De forma solene, Deus coroa a sua magnífica criação quando fez o homem a sua imagem e semelhança e ao mesmo tempo outorgando ao homem a liberdade e o domínio sobre tudo aquilo que Ele mesmo criara na terra.
Deus criou o homem imortal, mas por causa da sua desobediência, o homem se tornou sujeito a morte (Gn 3.19). Por certo, estaríamos vivendo o estado da imortalidade se não fosse o pecado dos nossos pais no princípio e não precisaríamos conviver com a maldita morte.
A criação do homem aponta para um ser Supremo criador, caso contrário, a criação de todas as coisas perde o real sentido e significado (Os 13.4), além do mais, seria impossível dar sequência coerente a qualquer forma de raciocínio. Portanto, o homem não é e nunca foi produto do acaso como dizem as “filosofias vans” por aí, mas sim, é exclusiva obra-prima de Deus.
Neste artigo você estudará sobre:
ToggleI – TEXTO BÍBLICO
Gênesis 1.26-28; 2.7,18,21-23
Gênesis 1
V, 26 – E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
V, 27 – E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
V, 28 – E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
Gênesis 2
V, 7 – E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
V, 18 – E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
V, 21 – Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
V, 22 – E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
V, 23 – E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
II – A CRIAÇÃO DO HUMANA
1 – Homem
– O homem, agora, está confinado à terra, pois, da terra veio e após a queda ficou determinado que para ela voltará. Mesmo as divergentes teorias acerca da origem do homem não podem negar a ligação do homem com a terra. A própria medicina afirma que os mesmos ingredientes indispensáveis que possui o homem, no sangue, também a terra possui, como por exemplo: oxigênio, cálcio, fósforo, potássio, enxofre, cobre, zinco, e outros elementos de proporções menores.
– Na íntegra, não poderia Deus ter escolhido outro material para fazer o homem, como o ouro, a prata ou o mármore? Certamente o Senhor Deus intencionava fazer algo à sua imagem e semelhança como o fez, e não fazer uma joia ou estátua inerte sem capacidade de se locomover. Foi o próprio Deus, autor da criação, que fez o homem a coroa da criação, quando o fez a sua imagem e semelhança com um propósito divino extraído do pó da terra para que nela vivêssemos e dela nos alimentássemos.
Assim destaca o Pr. Claudionor de Andrade que nenhum outro solo, a não ser o da terra, serviria para nos dar forma. Outro fato é que o trabalho já fazia parte da rotina do homem, e para Adão, de forma tríplice: governar a terra, cultivar o solo de onde fora tomado e, fazer a guarnição do jardim do Éden que o Senhor o plantou (Gn 1.26-2.15).
*
Obs.:* Feito a Imagem de Deus (Gn 1.26-30). (1) Um ser espiritual apto para a imortalidade. (2) Um ser moral que tem a semelhança de Deus. (3). Um ser intelectual com a capacidade da razão de governo.
Uma das marcas da imagem de Deus foi Ele ter dado ao homem o status e o poder de governante. O direito de o homem dominar ressalta o fato de que Deus o equipou para agir como governante. A aptidão para governar implica em capacidade intelectual adequada para argumentar, organizar, planejar e avaliar. (Comentário Beacon, CPAD, p. 33).
III – TEORIAS DIVERSAS ACERCA DA ORIGEM DO HOMEM
– Não são poucas as teorias diversas, pois nos dias em que estamos vivendo, a cada dia, o homem tem procurado com sutilezas se distanciar de seu criador, enganando a própria consciência de que existe um ser supremo e que é capaz de fazer tudo aquilo que lhe apraz. São inúmeras as teorias que são contrárias aos ensinamentos bíblicos quando se trata da criação do homem, mas por questão de espaço, vamos apresentar somente algumas para nossa compreensão.
