Jesus é Superior a Josué

JESUS É SUPERIOR A JOSUÉ – O MEIO DE ENTRAR NO REPOUSO DE DEUS

Jesus é Superior a Josué

Enquanto o ministério do sucessor de Moisés foi de caráter terreno, temporário e incompleto – primeiro porque Israel não conquistou toda a terra; depois, as guerras continuaram -, Jesus Cristo proveu um descanso celestial, eterno e completo.

Texto Bíblico (Hebreus 4.1-13)

A Narrativa do Texto do Livro de Josué

Eu me alimento das mãos de Deus

O livro de Josué narra a conquista parcial da terra prometida, a terra de Canaã, sua distribuição e o estabelecimento do povo israelita nela. A narrativa do texto mostra batalhas sangrentas para conquistar a terra. Os cananeus não a entregariam gratuitamente.

Entretanto, ao longo do livro é possível perceber que Deus honrou Israel, fazendo-o vencer os inimigos idólatras e obter a dádiva da terra prometida ao seu povo. Ali, começaria a se cumprir a promessa da Aliança de Deus com os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.

A promessa

Nesse contexto que a promessa de descanso, ou repouso, isto é, a promessa de conquistar e permanecer na terra prometida, que não foi plenamente realizada, foi cumprida por intermédio de Josué ao povo de Israel, mas unicamente numa perspectiva terrena, incompleta e finita. Aqui, o capítulo 4 de Hebreus faz o maior contraste com o “repouso” proposto no livro de Josué.

A Carta aos Hebreus mostra que “o repouso prometido por Deus não é somente o terrestre, mas também o celestial (w.7,8; cf.13.14). Para os crentes, resta ainda o repouso eterno no céu (Jo 14.1-3; cf. Hb 11.10,16).

Entrar nesse repouso final significa o cessar do labor, dos sofrimentos e da perseguição, tão comuns em nossa vida nesta terra (cf. Ap 14.13); significa participar do repouso do próprio Deus e experimentar a eterna alegria, deleite, amor e comunhão com Deus e com os santos redimidos. Será um descanso sem fim (Ap 21.22)” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p. 1905).

O descanso para o povo de Deus

A ilustração do descanso de Deus.

O escritor, no v.10, relembra o que está escrito em Gn 2.2, quando Deus, no sétimo dia, descansou de suas obras: “Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas”. Obviamente que aqui não se trata de descanso físico, pois por ser Espírito, Deus não sofre desgaste.

O descanso dos israelitas.

O sofrimento dos israelitas no Egito após a morte de José foi cruel. Por mão de Moisés e pelo poder de Deus, o povo foi libertado milagrosamente. Entretanto, por causa da incredulidade e rebeldia, grande parte deles não pôde entrar na Terra Prometida. Foram obrigados a passar 40 anos caminhando no deserto (Hb 3.19; 4.6,11; 1 Co 10.1-11). Somente por misericórdia, Deus lhes destinou a terra de Canaã, onde enfim encontraram o descanso de seus sofrimentos.

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O descanso (repouso) do povo de Deus (v.9).

Aqui o descanso prometido não é físico, mas espiritual, celestial, mirífico, indizível e pleno para os salvos: “Ainda resta um descanso para o povo de Deus”.

Trata-se do bendito estado da alma e do espírito, em que os crentes, obedientes e santos, que ouvem a Palavra e a obedecem, terão direito à paz e a tranquilidade perene, na comunhão com o Senhor.

Lembremo-nos de que o descanso espiritual só se obtém através da nova vida em Cristo (ver Mt 11.28,29). É preciso ouvir e obedecer a Palavra de Deus. “Procuremos pois entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência” (v.11).

O repouso de Deus

O que é o repouso de Deus? É um repouso baseado na conclusão de sua obra na criação (4.3c,4), do qual o sábado sagrado é um testemunho duradouro. Nossa participação em seu repouso é baseada na obra consumada de Cristo na cruz; o fato de Ele estar ‘assentado’ (que inclui o pensamento de repouso) à direita do Pai é o testemunho duradouro.

Eu me alimento das mãos de Deus

O fato de Deus ter repousado não significa que Ele, por conseguinte, tenha estado ou esteja em um estado de ociosidade, mas apenas que não há nada a se acrescentar àquilo que Ele fez.

Deus repousou após criar todas as coisas porque sua obra (de criar) foi terminada ‘desde a fundação do mundo’ (4.3c)” (ARR1NGTON, French L; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.1563,64).

O repouso de Deus, no qual os crentes são convidados a entrar, é algo para o presente ou para o futuro? Certamente o repouso de Deus em seu sentido mais amplo aguarda a era por vir, mas há também um sentido presente de entrar pela fé, como é indicado pelo versículo 3: ‘porque nós, os que temos crido [tempo passado], entramos [tempo presente] no repouso’ (cf. a ênfase do tempo presente em 4.1,10,11). A torna possível, no presente, realidades que são futuras, invisíveis, ou celestiais (cf. 11.1).

Em 4.3-5, são enfatizados dois fatos importantes:

1) O repouso de Deus é uma realidade presente e completa (4.3c,4) e

2) Os israelitas não puderam entrar no repouso de Deus (4.3b,5b) por causa de sua incredulidade e desobediência (3-19; 4.6). Note que nosso autor cita Génesis 2.2 em Hebreus 4.4 e se refere ao Salmos 95.11 (duas vezes) em Hebreus 4.3,5. Sua preocupação por seus leitores é que entrem no repouso de Deus agora pela fé e que não o percam para sempre, como fez a geração que peregrinou no deserto. A incredulidade fecha o coração para Deus e torna sua promessa sem efeito.

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Observação:

A preocupação pastoral do autor se torna novamente evidente: Que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás’ (cf.3.12,13; 4.11).

