A Igreja e o Sustento Missionário

A Igreja e o sustento missionário

A IGREJA E O SUSTENTO MISSIONÁRIO

 

INTRODUÇÃO

Eu me alimento das mãos de Deus

Os missionários e os obreiros em geral são sustentados financeiramente pela igreja. A fonte ou origem desses recursos é a própria igreja. Foi Deus quem estabeleceu que o crente contribuísse para que o seu povo tenha os recursos suficientes para a expansão do evangelho e manutenção da obra do Senhor. É sobre isso que vamos estudar hoje.

I – TEXTO BÍBLICO

Filipenses 4.10-20

V, 10 – Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.

V, 11 – Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.

V, 12 – Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.

V, 13 – Posso todas as coisas naquele que me fortalece.

V, 14 – Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.

V, 15 – E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente.

V, 16 – Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica.

V, 17 – Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.

V, 18 – Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.

Eu me alimento das mãos de Deus

V, 19 – O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.

V, 20 – Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém!

 

II – SUSTENTO.

–  (1Co 9.7). Quem jamais viu a guerra à sua própria custa? Quem plantar a vinha e não come a sua fruta? Ou quem apascenta um rebanho e não alimenta do leite do rebanho? O apostolado era considerado como um ofício, um trabalho em prol da igreja, que exigia esforço e dedicação. Alguns dos apóstolos, pela importância da missão, e até pelo chamado que receberam de Cristo (Lc 5.10,11), escolheram abrir mão de suas profissões para se dedicarem de maneira exclusiva à pregação do Evangelho. Paulo compara o ofício apóstólico a três profissões muito comuns à época:

1) Soldado;

2) Agricultor;

3) Pastor de gado.

– Ele pergunta: Qual é o soldado que vai à guerra à sua própria custa? Quem é o agricultor que, após colheita da lavoura, não pode comer da colheita que ele mesmo plantou e colheu? Seria justo que ele precisasse ir ao mercado comprar legumes? Qual o pastor que, após cuidar do rebanho, tem que ir comprar 1 litro de leite para alimentar a si e sua família e só depois voltar para continuar cuidando e protegendo o rebanho? Paulo aplica esse mesmo raciocínio ao ofício apostólico, demonstrando que é lógico e justo que aquele que dedica sua vida à causa do Evangelho, gerando milhares de frutos, seja sustentado por estes frutas. Se isso é verdade para o soldado, para o agricultor e para o pastor do rebanho, também o seria para o apóstolo. Se era verdade no que diz respeito a profissões seculares, quanto mais séria em relação à obra de Deus.

Artigo Relacionado  Missionários fazedores de tendas

III – BASES BÍBLICAS PARA O SUSTENTO DO MISSIONÁRIO

 1 – A igreja de Corinto não era generosa.  

Os irmãos da igreja de Corinto eram insensíveis às necessidades do apóstolo. Outras igrejas sustentaram Paulo para que o mesmo pudesse servir aos coríntios (2 Co 11.8). Depois que o apóstolo deixou a cidade, apresentou a sua defesa. Partindo de um raciocínio lógico, “quem jamais milita à sua própria custa?” (v.7), ele busca no sistema sacerdotal, estabelecido na lei de Moisés, o argumento para fundamentar essa verdade (1 Co 9.9,10), e também nas palavras do próprio Senhor Jesus (1 Co 9.14). Essa é uma referência a Mt 10.10; Lc 10.7, como ele deixa mais claro em outro lugar (1 Tm 5.17,18).

2 – Fazedores de tendas.

Eu me alimento das mãos de Deus

– Na cultura judaica era comum os pais ensinarem ao filho uma profissão alternativa; a de Paulo era a de fazer tendas (At 18.3). Utilizou-se dela para levantar seu sustento, pois temia escandalizar os irmãos e não queria correr o risco de ser interpretado como aventureiro, em Corinto. Hoje, “fazedores de tendas” é o nome que se dá aos profissionais liberais que são enviados como voluntários para prestarem serviços sociais às populações carentes nos países onde ser cristão ainda é crime. É um recurso usado para colocar legalmente um missionário num país desses; do contrário, ele nunca poderia ser aceito.

3 – A igreja de Filipos era generosa.

– A igreja de Corinto não era como a dos filipenses (Fp 4.15-19). Nenhuma igreja se preocupou com as necessidades do apóstolo, exceto a igreja de Filipos. Enviava oferta na hora em que ele mais precisava. Paulo agradecia a Deus essas ofertas “como cheiro de suavidade e aprazível a Deus” (Fp 4.16,18). É dessa mesma maneira que ainda hoje Deus recebe a oferta que você oferece para o sustento missionário. Além disso você tem a garantia de que o Senhor suprirá todas as suas necessidades (4.19).

4 – O exemplo dos macedônios

(II Co 8.1-6).

– O princípio da generosidade está fundamentado na ideia de doar e não de ter (2 Co 8.12). A prova vem das igrejas macedônias que eram gentias e, apesar de suas dificuldades e pobreza, foram capazes, por causa do amor a Deus, de ofertar o pouco que tinham para socorrer os pobres de Jerusalém. Paulo cita-lhes o exemplo e passa a exortar os coríntios a que observem a mesma prática em termos de contribuição. O apóstolo apela para os cristãos de Corinto serem abundantes na generosidade para com os irmãos necessitados, especialmente, os de Jerusalém, a Igreja-mãe, pois foi onde tudo começou.

Artigo Relacionado  Cosmovisão Missionária na Epístola aos Romanos

5 – O exemplo de Jesus Cristo

(II Co 8.9).