1 – Humanismo a base da Ciência
Observa-se que a Biologia, a Psicologia e a Medicina são as fontes de informações para os adeptos dessa teoria, sobre a natureza e origem do homem. Para esta escola de pensamento, o homem é um produto evolucionário da natureza, sem a menor possibilidade de imortalidade. Esta teoria não poupa o temor quando diz que o homem é o centro de tudo e exclui Deus e a sua palavra.
De acordo com essa filosofia, que inclui a tradição dos homens – tradição esta que Paulo advertiu os crentes em Colossos para não se prenderem a tal ensino – nega a existência de Deus como pessoa e infinito e diz ser o próprio homem u “deus” com capacidade de melhorar e evolui através da educação, redistribuição econômica, psicologia moderna ou sabedoria humana.
O humanismo é relativista, pois crê que padrões morais não são absolutos, e sim relativos, e determinados por aquilo que faz as pessoas sentirem-se felizes. Ensina que o homem não deve ficar preso a ideia de Deus (RENOVATO, Elinaldo, 2004, p. 90-91).
2 – Filosofia como base Materialista
– Certa vez, um homem por nome Sigmund Freud, filósofo e psicanalista, disse que era ateu trazendo a ideia de que o homem, em sua vida biológica e psicológica, teve como base a formação de sua personalidade e seus instintos naturais. Ainda afirma ele, que coisas como sexo, fome, sede, segurança e prazer, são pressões que determinam as ações e padrões da personalidade do homem.
No conceito de Freud, a natureza do homem não se relaciona com o sobrenatural, no caso, Deus. Ainda insiste argumentando que uma relação do criador com o ser humano é inexistente, pois o mesmo vê o homem como uma criatura egocêntrica, voltada apenas para as suas necessidades, sem qualquer comunhão com o ser supremo e que após a morte, tudo passa a não existir.
3 – Evolucionista
Tal como outras teorias sem* embasamento real, esta teoria por sua vez apresenta o homem como um ser que evolui de uma ordem inferior, no mundo animal. Ensina que essa evolução resultou de sucessivas alterações nas formas materiais, devido às forças latentes que existem na matéria. – Vejamos o que a bíblia diz sobre isto:
(1) A origem do homem é fruto de um ato criativo de Deus;
(2) o ser físico do homem também é resultado de um ato criativo de Deus que utilizou a matéria existente “afar” (hebraico), que significa “pó da terra”;
(3) o homem, hoje, tem a mesma estrutura física e espiritual desde o dia em que foi criado;
(4) o homem foi tirado da terra e está destinado a ela, depois da morte (Ec 3.20);
(5) o homem não é evolução natural da terra, pois ele foi “plasmado”. Então todas as coisas criadas permanecem na mesma estrutura original sendo o homem, homem, macaco, macaco, vaca, vaca, cachorro, cachorro, e assim por diante.
4 – Criacionismo tendo por base a Bíblia
– Esta sim; é a doutrina pela qual Deus criou, por intermédio da sua palavra, tudo quanto existe: os céus, a terra, os reinos vegetais, animais e minerais, e finalmente o ser humano (Hb 11.3). O criacionismo está fundamentado na Bíblia Sagrada, na manifestação silenciosa da natureza e nas observações e estudos que dela fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6). Também, o criacionismo faz declaração, acerca da criação, de forma tríplice:
(1) Declara que Deus é o único criador de todas as coisas existentes;
(2) Declara que, por criar tudo quanto existe, tudo lhe pertence;
(3) Impulsiona-nos a verdadeira adoração reverenciando-o como autor da criação (Hino 124 da harpa cristã, CPAD).
OBS: A *RGUMENTO FILOSÓFICO – Platão, a natureza do homem está formada por um corpo perecível e uma alma eterna que pode alcançar o conhecimento. A alma apresenta três dimensões ou partes: uma que atenda aos desejos e às vontades do indivíduo; uma parte racional e uma que rege nosso temperamento. Embora cada uma destas dimensões da alma cumpra uma função específica, é a parte racional que deve reger o indivíduo.
