A alma humana é dotada de poderes inatos como inteligência, emoção e livre-arbítrio, o que a torna altamente responsável. É como disse o ilustre Pastor Elienai Cabral; A alma pertence à parte imaterial do ser humano.
Certos teólogos liberais influenciados por filósofos como Platão e Descartes, criaram a doutrina da dicotomia, isto é, que o homem consiste apenas de corpo e alma, como se alma e espírito fossem uma só coisa. Fiquemos com a Palavra de Deus! Ela nos basta!
Neste artigo você estudará sobre:
ToggleI – TEXTO BÍBLICO
(Gênesis 1.27,28; 2.15-17; Mateus 10.28)
Genesis 1
V, 27 – E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
V, 28 – E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
Gênesis 2
V, 15 – E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.
V, 16 – E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,
V, 17 – mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
– Mateus 10
V, 28 – E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.
II – A ALMA E OS SEUS RESPECTIVOS SIGNIFICADOS
De acordo o Pastor Elienai Cabral, podemos definir alma, primeiramente, como sendo a vida física e inteligente do ser humano, a saber, o ser vivente. Entretanto, ela possui outros significados:
1. Alma com o sentido de respiração da vida.
No hebraico do Antigo Testamento a palavra nephesh (alma) significa respiração da vida (Gn 1.24; 2.7), ou vida física. Quando Raquel, esposa de Jacó, morreu, a Bíblia diz: “ao sair-lhe a alma” — nephesh — (Gn 35.18), subentende-se que se trata de vida física. Notemos que a “alma” do filho da viúva de Sarepta voltou a ele (1Rs 17.21,22).
2. Alma significando o sangue (Dt 12.23; Lv 17.14).
O sangue representa a vida física, sem a qual não há possibilidade de o homem viver. O sangue é a fonte da vida física, tanto para o homem como para os animais. Por isso, num sentido estrito, a alma pode significar sangue.
3. Alma significando a pessoa física ou corpo.
Alguns textos indicam a alma como pessoa física, no sentido de que o corpo é o tabernáculo da alma. É que a alma utiliza o corpo para as suas ações (2Co 5.1; 2Pe 1.13,14).
4. Alma significando o indivíduo.
Isto é, a alma como personalidade, para dar distinção a cada pessoa. No latim, a palavra animus significa o ser pensante, racional. Cada alma distingue-se de outra pela individualidade (Rm 13.1).
ARGUMENTO DIDÁTICO
“ASPECTO DO SER HUMANO – A alma (heb. nephesh; gr. psyche), frequentemente traduzida como ‘vida’, pode ser brevemente definida como a parte não material do ser humano, que resulta da união de corpo e espírito. Ela inclui a mente, as emoções e o livre-arbítrio. Juntamente com o espírito humano, a alma continuará a viver quando a pessoa morrer fisicamente. A alma está tão intimamente conectada à personalidade interior que o termo é usado, às vezes, como sinônimo de ‘pessoa’ (p.ex., Lv 4.2; 7.2o; Js 2o.3).” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global, editada pela CPAD.
III – A ALMA E SUA ADMINISTRAÇÃO NA ÁREA FÍSICA
– A vida física do homem é representada por “respiração da vida” (nephesh) e pelo sangue que é a materialização da vida, por isso, a Bíblia denomina o ser humano de “alma vivente”. O sentido do termo alma na Bíblia não é o mesmo que sangue como afirmam certas seitas falsas. Quando a Bíblia diz que a alma está no sangue, como em Deuteronômio 12.23; Lv 17.14, isto apenas ressalta a importância do sangue, sem o qual o homem não pode viver, mas a alma propriamente dita, como componente imaterial do homem, não é o sangue. O corpo sem a vida física nada é e nada pode fazer.
1. Deus é o autor da vida, tanto física como espiritual (Gn 2.7; At 17.28).
Toda a vida emana de Deus. Ele é a fonte. Jesus identificou-se como tal, dizendo: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11.25); “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6); “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10.10). O apóstolo Paulo confirmou esta fonte, que é Jesus, dizendo: “Nele foram criadas todas as coisas… Tudo foi criado por meio dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste” (Cl 1.16,17). Satanás, o homicida, procura tirar nossa vida, de modo direto ou indireto (Jo 10.10; 8.44).
