sua justiça. Apresenta-o também corno nosso modelo de fé nas promessas de Deus. A famosa expressão segundo as Escrituras em 1 Coríntios 15.3,4 é, em certo sentido, entendido por Paulo como o cumprimento das promessas de Deus a respeito da morte e ressurreição de Cristo” (LONGMAN III, Tremper. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023).

II – O PROPÓSITO DAS PROMESSAS DE DEUS

Redimir seu povo.

As promessas de Deus têm como primeiro propósito redimir plenamente o seu povo. Quando Deus ordenou a Noé que construísse a arca, visava exatamente a sua redenção; o mesmo aconteceu quando Ele intimou Abraão a deixar a sua terra. A promessa de livramento de Israel da escravidão egípcia também teve esse significado. Semelhantemente, essa verdade vale para a vida da Igreja (2 Co 1.20). Fomos redimidos do pecado e da escravidão que nos impunha o príncipe deste mundo.

Conduzir seu povo.

Outro conceito implícito nas promessas de Deus é o de direção. Como podemos observar no versículo 12 da Leitura Bíblica em Classe, o resultado da palavra que sai da boca de Deus gera paz para prosseguirmos sempre em segurança, porque essa bendita palavra nos guia e nos protege. Mediante essas promessas estamos sempre certos do que o Senhor espera de nós; abrigados sob essa garantia não nos desviamos nem para a direita nem para a esquerda. Sabemos o que queremos e aonde chegaremos. Ler Sl 22.4,5; 25.3; 62.5-8; Fp 1.20.

Abençoar seu povo.

Finalmente, as promessas de Deus visam abençoar seu povo, não com a expectativa errada da teologia da prosperidade, que põe as riquezas como um fim e faz com que a vida cristã gire ao redor disso como se fosse a conquista suprema da vida. Tudo quanto recebemos de Deus, seja a faia em lugar do espinheiro, seja a murta em lugar da sarça (v.13), não é para o nosso deleite carnal e sim para a sua excelsa e eterna glória. As promessas apontam, assim, para Deus, o nosso Bem supremo, que nos garante uma segura caminhada até nossa entrada nas mansões celestiais (2 Tm 4.18).

III – O FUTURO DE ISRAEL

A história de Israel começa com uma promessa divina a Abraão, registrada em Gênesis 12:2-3: “E farei de ti uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção […] e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Essa promessa estabelece as bases para a futura nação de Israel e seu papel na história da salvação.

Eu me alimento das mãos de Deus

Em resumo, a história de Israel na Bíblia é uma história de promessas, alianças, bênçãos e disciplina. Ela desempenha um papel crucial na compreensão da fé judaico-cristã e no plano redentor de Deus para a humanidade. A história de Israel também nos lembra da fidelidade de Deus às Suas promessas e Sua capacidade de trazer restauração e redenção.

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Como cristãos, é importante respeitar e orar por Israel, reconhecendo sua importância no contexto da fé. A história de Israel no Antigo Testamento é repleta de desafios, triunfos e períodos de desobediência. Desde a saída do Egito, a travessia do deserto, a conquista da Terra Prometida, até o estabelecimento da monarquia com reis como Davi e Salomão, a nação de Israel passou por muitas reviravoltas.

Os profetas desempenharam um papel vital na história de Israel, comunicando as palavras de Deus e prevendo eventos futuros. Suas profecias incluem a vinda do Messias, o papel redentor de Israel e a restauração da nação. Profetas como Isaías, Jeremias e Ezequiel descreveram a futura glória de Israel.

A Bíblia profetiza um papel significativo para Israel no final dos tempos. Ela será o cenário de eventos importantes que culminarão na segunda vinda de Cristo. A restauração de Israel e o cumprimento das promessas divinas são parte do plano de Deus para o futuro. Hoje, Israel é uma nação no cenário mundial, com uma história rica e complexa. É importante orar pela paz em Israel e pelo povo judeu. O relacionamento entre a igreja e Israel também é de grande relevância, à medida que compartilhamos o amor de Cristo com o mundo.