– De acordo com a visão do Cristianismo, a natureza humana é uma criação de Deus, que nos criou para que possamos fazer parte Dele. Consequentemente, o fim da vida humana é cumprido quando amamos nosso Criador. Nosso livre arbítrio sobre o bem e o mal é o que nos define como indivíduos, por sua vez, permitindo-nos alcançar a vida eterna.
IV – OS ATRIBUTOS DO SER HUMANO
– De acordo com o renomado professor e Pastor, Dr, Caramuru Afonso Francisco relata em sua argumentação sobre os atributos do ser humano, dizendo, á início, que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Como toda criatura, o homem foi criado perfeito e com atributos que o faziam semelhante a seu Criador.
1 – Continua ele expondo com claridade o assunto da criação do homem com muita precisão, vejamos!
– O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Foi este o propósito divino, como se verifica de Gn.1:26, quando se salienta que o projeto do Senhor era criar um ser que fosse “Sua imagem e semelhança”, um reflexo do Criador entre as criaturas terrenas.
– Deus é bom (Mt.19:17; Mc.10:18; Lc.18:19) e tudo quanto criou, por conseguinte, é bom (Gn.1:31),
incluído nisto o próprio ser humano, que as Escrituras afirmam ter sido criado reto (Ec.7:29).
– Ser “imagem e semelhança” é ser “reflexo”, é reproduzir, trazer à lembrança o próprio Deus na criação terrena. Foi este o propósito de Deus ao criar o ser humano: ter um ser que refletisse a glória de Deus na criação terrena, que mostrasse a presença do Senhor de forma palpável num universo físico.
2 – Este propósito divino foi plenamente realizado, pois o querer divino se equipara ao efetuar (Fp.2:13). Verdade é que o homem pecou e teve a sua queda, passando a ter uma natureza decaída, depravada, mas o fato é que não foi criado assim e se faz mister sabermos como Deus criou o homem, pois a salvação nada mais é que a restauração deste estado inicial do ser humano, ainda que, efetivamente, a salvação não só restaura como eleva a própria dignidade do ser humano.
– Esta condição de ser imagem e semelhança de Deus é, a propósito, a própria dignidade da pessoa humana, dignidade esta que é hoje plenamente reconhecida no direito internacional, como, por exemplo, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma, no seu introito, que “…o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constituio fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo…” ou, mesmo, a nossa Constituição, que diz serem um dos fundamentos de nosso país precisamente a dignidade da pessoa humana.
3 – Os seres humanos têm um valor intrínseco, merecem ser respeitados pelo simples fato de existirem exatamente porque cada pessoa é “imagem e semelhança de Deus”. Foi assim que Deus fez o homem e mesmo o pecado não tem o poder de destruir tal circunstância, uma vez que nenhum pecado é maior do que o Criador. Verdade é que tal imagem hoje se encontra distorcida, enfraquecida, desvirtuada por causa do pecado, mas nunca pode ser considerada como completamente destruída.
– É este homem criado por Deus, imagem e semelhança de Deus, que se apresenta como o homem que é buscado, querido e almejado pelos seres humanos, que, como parte da criação, também está gemendo para que haja a “manifestação dos filhos de Deus” (Rm.8:19), que nada mais é que a completa restauração do estado anterior ao pecado (At.3:21).
– A certeza de que virá esta restauração foi a vinda de Jesus Cristo ao mundo, o homem perfeito, a expressa imagem de Deus (Hb.1:3), a materialização deste homem criado por Deus e que não foi vencido pelo maligno. Em Cristo, vemos que este homem criado pelo Senhor pode renascer, nascer de novo e desfrutar assim de todos os atributos e características plasmados pelo Criador quando da criação tanto de Adão quanto de Eva, o macho e fêmea criados à imagem do Senhor (Gn.1:27).
