Os prejuízos da mentira na família

Os prejuízos da mentira na família

Os prejuízos da mentira na família

Numa igreja descompromissada com a sã doutrina, crentes como Ananias e Safira seriam até homenageados por sua “liberalidade e altruísmo”. Mas numa igreja que prima pelo ensino, não subsistiriam. Haveriam de ser desmascarados, repreendidos e fulminados pelo próprio Deus, pois Ele sonda-nos a mente e o coração. A falta de doutrina, pois, acaba por induzir toda uma congregação à hipocrisia e à mentira.

Eu me alimento das mãos de Deus

Texto Bíblico (Atos 5.1-11).

V, 1 – Mas um certo varão chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade

2 – e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos.

3 – Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?

4 – Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.

5 – E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram.

6 – E, levantando-se os jovens, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram.

7 –  E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido.

8 – E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto.

V, 9 – Então, Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti.

V, 10 – E logo caiu aos seus pés e expirou. E, entrando os jovens, acharam-na morta e a sepultaram junto de seu marido.

Eu me alimento das mãos de Deus

V, 11 – E houve um grande temor em toda igreja e em todos os que ouviram estas coisas.

A oferta de Ananias e Safira

– Disposto a dedicar-se integralmente ao cumprimento da Grande Comissão, Barnabé vende a sua propriedade e entrega todo o dinheiro aos apóstolos. Lucas, ao registrar o fato, realça o desprendimento daquele levita natural da ilha de Chipre, que haveria de prestar relevantes serviços ao Reino de Deus (At 4.36,37). Ananias e Safira, imitando a Barnabé, também vendem a sua propriedade. Ao contrário deste, o casal retém parte do dinheiro, e repassa o restante aos apóstolos, como se aquele depósito representasse o valor total da propriedade. Eles, porém, seriam desmascarados, repreendidos e mortalmente punidos. Não se pode mentir a Deus.

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ARGUMENTO BÍBLICO

O pecado de Ananias e Safira

“O pecado que Ananias e Safira cometeram não foi o da mesquinhez, por guardarem parte do dinheiro; eles tinham a opção de vender ou não a terra; e, caso decidissem vendê-la, poderiam dar quanto quisessem. O pecado deles foi mentir diante de Deus e do seu povo, dizendo que deram a quantia total, quando, na verdade, guardaram parte para si; eles mentiram, a fim de parecerem mais generosos do que realmente eram. Tal pecado foi severamente julgado, porque a desonestidade, a cobiça e a avareza são destrutivas para a Igreja, pois impede que o Espírito Santo trabalhe eficazmente. Toda mentira é ruim, mas quando mentimos para tentar enganar a Deus e a seu povo sobre o nosso relacionamento com Ele, destruímos nosso testemunho a favor de Cristo” (Bíblia de Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, p.1486).

O pecado contra o Espírito Santo e a Igreja.

O pecado de Ananias e Safira não foi um requinte social como eles supunham; constituiu-se numa ofensa contra o Espírito Santo (At 5.9). Ajamos, pois, com muito cuidado, porque o Senhor chamar-nos-á a prestar contas de todas as palavras frívolas que proferirmos (Mt 12.36). Se formos disciplinados na Palavra de Deus, jamais cairemos no erro de Ananias e Safira: mentira, hipocrisia e roubo. Como vem você agindo? Tem se dado à mentira? Cuidado. Os mentirosos não terão guarida no Reino de Deus (Ap 22.15).

Uma oferta como a de Caim.

Nossa atitude diante do Senhor é sempre mais importante do que a nossa oferta. Vejamos a história de Abel e Caim. Ambos trouxeram o fruto do seu trabalho a Deus. O primeiro teve a sua oferenda aceita, pois justo era o seu coração. Quanto ao segundo, por ser iníquo, foi rejeitado (Gn 4.6,7). Antes de atentar para a oferta, o Senhor contempla o ofertante. Ananias e Safira poderiam ter vendido a propriedade pelo valor que bem entendesse e haver dado todo o montante, ou parte deste, à Igreja. Pedro deixou-lhes isso bem patente (At 5.4). Mas como o casal, buscando a própria honra, não mentiram somente a Pedro, mentiram também ao próprio Deus (At 5.3).

