Perseverando na Fé

Perseverando na Fé

Perseverando na Fé

Quando o cristão estaciona na e não se aprofunda no conhecimento das coisas de Deus, corre o risco de ser levado por ventos de doutrinas (Ef 4.14) e apostatar, vindo a perder-se eternamente por não se arrepender.

Texto Bíblico (2 Timóteo 4.6-8)

Perseverança e Fé

1 – Perseverar

Eu me alimento das mãos de Deus

“[Do gr. hupomonê; do lat. perseverantia]. Constância, tenacidade. Capacitação que o crente recebe, através do Espírito Santo, para permanecer fiel até a vinda de Cristo Jesus.

No grego, o termo serve para ilustrar a coragem demonstrada pelo soldado em plena batalha. Perseverança é a virtude varonil que só o filho de Deus pode ter” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 13.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 298).

O tema da perseverança é um dos assuntos que causa polêmica no meio evangélico. De um lado, os que creem que o crente não perde a sua salvação; do outro, os que creem que é possível sim o crente apostar-se da fé.

Aqui, é importante ressaltar que não se deve confundir “apostasia” com o “pecado ou desvio acidental”. Neste último caso a pessoa pode, à luz da parábola do Filho Pródigo, fazer o caminho de volta; naquele, o coração é endurecido pelo engano do pecado, a pessoa se mostra com uma dura cerviz, assim, a Palavra de Deus mostra que esse caminho não tem volta (Hb 3.13; 10.26,27).

2 – A Perseverança na fé e a possibilidade de voltar a atrás

De acordo com a Palavra de Deus, perseverança remonta a ação contínua do Espírito Santo na vida do crente. A ideia é de que dia a dia o Espírito Santo nos ajuda a combater os nossos adversários espirituais e carnais (Rm 8.1).

Logo, perseverança não significa que ao proclamar a fé em Cristo já temos a segurança eterna, mas que dependemos cotidianamente do Espírito.

A possibilidade de a apostasia acontecer deve ser levada a sério de acordo com a advertência do escritor de Hebreus: “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério” (Hb 6.4-6).

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Advertência

Não por acaso o Senhor Jesus advertiu: “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” (Lc 9.62). E mais: “Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem” (Jo 15.6).

Bem como disse o apóstolo dos gentios aos gálatas: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gl 5.4).

Poderíamos listar muitas outras advertências: 1Tm 1.19; 1 Tm 4.1; 2 Tm 2.12. O alerta para perseverarmos na fé é porque há sim a possibilidade de enfraquecermo-nos e apostatar-nos da fé.

De acordo com as Escrituras, a per­severança refere-se à operação contínua do Espírito Santo, mediante a qual a obra de Deus começou em nosso coração e será levada a bom termo (Fp 1.6).

Eu me alimento das mãos de Deus

Parece que ninguém, seja qual for a sua orientação teológica, é capaz de levantar objeções à semelhante declaração” (HORTON,

Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 375,376).

A perseverança do salvo.

A vida cristã não é um “mar de rosas”. Jesus afirmou aos seus discípulos que teriam aflições, no mundo, mas que tivessem bom ânimo, pois Ele venceu o mundo (cf. Jo 16.33).

Jesus nos garante a vitória, na luta pela permanência como salvos em seu nome. Mas, para chegarmos na eternidade, com Deus, é necessário que tenhamos perseverança.

O cristão enfrenta lutas e desafios constantes, a começar de parte de seus próprios familiares e conhecidos. O Senhor previu que pais e filhos não se entenderiam, e que os crentes seriam odiados por causa de seu nome (Mt 10.21,22), mas que “…aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10.22b).

Diante disso, não há base bíblica para a doutrina da predestinação absoluta, segundo a qual uns já nascem para serem salvos, e outros, desafortunados, já nascem miseravelmente predestinados à perdição.

Isso não condiz com o caráter de Deus, revelado nas Escrituras. Para ser salvo, é necessário crer em Jesus, com arrependimento, e permanecer salvo, através da santificação (cf. Hb 12.14). A santificação se manifesta através da perseverança, em obediência aos ensinos de Jesus.