– Tendo em Cristo o nosso exemplo, crendo na Sua obra salvífica, nós mesmos fazemos nascer em nós este novo homem e tornamos realidade, entre os homens, a salvação na pessoa de Jesus, desde já, pois este novo homem não vive pecando (I Co.3:6,9), pratica a justiça, ama a seu irmão (I Jo.3:10), conserva-se a si mesmo (I Jo.5:18).
– Assim, as características do homem antes do pecado, consoante a imagem e semelhança de Deus, nada mais são que as características daqueles que creem em Jesus Cristo, pois Cristo resgatou o homem e o fez conforme à Sua imagem (Rm.8:29), daí porque Seus discípulos são chamados de “cristãos” (At.11:26), ou seja, “pequenos Cristos”, “parecidos com Cristo”.
4 – Quanto aos atributos morais do homem:
“Atributo” é “aquilo que é próprio ou peculiar a alguém ou alguma coisa”. Ora, quando falamos dos atributos do ser humano, estamos a dizer como Deus criou o homem, quais eram as propriedades que tinha o homem feito “imagem e semelhança de Deus”.
– O homem é o único ser terreno que é dotado de espírito que é a parte que o mantém em relacionamento com o Senhor, que o faz adorar a Deus, que o faz confiar no Senhor e a seguir a Sua orientação.
– Destarte, o homem, por ser dotado de espírito, possui atributos singulares em relação aos demais seres terrenos, tendo a capacidade de se relacionar com o seu Criador e de vivenciar a dimensão da eternidade.
– Ora, como afirma a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, “…Do espírito humano, provém o desejo de buscar as coisas espirituais [Tt.2:11]…” (Cap.VII.4, p.79). Deste modo, o ser humano é um ser que foi criado precisamente para buscar a Deus, é da própria natureza humana o desejo de se relacionar e se aproximar do seu Criador.
5 – Deste atributo do homem advém a sua religiosidade. É fato comprovado pelos cientistas sociais de que todo ser humano é religioso, ou seja, busca estabelecer um relacionamento com seres que entende serem superiores, que estejam além do seu entendimento e compreensão, os “deuses”, as “divindades”.
– Esta religiosidade humana nada mais é que a demonstração deste atributo espiritual do homem, na verdade o resquício deste atributo após a queda. O homem, por seu espírito, tem a noção da existência do Criador, e tal noção, evidentemente obnubilada pelo pecado, não desaparece por completo, como, aliás, nos ensina o próprio apóstolo Paulo, quando nos fala da revelação de Deus seja pela natureza, seja pela consciência (Rm.1:18-23; 2:14-16).
6 – “Religião” nada mais é que “religação”. O homem, sabendo que precisa se relacionar com o seu Criador, procura estabelecer um meio, uma forma em que possa se ligar a Deus e tais maneiras e formas de relacionamento são das mais variadas possíveis, porque todas são elaboradas pelo homem, que é um ser falível, limitado e circunscrito ao seu tempo e cultura. Por isso, são várias as religiões. A única religião verdadeira é a que tem origem em Deus, é aquela em que Deus Se faz homem para poder restabelecer o relacionamento entre Ele e o ser humano, que outra não é, como sabemos, senão a que tem Cristo como fundamento (I Co.3:11; Tg.1:27).
– Em virtude de ser dotado de espírito, que tem na consciência uma de suas funções, o homem sabe o que é o certo e o que é o errado e, por isso, tem uma moralidade, a exemplo do Criador.
– É dito que o homem foi criado reto (Ec.7:29), ou seja, justo, pois Deus é justo (Gn.18:25), é a justiça nossa (Jr.23:6). É em virtude deste atributo que possui o homem que o Senhor concedeu, após o dilúvio, o governo da sociedade aos homens precisamente para que eles venham a castigar o mal praticado entre eles (Gn.9:5,6; Rm.13:1-4).
