A Promessa de Cura Divina
A promessa da cura divina é parte inerente da pregação do Evangelho e cumpre o propósito de glorificar a Deus e abrir as portas para a salvação.
I – TEXTO BÍBLICO
(Isaías 53.1-5; Mateus 8:14-17; Tiago 5:14,15)
V, 1 – QUEM deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?
V, 2 – Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
V, 3 – Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
V, 4 – Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
V, 5 – Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
– Mateus 8:14-17
V, 15 – E tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se, e serviu-os.
V, 16 – E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos;
V, 17 – Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.
– Tiago 5:14,15
V, 14 – Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;
V, 15 – E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
Neste artigo você estudará sobre:
ToggleII – A PROMESSA DA CURA DIVINA E A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO
O significado
Cabe, de início, ressaltar que o texto de Isaías, na Leitura Bíblica em Classe, trata da doutrina da expiação pelo sangue do sacrifício, ensino claramente explanado no livro de Levítico, principalmente nos capítulos 16 e 23, e que teve seu pleno cumprimento na morte vicária de Cristo (Is 53.4-20; Mt 8.17; 1 Pe 2.24). A expiação, em suma, consiste na anulação da dívida gerada pelo pecado e na remoção e resgate do pecador do juízo do pecado e do seu domínio (Rm 6.6-14).
Na época da Lei, a morte do transgressor era a exigência para cancelamento da sua dívida. Os sacrifícios levíticos, embora temporários, (caps. 1 a 7), cumpriam na Antiga Aliança esse papel substitutivo. Tinham, portanto, caráter provisório até que viesse Cristo, o perfeito sacrifício em nosso lugar.
A razão disso é que essas ofertas sacrificais, instituídas na lei de Moisés, apontavam para o bendito, perfeito e definitivo sacrifício de Cristo no Calvário (Is 53.5,7). Assim, as ofertas da Antiga Aliança cessaram. Ele expiou de uma vez por todas os nossos pecados e quitou para sempre a dívida que nos era contrária (Cl 2.13-15; Hb 9.11,12; 1 Pe 2.24).
A expiação e sua expansão
A expiação do pecado consumada por Cristo abrange também a bênção da cura divina e dá ao crente o direito de buscá-la como uma promessa assegurada pela obra efetuada na cruz. Todas as vezes em que a cura divina se manifesta, a doença é removida pela expiação de Cristo (v.4).
Em Mateus 8.17, a Bíblia afirma que as curas efetuadas pelo Senhor Jesus durante o seu ministério são uma confirmação da profecia de Isaías 53.4,5. A cura divina é resultado da obra expiatória de Cristo no Calvário. Tal fato indica os plenos efeitos da redenção sobre o nosso espírito, alma e corpo (3 Jo 2).
III – A CURA DIVINA É UMA PROMESSA COMO SINAL PARA O HOMEM
Vejamos:
- Mc 16.17,18 – Os sinais preditos acompanham os crentes
- Jo 2.11,23 – Os sinais fortalecem a fé em Deus
- Jo 20.30,31 – Os sinais produzem fé e vida espiritual
- At 4.30,31 – Os sinais encorajam os salvos
- At 8.6,12,13 – Os sinais levam à salvação
- Rm 15.17,18 – Os sinais sobrenaturais na pregação do evangelho
Deus se manifestando
A promessa da cura divina é, por outro lado, um sinal da manifestação de Deus entre os homens. Foi dessa forma que os milagres marcaram o ministério terreno de Cristo, como sinais de sua messianidade (Jo 2.23; 4.46-54; 6.1,2).
Onde quer que o Mestre chegasse, suas operações sobrenaturais convenciam as pessoas a crer nEle como o enviado de Deus (20.30,31) e introduziam, na atual dispensação, a presença do Reino de Deus entre os homens (Mt 4.23; 9.35). Esses sinais tinham como finalidade autenticar que Jesus era o Filho de Deus (Jo 3.2).
É tanto que no episódio da cura do paralítico relatada em Lucas 6.17-26, isso ficou sobejamente demonstrado, pois antes mesmo de curá-lo o Senhor concedeu-lhe o perdão dos seus pecados, causando grande furor nos fariseus por considerarem tal declaração uma blasfêmia. Assim, a cura do enfermo diante do povo foi, da parte de Jesus, apenas um sinal de sua autoridade divina para perdoar pecados (vv.20-24).
Um sinal que envolve a salvação
A cura das enfermidades físicas é uma bênção que acompanha a obra salvífica de nosso Senhor Jesus Cristo. Concernente ao ministério da Igreja, a cura divina é um sinal que aponta para a salvação, ou seja, sempre terá como objetivo levar as pessoas a crerem que mais importante do que a cura em si mesma é a salvação da alma. Ela é uma etapa importante na pregação do Evangelho, pois traz para o mundo físico – o corpo – a intervenção milagrosa de Deus tal qual Ele faz no terreno subjetivo – a salvação da alma (Mc 16.20; At 8.5-8).
No entanto, ela não pode ter prioridade sobre a salvação, nem se transformar na parte mais importante da mensagem da pregação, como se a cura divina, isto é, a saúde, fosse o maior objetivo a ser alcançado pelo ser humano da parte de Deus. Os sinais acompanham aqueles que crêem, é verdade, como prova da manifestação do braço divino, do imenso amor compassivo de Deus. O propósito de qualquer milagre deve ser, sempre, o de levar as pessoas à salvação (At 14.3; Rm 15.17-20).