2. O homem é responsável pela preservação de sua vida física.
O instinto de autopreservação visa a continuidade do ser humano. No ato da criação, diz a Bíblia, o homem foi feito “alma vivente”. Anteriormente discorremos sobre a mordomia do corpo como obra de Deus. Ele é o instrumento da alma, por isso, deve ser conservado sadio. Somos responsáveis pela vida, por isso devemos vivê-la sensata e inteligentemente (Ec 11.9,10). Várias passagens da Bíblia a definem como sendo limitada (Jó 7.1; 14.5), breve (Jó 14.1; Sl 89.47), como um breve pensamento (Sl 90.9), como a neblina instantânea (Tg 4.14). A despeito das limitações da vida por causa da queda dos nossos primeiros pais no Éden, devemos dar-lhe o devido valor. Ela deve ser vivida no temor de Deus (1Pe 1.17), na prática do bem (Ec 3.12) e no serviço de Deus (Lc 1.74,75).
3. Os hábitos da vida devem ser disciplinados.
A vida física, para ser saudável e aprazível, depende muito dos cuidados que devemos ter para conosco. Todo crente deve educar-se, no sentido de evitar os maus hábitos quanto à alimentação, higiene pessoal, descanso para o corpo, etc. Diz a Escritura: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co 6.12).
4. Prestaremos conta da nossa vida perante o Senhor.
Todas as obras feitas através do corpo serão julgadas na eternidade. Como crentes, nossas obras serão julgadas no Tribunal de Cristo após o arrebatamento dos vivos e a ressurreição dos mortos (2Co 5.10). Os ímpios também prestarão contas um dia, ante o grande Trono Branco, no Juízo Final (Ap 20.11-15).
IV – A ALMA E SUA ADMINISTRAÇÃO COMO PERSONALIDADE
A alma não cessa de existir após a morte do corpo. A imagem e semelhança de Deus no homem refere-se à sua parte imaterial composta de alma e espírito. A parte material (o corpo) foi criada, porém, a parte imaterial foi-lhe outorgada através do sopro divino tornando-o “alma vivente”.
A parte imaterial se originou no homem mediante um ato de transmissão, da parte de Deus e não por um ato de criação, como se vê em Gênesis 2.7. As palavras imagem e semelhança consistem, principalmente, nas características racionais e morais do homem. Não se trata de imagem e semelhança físicas, mas sim espirituais, porque Deus é Espírito (Jo 4.24). Por imagem moral entende-se a capacidade outorgada por Deus aos homens para pensar, raciocinar, escolher livremente.
ARGUMENTO TEOLÓGICO
“ A ALMA DO HOMEM NÃO ESTÁ NO SANGUE – Quando a Bíblia, em Levítico 17.11, afirma: “a alma da carne está no sangue”, a palavra “alma” está sendo usada como sinônimo de “vida”. Veja em Gênesis 9.4: “A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis”. A ideia de que o sangue significa a alma do homem abre a porta para muitas contradições. Vejamos o texto de Apocalipse 6.9,10: “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgues e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” Se a alma fosse a mesma coisa que o sangue, como então as almas poderiam estar no Paraíso, debaixo do altar, uma vez que o seu sangue havia sido derramado sobre a terra?” (BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, p.131. ).
V. A ALMA E SUA ADMINISTRAÇÃO DAS FACULDADES
A mordomia da personalidade abrange três faculdades principais da alma humana, que são: O intelecto, a vontade e o sentimento (afetividade e emoções).