– Verdade é que, em virtude do pecado, o homem se tornou injusto, já que o pecado é iniquidade (I Jo.3:4; 5:17), mas é inegável que o ideal de todo ser humano é odo restabelecimento da justiça, o de um mundo que eja justo e pacífico. Este desejo de justiça é uma demonstração de que é este um atributo de que foi dotado o homem ao princípio.
– O homem foi criado obediente, já que seu estado inicial era de obediência e tanto assim é que o Senhor determinou que ele não comesse do fruto da árvore do bem e do mal, a indicar que esta obediência deveria continuar, prosseguir. Verdade é que houve a desobediência na queda do primeiro casal, mas o homem que é expressa imagem de Deus, o Senhor Jesus, foi obediente até à morte (Fp.2:8), aprendeu a obediência (Hb.5:8), sendo certo, pois, de que a obediência é característica do homem imagem e semelhança de Deus.
7 – O homem foi criado sem pecado, inocente, sem qualquer culpa. Sendo “imagem e semelhança de Deus”, tinha de ser sem pecado, pois Deus não tem pecado. Por isso, não tinha qualquer natureza pecaminosa, que foi adquirida após a prática do pecado, natureza esta que, depois, foi transmitida a toda a descendência, o que fez Davi dizer que todo ser humano é concebido em pecado (Sl.51:5). Por isso mesmo, a propósito, o
Senhor Jesus foi gerado por obra e graça do Espírito Santo, não sendo fruto de qualquer relacionamento sexual entre José e Maria, precisamente para que pudesse nascer sem pecado, razão pela qual é chamado de o último Adão (I Co.15:45).
– Entendamos que Adão foi criado sem pecado, mas isto não significa que fosse impecável. Quando Adão foi criado, o mal já existia e o Senhor o dotou de livre-arbítrio, ou seja, com capacidade para escolher entre o bem e o mal. Sendo assim, por ter livre-arbítrio, o homem era “pecável”, ou seja, poderia pecar e, tanto poderia pecar, que acabou pecando.
– Como diz a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, “…dotado por Deus de livre-arbítrio, ou seja, com liberdade de escolher entre o bem e o mal [Gn.2:16,17]. Mediante a graça, essa escolha continha mesmo depois da queda no Éden: ‘se alguém quiser fazer a vontade d’Ele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou seu eu falo de mim mesmo’ (Jo.7:17). Mais de uma vez, Israel teve a liberdade de escolha quando foi chamado por Deus [Dt.30:19; Js.24:15].…” (Cap.VII, pp.77/8). 1º Trim. de 2020: A RAÇA HUMANA: origem, doutrina e redenção
Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br
V – A TEORIA DA TRICOTOMIA
– O Homem tríplice
1 – Definindo a palavra
– Em uma definição mais aceita pelos os renomados estudiosos da bíblia a palavra ou o termo “tricotomia” é formada de duas palavras gregas, tricha, “tríplice” e temnein, “cortar”. Mas não necessariamente cortar o homem, separá-lo, mas sim distinguir a sua natureza material da imaterial. É por isso que a tricotomia é a teoria melhor aceita. Em português, a palavra tricotomia é formada dos radicais oriundos da língua grega trico + tome + sufixo -ia. Em grego há duas palavras muito semelhantes: o advérbio trikha, “em três partes”, e o substantivo thriks, trikhós, “cabelo, pêlos” (1, 2). Tanto uma palavra como a outra dão origem ao radical trico, em português. Tomo, por sua vez, deriva de tomé, do verbo témno, cortar. Deduz-se, portanto, que tricotomia pode significar tanto “separar, dividir em três partes” como “cortar o cabelo ou os pêlos”, segundo a apresentada definição…
⦁ – O homem é um ser tricótomo, isto é, possui corpo, alma e espírito, apesar da existência de uma teoria que acredita na dicotomia do homem, ou seja, corpo, alma ou espírito (1Ts 5.23; Hb 4.12).
