Ética Cristã e Suicídio

Ética Cristã e Suicídio

Ética Cristã e Suicídio

“A vida é dom de Deus concedido ao homem. O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela” (1 Sm 2.6).

O término da vida provocado pelo homem, sua abordagem pelo crente não deve basear-se em raciocínio, filosofias e justificativas puramente humanas, mas nas Escrituras respeitante ao vasto assunto da vida.

Texto Bíblico 1 Samuel 31.1-6

O Cristão e o Suicídio

O suicídio na Bíblia.

Nas Escrituras, encontramos o registro de alguns casos de suicídio. Em todos eles, vemos que seus protagonistas foram pessoas que deixaram de lado a voz do Senhor, e desobedeceram à sua Palavra:

a) O exemplo de Saul. Foi um rei fracassado, que deixou o Senhor, e foi em busca de uma médium espírita (cf. 1 Sm 28.1-19; 31.1-4; 1 Cr 10.13,14).

b) O exemplo de Aitofel. Foi um conselheiro de Absalão, orgulhoso, que se matou por ver que sua palavra fora suplantada por outro. (2 Sm 17.23).

c) O exemplo de Zinri. Um rei sem qualquer temor de Deus, que usurpou o trono por traição e matança, e que por fim se matou, quando se viu derrotado pelo exército inimigo (1 Rs 16.18,19).

d) O exemplo de Judas Iscariotes. Após trair Jesus, foi dominado por um profundo remorso, e, ao invés de pedir perdão ao Senhor, foi-se enforcar.

O caso de Sansão.

Ele caiu nos braços de uma prostituta, chamada Dalila (Jz 14.3; 16.11). Traído por ela, foi levado ao cárcere. Numa festa ao deus Dagon, foi apresentado como troféu, e fez o templo desmoronar sobre ele e seus inimigos.

Há quem cite o caso de Sansão (Jz 16.30) como exemplo de suicídio aprovado por Deus. Quem pensa assim desconhece toda a história de Sansão e sua era teocrática.

Há casos em que uma pessoa morre, sacrificando-se por outra ou por outras. Um bombeiro entra no fogo e salva várias pessoas, mas ele morre; um soldado lança-se sobre uma granada, impedindo que muitos companheiros pereçam. Isso não é suicídio. É sacrifício. Ver o caso da rainha Ester (Ef 4.11-15).

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Sugestão de uma esposa sem fé.

A mulher de Jó sugeriu, diante de seu sofrimento, que ele amaldiçoasse a Deus e morresse (se suicidasse). Ele, porém, não aceitou tal ideia, e de modo resignado, confiou integralmente no Senhor.

O posicionamento cristão.

A vida é sagrada e somente Deus pode dar e tirar a vida. Moisés pediu a Deus que tirasse a sua vida (Nm 11.15). O profeta Elias também fez o mesmo pedido (1 Rs 19.4) e da mesma forma o profeta Jonas (Jn 4.3).

Deus não atendeu a nenhum desses pedidos. Isso mostra que a vida pertence a Deus e não a nós mesmos. Deus sabe a hora em que a vida humana deve cessar, e Ele é o soberano de toda a existência.

As Sagradas Escrituras condenam o suicídio pelos seguintes motivos:

a) É assassinato de um ser feito à imagem de Deus (Gn 1.17; Êx 20.13; Jo 10.10);

b) Devemos amar a nós mesmos (Mt 22.39; Ef 5.29);

c) É falta de confiança no Deus, visto que Ele pode nos ajudar (Rm 8.38,39);

d) Devemos lançar as nossas ansiedades sobre o Senhor, e não na morte (1 Jo 1.7; 1 Pe 5.7).

O ser humano deve respeitar seu corpo como propriedade de Deus. Por isso, não compete ao homem tirar a sua vida. Ao contrário, tudo ele deverá fazer para protegê-la.

Argumento Bibliológico

1 – O suicídio de Abimeleque.

A história de Abimeleque, que viveu nos inícios do século XIII a.C, ilustra muito bem a natureza ilusória, egoísta e perversa do suicídio.

Filho bastardo de Gideão, insurge-se logo após a morte do pai. Já em Ofra, com a ajuda de uns homens levianos e maus, mata traiçoeiramente seus irmãos (Jz 9.5).