– Segundo o Dicionário Houaiss, generosidade é a “virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem”. Esta acepção encaixa-se perfeitamente no que Paulo afirmou acerca do Filho de Deus, dizendo que Ele “sendo rico, por amor de vós se fez pobre” (v.9). Para o apóstolo dos gentios, o sacrifício de Jesus não começou no Calvário, nem sequer com sua humilhação fazendo-se homem e nascendo de mulher. O sacrifício de nosso Senhor teve início no Céu, quando se despojou de sua glória para vir à Terra e dar a sua vida em resgate da humanidade. Seu exemplo de generosidade vai além de qualquer outro. Paulo diz que Jesus se fez “pobre”, para que, pela sua “pobreza”, nós, cristãos fôssemos enriquecidos (v.9; 1 Co 1.5). O sentimento que dominou o ministério de Jesus é o que deve permear o coração dos crentes, tendo disposição de vontade para fazer o melhor pelo Reino de Deus, inclusive, contribuir com amor fraterno para os necessitados (Fp 2.5).

 

OBS: ARGUMENTO  MISSIOLÓGICO – “A Coisa mais difícil: o Dinheiro – Sei que os tempos são difíceis, e muitos estão lutando. Mesmo assim, em bons e maus tempos, o ensino de Jesus permanece o mesmo: ‘Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração’ (Mt 6.21). O dinheiro é o melhor indicador de seus desejos e prioridades do coração e, talvez, o melhor lugar para começar. […] Quais são os recursos que Deus lhe deu que poderiam ser usados para causar tal impacto eterno, global e glorioso? Mesmo que você seja apenas um jovem professor com um salário modesto, você pode causar significativo impacto global e eterno. Imagine o que Deus poderia fazer, se você investir apenas parte do que Ele lhe tem dado para os propósitos, o reino e a glória dEle […] Este mundo será transformado, se Deus der a você toda a graça e coragem para fazer isso” (MATHIS, David (Ed). Cumprindo a Missão: Levando o Evangelho aos não Alcançados e aos não Engajados. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.95,96).

IV – COMO APOIAR OS MISSIONÁRIOS

1 – O papel da igreja.

– Sãos os crentes que apóiam os missionários com suas contribuições, através da secretaria ou departamento de missões da igreja. A igreja ora, intercedendo por eles, e acompanha o seu trabalho através de relatórios escritos e também por meio de testemunhos de outros que visitam o missionário no campo. Esses responsáveis pelo sustento e pelo apoio espiritual devem entender também que fora do seu convívio a situação é muito diferente. Se não houver essa confiança, corre o risco de o trabalho no campo ficar travado.

Artigo Relacionado  O desafio da Janela 10/40

2 – Apoio aos missionários.

O sustento missionário inclui alimento, vestuário, moradia, educação e saúde dele e da esposa e filhos. É necessário um estudo sobre o padrão de vida do país para onde vai ser enviado o missionário, a fim de que a igreja possa enviar o suficiente para o sustento dele. Nem sempre as igrejas têm acesso a essas informações, por isso existem inúmeras agências missionárias interdenominacionais, espalhadas no Brasil e em todo o mundo, com o propósito de orientar as igrejas. Hoje as igrejas estão se organizando para maior ênfase ao trabalho de missões nacionais e no exterior.

 

OBS: ARGUMENTO  MISSIOLÓGICO – “Sem Medo de Sangrar – Para a Grande Comissão e para o cumprimento do propósito do Senhor na vida são necessários grandes sacrifícios. Precisamos do sacrifício daqueles que irão, que abrem mão do conforto, da família e do sonho americano. E precisamos do sacrifício daqueles que enviarão. Um cristão paquistanês estava andando de táxi em Nova York, o qual era dirigido por um muçulmano paquistanês. Então, perguntou curiosamente: — Como vai o reino umma? — Ótimo — respondeu o taxista. — Os americanos têm muito medo de nós. Eles têm muito medo de sangrar. Há, sem dúvida, muitos cristãos nos Estados Unidos que têm medo de sangrar, medo de sacrificar-se e medo de perder o bem-estar em suas mais diversas formas. Só que eu também acredito que há cristãos americanos e cristãos por todo o mundo que não têm medo de sangrar e sacrificar-se por Jesus” (MATHIS, David (Ed). Cumprindo a Missão: Levando o Evangelho aos não Alcançados e aos não Engajados. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.99).

CONCLUSÃO

Portanto, a igreja generosa do nosso Senhor é alvo de inúmeras bênçãos dos Céus quando ela abdica de algumas coisas, se for possível, para dar o sustento devido aos missionários que incansáveis, fazem a obra de Deus resgatando as almas do inferno ou das garras de Satanás. Até porque, Deus é a salvação dos perdidos da terra (1 Tm 2.4). Para que essa meta seja alcançada, Deus conta com cada um de seus filhos, com todos os seus dons e talentos. O nosso apoio aos missionários deve ser a oração, contribuição através da igreja ou de sua secretaria ou departamento de missões.

 

Bibliografia

Bíblia de Estudo Gesiel Gomes ARC

– Dicionário Online

– Apontamentos Teológicos do Autor

– Lição 07: 1 Coríntios 9 – Paulo, exemplo de Liberdade | 2° Trimestre de 2023

– Lições Bíblica – CPAD 2000 – 3º Trimestre Título: Evangelismo e Missões — A Igreja cumprindo a sua tarefa – Comentarista: Esequias Soares

Eu me alimento das mãos de Deus

Sobre

Categorias

Categorias

Extras

No Portal você encontrará Comentários da EBD, Resumo de Livros e Esboços para Sermões

Subsídios para EBD
Sermões Bíblicos
Resumo de Livros

Dicas de Leitura
Subsídio para Missão

Aprenda Mais

Copyright © 2023 CTEC Vida Cristã. Todos os direitos reservados.