Sendo assim, O termo “tricotomia” quer dizer, aquilo que é dividido em três, ou que se divide em três tomos. Contrariando aqueles que defendem a dicotomia, a tricotomia refere-se às três partes do ser do homem, a saber: corpo, alma e espírito. O ponto de vista tricótomo aponta que o homem é uma triunidade composta e inseparável, podendo causar uma separação do corpo e sua parte imaterial somente no caso de morte física (Ec 12.7).
É notável na história da teologia que a tricotomia foi muito difundida entre os teólogos alexandrinos. Embora tendo algumas diferenças conceituais, a tricotomia teve o apoio de Clemente de Alexandria, Orígenes, Gregório de Nissa, Irineu etc. Já em contra partida ou do outro lado, melhor dizendo, Atanásio de Alexandria e Teodoreto foram dois dos que rejeitaram a tricotomia.
⦁ – Houve sim, alguns atropelos doutrinários durante certo período, pois a tricotomia entrou em declínio após uma série de exageros que resultaram em pensamentos heréticos. A história da teologia nos conta que ela voltou a ganhar proeminência, muito mais, a partir do século 19, sendo defendida, principalmente, por alguns teólogos ingleses e alemães. De certo modo e atualmente a tricotomia também parece ser a interpretação preferida entre alguns teólogos pentecostais; apesar de estar longe de ser unanimidade entre eles, mas ela tem sido bem aceita do que contrariada entre os pentecostais. Temos aqui algumas referências: 1 Coríntios 2:14-3:4; 1 Tessalonicenses 5:23 e Hebreus 4:12.
2 – Dicotomia e sua composição
– A dicotomia, por sua vez, diz que o ser humano é composto de dois elementos, sendo um material e outro imaterial. O componente material do homem corresponde ao corpo, e o imaterial correspondem a alma ou espírito. Então, isso quer dizer que no dicotomismo alma e espírito são termos sinônimos que se referem à única parte imaterial do homem focalizada de perspectivas diferentes. Com destaque, essa parte imaterial é aquela que sobrevive à morte.Alguns acreditam que dicotomia é a interpretação mais amplamente defendida ao longo da história do Cristianismo. Até porque dizem que os principais teólogos latinos apoiaram essa interpretação. Por certo ângulo entendemos que a psicologia de Agostinho também contribuiu muito para essa concepção. Se percebe que após o Concílio de Constantinopla em 381 d.C., o dicotomia se tornou quase que unanimidade no pensamento cristão. Na história da igreja se percebe também que após a Reforma Protestante, muitos dos teólogos reformados, da época, defenderam alguma forma de dicotomia; enquanto apenas alguns poucos preferiram e permaneceram com a teoria tricotômica.
3 – A constituição do corpo
Dentro da concepção verídica e bíblica o corpo é a parte inferior do homem que se constitui de elementos químicos da terra, como oxigênio, cálcio, fósforo, potássio, enxofre, cobre, zinco, e outros elementos de proporções menores. Porém o corpo não terá valor se não estiver coberto da bênção Divina mesmo contando com esses produtos. (Lv 4.11; 1Rs 21.27; Sl 38.4; Pv 4.22; Sl 119.120; Gn 2.24; 1Co 15.47-49; 2Co 4.7). O corpo é a parte que se separa na morte física.
OBS: “Os escritores sagrados tinham uma ampla variedade de termos relativos ao ’corpo’. Para os hebreus, ’carne’ (basar, she’er) e ’alma’ (nepresh) podiam significar corpo (Lv 21.11; Nm 5.2, onde o significado parece ser ’cadáver’). ’Força’ (me’od) dizia respeito ao poder físico do corpo (Dt 6.5). Os escritores do Novo Testamento mencionam a ’carne’ (sarx, que às vezes significava o corpo físico), a ’força’ (ischus) do corpo (Mc 12.30) ou, mais frequentemente, o ’corpo’ (sõmo), que ocorre 137 vezes” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de janeiro: CPAD, 1996, p.246).