1. A mordomia do intelecto.
É a parte da alma humana que pensa, raciocina, decide, julga e conhece. Não devemos confundir o cérebro, que é o órgão físico e palpável, com intelecto. Diretamente ligados ao intelecto estão a imaginação, a memória e a razão. Esses valores precisam ser administrados pelo homem com zelo e temor de Deus. Caso contrário, tornam-se agências de Satanás contra o reino de Deus.
a) Imaginação. Com ela, o homem idealiza e projeta. A Bíblia fala da geração corrompida dos dias de Noé, salientando que a sua imaginação era má “perante os olhos de Deus” (Gn 6.5). Vivemos num século onde a imaginação tem resultado em inventos fantásticos. Entretanto, não podemos fugir do fato de que a imaginação é, também, utilizada para o mal da sociedade.
b) Memória. Através dela, o homem armazena no cérebro os fatos passados e presentes. Retém ideias e conhecimentos adquiridos.
c) Razão. A razão capacita o homem a pensar, julgar e compreender a relação entre as coisas, distinguir o verdadeiro do falso e o bem do mal (Fp 4.8).
2. A mordomia da vontade.
A. H. Strong escreveu sobre a vontade: “Vontade é a aptidão da alma para fazer escolha, e para dirigir suas atividades subsequentes de acordo com a escolha feita”. A vontade não é absoluta, isto é, não age sozinha. Há sempre um poder superior sobre ela. Ela não é algo independente na personalidade humana. A vontade humana está interligada às outras faculdades da alma, como o sentimento e o intelecto. Paulo, quando falava das suas próprias experiências, dizia: “Pois o querer está em mim” (Rm 7.18). Ele falava da faculdade da vontade da sua alma. O motivo para a ação da vontade era o bem, porém, para praticá-lo, ele precisava estar sob a força do Espírito.
– A “carne” age como uma força de persuasão contrária aos motivos da justa vontade (Rm 7.19).
3. A mordomia do sentimento.
É a correta direção e controle da parte afetiva do nosso ser. O pecado deturpou os sentimentos humanos escravizando-os e alterando seus valores reais. Ao homem regenerado, é dado um “novo sentimento”, isto é, nova capacidade de sentir, a começar pela manifestação do sentimento divino do amor de Deus derramado nos corações.
ARGUMENTO TEOLÓGICO
A alma, em sua essência é ambígua, cheia de contradições e conflitos. Podemos encontrar outro exemplo disso na questão das preferências da alma. Notadamente, a alma varia nas suas preferências. Ela gosta de fazer ‘altares’ para seus ídolos e desfazê-los com a mesma rapidez que os produziu. A alma tem seus amores e inimigos, mas pode, de repente, promover um de seus inimigos como seu novo amor e um de seus amores como seu novo inimigo. Ela se apaixona facilmente por coisas e seres com a mesma intensidade com que os trai. A alma normalmente é vacilante, indefinida […]. […] Quantos já não foram enganados pelos seus próprios sentimentos e impulsos?
Quantas pessoas já não se enganaram com elas mesmas? Quando pensavam que se conheciam muito bem, as suas almas revelaram características nunca antes percebidas. […] Tanto faz reagirmos bem hoje como de repente agirmos tresloucadamente. Às vezes, sentimo-nos, aqui e agora, arrebatados, no vértice da vida, na parte superior da existência, para, momentos depois, nos sentirmos lançados num abismo, arrebentados, afundando-nos nas partes mais abissais, escuras e profundas do ser.
O profeta Jeremias, inspirado pelo Espírito Santo, já dizia no livro que leva o seu nome: ‘Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?’ (Jr 17.9). […] O maior obstáculo para a sua felicidade é você mesmo. Se você conseguir vencer a si mesmo, solucionar tudo por dentro, sagrar-se-á campeão nas batalhas de fora. Se você perde por dentro, não subsistirá diante do mal de fora. Esse é o ápice da crise” (Reflexões sobre a Alma e o Tempo. CPAD, pp.39,49,50).
VI – A ALMA HUMANA ANSEIA PELOS ÁTRIOS DE DEUS
O ser humano não é o resultado de um processo evolutivo; é a plenitude de um ato criativo de Deus (Gn 1.26). Se fomos criados por Deus, nossa alma, logicamente, aflige-se por Deus; anseia por seus átrios. E só haveremos de descansar, quando em Deus repousarmos (Sl 42.11). E se nos alongarmos do Criador? O vazio passa a ser a única realidade de nosso ser.