IV – ISRAEL, O RELÓGIO DAS PROMESSAS ESCATOLÓGICAS DE DEUS

1 –  Eixo central do programa Escatológico Divino

– A história do plano divino em relação à humanidade tem seu eixo central na existência do povo de Israel e é justamente no estado de peregrinação de Israel, desde a sua formação, que as promessas de Deus para esta nação são uma a uma cabalmente sendo cumprida por aquele que o prometeu. Vejamos uma síntese histórica de algumas promessas escatológica para com Israel.

Israel é, sem dúvida, o relógio pelo qual podemos acompanhar todos os eventos históricos e escatológicos do mundo. Jesus apontou-nos esse sinal de Sua vinda no sermão profético registrado em Lc 21.27-30: “E, então, verão o Filho do Homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando essas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima.

E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira e para todas as árvores. Quando já começam a brotar, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão”. Encontramos respaldo para crer na Palavra de Deus através das profecias bíblicas cumpridas e, a se cumprirem, nos fatos da vida de Israel.

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2 –  Dispersão e regresso.

Tanto as profecias sobre a dispersão do povo de Israel entre as nações quanto as referentes ao retomo à sua terra, têm tido o fiel cumprimento (Gn 12.1,2,7; Dt 32.9-11; Lv 26.33,36,37; Jr 24.6; Ez 36.24,28).

3 – A reunião progressiva de Israel em sua terra.

Há duas importantes reuniões de Israel na sua terra que mostram a veracidade da profecia bíblica. A primeira diz respeito ao sentimento de volta ao lar que tiveram todos os israelitas dispersos pelas nações. Esse sentimento se tornou forte com o movimento sionista iniciado em 1897 por Teodoro Herzl. Pouco a pouco, sistemática e continuamente, o povo começou a voltar. Não era um simples sentimento de um homem ou de um povo e, sim, um impulso do Espírito de Deus na mente e no coração de cada judeu disperso, em cumprimento da Palavra de Deus (Jr 24.6; Ez 36.24,28).

4 –  A segunda reunião de Israel.

Esta reunião acontecerá no futuro próximo por ocasião da “angústia de Jacó”, conhecida como a Grande Tribulação (Ap 16.12-21). Esse evento escatológico será terrível e indescritível para o povo de Israel. Ele estará mobilizado para a grande batalha do Armagedom. Os reis da terra, isto é, os governantes do mundo todo estarão reunidos com seus exércitos e armas destrutivas para o maior combate já registrado na história mundial. Talvez seja esta a terceira guerra mundial. Será no clímax dessa batalha que Jesus, o Messias, anteriormente rejeitado pelos israelitas, virá e destruirá os inimigos do seu povo, e implantará o Seu reino milenial (Ap 19.11-21).

A profecia de Ezequiel 37.1-11 trata da restauração nacional, moral e espiritual de Israel. Alguns aspectos dessa profecia já tiveram o seu cumprimento e outros estão se cumprindo. Porém, o cumprimento cabal só acontecerá no período da Grande Tribulação e com a intervenção de Cristo, o Messias, em Jerusalém. Nesse período, a Igreja não estará na Terra, porque foi antes arrebatada para estar com o Senhor.

CONCLUSÃO

Na longa peregrinação da fé da nação Israelita ou a caminhada  cristã, as promessas divinas semelham-se ao oásis verdejante e de águas correntes que renova, refrigera e dá alento ao crente cansado. O cumprimento das promessas de Deus na história bíblica dá-nos a certeza de que Ele também cumprirá suas promessas para conosco.

Todo cristão que tem sua alma crestada pelo intenso calor das vicissitudes, encontra, nas promessas divinas, sombra e refrigério contra o estio intempestivo. É ali, à sombra do Altíssimo, que o viajante renova as forças de seu ânimo abatido (Sl 91.1).

É o refúgio secreto daqueles que amam o Senhor e confiam incondicionalmente em suas santas, fiéis e preciosas promessas (Sl 90.2). É a morada cercada pelos jardins da bondade e engastada nas fontes da misericórdia; o lar dos incansáveis e triunfantes peregrinos (Sl 23.6). “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração” (Sl 90.1).

 

– Bibliografia

– Bíblia de Estudo Gesiel Gomes

– Bíblia Cronológica

– Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa

– Apontamentos Teológicos do autor

– – Lição 1: O caráter das promessas de Deus – 4º Trimestre de 2007 – Data: 07 de Outubro de 2007 – CPAD. Geremias do Couto.

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