4 – A constituição da alma
– Em relação a alma, o termo primário dos hebreus era nepresh, que ocorre 755 vezes no Antigo Testamento. Mais frequentemente, esse termo abrangente significa meramente ’vida’, ’próprio-eu’, ’pessoa’ (Is 2.13; 1 Rs 19.3; 3r 52.28). Quando usado nesse sentido amplo, nepresh descreve o que somos: almas, pessoas (neste sentido, não ’possuímos’ alma ou personalidade). Às vezes nepresh podia significar a ’vontade’ ou ‘desejo’ de uma pessoa (Gn 23.8; Dt 21.14). Ocasionalmente, porém, destaca aquele elemento nos seres humanos que possui vários apetites: a fome física (Dt 12.20), o impulso sexual (Jr 2.24) e o desejo moral (Is 26.8,9), no Antigo Testamento. (HORTON, Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.246).
– A alma é uma entidade espiritual, incorpórea, que pode existir dentro de um corpo ou fora dele. A alma é um espírito que habita um corpo, ou nele tem estado, como as almas dos que tinham sido mortos por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo (Ap 6.9).
Pelo que se sabe, o corpo sem a alma é inerte. Ela precisa do corpo para expressar sua vida funcional e racional. A expressão “alma” aparece nos originais (hebraico) como “NEPHESH”, para o Antigo Testamento, mas já no caso do grego, para o Novo Testamento, a expressão é “PSIQUÊ”.
Textos Bíblicos referente a alma: (Sl 107.5,9; Gn 35.18; 1Rs 17.21; Dt 12.23; Lv 17.14; Pv 14.10; Jó 16.13; Ap 2.23; Ecl 11.5; Sl 139.13-16).
⦁ Desde os tempos remotos da igreja o assunto da alma não deixa de ser, para muitos, um pouco intrigante, mas precisamos destacar alguns deles e compará-los com os textos bíblicos, por exemplo:
Argumento Criacionista – Ensina que Deus cria uma nova alma para cada indivíduo (nesse caso a alma é individual), e direciona ao corpo da pessoa em algum momento entre a concepção e o nascimento (Sl 127; 139.13; Is 42.5; Zc 12.1; Hb 12.9).
Argumento Tradicionalista – Esta teoria argumenta que a alma e o corpo da criança são herdados dos pais no momento da concepção.
Argumento Pré-existencialista – Define um princípio eterno da alma sob o argumento de que as almas das pessoas existem no céu muito antes dos corpos serem concebidos no ventre das mães, e que Deus depois traz a alma à terra, unindo-a ao corpo do bebê enquanto ele se desenvolve no útero.
5 – A constituição do espírito
– Aparece nas duas linguagem em que foi escrita quase toda parte da bíblia: O termo “ruach” e no grego “Pneuma” que quer dizer: ‘espírito’, que aparece 387 vezes no Antigo Testamento.Portanto, o significado básico seja ‘ar em movimento’, ‘vento’, ‘sopro’, ‘hábito’, ruach também denota ‘a totalidade da consciência imaterial do homem’ (Pv 16.32; Is 26.9). Vejamos que em Daniel 7.15, ruach está contido no seu invólucro, o ‘corpo’. J. B. Payne indica que tanto nepresh quanto ruach podem partir do corpo na ocasião da morte e, mesmo assim, existir num estado separado dele (Gn 35.18; Sl 86.13)” (HORTON, Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.247). Portanto, é bom salientar queO espírito do homem não é simples sopro ou fôlego, é vida imortal (Ec 12.7; Lc 20.37; 1Co 15.53; Dn 12.2).