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Argumento Prático

Eu me alimento das mãos de Deus

“À SUA DISPOSIÇÃO – [Ananias e Safira] Esse casal conspirou, e combinou que deveria vender suas propriedades, guardando uma parte do dinheiro, mas fingiu dar tudo, colocando o dinheiro aos pés dos apóstolos, como os outros cristãos tinham feito. A morte deles aconteceu imediatamente, não porque tivesse guardado o dinheiro, mas porque o seu ato foi uma mentira: um engano para manipular a comunidade cristã e encobrir os seus verdadeiros motivos. O mais fascinante é o fato de que, se tivessem guardado todo o dinheiro, e o tivessem investido em alguma atividade comercial […], provavelmente teriam vivido ‘felizes para sempre’.

Como disse Pedro, a propriedade não deles, em primeiro lugar? O dinheiro não estava à sua disposição? (v.5) Agora, antes que você fique com a impressão errada, este não é um devocional sobre o modo de vida americano, ou uma exortação para ‘investir em riquezas’. É simplesmente uma observação de que aquilo que você ou eu temos é nosso. O que nós possuímos, possuímos. Quando temos dinheiro, ele está à nossa disposição. Os capítulos 4 e 5 de Atos não suscitam a questão do comunismo cristão, de maneira alguma. Mas esses capítulos suscitam uma pergunta. A pergunta é: nós estamos ou não à disposição de Deus?” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.725).

O Extremo da Disciplina

Ananias e Safira conheciam muito bem a doutrina dos apóstolos e não ignoravam o Antigo Testamento. Nas sinagogas, ouviam sábado após sábado, a leitura da Lei, dos Escritos e dos Profetas. Chegaram eles a conhecer a Jesus? É bem provável. Por conseguinte, não foram eles punidos inocentemente. Ao mentirem a Pedro, sabiam estarem ofendendo o Espírito Santo. Eles sabiam que esse pecado era gravíssimo (Mt 12.32).

A sentença de morte.

Confrontado pelo apóstolo Pedro, Ananias viu-se desmascarado. Naquele momento, aliás, vê-se ele diante do tribunal divino e do Senhor recebe a sentença pela boca do apóstolo: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4). Informa Lucas que, ouvindo a reprimenda de Pedro, Ananias caiu por terra fulminado. O mesmo aconteceria à sua esposa três horas depois (At 5.10). O casal que contra o Senhor peca unido, unido também perecerá. Não poderiam eles andar no temor e na disciplina divina?

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A maldição é retirada do arraial dos santos.

Se Ananias e Safira não houvessem sido confrontados e punidos, a Igreja de Cristo, como um todo, sofreria por causa do anátema. Lembra-se do caso de Acã? Quando o pecado é revelado e a liderança não faz uso da disciplina, segundo os padrões bíblicos, toda a igreja sofre debaixo da maldição do pecado. Leia com atenção e temor o capítulo sete de Josué. Tomemos cuidado, pois Deus não mudou. Ele continua o mesmo. Aliás, vejamos esta advertência de Pedro: “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?” (1 Pe 4.17).

“O delito de Ananias não foi reter parte do preço do terreno; poderia ter ficado com tudo se quisesse; seu delito foi tentar impor-se sobre os apóstolos com uma mentira espantosa unida à cobiça, com o desejo de ser visto. Se pensarmos que podemos enganar a Deus, fatalmente enganaremos a nossa própria alma. Como é triste ver as relações que deveriam estimular-se mutuamente às boas obras, endurecerem-se mutuamente no que é mau!

Este castigo, na realidade foi uma misericórdia para muitas pessoas. Ele faria as pessoas examinarem a si mesmas rigorosamente, com oração e terror da hipocrisia, cobiça e vanglória, e a continuarem agindo assim. Impediria o aumento dos falsos crentes. Aprendamos com isto quão odiosa a falsidade é para o Deus da verdade, e não somente evitar a mentira direta, mas todas as vantagens obtidas com o uso de expressões duvidosas e de significado duplo em nosso falar”. (HENRY, M. Comentário Bíblico. 1.ed. RJ: CPAD, 2002, p.891)

Conclusão

“O tolo despreza a correção de seu pai, mas o que observa a repreensão prudentemente se haverá” (Pv 15.5). A disciplina é um antídoto contra a mentira. Deus requer que seus filhos andem de conformidade com a sua Palavra. Se errarmos, Ele certamente disciplinar-nos-á. No entanto, cuidado: Deus não se deixa escarnecer. Ananias e Safira, simulando uma justiça que não possuíam, mentiram para o próprio Deus. Por isso foram mortalmente punidos. Andemos, pois, no temor do Senhor.

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