IV – A ATUALIDADE DA PROMESSA DA CURA DIVINA
A cura divina é para os dias atuais
Não há em toda a extensão do Novo Testamento qualquer indício de que a promessa da cura divina tenha sido restrita à era apostólica. O livro de Atos, que narra os primeiros anos de existência da Igreja, está pontilhado de curas milagrosas, inclusive na última viagem de Paulo, em direção a Roma (At 28.7-9), e termina de uma forma incomum, sem qualquer encerramento do texto, o que pressupõe a continuidade do ministério de poder que a Igreja exerceu nos seus primeiros anos.
Hoje o Senhor ainda quer curar os enfermos! O próprio Jesus deixou claro que os seus discípulos através dos tempos teriam a mesma autoridade para realizar as mesmas obras (Jo 14.12-14).
Por outro lado, o escritor da epístola aos Hebreus afirma que o Senhor não mudou, mas permanece o mesmo para sempre (Hb 13.8). E o apóstolo Tiago, por sua vez, traz aos crentes três orientações condicionadas à nossa comunhão com Deus: a) “Está alguém entre vós aflito? Ore”; b) “Está alguém contente? Cante louvores”, e c) “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.13-16).
Somente os que creem desfrutam da cura divina (Mc 16.17,18)
Jesus deixou de realizar muitos milagres por causa da incredulidade do povo (Mt 13.58). Assim, muitos deixam de receber a cura ou qualquer outro milagre por não exercitarem a sua fé no Senhor, quando, segundo a Bíblia, é por meio dela que nos aproximamos de Deus na certeza de que Ele galardoa aqueles que o buscam (Hb 11.6).
Mas ainda assim, mesmo o crente exercitando a fé, a promessa da cura divina precisa sempre ser olhada sob a perspectiva de Deus, até porque toda a cura está inserida no contexto da transitoriedade da vida humana aqui. O rei Ezequias recebeu a provisão da cura para sua doença e teve a sua vida prolongada por mais quinze anos, no entanto o seu dia de se encontrar com Deus também chegou (2 Rs 20.1-7,21). Deste modo, a cura divina, além de servir como sinal conducente à salvação, cumpre sempre algum propósito divino em nossas vidas antes de irmos ao encontro do Senhor.
Isso nos deve levar a refletir, quando somos curados, sobre a razão pela qual o Senhor interveio de maneira milagrosa em nosso inteiro ser, que propósito teve em nos devolver outra vez a saúde e o que Ele espera de nós como resposta ao milagre. Seja qual for a circunstância, a promessa da cura divina tem por fim primeiro e último glorificar a Deus como o soberano Senhor de toda a terra (Jo 9.1-3).
V – ALGUMAS RAZÕES QUE PROVAM QUE DEUS CONTINUA CURANDO:
A cura divina encontra-se na Bíblia, e a Bíblia, por ser inspirada pelo Espírito Santo, é válida para hoje. O Cristo revelado nas Escrituras como nosso Médico é o mesmo Senhor a quem servimos hoje (Hb 13.8).
A segunda razão para crermos na cura divina é estar ela incluída na obra expiadora de Cristo. A salvação inclui sanear todos os aspectos da nossa vida, e tudo ‘provém da expiação’. Mateus entende o texto do Servo Sofredor (Mt 8.16,17; Is 53), incluindo o ministério de cura divina na expiação.
A terceira razão acha-se na convergência dos ensinos bíblicos sobre a salvação e a natureza da humanidade. Já que o ser humano não é uma associação desconexa de corpo, alma e espírito, mas, de modo muito real, uma unidade, a salvação se aplica a todos os aspectos da existência humana.
A última razão para assumirmos um compromisso com o ensino de cura divina é a crença de que a salvação deve ser entendida, em última análise, como a restauração do mundo caído. Deus é contra o sofrimento humano, pois não é este resultado da sua vontade, mas uma conseqüência da Queda”. (HORTON, S. (ed.) Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.501-2.)
CONCLUSÃO
A cura divina é uma promessa adquirida mediante o sacrifício de Cristo. Não queres hoje mesmo dedicar a tua vida a Jesus Cristo para obter saúde espiritual e natural? Jesus o ama! No coração, tenhamos sempre profunda paz interior, que será o nosso próximo tema.
A grande segurança da fé em Cristo está na certeza de que, vivendo ou morrendo, o bem supremo de nossa vida é o Senhor de modo que tudo é lucro, no dizer apostólico, quando essa é a nossa perspectiva (Fp 1.21-27). Assim, desfrutemos da promessa da cura divina sempre sob a ótica do propósito de Deus para as nossas vidas e, com essa fé Subsídio Teológico
Bibliografia
– Bíblia de Estudo Gesiel Gomes
– Bíblia Cronológica
– Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
– Apontamentos Teológicos do autor
– Lições Bíblicas CPAD – Jovens e Adultos – 4º Trimestre de 2007 – Título: As promessas de Deus para a sua vida – Comentarista: Geremias do Couto – Lição 5: A promessa da cura divina – Data: 04 de Novembro de 2007.