– Este, por sua vez, aparece também no hebraico como “RUACH” e no grego é “PNEUMA”, expressão esta que daí vem a palavra “PNEU”, que quer dizer: ar em movimento, lembrando o que aconteceu quando Deus, no princípio, criara o homem “E soprou Deus em suas narinas”. O espírito do homem é o princípio ativo de nossa vida espiritual, religiosa e imortal. Também não deixa de ser o elemento de comunicação entre o criador e a criatura, ou seja, Deus e o homem. Alguém definiu corpo, alma e espírito como os três elementos do homem: Consciência do mundo externo, consciência própria e consciência de Deus.
– O espírito é a descrição comum daqueles que passaram para a outra vida. (Atos 23.9; 7.59; Hb 12.23; Lc 23.46; 1 Pe 3.19). Quando alguém for “arrebatado” temporariamente fora do corpo (2 Co 12.2) se descreve como ”estando no espírito”. (Ap. 4.2; 17.3.) Sendo o homem “espírito”, é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele; sendo “alma”, ele tem conhecimento de si próprio; sendo “corpo”, tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo (SCOFIELD).
OBS: ARGUMENTO BÍBLICO – A ALMA E O ESPÍRITO – “A alma (heb. nephesh; gr. psyché), frequentemente traduzida como ‘vida’, pode ser brevemente definida como a parte não material do ser humano, que resulta da união de corpo e espírito. Ela inclui a mente, as emoções e o livre-arbítrio. Juntamente com o espírito humano, a alma continuará a viver quando a pessoa morrer fisicamente. (Nesse sentido, há certa superposição na Bíblia no uso das palavras ‘alma’ e ‘espírito’.) A alma está tão intimamente conectada à personalidade interior que o termo é usado, às vezes, como sinônimo de ‘pessoa’ (p.ex., Lv 4.2; 7.20; Js 20.3).
O corpo (heb. basar; gr. sõma) pode ser brevemente definido como o elemento físico e material de um indivíduo que retorna ao pó quando este morre (às vezes, chamado de ‘carne’). O espírito (heb. ruach; gr. pneuma) pode ser brevemente definido como o componente de vida não material do ser humano – a essência verdadeira da pessoa, dada por Deus – incluindo as nossas capacidades espirituais e a nossa consciência. É o aspecto pelo qual temos contato mais direto com o Espírito de Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1106-07)
CONCLUSÃO
– Portanto, devemos buscar uma vida equilibrada, cuidando do corpo, da alma e do espírito, pois fomos criados por Deus para glorificá-lo com todo o nosso ser. A verdadeira saúde espiritual envolve comunhão com Deus, santidade e maturidade emocional.
– Bibliologia
– Bíblia de Estudo Gesiel Gomes
– Bíblia Cronológica
– Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
– Apontamentos Teológicos do autor
– Disciplina grade ctec vida cristã – Atos dos Apóstolos
– Disciplina Antropologia Bíblica – CTEC VIDA CRISTÃ – Josaphat Batista
– Comentário: Pastor Josaphat Batista – Pr. Presidente da Assembleia de Deus em Mundo Novo-Ba. Pós-graduado em Docência do Ensino Superior – Bacharel em Teologia convalidado pelo MEC – Pós-Graduando em História, Membro da academia Pré-Militar (ACPMB) – Pós-Graduando Ciências da Religião (Famart) – Juiz de Paz (CONAJ), Graduando História (Facuminas), Formação da Alfabetização da Língua Grega (Koiné), DIRETOR do CTEC VIDA CRISTÃ (Centro Teológico de Educação e Cultura), Autor do livro 1000 Esboços Bíblico para Sermões – Autor da Revista de Estudo Bíblico acerca de João Batista – Autor da Revista acerca de Absalão, Autor do Livro Evidências Reais do Apocalípse – Autor do Livro Escatologia Bíblica Panorâmica, Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba. – Aproveite e estude cursos gratuitos no CTECVIDACRISTA.COM e comentários anteriores das Lições Bíblicas EBD. Ver outros comentários (anteriores) do trimestre em vigor no Site: www.portalebd.org