O único a escapar foi Jotão que, para denunciar o cruel assassino, profere um lindíssimo apólogo. Em seguida, Abimeleque sai a arrebanhar os israelitas, a fim de fazer-se rei daquelas terras. Não demorou muito e, agora, erguia-se como um dos maiores vilões das crônicas hebreias.

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Apesar de alguns sucessos iniciais, seus empreendimentos começam a malograr. Pouco a pouco, vai perdendo o apoio do povo que, alertado pela fábula de Jotão, revolta-se e expõe-lhe a tirania.

Assim, vê-se obrigado a travar algumas batalhas desgastantes e renhidas que, dia a dia, vão desprotegendo-o. Ao sitiar a cidade de Tebes, que ficava na região de Manassés, ‘certa mulher lançou uma pedra superior de moinho sobre a cabeça de Abimeleque e lhe quebrou o crânio (Jz 9.53).

Gravemente ferido, mas ainda orgulhoso e soberbo, ordena ao escudeiro: Desembainha a tua espada e mata-me, para que não se diga de mim: Mulher o matou’, O seu companheiro de guerra não lhe questiona a ordem nem levanta questão ética alguma. Antes, o moço o atravessou, e ele morreu’ (Jz 9.54). Com sua morte, a nação de Israel é novamente pacificada.

Conclusão da história

Na conclusão da história, somos obrigados a perguntar: Por que Abimeleque requereu a eutanásia [ou suicídio]?

O motivo ele mesmo o declara: ‘Para que não se diga: Mulher o matou’. Ele não procurou fugir à dor, mas escapar à vergonha. Não matara ele tanto homens? Por que morrer, agora, às mãos de uma mulher?

Portanto, a morte ser-lhe-ia boa e até suave não por que o livraria da dor, mas por que o libertaria da ignomínia. Parte dos que defendem a eutanásia não temem propriamente os desconfortes e as aflições de uma morte lenta e excruciante; o que mais os assusta é depender dos que, até então, deles dependiam (ANDRADE, Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.114,15).

Observação

 Quando demônios possuíam corpos de pessoas, eles frequentemente tentavam fazer com que a pessoa cometesse suicídio.

Quando um menino foi possuído, o demônio o lançava no fogo, para matá-lo queimado, e na água, para matá-lo afogado (Marcos 9:14-29).

Quando demônios possuíram o corpo de um homem, as pessoas tiveram que mantê-lo acorrentado para que não se matasse, pois os demônios faziam com que ele se cortasse com pedras entre os sepulcros e nas colinas. Mas quando Jesus mandou os espíritos malignos para uma manada de porcos, os porcos imediatamente se jogaram de um penhasco (Marcos 5:1-17).

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Isso demonstra que a intenção dos demônio era fazer isso com aquele homem, mas Jesus não permitiu. O Senhor preferiu que os porcos morressem do que o homem, pois a vida humana vale mais do que a dos animais (cf. Mateus 6:26; 10:31).

Satanás tentou Jesus no deserto e lhe incitou a cometer suicídio jogando-Se do alto do Templo, mas Jesus se recusou, pois viu tal coisa como uma forma de tentar a Deus:  “Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: ‘Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo.

Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra’. Jesus lhe respondeu: ‘Também está escrito: ‘Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus’”. (Mateus 4:5-7)

Conclusão

O suicídio é, portanto, um problema que a nossa sociedade precisa encarar.

A Escritura ensina que cada vida é preciosa aos olhos de Deus (Isaías 43:4), pois todos os seres humanos foram criados à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26).

O ato de tirar intencionalmente a vida de alguém sempre foi visto como um grave pecado (Gênesis 4:8-12; Êxodo 20:13; Deuteronômio 5:17).

Aquele que comete suicídio mata a si mesmo, cometendo, portanto, uma terrível afronta à imagem do Seu Criador que lhe deu a vida (Gênesis 9:6).

Ademais, só Deus dá a vida e só Ele pode tomá-la. Quem tira a sua própria vida, ou a vida de outra pessoa, se coloca no lugar de Deus, reivindicando para si o direito de decidir quando uma vida deve terminar (cf. Jeremias 10:23). Ou seja, comete blasfêmia.

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