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Vencendo a Apostasia

1 – Apostasia

[Gr. apostasia, um abandono ou deserção da fé]. Embora a palavra grega seja usada apenas duas vezes no Novo Testamento (At 21.21; 2 Ts 2,3), ela é encontrada na LXX várias vezes, como em Josué 22.22, para expressar a rebelião do povo de Deus, e em 2 Crónicas 29.19 em que vasos santificados no Templo foram lançados fora” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 161).

O termo apostasia vem da palavra grega apostasia, e significa o abandono consciente e público da fé que, de uma vez por todas, foi confiada aos santos (Jd v.3).

2 – A apostasia destes últimos dias visa atacar, prioritariamente, os seguintes artigos de fé:

A. A soberania de Deus (Jd v.4);

Eu me alimento das mãos de Deus

B. A divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo — verdadeiro homem e verdadeiro Deus, e único salvador e redentor da humanidade (At 4.12); e:

C. A realidade de sua vinda (2 Pe 3.1-10).

Através da apostasia, objetiva o Diabo minar a resistência da Igreja, induzindo-a a deixar de ser Reino de Deus para tornar-se uma simples organização religiosa. Como a seguir veremos, um dos primeiros sintomas da apostasia é a perda do primeiro amor.

O esfriamento do Amor Cristão

Das igrejas da Ásia Menor, a de Éfeso era a mais conservadora e ortodoxa. Estava ela tão bem alicerçada teologicamente, que era capaz, inclusive, de diferenciar entre um verdadeiro e um falso apóstolo.

Não obstante todo esse preparo doutrinário, a igreja de Éfeso estava a ponto de perder a sua primazia, por haver perdido o seu primeiro amor. Ler Ap 2.1,2.

1 – Cristo adverte a sua Igreja. Quão grave é esta advertência de Nosso Senhor:

“Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.4,5).

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Da reprimenda de Cristo, o que depreendemos? Se a ortodoxia bíblico-teológica não for acompanhada do primeiro amor, nenhuma utilidade terá.

Pois a ausência do primeiro amor acabara por lançar a Igreja nas garras do formalismo e, finalmente, da apostasia. No Sermão Profético, Jesus faz-nos outra advertência: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará” (Mt 24.12).

2 – Reavivando o primeiro amor.

Que a Igreja reavive, urgentemente, o primeiro amor, observando, de forma integral, as exigências da Grande Comissão que nos confiou o Senhor Jesus: evangelizar, fazer missões e discipular (Mt 28.19; At 1.8); mantendo o amor fraternal e devotando a Cristo a mais provada e ardente adoração. Ler Hb 13.1. Menos do que isto é inaceitável!

A apostasia desta última hora não haverá de resistir a uma igreja entranhavelmente amorosa, santificada e fundamentada na Palavra de Deus. Você ama a Cristo? Ama as almas perdidas? Ou o seu amor cristão já esfriou?

A FALTA DA PERSEVERANÇA NA  FÉ LEVA O CRENTE A APOSTASIA:

(1) O crente por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Palavra de Deus (Jo 5.44,47).

(2) Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino de Deus, o crente deixa paulatinamente de aproximar-se de Deus através de Cristo (Hb 7.19,25).

(3) Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais tolerante com ele na sua própria vida (1 Co 6.9,10).

(4) Por causa da dureza do seu coração (Hb 3.8,13) e da sua rejeição dos caminhos de Deus, não faz caso da repetida voz e repreensão do Espírito Santo (1 Ts 5.19-22).

(5) O Espírito Santo se entristece (Ef 4.30); seu fogo se extingue e seu templo é profanado (1 Co 3.16). Finalmente, Ele afasta-se daquele que antes era crente (Hb 13.14) (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, pág. 1903).

Conclusão

O perigo da apostasia é real, mas podemos também desfrutar da segurança da salvação. Não podemos procurar contradição nessas duas realidades, mas à luz do Evangelho precisamos desfrutar da dadivosa certeza da vida eterna que é muito maior que o perigo de cair da graça. Em Cristo, fomos chamados à vida eterna!

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