1. O vazio humano.
Billy Graham visitava, certa vez, uma universidade norte-americana, quando perguntou ao reitor: “Qual o maior problema que o senhor enfrenta com os seus alunos”. O educador respondeu-lhe: “Vazio. Há um vazio muito grande de Deus em seus corações”. Como preencher este vazio?
Buscando preencher o vazio de sua alma, vagueia o homem pelo álcool, transita pelas drogas e erra pelos devaneios da carne. Depois de toda essa busca, conclui: “Não tenho neles prazer” (Ec 12.1 — ARA). Mas o que aceita a Cristo, experimenta uma vida abundante e inefável (Jo 4.14).
2. A plenitude da comunhão divina.
Sabia o salmista que somente em Deus encontramos a razão de nossa existência e a satisfação plena de nossa alma. Eis por que deixa emanar de seus lábios este lamento: “Por que estás abatida, ó minha alma? E por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e Deus meu” (Sl 43.5).
John Bunyan, em O Peregrino, descreve a angústia da alma em sua jornada à Jerusalém Celeste. Quanto mais caminha, mais falta do Senhor vai sentindo até que, ao longe, avista a ditosa cidade, onde se encontra o amante de sua alma — Jesus Cristo. A alma se expressa por meio do corpo e abriga três faculdades principais: o intelecto, a vontade e o sentimento.
Nos salmos de Davi, observamos o quanto somos inconstantes. Alguns dias anelamos imensamente pela presença de Deus; outros, sequer reservamos um instante a sós com Ele. Alegrias e tristezas, abatimento e vigor, dúvidas e certezas, se intercalam frequentemente. Como Pedro, num momento caminhamos sobre o mar, em outro quase nos afogamos.
Às vezes, no mesmo dia, alternamos pelo menos três vezes nossos desejos. É impressionante como nossas prioridades são invertidas em tão curto espaço de tempo, o que era imprescindível torna-se dispensável. Este elemento tão instável necessita de que suas faculdades estejam submetidas a Deus, para que nada, nem ninguém nos possa separar do amor de Deus e permitir que percamos a vida eterna.
– Bibliografia
– Bíblia de Estudo Gesiel Gomes
– Bíblia Cronológica
– Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
– Apontamentos Teológicos do autor
– Disciplina grade ctec vida cristã – Antropologia Bíblica
– Lições Bíblicas CPAD – Jovens e Adultos – 2º Trimestre de 2008 – Título: As Disciplinas da Vida Cristã — Trabalhando em busca de perfeição – Comentarista: Claudionor de Andrade – Lição 2: A minha alma te ama, ó Senhor – Data: 13 de Abril de 2008.
– LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – JOVENS E ADULTOS – 4º Trimestre de 2003 – Título: Mordomia Cristã — Servindo a Deus com excelência – Comentarista: Elienai Cabral – Lição 6: A mordomia da alma – Data: 09 de Novembro de 2003
Comentário: Pastor Josaphat Batista – Pr. Presidente da Assembleia de Deus em Mundo Novo-Ba. Pós-graduado em Docência do Ensino Superior – Bacharel em Teologia convalidado pelo MEC – Pós-Graduando em História, Membro da academia Pré-Militar (ACPMB) – Pós-Graduando Ciências da Religião (Famart) – Juiz de Paz (CONAJ), Graduando História (Facuminas), Formação da Alfabetização da Língua Grega (Koiné), DIRETOR do CTEC VIDA CRISTÃ (Centro Teológico de Educação e Cultura), Autor do livro 1000 Esboços Bíblico para Sermões – Autor da Revista de Estudo Bíblico acerca de João Batista – Autor da Revista acerca de Absalão, Autor do Livro Evidências Reais do Apocalípse – Autor do Livro Escatologia Bíblica Panorâmica, Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba. – Aproveite e estude cursos gratuitos no CTECVIDACRISTA.COM e comentários anteriores das Lições Bíblicas EBD. Ver outros comentários (anteriores) do trimestre em vigor no Site: www.portalebd.org
 
 