Entrar no repouso de Deus não é algo que acontece automaticamente após a conversão a Cristo, da mesma maneira que Israel não entrou; automaticamente em Canaã após a sua redenção do Egito.

Como Bruce observa, os leitores ‘farão bem em temer a possibilidade de perder a grande bênção que nos está prometida, da  mesma maneira que a geração de israelitas que  morreu no deserto perdeu a Canaã terrestre, embora este fosse o objetivo que tinham diante de si quando saíram do Egito’.” Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento”, CPAD, p.1563,64.

Jesus, maior do que Josué

“Jesus, Filho de Deus”.

Ele é grande, no sentido absoluto. Os “sumo sacerdotes” de outras religiões jamais chegaram aos céus. Buda pregou que chegaria ao Nirvana (no budismo, estado de ausência total de sofrimento); Chrisna, mentor do Hinduísmo, também não foi aos céus; para seus adeptos, deve estar reencarnando por aí.

Os seguidores de Maomé imaginam que ele esteja num “paraíso”, onde há muitas mulheres e tâmaras. Os sumo sacerdotes do Antigo Testamento só adentravam uma vez por ano, no lugar Santíssimo, onde era manifestada a glória de Deus.

Eu me alimento das mãos de Deus

Eles não podiam permanecer lá. Mas Jesus, nosso Sumo Sacerdote por excelência, “penetrou nos céus”, “está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34b).

Sacerdote compassivo.

Em seu ministério terreno, Jesus sempre se preocupou com as multidões sofredoras (Mt 9.36; 14.14). Em sua missão sacerdotal, demonstra grande compaixão por nós: sendo “longânimo e grande em benignidade” (Sl 103.8), Ele suporta as nossas fraquezas, não querendo que ninguém se perca (2 Pe 3.9).

Não perecemos unicamente em razão de sua infinita misericórdia.

Em tudo foi tentado.

Mesmo com a natureza divina, Jesus “em tudo foi tentado”, diz a Palavra de Deus. Só conhece o que é tentação quem já passou por ela. As tentações de Jesus não partiam de seu íntimo, como ocorre com o “homem natural” (1 Co 2.14).

Elas foram provações e provocações externas, advindas do tentador e seus agentes. Além das tentações no deserto, o Mestre certamente experimentou a opressão do Maligno em outras ocasiões. Para nós é muito significativo saber que Jesus, como homem, foi tentado em todas as coisas, “mas sem pecado”.

A Bíblia nos assegura: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21). Diante disso, compreendemos o grande amor de Jesus por nós: Ele sofre conosco, colocando-se sempre ao nosso lado.

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Acheguemo-nos ao trono da graça (v.16).

Tendo Jesus como nosso Sumo Sacerdote, podemos pela fé adentrar ao trono da graça, à sua santa presença a qualquer momento, e sermos “ajudados em tempo oportuno”. Glória a Ele para todo o sempre.

Paralelismo  sobre o descanso de Josué e de Jesus

O descanso de Josué:

  • Um descanso incompleto e parcial;
  • Um descanso ideal, cheio de percalços que serviria como sombra futura do verdadeiro descanso;
  • Um descanso temporário e terreno.

O descanso de Jesus

  • Um descanso completo e pleno;
  • Um descanso real, espiritualmente presente e pleno;
  • Um descanso eterno e espiritual.

Observação:

“‘Pareça que algum de vós fique para trás’ (4.1). Deixar de perseverar na fé e na obediência a Jesus resulta em deixar de alcançar o prometido repouso eterno no céu (cf. 11.16; 12.22-24).

(1) A expressão ‘pareça que algum de vós’ é falada à luz dessa possibilidade terrível e do juízo de Deus.

(2) A perseverança na fé exige que continuemos a nos aproximar de Deus, por meio de Cristo, com sincera resolução (v.16; 7.25). ‘Entramos no repouso’ (4.3).

Somente nós, que temos crido na mensagem salvadora de Cristo, entramos no repouso espiritual de Deus. Isto é, Cristo carrega nossos fardos e nossos pecados, e nos dá o ‘repouso’ do seu perdão, da sua salvação e do Espírito Santo (Mt 11.28) Mesmo assim, nesta vida, o nosso repouso é apenas parcial, porque somos como peregrinos que caminham com dificuldade na penosa estrada deste mundo.

Ao morrermos no Senhor, entramos no seu repouso perfeito no céu. ‘Resta… um repouso’ (4.9). O repouso prometido por Deus não é somente o terrestre, mas também o celestial (vv.7,8 cf. 13.14). Mas, para os crentes, resta ainda o repouso eterno no céu (Jo 14.1-3; cf. Hb 11.10,16).

Portanto, entrar nesse repouso final significa cessar do labor, dos sofrimento e das perseguições, tão comuns em nossa vida nesta terra (cf. Ap 14.13); significa participar do repouso do próprio Deus e experimentar eterna alegria. Deleite, amor e comunhão com Deus e com os santos redimidos. Será um descanso sem fim (Ap 21,22). (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, págs. 1902,1905).

Conclusão

Três das grandes mensagens da lição estudada são:

a) Deus tem preparado um verdadeiro descanso espiritual em Cristo para os que a Ele vêm;

b) Deus tem um prometido lugar de descanso celestial para seu povo, em sua presença, na eternidade. Para chegarmos lá, só precisamos ser fiéis, obedientes e santos e c) Jesus é o nosso Sumo Sacerdote perfeito (Superioridade), que, como homem, “em tudo foi tentado, mas sem pecado”.

Que o Senhor nos ajude a servi-lo conforme a sua vontade; e que jamais venhamos a dar lugar à desobediência.

Eu me alimento das mãos de Deus

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